Você está na página 1de 62

PROJECTO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO DO INTERIOR

ACÇÃO A.1.9.15
ORGANIZAÇÃO POSTOS COMANDO
SENSAP
INCÊNDIOS URBANOS E INDUSTRIAIS

José Manuel Moura


Comandante Operacional Nacional OUTUBRO 2013
1 | 42
Combate a Incêndios Urbanos

2 | 42
Definição
Um incêndio urbano é a combustão, sem
controlo no espaço e no tempo, dos
materiais combustíveis existentes em
edifícios, incluindo os constituintes dos
elementos de construção e revestimentos.

3 | 42
Da marcha geral das operações ou fases do
combate a um incêndio faz parte:
 Reconhecimento
 Salvamentos
 Estabelecimento dos meios de acção
 Ataque e protecção
Circunscrição
Domínio
extinção
 Rescaldo
 Vigilância (prevenção)
4 | 42
Reconhecimento

• O reconhecimento é a primeira das fases da marcha geral das


operações de combate a um incêndio e é crucial para o
sucesso das restantes, bem como para a tomada de decisão
da estratégia a adotar.

• A fase do reconhecimento consiste na avaliação, tão exata


quanto possível , das condições concretas em que se
desenvolve o incêndio, de modo a que se possa identificar e
dimensionar as ações a tomar, garantindo-se assim uma maior
probabilidade de sucesso em todo o desenvolvimento da
ocorrência.
5 | 42
 O reconhecimento ?
 Quem o faz ?

 E porquê ?
 Quais as tarefas a executar;
 Onde vão ser executadas;
 Quando vão ser executadas;
 Como vão ser executadas;
6 | 42
 Quem as executa.
 O reconhecimento ?

 Quem o faz ?

7 | 42
Reconhecimento

• O COS é?

• O mais graduado do primeiro veículo a chegar


ao local (Comandante das Operações de Socorro).

Contudo, também deverá ser efectuado por todos os


bombeiros que estão envolvidos no teatro de operações.
8 | 42
9 | 42
Para um bom reconhecimento é necessário
responder às seguintes perguntas:

 Quais são os meus problemas ;


 Onde estão os meus problemas ;
 Qual é o prioritário ;
 Como o solucionar.

10 | 42
Factores a considerar:

 Hora
 Local
 Salvamento de vítimas
 Ocupação
 Construção
 Área e altura
 Localização e extensão

11 | 42
Factores a considerar:

 Exposições
 Veículos e pessoal
 Abastecimento de água
 Meios e equipamentos auxiliares
 Condições meteorológicas
 Condições de acesso
 Matérias perigosas

12 | 42
Reconhecimento

• Os bombeiros podem através


dos ocupantes que já
abandonaram o edifício, obter
informações sobre:

− Se existem ainda pessoas no


interior do edifício e sua
localização;

− Localização e extensão do
incêndio.

13 | 42
Reconhecimento

• À chegada os bombeiros podem encontrar...

− Vítimas já fora do edifício;

14 | 42
Reconhecimento

− Vítimas preparadas para saltar das janelas ou sacadas;

− Os salvamentos devem ser executados antes mesmo do


estabelecimento dos meios de acção.

15 | 42
Reconhecimento

• É importante chamar a atenção das vítimas, procurando que


fiquem calmas, até serem retiradas do local onde se encontram;

− Nestas situações, os bombeiros têm de actuar imediatamente


de modo a controlarem as vítimas mais excitadas.

16 | 42
Reconhecimento

• Uma forma de o fazer é dar ordens e diretivas que demonstrem


autoridade:

 Usar ordens dadas com firmeza:


- Para trás!
- Desça pelas escadas!

 Não usar:
- Pessoal calma aí!
- Não entrem em pânico!

17 | 42
Reconhecimento

• Os salvamentos são prioritários em relação a qualquer outra


acção;

• Pode ser necessário estabelecer alguns meios para executar os


salvamentos.

18 | 42
Reconhecimento

• Prioridade do salvamento das vítimas em relação ao fogo:


− Mais ameaçadas;

− Maior número;

− Na área do fogo;
− Nas áreas expostas;
−4
−1
−2

Quanto mais perto as vítimas estão do


incêndio maior é o perigo.
19 | 42
Reconhecimento

• Em alguns casos há necessidade de conjugar o ataque inicial


com o salvamento de modo a afastar o fogo das vítimas.

20 | 42
Planear a operação

21 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

• Após o reconhecimento e com base nas informações recolhidas,


o Comandante das Operações de Socorro (COS) estabelece um
plano de ação e transmite-o aos elementos da equipa.

22 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

• De entre os meios de ação a estabelecer pela a equipa,


merecem destaque os seguintes:

− Os meios de salvamento;
− Meios de socorro na área da saúde;
− Linhas de mangueiras para combate ao incêndio;
− Meios de ventilação;
− Meios de entrada forçada;
− Meios para apoio ao abastecimento de água.

23 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

• O ataque tem de ter a força suficiente para dominar o fogo, no


mais curto espaço de tempo.

24 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

Muito fogo...muita água (qb).


Pouco fogo...pouca água.

25 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

• O estabelecimento de linhas de mangueira num edifício pode


ser efetuado de quatro formas distintas:

- Pelo interior, montando as mangueiras através da caixa da escada


seguindo os seus lanços;

26 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

− Pelo interior, recorrendo à bomba da caixa de escada.

27 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

− Pelo interior, recorrendo a uma coluna seca.

28 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

• As colunas secas são instalações hidráulicas para SI destinadas


a apoiar a intervenção dos bombeiros.

- São alimentadas a partir


de um veículo de combate
a incêndios;

- Uma ou duas entradas


de abastecimento no
exterior do edifício com
uniões DN70.
29 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

• Utilização da coluna seca:

- Montar linhas para


Piso do
incêndio combate abaixo do piso
do incêndio.

30 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

− Pelo exterior, recorrendo a meios de acesso dos bombeiros


como escadas de diversos tipos, escadas giratórias ou
plataformas elevatórias;

31 | 42
Estabelecimento dos meios de acção

− A entrada no edifício não se deve efetuar pelo local onde o


incêndio se desenvolve.

32 | 42
Abastecimento de água

• É uma das operações de suporte mais importante no


combate a incêndios;

• Um sistema típico e mais simples consiste na utilização de


um hidrante, de preferência um marco de água, ligando-o ao
veiculo de combate;

• Compete ao COS decidir sobre a melhor forma de utilizar os


recurso de abastecimento de água postos à sua disposição.

33 | 42
Abastecimento de água

− O uso de VTTU é um meio limitado de abastecimento de água


no combate a incêndios estruturais;
− O abastecimento de água deve ser feito sempre que possível
através de hidrantes para os VUCI.

34 | 42
Abastecimento de água

• O abastecimento da bomba de incêndio do veiculo através do conjuntor;

Abastecimento

Saída

35 | 42
Abastecimento de água

• Quando os pontos de abastecimento (mananciais de água) se


encontram a distâncias superiores a cerca de 50 m dos
veículos de combate a abastecer, é necessário recorrer a
operações complementares para garantir o abastecimento,
nomeadamente:

- Vaivém de veículos tanque;

- Manobra de trasfega entre bombas.

36 | 42
Abastecimento de água

• O vaivém de veículos tanque é, em regra, utilizado quando a


distância entre o ponto de abastecimento e os veículos de
combate a abastecer é superior a 200 m.

A manobra de vaivém é muito delicada e necessita de uma boa


coordenação e disponibilidade de veículos tanque, em número
37 | 42
suficiente, para ser bem sucedida.
Abastecimento de água

• Quando a distância entre o ponto de abastecimento e os veículos de


combate a abastecer está entre 50 e 200 m é prático efetuar o transporte
de água através de linhas de mangueira, recorrendo à associação de
bombas em cadeia (manobra de trasfega entre bombas).

Abastecimento

Abastecimento

Combate

38 | 42
Abastecimento de água

• O débito do abastecimento aos VUCI deve ser sempre


superior ao da saída para as linhas de mangueiras a trabalho.

 70 mm  45 mm

 45 mm  45 mm
 45 mm

 45 mm
 45 mm  45 mm

39 | 42
Estabelecimento de linhas de mangueiras

• As linhas de mangueiras para ataque e de emergência


devem ser alimentadas de mananciais diferentes.

Ataque

Emergência

Ataque
Incorrecto
Emergência

Ataque

Emergência
Correcto
40 | 42
Estratégias de combate

• Nos incêndios urbanos e industriais empregam-se duas


estratégias:

− Ofensiva;
− Defensiva.

41 | 42
Estratégia ofensiva

• O ataque é feito no interior do edifício, a partir da parte que


não está a arder...

• Tem por finalidade circunscrever e dominar o incêndio.

42 | 42
Estratégia ofensiva

− É apoiada por operações de:

− Ventilação;
− Abastecimento de água;
− Montagem de acessos (escadas);
− Abertura de acessos.

Existindo pessoas no interior do edifício é obrigatório o recurso á


estratégia ofensiva.

43 | 42
Estratégia defensiva

• É feita do exterior, por impossibilidade dos bombeiros


penetrarem e permanecerem dentro do edifício...

• Tem por finalidade, circunscrever e dominar o incêndio.

44 | 42
Estratégia defensiva

• Tem como prioridade:

– A defesa das exposições;

• Seguida do:

– Domínio do corpo principal do incêndio.

45 | 42
Estratégia defensiva

Não se aplica quando ainda existam pessoas no interior do


46 | 42
edifício, assim como bombeiros.
Estratégias

• Não pode haver confusão entre as duas estratégias !


• A estratégia tem de ser conhecida e cumprida por todos os que
estão no teatro de operações.

Ofensiva Defensiva

47 | 42
Protecção das exposições

• Exposições são todos os locais, interiores ou exteriores de um


edifício, em risco de poderem ser afectadas pelo incêndio;

• A proteção das exposições será a prioridade imediatamente


após os salvamentos de vidas.

48 | 42
Protecção das exposições

• A proteção das exposições interiores está ligada à posição da


linha de mangueiras que está a trabalho, para além, da eventual,
montagem das destinadas, por exemplo, à proteção do piso
superior.

49 | 42
Protecção das exposições

• Partes do edifício onde o fogo ainda não chegou.

50 | 42
Protecção das exposições

• Expulsando os produtos da combustão para fora do


edifício: calor, fumo e gases.

51 | 42
Exposições interiores

• Existem seis áreas periféricas do fogo, isto é, seis potenciais


exposições interiores:
− O piso superior;
− O piso inferior;
− Os compartimentos adjacentes.

52 | 42
Exposições interiores

• Seis potenciais exposições interiores

6 Piso acima do incêndio


Piso do incêndio

Piso abaixo do incêndio


5
4
3 1
2

53 | 42
Protecção das exposições exteriores

• Ao efetuar-se a proteção das exposições exteriores pretende-


se prevenir a propagação do incêndio para os edifícios
próximos ou adjacentes do que está a arder.

54 | 42
Protecção das exposições exteriores

• As exposições exteriores são protegidas molhando as


superfícies expostas de modo a provocar o seu arrefecimento,
contrariando o efeito da propagação de calor por convecção e
radiação.

55 | 42
Protecção das exposições exteriores

• Uma das técnicas a utilizar é através do encharcamento das


fachadas expostas à radiação e convecção, com linhas de
grande débito.

Errado Certo

56 | 42
Protecção das exposições exteriores

• A proteção da exposições é particularmente importante em


situações excecionais como por exemplo depósitos de
combustíveis líquidos ou gasosos, passíveis de explodir por
ação do calor.

57 | 42
Protecção das exposições exteriores

• A proteção das exposições exteriores pode também ser feita


através da colocação de linhas de mangueira por dentro dos
edifícios a proteger:

58 | 42
Protecção das exposições exteriores

• Identificação das exposições exteriores.

Fachada
principal

59 | 42
Protecção das exposições exteriores

• Identificação das exposições exteriores:

60 | 42
Ataque e protecção

• Para que o combate ao incêndio tenha êxito, é sempre


necessário proteger as exposições:

Interiores Exteriores

61 | 42
Dúvidas…

62 | 42

Você também pode gostar