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Este texto tem por objetivo apoiar os estagiários no estudo das

matérias que fazem parte do módulo de “Equipamentos, manobras


e veículos”, complementando o estudo dos manuais indicados com
atualização de alguns conceitos.

EDIÇÃO:

Escola Nacional de Bombeiros


Direção Pedagógica
maio 2017.

MAQUETIZAÇÃO E ILUSTRAÇÕES:

Victor Hugo Fernandes

 © ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS – 2017


UNIDADE
M801U1
Veículos e equipamentos

SESSÃO 1
Veículos dos corpos de bombeiros (parte teórica)

PROGRAMA

• Principais características dos veículos;


• Classificação dos veículos dos corpos de bombeiros;
• Veículos de combate a incêndios;
• Veículos com meios elevatórios;
• Veículos de socorro e assistência técnica;
• Veículos de socorro e assistência a doentes;
• Veículos de posto de comando;
• Veículos de proteção;
• Veículos de transporte de pessoal;
• Veículos de apoio logístico;
• Veículos motorizados específicos.

ObjetivoS ESPECÍFICOS

No final da sessão os estagiários deverão ser capazes de:

• Classificar, identificar e caracterizar os veículos de bombeiros.

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1.
Principais características De acordo com o Regulamento de Especificações Técnicas de Veículos e
dos veículos Equipamentos Operacionais dos Corpos de Bombeiros, os veículos dividem-se
em classes e categorias.
São classes de veículos:
• Classe L (ligeiro): veículo cuja massa total em carga (MTC) é superior a
3 toneladas e inferior a 7,5 toneladas;
• Classe M (médio) - veículo cuja massa total em carga (MTC) é superior a
7,5 toneladas e inferior a 16 toneladas;
• Classe S (super): veículo cuja massa total em carga (MTC) é superior a
16 toneladas.

Sendo que a MTC é o peso total da carga em ordem de marcha, incluindo o


peso do chassis, da superestrutura, dos agentes extintores, do equipamento
do veículo, do equipamento operacional e pessoal da guarnição (90 kg por
bombeiro).
São categorias de veículos:
• Categoria 1 (urbano): veículo a motor que utiliza, normalmente a via pública;
• Categoria 2 (rural): veículo a motor que utiliza a via pública e terrenos pouco
acidentados;
• Categoria 3 (todo-o-terreno): veículo a motor que utiliza a via pública e ter-
renos acidentados.

Fig. 1.
Representação gráfica das
categorias dos veículos.

2.
Classificação dos veículos Os veículos de socorro e combate a incêndios dos corpos de bombeiros,
dos bombeiros atendendo á sua utilização principal, são classificados da seguinte forma:
• Veículos de combate a incêndios;
• Veículos com meios elevatórios;
• Veículos de socorro e assistência técnica;
• Veículos de socorro e assistência a doentes;
• Veículos de posto de comando;
• Veículos de proteção;
• Veículos de transporte de pessoal;
• Veículos de apoio logístico;
• Veículos motorizados específicos.

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3.
Os veículos de combate a incêndio são veículos equipados com bomba de ser- Veículos de combate
viço de incêndio, tanque de agente extintor e outros equipamentos necessários a incêndios
para o salvamento e combate a incêndios. Dividem-se em:
• Veículo ligeiro de combate a incêndios (VLCI): da classe L, categoria 2 ou 3,
dotado de bomba de serviço de incêndio e tanque de agente extintor com uma
capacidade mínima de 1000 litros de água (± 5%), destinado prioritariamente
à intervenção em espaços naturais e/ou urbanos. A capacidade de água dos
VLCI com MTC inferior a 3,5 toneladas é dimensionada ao peso bruto do
veículo;
• Veículo florestal de combate a incêndios (VFCI): da classe M, categoria
3, dotado de bomba de serviço de incêndio e um ou mais tanques de agente
extintor com uma capacidade entre 3000 e 4000 litros de água, chassis todo-
-o-terreno, destinado prioritariamente à intervenção em espaços naturais;
• Veículo urbano de combate a incêndios (VUCI): da classe M ou S, da
categoria 1 ou 2, dotado de bomba de serviço de incêndio e um ou mais
tanques de agente extintor com uma capacidade mínima de 2000 litros
de água, destinado prioritariamente à intervenção em espaços urbanos,
tecnológicos ou industriais;
• Veículo especial de combate a incêndios (VECI): da classe L, M ou S, da
categoria 1, 2 ou 3, utiliza equipamentos e agentes extintores específicos,
com ou sem bomba de incêndios, destinado prioritariamente à intervenção
em espaços tecnológicos ou industriais.

4.
São veículos com meios elevatórios, os que incorporam escada giratória ou Veículos com meios
plataforma elevatória. Dividem-se em: elevatórios
• Veículo escada (VE): da classe M ou S, categoria 1 ou 2 com estrutura exten-
sível em forma de escada, com ou sem cesto, apoiando-se em base giratória;
• Veículo plataforma (VP): da classe M ou S, categoria 1 ou 2 com plataforma
de trabalho e uma estrutura extensível hidráulica com possibilidade de
incorporar uma escada em paralelo.

5.
Os veículos de socorro e assistência técnica são veículos equipados com Veículos de socorro
material específico destinado, prioritariamente à intervenção em operações de e assistência técnica
salvamento e desencarceramento que representem ricos para vidas e bens.
Dividem-se em:
• Veículo ligeiro de socorro e assistência (VLSA): da classe L, categoria 2,
com MTC inferior a 3,5 toneladas, equipado com material de salvamento e
desencarceramento;
• Veículo de socorro e assistência tático (VSAT): da classe L, categoria 2,
equipado com um tanque de 300 litros de água e material de salvamento e
desencarceramento;
• Veículo de socorro e assistência especial (VSAE): da classe S, categoria
2, equipado com um tanque de 500 litros de água, no mínimo, e material de
salvamento e desencarceramento.
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6.
Veículos de socorro São veículos dotados de equipamentos e tripulação que permite a aplicação
e assistência a doentes de medidas de suporte básico de vida (SBV), que se destinam a estabilizar
e transportar doentes e sinistrados que necessitem de assistência durante
o transporte. De acordo com o Regulamento do Transporte de Doentes,
dividem-se em:
• Tipo A: ambulância de transporte de doentes:
– Tipo A1: ambulância de transporte individual (ABTD);
– Tipo A2: ambulância de transporte múltiplo (ABTM);
• Tipo B: ambulância de emergência (ABSC);
• Tipo C: ambulância de cuidados intensivos (ABCI).

O regulamento atrás mencionado prevê, ainda, um veículo ligeiro destinado


ao transporte de doentes cuja situação clínica não impõe a necessidade de
cuidados de saúde durante o transporte, que designa por veículo dedicado ao
transporte de doentes (VDTD).

7.
Veículos de São veículos equipados com meios de comunicação e diverso equipamento
posto de comando de apoio à decisão, direção e comando de operações de socorro e combate a
incêndios. Dividem-se em:
• Veículo de comando tático (VCOT): da classe L, categoria 2, com MTC
inferior a 3,5 toneladas, destinado ao reconhecimento e comando tático de
operações de socorro;
• Veículo de comando e comunicações (VCOC): da classe L, M ou S,
categoria 2, destinado à montagem de posto de comando operacional.

8.
Veículos de proteção São veículos da classe L, M ou S, categoria 2, destinados ao transporte de
equipamentos especializados e equipamentos de proteção individual (EPI),
para operações específicas e para limitar os prejuízos ambientais, como perigo
de poluição e riscos químicos, radiológicos e biológicos. Designam-se por
veículos de proteção multirriscos e ambiente (VPMA).

9.
Veículos de transporte São veículos da classe L, M ou S, da categoria 1 ou 2, destinados ao transporte
de pessoal de bombeiros e seus equipamentos individuais. Designam-se por veículos
táticos de transporte de pessoal (VTTP).

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10.
Veículos destinados a transportar materiais e/ou produtos de extinção, com o Veículos de apoio logístico
fim de apoiar e sustentar uma unidade operacional. Dividem-se em;
• Veículo tanque tático urbano (VTTU): da classe S, categoria 1 ou 2, equipado
com bomba de serviço de incêndio e tanque com uma capacidade entre 8000
e 15 000 litros de água, para apoio a operações de socorro e assistência;
• Veículo tanque tático florestal (VTTF): da classe S, categoria 3, equipado
com bomba de serviço de incêndio e tanque com uma capacidade entre
6000 e 10 000 litros de água, chassis todo-o-terreno ou 4x4, destinado
prioritariamente à intervenção em espaços naturais e/ou apoio a operações
de socorro e assistência;
• Veículo de apoio logístico específico (VALE): da classe L, M ou S, categoria
1, 2 ou 3, destinado permanentemente ao transporte de equipamentos
específicos e/ou agentes extintores, de apoio às unidades operacionais.

11.
Os veículos motorizados específicos são veículos destinados a operações Veículos motorizados
especiais ou específicas. Inserem-se nesta classificação as embarcações de específicos
reconhecimento, socorro e transporte em meio aquático:
• Veículos para operações específicas (VOPE);
• Embarcações de reconhecimento, socorro e transporte (ERST).

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SESSÃO 2
Equipamentos de salvamento
e combate a incêndios (parte teórica)

PROGRAMA

• Classificação dos equipamentos;


• Equipamento de combate a incêndios em espaços naturais;
• Equipamento de combate a incêndios urbanos e industriais;
• Equipamento de salvamento em grande ângulo;
• Equipamento de salvamento e desencarceramento;
• Bombas de água de serviço de incêndio.

ObjetivoS ESPECÍFICOS

No final da sessão o estagiário deverá ser capaz de:

• Identificar os equipamentos de salvamento e combate a incêndios.

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1.
Classificação De acordo com o Regulamento de Especificações Técnicas de Veículos e
dos equipamentos Equipamentos Operacionais dos Corpos de Bombeiros, os equipamentos
classificam-se da seguinte forma:
• Equipamentos de combate a incêndio:
– Em espaços naturais;
– Em estruturas (urbanos e industriais).
• Equipamento de salvamento:
– Em meio náutico;
– Em meio urbano;
– Em montanha;
– De desencarceramento.

2.
Equipamento de combate O equipamento de combate a incêndios em espaços naturais, pode subdividir-
a incêndios em espaços -se da seguinte forma:
naturais • Equipamento de proteção individual:
– Bota florestal;
– Camisola interior;
– Capacete florestal;
– Capuz de proteção florestal (cogula);
– Luvas de combate a incêndios florestais;
– Fato de proteção florestal (calça e casaco).
• Equipamento de sustentabilidade (sobrevivência) individual:
– Mochila de combate;
– Sistema de hidratação para a mochila de combate;
– Abrigo de incêndio florestal (Fire Shelter);
– Lanterna individual;
– Máscara de evacuação;
– Máscara de partículas;
– Filtro para máscara de partículas.

Fig. 2.
Equipamento de sustentabilidade
(sobrevivência) individual.

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• Equipamento de sapador:
– Enxada-ancinho (tipo McLeod);
– Enxadão (tipo Pulaski);
– Foição;
– Pá florestal;
– Ancinho;
– Batedor/abafador;
– Multiusos florestal (tipo Gorgui).
• Equipamento de utilização coletiva:
– Agulhetas;
– Lanços de mangueira flexível;
– Malotes para transporte de mangueira;
– Motosserra e mochila de transporte;
– Extintores dorsais;
– Pinga-lume ou equivalente.
• Equipamento diverso:
– Disjuntores CxD;
– Adaptadores/redutores CxD;
– Chaves de boca-de-incêndio;
– Chaves para Storz AxBxC;
– Chaves para Storz CxD;
– Chaves de marco de água;
– Chaves de portinhola.

3.
O equipamento de combate a incêndios urbanos e industriais, pode subdividir- Equipamento de combate
-se da seguinte forma: a incêndios urbanos
e industriais
• Equipamento de proteção individual:
– Aparelho respiratório isolante;
– Botas de combate a incêndios;
– Capacete urbano;
– Capuz de proteção (cogula);
– Fato de proteção urbano (calça e casaco);
– Luvas de combate.
• Equipamento de utilização coletiva:
– Agulhetas;
– Agulhetas de espuma e doseador-misturador;
– Escadas;
– Gerador de espuma de alta expansão/extrator de fumo;
– Lanços de mangueira flexível;
– Lanterna;
– Ventilador elétrico;
– Material de sapador;
– Material diverso.
• Equipamento de utilização coletiva – material de sapador:
– Alavanca arranca-pregos;
– Alavanca de arrombamento (tipo Halligan);
– Enxada/ancinho (tipo McLeod);
– Machado de bico;

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– Marreta de 3 quilos, com cabo;
– Martelo de bola de 750 gramas;
– Pás com cabo;
– Picareta/machado com cabo;
– Serrote para ferro;
– Corta vidros manual;
– Machado multifunções com corte e alavanca (tipo Force).
• Equipamento de utilização coletiva – material diverso:
– Disjuntores;
– Adaptadores/redutores;
– Chaves de boca-de-incêndio;
– Chaves para Storz AxBxC e CxD;
– Chaves de marco de água;
– Chaves de portinhola;
– Croque, desforradeira e forquilha;
– Maço de madeira;
– Estancadores DN38, DN45 e DN70;
– Extintores 6 quilos de pó químico ABC;
– Extintores 2 quilos de CO2;
– Motosserra;
– Eletrobomba submersível;
– Explosímetro;
– Guincho manual (Tirfor).

4.
Equipamento de salvamento O equipamento genérico de salvamento em grande ângulo, que se destina
em grande ângulo a operações de salvamento que implicam a suspensão de pessoas, é o
seguinte:
• Arnês e bloqueador de segurança;
• Bloqueador técnico e cabos de salvamento;
• Conetores e descensor individual de segurança;
• Equipamento e fitas para amarrações;
• Maca de salvamento;
• Pedal e talabarte de progressão;
• Polias;
• Sacos de transporte;
• Tripé de salvamento;
• Lanterna e luvas de salvamento;
• Triângulo de salvamento.

5.
Equipamento de salvamento Os equipamentos de salvamento e desencarceramento são equipamentos
e desencarceramento utilizados na intervenção em acidentes rodoviários e similares e em operações
que requeiram a utilização de equipamento com este tipo de especificações
técnicas. Subdivide-se da seguinte forma:
• Equipamento hidráulico:
– Grupo energético;

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– Tesoura;
– Expansor;
– Multiusos;
– Extensor;
– Corta pedais;
– Macaco hidráulico;
– Bomba manual.
• Equipamento pneumático:
– Almofadas de alta pressão;
– Almofadas de baixa pressão.
• Equipamento de estabilização:
– Estabilizadores (calços, blocos e cunhas);
– Escoras metálicas;
– Escoras em madeira;
– Proteção airbag;
– Proteção para pontos agressivos;
– Proteção rígida;
– Proteção maleável.
• Equipamento mecânico:
– Macaco mecânico de cremalheira;
– Guincho manual (Tirfor).
• Equipamento diverso:
– Base para o equipamento;
– Quebra-vidros;
– Corta-cintos;
– Corta-vidro;
– Machado multifunções;
– Cintas de tensão;
– Bolsa de ferramentas manuais.

6.
A extinção de incêndios tem por base o trabalho efetuado por bombas de água, Bombas de água de serviço
que podem ser: de incêndio
• Bombas de alta ou de baixa pressão, acopladas ao motor do veículo;
• Motobombas, com motor térmico, rebocáveis ou transportáveis ou
flutuantes;
• Bombas elétricas submersíveis;
• Bombas hidráulicas.

Nos veículos sem bomba acoplada ao motor, existe motobomba independente


permanentemente ligada ao tanque de água.

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SESSÃO 3
Equipamentos de proteção individual (parte teórica)

PROGRAMA

• Ambientes de risco e segurança individual;


• Equipamento de proteção individual;
• Proteção da cabeça;
• Proteção ocular;
• Proteção auditiva;
• Proteção respiratória;
• Proteção do tronco e membros superiores;
• Proteção dos membros inferiores;
• Proteção das mãos e dos pés;
• Outros equipamentos de proteção individual;
• Limpeza do fato de proteção.

ObjetivoS ESPECÍFICOS

No final da sessão o estagiário deverá ser capaz de:

• Distinguir os diferentes equipamentos de proteção individual (EPI).

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1.
Ambientes de risco Devido ao ambiente em que desempenham a sua função, é necessário que os
e segurança individual bombeiros possuam o equipamento de proteção individual (EPI) adequado
à sua missão.
Na verdade, os bombeiros trabalham, normalmente em ambientes de risco
elevado, com características muito diferenciadas, que podem causar danos
físicos. Os riscos mais comuns que correm são os seguintes:
• Em incêndios: atmosferas perigosas (fumo, ar quente e gases tóxicos),
queimaduras, projeção de objetos, derrocadas, quedas, ferimentos vários e
exaustão devido ao esforço despendido;
• Nos socorros na via pública: atropelamento e ferimentos vários;
• Na área da saúde: contágio e infeções;
• Nos salvamentos: quedas e ferimentos resultantes da projeção de
objetos;
• Nos socorros em inundações e a náufragos: afogamento, contaminação
(águas insalubres), quedas, abaixamento da temperatura do corpo, ferimen-
tos vários e exaustão;
• Nos acidentes com matérias perigosas: riscos das matérias envolvidas,
com destaque para a toxicidade e corrosividade.

Os bombeiros protegem-se dos riscos resultantes da sua atividade se


respeitarem as três condições básicas do chamado triângulo de segurança:
• Equipamento de proteção individual (EPI);
• Condição física e psíquica;
• Conhecimentos e treino.

Fig. 3.
Triângulo de segurança.

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2.
O equipamento de proteção individual (EPI), tem por objetivo: Equipamento de proteção
• Proteção da cabeça;
individual
• Proteção ocular;
• Proteção auditiva;
• Proteção respiratória;
• Proteção do tronco e membros superiores;
• Proteção dos membros inferiores;
• Proteção das mãos e dos pés.

3.
O capacete protege a cabeça de lesões causadas pelo calor, água quente, Proteção da cabeça
impactos e perfurações. Existem capacetes espacialmente destinados a
incêndios urbanos e industriais, a incêndios florestais e, também, para
outras missões.
Os capacetes devem ter proteção da nuca e das orelhas, de modo a proteger
o bombeiro do calor e da água quente. As precintas do capacete servem para
fixar o capacete à cabeça e devem ter as seguintes características:
• Comprimento suficiente para se usar a peça facial de um aparelho
respiratório;
• Separação entre as cintas de amortecimento e a calote igual ou superior
a 30 mm.

Nos capacetes não devem ser utilizadas queixeiras em plástico, pois podem
causar queimaduras pela ação do calor.
Para conservar o capacete, deve-se:
• Reparar os componentes dos capacetes que estejam danificados;
• Verificar a separação entre as cintas de amortecimento e a calote (mínimo
30 mm);
• Inspecionar o arnês;
• Remover do casco óleos, químicos e produtos derivados do petróleo.

Ter em atenção que alguns óleos (hidráulicos) atacam o material de policarbo-


nato, enfraquecendo o capacete.
O capuz de proteção (cogula) destina-se a proteger as orelhas, o pescoço e
a face. É preciso ter cuidado para que o capuz não interfira com o encaixe da
peça facial do aparelho respiratório na cara.

4.
Os equipamentos de proteção ocular protegem os olhos contra: Proteção ocular
• Impactos;
• Radiações óticas;
• Metal fundido e sólidos quentes;
• Projeção de gotículas e salpicos;

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• Gases e fumo;
• Arco elétrico;
• Combinação dos riscos anteriormente indicados.

Os óculos de proteção devem ser adequados ao trabalho que o bombeiro vai


realizar. Um dos equipamentos de proteção ocular é a viseira do capacete.
Ter em atenção que, quando esta começar a ficar distorcida devido ao calor, o
bombeiro encontra-se em perigo e deve abandonar a área imediatamente.
A peça facial do aparelho respiratório isolante de circuito aberto (ARICA) é
outro dos equipamentos de proteção ocular, para além de proteger, também,
as vias respiratórias e a face.

5.
Proteção auditiva No desempenho das suas missões, os bombeiros estão expostos a uma
multiplicidade de ruídos que podem levar a uma perda parcial ou total da
audição.
A proteção auditiva efetua-se através de tampões ou de protetores auriculares.
Ter em atenção que os tampões para os ouvidos podem fundir-se quando
expostos a um calor intenso, pelo que, não devem ser utilizados durante o
combate a incêndios urbanos e industriais.

6.
Proteção respiratória A função dos aparelhos de proteção respiratória é de proteger as vias
respiratórias do seu utilizador:
• Em atmosferas poluídas por partículas, gases, vapores;
• Em atmosferas com uma taxa de oxigénio insuficiente.

7.
Proteção do tronco O casaco de proteção serve para proteger o tronco e os membros superiores
e membros superiores das lesões causadas por temperaturas elevadas, temperaturas baixas e
água quente e vapores.
Para que a proteção seja eficaz, a gola deve ser levantada de forma a proteger
o pescoço. Os punhos evitam que a água, faúlhas e resíduos entrem nas
mangas. O sistema de fecho por abas evita que a água ou outras matérias
penetrem e entrem em contacto com o corpo do bombeiro, pelo que, o casaco
deve estar sempre totalmente fechado.

8.
Proteção dos membros As calças de proteção servem para proteger os membros inferiores e são
inferiores fabricadas em material idêntico ao dos casacos de proteção.

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9.
As luvas de proteção protegem as mãos de lesões causadas pela penetração Proteção das mãos
do calor, penetração do frio, cortes, perfurações, absorção de líquidos, e dos pés
substâncias corrosivas e substâncias tóxicas.
As luvas revestidas de plástico ou borracha não podem ser utilizadas no
combate a incêndios, pois, se o calor for muito intenso, a luva pode derreter ou
a transpiração da mão originar queimaduras.
As luvas têm que ser adequadas ao trabalho a efetuar. Para além do combate
a incêndios, as luvas de proteção são utilizadas no desempenho de missões
relacionadas com desencarceramento, salvamentos, manuseamento de
substâncias corrosivas e/ou tóxicas e na presença da eletricidade.
Por seu lado, existem inúmeros riscos para os pés no combate a incêndios e
outras missões que os bombeiros têm que desempenhar, tais como, brasas,
objetos perfurantes, pregos, vidros partidos e líquidos derramados.
Os bombeiros utilizam dois tipos de botas de proteção:
• Para combate a incêndios urbanos e industriais, inundações e salvamentos
diversos;
• Para combate a incêndios florestais e outras atividades que dispensem as
anteriores.

10.
O alarme pessoal de segurança (APS) é um pequeno aparelho resistente ao Outros equipamentos
calor e à projeção de água, que serve para alertar os outros bombeiros quando de proteção individual
há problemas com o utilizador. O APS pode ser acionado de duas formas:
• Automática, se o bombeiro ficar imobilizado durante 30 segundos;
• Manual, caso o bombeiro tenha necessidade de lançar um alarme de
emergência.

Deve, ainda, fazer parte do equipamento individual do bombeiro uma lanterna,


antideflagrante e anti estática e com proteção IP66.
Nas operações de extinção de incêndios florestais utiliza-se, também, o
equipamento de sustentabilidade (sobrevivência) individual, composto
por:
• Mochila de combate;
• Sistema de hidratação para a mochila de combate;
• Abrigo de incêndio florestal (fire-shelter);
• Lanterna individual;
• Máscara de evacuação;
• Máscara de partículas;
• Filtro para máscara de partículas.

Em situações especiais os bombeiros utilizam fatos especiais de proteção,


que podem ser de aproximação, de penetração e de proteção química.
A utilização destes fatos requer bastante formação e treino especial, pelo que
só devem ser utilizados por equipas especializadas.

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O fato de aproximação permite ao bombeiro acercar-se de chamas e
permanecer relativamente perto delas (até aproximadamente um metro). Têm
as seguintes características:
• Permeáveis de dentro para fora;
• Refletores do calor radiante;
• Baixo coeficiente de condução térmica.

O fato de penetração permite passar através das chamas e permanecer em


contacto com elas durante um período de tempo inferior a dois minutos, sempre
que a temperatura não seja superior a 800 ºC.
O fato de proteção química preserva o bombeiro da ação de produtos
químicos, tóxicos e corrosivos nocivos para o corpo humano, quer se encontrem
no estado sólido, quer no estado líquido ou gasoso.
Vestuário de sinalização de alta visibilidade destina-se a realçar a presença
do bombeiro, quaisquer que sejam as condições de luz diurna ou perante
os faróis de um veículo. O colete de identificação é o mais utilizado pelos
bombeiros.

11.
Limpeza do fato O fato de proteção (casaco e calças) quando sujo, absorve mais calor do
de proteção que se estiver limpo. Por outro lado, lavagens em demasia podem afetar a
qualidade da proteção. Devem seguir-se as instruções de limpeza do
fabricante (etiqueta cosida no interior do casaco e calça).

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SESSÃO 4
Aparelhos de proteção respiratória (parte teórica)

PROGRAMA

• Proteção respiratória;
• Aparelhos respiratórios isolantes;
• Aparelhos respiratórios isolantes de circuito aberto (ARICA);
• Autonomia dos ARICA;
• Regras para utilização dos ARICA;
• Manutenção dos ARICA.

ObjetivoS ESPECÍFICOS

No final da sessão o estagiário deverá ser capaz de:

• Classificar e descrever os aparelhos respiratórios isolantes;


• Diferenciar as autonomias dos aparelhos respiratórios isolantes de circuito
aberto (ARICA);
• Descrever as regras de utilização dos ARICA.

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1.
Proteção respiratória A proteção respiratória tem caráter obrigatório, sempre que se trabalhe nos
seguintes ambientes:
• Incêndios urbanos e industriais (incluíndo rescaldo);
• Espaços com carência de oxigénio;
• Esgotos, poços, silos;
• Passagens subterrâneas;
• Interior de depósitos ou tinas;
• Casa das garrafas de cloros das piscinas;
• Acidentes com matérias perigosas;
• Todas as outras situações com uma atmosfera prejudicial para as vias
respiratórias.

A função principal de qualquer tipo de aparelho respiratório é a de proteger


as vias respiratórias do seu utilizador em atmosferas poluídas por partículas,
gases, vapores ou que possuam uma percentagem de oxigénio insuficiente.
Existem dois métodos distintos que permitem assegurar uma proteção
respiratória individual contra atmosferas contaminadas:
• Por purificação do ar respirado;
• Por fornecimento do ar ou de oxigénio, a partir de uma fonte não
contaminada.

Pelo primeiro método, o ar inspirado passa através de um filtro que retém


as impurezas. Os aparelhos que permitem este método são conhecidos por
filtrantes. Este método não pode ser utilizado em locais:
• Fechados sem ventilação;
• Com carência de oxigénio;
• Com concentrações de monóxido de carbono (CO) superiores a 0,25 de
volume (2500 ppm).

Por fornecimento do ar ou de oxigénio, o ar inspirado é transportado por uma


linha de ar ou, em alternativa, o ar ou o oxigénio são fornecidos a partir de
garrafas transportados pelo utilizador. Os aparelhos que permitem este método
são os isolantes.

2.
Aparelhos respiratórios Os aparelhos de proteção respiratória isolantes autónomos denominam-se:
isolantes
• De circuito fechado, quando o ar expirado é novamente utilizado;
• De circuito aberto, quando o ar expirado é lançado para a atmosfera.

O aparelho respiratório isolante de circuito aberto, mais utilizado nos


corpos de bombeiros, é um aparelho portátil de proteção respiratória, isolante
e autónomo, que possui uma fonte portátil de ar comprimido, independente
da atmosfera ambiente.

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Fig. 4.
Aparelhos de proteção respiratória
isolantes.

3.
Os ARICA têm as seguintes características: Aparelho respiratório
• Simplicidade de funcionamento, basta abrir a(s) válvula(s) da(s)
isolante de circuito aberto
garrafa(s);
(ARICA)
• Debita sempre ar fresco com um mínimo de resistência à inspiração;
• Permite verificar a qualquer instante a quantidade de ar disponível através
da leitura do manómetro;
• Facilidade de recarga das garrafas;
• Facilidade de conservação, não exigindo ferramentas nem conhecimentos
especiais.

O ar comprimido encontra-se em uma ou duas garrafas montadas num suporte


dorsal, com as válvulas voltadas para baixo. A pressão de carga pode ser de
200 ou 300 bar, consoante o tipo de garrafas.
Com o ARICA colocado no dorso, a válvula da garrafa abre no sentido dos
ponteiros do relógio – eixo vertical – ou no sentido contrário se for de eixo
horizontal. Para utilizar, a(s) válvula(s) devem ser abertas na totalidade, exceto
¼ de volta, o que permite, de imediato, identificar por tato o sentido da abertura
e do fecho.
O redutor de pressão destina-se a reduzir para 7 bar (± 0,5) a pressão do ar
fornecido pelas garrafas qualquer que seja a pressão no seu interior. A válvula
de segurança dispara a 11 bar (± 2) e assegura a proteção do circuito de média
pressão.
O avisador sonoro de segurança destina-se a indicar, com a antecedência de
cerca de 10 minutos, o esvaziamento da(s) garrafa(s). O apito dispara quando o
manómetro indica uma pressão de 55 bar (± 5) e mantém-se em funcionamento
até ao esvaziamento total da(s) garrafa(s).
O manómetro é uma caixa circular com mostrador luminoso, graduado
de 0 a mais de 350 bar, protegido exteriormente por borracha antichoque.

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Apresenta aos 50 bar uma marca pintada a vermelho ou foto luminescente
que indica a entrada na reserva de ar, logo que se deve abandonar o local
imediatamente.
A unidade de alarme e sinalização destina-se a fornecer as seguintes
informações:
• Consumos de ar instantâneos;
• Pressão residual;
• Temperatura ambiente;
• Autonomia de trabalho;
• Leitura iluminada do visor do manómetro;
• Ativação do APS manual e automática;
• Possibilidade de transmissão do APS por via rádio, para ponto remoto.

A válvula de chamada é compacta e compreende um corpo cilíndrico, ligado


à peça facial por uma união roscada ou de encaixe rápido. É alimentada
diretamente do redutor de alta pressão, através de um tubo flexível de média
pressão. Um botão colocado na válvula de chamada permite, quando acionado,
debitar um fluxo de ar constante.
A peça facial é um conjunto de componentes vulgarmente designado
por máscara. A semi-máscara interior facilita a circulação do ar, impede o
embaciamento do visor e evita que se respire o CO2 expirado, que é lançado
para o exterior através da válvula de expiração. A existência de um diafragma
permite ao utilizador falar e ser ouvido com nitidez.
Na garrafa do ARICA existem inscrições que podem estar marcadas a punção
no topo ou referidas numa tira que circunda a garrafa, quando esta é fabricada
em materiais compósitos:

Fig. 5.
Exemplo de inscrições.

4.
Autonomia respiratória Para se saber qual o volume de ar contido nas garrafas e a autonomia respira-
dos ARICA tória, têm que se conhecer as inscrições e a pressão a que se encontram.
A multiplicação da capacidade da(s) garrafa(s) – em litros de água – pela
pressão indicada no manómetro (bar) permite obter o volume de ar respirável
(litros). Exemplos:
• 9 litros X 300 bar = 2700 litros (volume de ar respirável);
• 9 litros X 200 bar = 1800 litros (volume de ar respirável);
• 6 litros X 300 bar = 1800 litros (volume de ar respirável);

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• 6 litros X 200 bar = 1200 litros (volume de ar respirável);
• (4 litros + 4 litros) X 200 bar = 1600 litros (volume de ar respirável).

A autonomia respiratória depende da reserva de ar e de fatores condicionantes


tais como:
• O grau de atividade física (trabalho);
• As condições físicas do utilizador;
• As condições emocionais tais como medo, excitação, podem aumentar a
frequência cardíaca;
• O treino do utilizador.

Convencionou-se universalmente, que 40 l/min é o débito médio de ar


respirado por um bombeiro em trabalho pesado. Corresponde mais ou menos
ao esforço despendido a andar durante 4 km com o aparelho às costas.

Fig. 6.
Representação do débito médio
de ar respirado por um bombeiro
em trabalho pesado.

Devem ser considerados dois tipos de autonomia:


• Autonomia efetiva: período de tempo, em minutos, correspondente à
capacidade de ar contido na garrafa;
• Autonomia de trabalho: período de tempo, em minutos para trabalho, não
incluindo a reserva de ar do aparelho, que é de cerca de 10 minutos.

A autonomia efetiva determina-se pela:


• Capacidade da garrafa (litros);
• Pressão indicada no manómetro (bar);
• Débito médio respirável.

A fórmula para determinar a autonomia efetiva (em minutos), é a seguinte:


(capacidade da garrafa em litros X pressão indicada no manómetro) : 40 litros/minuto

Exemplos:
6 litros X 300 bar = 1800 litros : 40 litros/minuto = 45 minutos

A autonomia efetiva é igual a 45 minutos.


A autonomia de trabalho é igual à autonomia efetiva (45 minutos) menos os
10 minutos de reserva, ou seja, 35 minutos.

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(4 litros + 4 litros) X 200 bar = 1600 litros : 40 litros/minuto = 40 minutos

A autonomia efetiva é igual a 40 minutos.


A autonomia de trabalho é igual à autonomia efetiva (40 minutos) menos os
10 minutos de reserva, ou seja, 30 minutos.
Por questões de segurança, nunca utilizar um aparelho em que a(s) garrafa(s)
contenha(m) inicialmente menos de 80% de ar da sua carga total, isto é, cuja
pressão seja inferior a 240 bar para as garrafas de 300 bar e 160 bar para as
garrafas de 200 bar.
Outra questão muito importante é a pressão de retorno, ou seja, o valor de
referência para sair em segurança do espaço onde se está a trabalho. A fórmula
para calcular a pressão de retorno é a seguinte:
(pressão indicada no manómetro + 50 bar) : 2

Exemplos:
300 bar + 50 bar = 350 bar : 2 = 175 bar

Isto é, quando o manómetro indica 175 bar, significa que a pressão na garrafa
diminuiu 125 bar e que se dispõe de 125 bar de pressão até à saída, local
onde o apito vai disparar (50 bar). Não esquecer que o manómetro não
mostra o que se gastou, mostra o que falta gastar.
A pressão de retorno é calculada antes de entrar numa atmosfera contaminada
ou carente de oxigénio. No decorrer da progressão, a equipa faz verificações
de rotina e, se já atingiu a pressão de retorno, deve regressar e sair em
segurança.

5.
Regras para utilização Os ARICA podem ser colocados às costas através dos seguintes métodos:
dos ARICA
• Por cima da cabeça do utilizador;
• Diretamente do assento para as costas do utilizador, no caso dos veículos
que dispõem desta opção.

A colocação em funcionamento do ARICA deve ser rápida, objetivo possível


de alcançar através de treino contínuo para adquirir prática e rotina no
manuseamento.
Para além da verificação diária de rotina, o utilizador dos ARICA deve certificar-
-se das condições de operacionalidade do aparelho antes de entrar numa
atmosfera contaminada ou carente de oxigénio;
A verificação deve incidir sobre o seguinte:
• Se a(s) garrafa(s) está carregada (1.º teste de operacionalidade);
• Se o aviso sonoro de segurança funciona (2.º teste de operacionalidade);
• Se a peça facial fica estanque (3.º teste de operacionalidade).

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Fig. 7.
Verificação das condições
de operacionalidade dos ARICA.

Existem quatro regras básicas a respeitar na utilização do ARICA:


• Respirar lenta e profundamente;
• Verificar o manómetro com frequência;
• Ter em atenção a pressão de retorno e regressar imediatamente ao ponto
de saída;
• Utilizar o sistema de débito contínuo de ar apenas em caso de necessidade,
pois aumenta o consumo.

Quando o avisador sonoro de segurança começar a apitar, retirar imediata-


mente do local, pois os minutos de reserva de ar podem ser necessários para
se salvar.

6.
Após a utilização: Manutenção dos ARICA
• Limpar e verificar o estado de funcionamento das precintas, válvulas, tubos,
uniões e do apoio dorsal;
• Limpar, verificar e recarregar a garrafa;
• Lavar a peça facial com um pano ou esponja embebida numa solução de
água e sabão, passar bem por água corrente, desinfetar com uma solução
apropriada e deixar que seque afastada de fontes de calor ou do sol.

Não utilizar álcool ou solventes e seguir as instruções descritas pelo fabrican-


te.

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A manutenção periódica deve ser efetuada por pessoal especializado com
equipamentos de teste adequados. Submeter as garrafas a teste hidráulico a
efetuar por organismo certificado e de acordo com o estipulado nas normas
em vigor. Por serem utilizadas em situação de altas temperaturas e grande
possibilidade de impactos violentos, a periodicidade do teste hidráulico é de
5 em 5 anos.

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UNIDADE
M801U2
Manobras

SESSÃO 1
Tipo de manobras

PROGRAMA

• Estabelecimento de linhas de mangueira;


• Nós e ligações;
• Montagem de bombas e motobombas;
• Manobras de escadas.

ObjetivoS ESPECÍFICOS

No final da sessão os estagiários deverão ser capazes de:

• Identificar os tipos de estabelecimento de linhas de mangueira;


• Descrever as regras a observar no estabelecimento de linhas de manguei-
ra;
• Classificar os nós e ligações;
• Reconhecer o tipo de bombas e motobombas utilizadas pelos corpos de
bombeiros;
• Enumerar as manobras possíveis de efetuar com recurso a escadas manu-
ais e automáticas.

© ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS – 2017 29


1.
Estabelecimento de linhas As manobras de mangueiras englobam a sua utilização, quer em separado,
de mangueira quer em conjunto com outros equipamentos, como agulhetas, disjuntores,
conjuntores, reduções e uniões.
O estabelecimento de linhas de mangueira tem por objetivo a ligação entre uma
fonte de alimentação e o local de utilização. Os estabelecimentos dividem-
se nos seguintes tipos:
• Para trabalho (ataque e proteção);
• Para reabastecimento de veículos.

Os estabelecimentos para trabalho podem ser feitos a partir de:


• Veículos de combate a incêndios;
• Colunas secas e colunas húmidas dos edifícios.

Com os seguintes meios de suporte ou locais de progressão:


• Ao nível do solo, pelo pavimento diretamente ao incêndio;
• Utilizando as escadas e corredores do edifício;
• Através de escaladas, utilizando escadas manuais ou meios elevatórios.

Os estabelecimentos para reabastecimento de veículos, pode ser feito a partir


de:
• Hidrantes existentes na via pública e fachadas dos edifícios (marcos de
incêndio, bocas de incêndio e bocas de rega);
• Veículos tanque de apoio logístico;
• Bombas de aspiração, como motobombas e outras, a partir de cisternas,
poços, rios ou outros mananciais.

No estabelecimento de linhas de mangueira devem observar-se as seguintes


regras:
• A distância entre o incêndio e a saída da bomba do veículo de combate deve
ser calculada, por forma a saber quantos lanços de mangueira vão ser
necessários, incluindo uma reserva, em seios, junto do local da utilização;
• Sempre que possível, o estabelecimento deve ser iniciado com lanços de
maior diâmetro (DN70), até próximo do local do incêndio, sendo desdo-
brado através de disjuntor para uma ou duas linhas de menor diâmetro
(DN38/45);
• Deve evitar-se cruzar arruamentos, colocando os estabelecimentos
paralelamente junto aos passeios, sem cruzamentos entre si, de modo a
serem fácil e rapidamente identificados;
• Não se devem efetuar estabelecimentos sobre objetos cortantes ou
perfurantes, nem sobre zonas queimadas;
• Não deve ser permitida a circulação de veículos sobre os estabelecimentos
sem a colocação de “pontes” para proteção das mangueiras;
• A montagem da linha de alimentação da coluna seca, inicia-se na entrada
da coluna seca e segue em direção ao veículo;
• A montagem da linha de alimentação de um disjuntor colocado no interior
de um edifício, inicia-se no disjuntor e segue em direção ao veículo;
• A montagem da linha de alimentação de um disjuntor colocado no exterior,
inicia-se no veículo e segue em direção ao disjuntor;

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• A abertura e fecho das válvulas de saída da bomba do veículo, disjuntores
e agulhetas deve ser efetuada lentamente, de forma a evitar o chamado
golpe de ariete;
• A abertura da válvula de saída da bomba do veículo, bem como o aumento
de pressão, só devem ser efetuados depois de a equipa estar posicionada
e o porta-agulheta dar essa indicação.

2.
Os nós e ligações mais utilizados pelos bombeiros, são os seguintes: Nós e ligações
• Nós elementares:
– Cote direito e cote inverso;
• Nós de amarrar:
– Nó de correr singelo e nó de correr dobrado;
– Nó de barqueiro ou volta de fiel;
– Lais de guia singelo ou pelo chicote;
– Lais de guia dobrado pelo seio;
– Nó em oito singelo;
– Nó em oito dobrado pelo seio;
• Nós de emendar:
– Nó direito.

3.
As bombas e motobombas são utilizadas para esgotamento de águas, Montagem de bombas
reabastecimento de veículos de combate a incêndios e, ainda, diretamente e motobombas
para ataque ou proteção. As bombas e motobombas podem ser:
• Bombas de incêndio acopladas aos veículos;
• Motobombas rebocáveis;
• Motobombas transportáveis;
• Motobombas flutuantes;
• Eletrobombas;
• Bombas hidráulicas.

4.
As escadas são equipamentos que permitem escalar ou aceder aos edifícios Manobras de escadas
através do parapeito das janelas de peito, do corrimão das janelas de sacada
e da cobertura, para efetuar manobras de salvados e de ventilação tática, bem
como para estabelecer linhas de mangueira para ataque ou proteção.
As escadas podem ser manuais:
• Escada de ganchos;
• Escada extensível.

Ou mecânicas, como as que fazem parte dos veículos com meios elevató-
rios.

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