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UFCD 9876
Organização do
Serviço de Bombeiros

Sessão 9876-S1

Organização dos Corpos de


Bombeiros
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Organização dos
corpos de bombeiros

• Bombeiros;

• Corpos de bombeiros;

• Entidades detentoras dos corpos de bombeiros;

• Outras entidades;
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• Organização interna;

• Regime disciplinar;

120 min. • Deveres, direitos e regalias.

Copyright © 2019 ENB


USO EXCLUSIVO DA ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS
3

No final da sessão o formando deverá ser capaz de:

• Distinguir os tipos de corpos de bombeiros;


• Identificar as entidades detentoras dos corpos de
bombeiros;
• Elencar os quadros e carreiras dos corpos de
bombeiros;
• Discriminar o modelo de organização interna dos
corpos de bombeiros; 3

• Distinguir o regime disciplinar dos bombeiros


voluntários;
• Reconhecer os deveres, direitos e regalias dos
bombeiros.
Bombeiros
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Missão dos bombeiros


Proteger vidas humanas e bens em perigo, mediante a
prevenção e extinção de incêndios, o socorro de feridos, doentes
ou náufragos, e a prestação de outros serviços previstos nos
regulamentos internos e demais legislação aplicável.
Bombeiros
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Competências exigidas aos bombeiros

A que chamamos competência?

• Competência é um saber agir responsável e que é


reconhecido pelos outros;

• Implica saber como mobilizar, integrar e transferir os


conhecimentos, recursos e habilidades, num contexto
profissional determinado.
Bombeiros
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Para ser competente é necessário:

1) Adaptar-se à singularidade da questão atual, do problema


a ser resolvido;

Bombeiros
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Para ser competente é necessário:


2) Valer-se do stock de recursos cognitivos (conhecimentos);



Bombeiros
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Para ser competente é necessário:


3) Mobilizar e adaptar tais conhecimentos para que seja


possível decidir e agir corretamente com segurança,
rapidez e tranquilidade suficientes.
Bombeiros
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A FORMAÇÃO é a base da COMPETÊNCIA

Dá-nos os conhecimentos, o saber-fazer,

mas,

só por si, não nos torna competentes.

Ser competente é saber: Como, Quando, Onde e Porquê


aplicamos determinados conhecimentos e não outros.
Bombeiros
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Competências técnicas

Estão relacionadas com a Inteligência Intelectual, ou seja, a


quantidade de conhecimentos formais e académicos que o
indivíduo conseguiu adquirir (formação académica, formação
profissional, domínio de idiomas, etc.)
Bombeiros
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Competências relacionais

Dizem respeito à Inteligência Emocional, ou seja, o nível de


equilíbrio e adequação com que o indivíduo interage com o
meio em que está inserido.
Bombeiros
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Bombeiro: veículo da imagem da instituição

Todos os bombeiros são, de alguma forma,


Relações Públicas da instituição.

A imagem da instituição é transmitida para o exterior através


da qualidade do serviço prestado, do cumprimento da Missão
a que se propôs, com base nos princípios de solidariedade e
transparência.
Bombeiros
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Bombeiro: veículo da imagem da instituição

Quando em serviço, e mesmo fora dele, cada bombeiro é a


face da instituição que representa.
Bombeiros
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Bombeiro: veículo da imagem da instituição

A IMAGEM pode estar em causa:


− Na relação com superiores hierárquicos e com colegas;
− No atendimento telefónico;

Bombeiros
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Bombeiro: veículo da imagem da instituição


− Na relação com a população;


− Nos contactos com a comunicação social.
Bombeiros
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Fatores que afetam negativamente a imagem

• Desconhecimento do trabalho ou trabalho mal executado:


− Os erros são cada vez menos tolerados, principalmente
numa área tão sensível como o socorro;
• Aparência física:
− Apresentação pouco cuidada, desleixo com o fardamento e
com o equipamento de proteção individual (EPI);
• Comportamento:
− Arrogância, atitudes de abandono e imagem de
“coitadinho”.
Corpos de bombeiros
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Corpo de bombeiros

• Corpo de bombeiros é uma unidade operacional oficialmente


homologada e tecnicamente organizada, preparada e equipada
para o cabal exercício das missões atribuídas na Lei;

• Os corpos de bombeiros regem-se pelo princípio da unidade de


comando, que determina que todos os seus elementos atuam
sob um comando hierarquizado único;

• Cada corpo de bombeiros é detido por uma entidade pública ou


privada que o cria e mantém em atividade com observância do
disposto na legislação aplicável.
Corpos de bombeiros
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Missões

• A prevenção e o combate a incêndios;


• O socorro às populações, em caso de incêndios, inundações,
desabamentos e, de um modo geral, em todos os acidentes;
• O socorro a náufragos e buscas subaquáticas;
• O socorro e transporte de acidentados e doentes, incluindo a urgência
pré-hospitalar, no âmbito do sistema integrado de emergência médica;

Corpos de bombeiros
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Missões

• A emissão, nos termos da lei, de pareceres técnicos em matéria de


prevenção e segurança contra riscos de incêndio e outros sinistros;
• A participação em outras atividades de proteção civil, no âmbito do
exercício das funções específicas que lhes forem cometidas;
• O exercício de atividades de formação e sensibilização, com
especial incidência para a prevenção do risco de incêndio e
acidentes junto das populações;

Corpos de bombeiros
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Missões

• A participação em outras ações e o exercício de outras


atividades, para as quais estejam tecnicamente
preparados e se enquadrem nos seus fins específicos e
nos fins das respetivas entidades detentoras;
• A prestação de outros serviços previstos nos regulamentos
internos e demais legislação aplicável.
Corpos de bombeiros
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Tipos de corpos de bombeiros

Nos municípios podem existir os seguintes corpos de bombeiros:


− Corpos de bombeiros profissionais (sapadores);
− Corpos de bombeiros mistos;
− Corpos de bombeiros voluntários;
− Corpos privativos de bombeiros.
Corpos de bombeiros
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Corpos de bombeiros profissionais

• São criados, detidos e mantidos na dependência direta de


uma câmara municipal;

• São exclusivamente integrados por elementos


profissionais;

• Detêm uma estrutura que pode compreender a existência


de regimentos, batalhões, companhias ou secções, ou pelo
menos, de uma destas unidades estruturais;

• Designam-se bombeiros sapadores.


Corpos de bombeiros
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Corpos de bombeiros mistos

• São dependentes de uma câmara municipal ou de uma


associação humanitária de bombeiros;

• São constituídos por bombeiros profissionais e por


bombeiros voluntários, sujeitos aos respetivos regimes
jurídicos;

• Estão organizados, de acordo com o modelo próprio,


definido pela respetiva câmara municipal ou pela
associação humanitária de bombeiros.
Corpos de bombeiros
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Corpos de bombeiros voluntários

• Pertencem a uma associação humanitária de bombeiros;


• São constituídos por bombeiros em regime de voluntariado;
• Podem dispor de uma unidade profissional mínima.
Corpos de bombeiros
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Corpos privativos de bombeiros

• Pertencem a uma pessoa coletiva privada que tem


necessidade, por razões da sua atividade ou do seu
património, de criar e manter um corpo profissional de
bombeiros para autoproteção;

• São integrados por bombeiros com a formação adequada;

• Organizam-se segundo um modelo adequado às suas


missões e objetivos;

• Atuam dentro dos limites da propriedade da entidade ou


entidades à qual pertencem, podendo atuar fora quando
requisitados pelas autoridades competentes.
Corpos de bombeiros
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Área de atuação

Cada corpo de bombeiros tem a sua área de atuação, de


acordo com os seguintes princípios:
− A área de atuação de cada corpo de bombeiros é
correspondente à do município onde se insere, se for o
único existente;
− Se existirem vários corpos de bombeiros voluntários no
mesmo município, as diferentes áreas de atuação
correspondem a uma parcela geográfica que coincide,
em regra, com uma ou mais freguesias contíguas.

Corpos de bombeiros
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Área de atuação

– Existindo no mesmo município um corpo de bombeiros


profissional ou misto detido por município e um ou mais
corpos de bombeiros voluntários ou mistos detidos por
associações humanitárias de bombeiros, a
responsabilidade de atuação prioritária cabe ao corpo de
bombeiros profissional ou, quando este não exista, ao
corpo de bombeiros misto detido pelo município, sem
prejuízo de eventual primeira intervenção de algum dos
outros em benefício da rapidez e prontidão do socorro.

Corpos de bombeiros
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Área de atuação

– Havendo no mesmo município, apenas, vários corpos de


bombeiros voluntários ou mistos detidos pelas associações
humanitárias de bombeiros, a responsabilidade de atuação
prioritária cabe ao corpo de bombeiros da respetiva área
de atuação, ainda que exista intervenção conjunta de
outros corpos de bombeiros, sem prejuízo de eventual
primeira intervenção de algum dos outros em benefício da
rapidez e prontidão do socorro.
Corpos de bombeiros
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Tutela dos corpos de bombeiros

• A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)


exerce a tutela sobre os corpos de bombeiros, ressalvando a
autonomia das entidades detentoras:
− Definição das áreas de atuação;
− Coordenação, inspeção técnica e comando operacional
integrado, no âmbito e de acordo com o sistema
integrado de operações de socorro (SIOPS);
− Homologação da adequação técnico-operacional de
veículos e definição das características técnicas de
veículos e equipamentos;
− Definição dos programas de formação e instrução.
Corpos de bombeiros
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Tutela dos corpos de bombeiros

• A tutela da ANEPC sobre os corpos de bombeiros mistos e


voluntários criados e detidos pelas AHB é exercida, ainda, nas
seguintes áreas:
− Aprovação dos regulamentos internos;
− Homologação dos quadros de pessoal.
• As câmaras municipais dão conhecimento à ANEPC dos
regulamentos internos e dos quadros de pessoal dos respetivos
corpos de bombeiros.
Entidades detentoras dos corpos de bombeiros
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Tendo em conta o tipo de corpos de bombeiros, existem as


seguintes entidades detentoras:
− Câmaras municipais, que detêm corpos de bombeiros
profissionais (sapadores) e corpos de bombeiros mistos
(designados por municipais);
− Associações humanitárias de bombeiros (AHB), que
detêm corpos de bombeiros voluntários e corpos de
bombeiros mistos;
− Empresas privadas, que detêm corpos privativos de
bombeiros.
Entidades detentoras dos corpos de bombeiros
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Associações humanitárias de bombeiros

• São pessoas coletivas sem fins lucrativos que têm como


desígnio principal a proteção de pessoas e bens,
designadamente o socorro de feridos, doentes ou
náufragos, e a extinção de incêndios, detendo e mantendo
em atividade, para o efeito, um corpo de bombeiros
voluntários ou misto, com a observância do definido no
regime jurídico dos corpos de bombeiros;
• Em cada associação humanitária de bombeiros há um
órgão deliberativo (assembleia-geral), um órgão colegial de
administração (direção) e um órgão de fiscalização
(conselho fiscal).
Outras entidades
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Confederação e federações

• A Liga dos Bombeiros Portugueses é a Confederação


Nacional que congrega as federações de bombeiros e
entidades públicas, sociais e privadas, que mantêm corpos
de bombeiros, sendo uma das suas competências a
gestão do Fundo de Proteção Social do Bombeiro;

• As federações de bombeiros são constituídas por


associações humanitárias de bombeiros e têm por
finalidade promover a articulação de objetivos e a
integração de projetos e programas.
Outras entidades
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Agrupamentos e Escola Nacional de Bombeiros

• Os agrupamentos de associações humanitárias de bombeiros podem


ser criadas nos concelhos onde exista mais de uma associação para
promoverem a gestão comum das associações e dos corpos de
bombeiros que estas detenham.

• A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) é uma entidade privada sem


fins lucrativos que tem como associados a Autoridade Nacional de
Emergência e Proteção Civil e a Liga dos Bombeiros Portugueses;
• Possui três centros de formação:
− Sintra (sede da ENB);
− S. João da Madeira;
− Lousã.
Organização interna
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Corpos de bombeiros detidos por câmaras municipais

• O provimento na estrutura de comando dos corpos de bombeiros


profissionais ou mistos na dependência de municípios é feita de
acordo com o regime a definir em decreto-lei;

• A carreira de oficial bombeiro dos corpos profissionais ou mistos na


dependência dos municípios desenvolve-se de acordo com o regime
a definir em decreto-lei.
Organização interna
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Corpos de bombeiros detidos por câmaras municipais

• Os quadros dos corpos de bombeiros profissionais e mistos detidos


pelos municípios, bem como dos corpos de bombeiros privativos,
estruturam-se de acordo com o regime a definir em diploma próprio;

• A dotação de recursos humanos dos quadros de comando e ativo


dos corpos de bombeiros profissionais e mistos detidos e mantidos
na dependência de um município é fixada em decreto-lei.
Organização interna
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Corpos de bombeiros detidos por câmaras municipais


• O pessoal profissional que compõe os corpos de bombeiros
sapadores e mistos, integra o quadro de comando e o quadro ativo:
Comandante
2.º comandante
Adjunto técnico

Quadro ativo
Chefe principal
Chefe de 1.ª classe
Chefe de 2.ª classe
Subchefe principal
Subchefe de 1.ª classe
Subchefe de 2.ª classe
Sapador bombeiro
Organização interna
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Categorias dos bombeiros sapadores


Organização interna
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Corpos de bombeiros detidos por AHB


Tipologia

A dotação em recursos humanos dos corpos de bombeiros


mistos e voluntários detidos e mantidos na dependência de
uma associação humanitária de bombeiros tem a seguinte
tipologia:
− Tipo 4: até 60 elementos;
− Tipo 3: até 90 elementos;
− Tipo 2: até 120 elementos;
− Tipo 1: superior a 120 elementos.
Organização interna
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Corpos de bombeiros detidos por AHB


Quadros de pessoal
• Os elementos que compõem os corpos de bombeiros
voluntários ou mistos, integram os seguintes quadros de
pessoal:
− Quadro de comando;
− Quadro ativo;
− Quadro de reserva;
− Quadro de honra;
• O pessoal dos quadros de comando e ativo pode
encontrar-se na situação de atividade no quadro ou na
situação de inatividade no quadro.
Organização interna
41

Corpos de bombeiros detidos por AHB


Quadros de pessoal

• O quadro de comando é constituído pelos elementos do corpo


de bombeiros a quem é conferida a autoridade para organizar,
comandar e coordenar as atividades exercidas pelo respetivo
corpo, incluindo, a nível operacional, a definição estratégica dos
objetivos e das missões a desempenhar;
• O quadro ativo é constituído pelos elementos aptos para a
execução das missões do corpo de bombeiros, normalmente
integrados em equipas, em cumprimento das ordens que lhes
são determinadas pela hierarquia, bem como das normas e
procedimentos estabelecidos;

Organização interna
42

Corpos de bombeiros detidos por AHB


Quadros de pessoal

• O quadro de reserva é constituído pelos elementos que atinjam o limite


de idade para permanecer na respetiva carreira ou que, não podendo
permanecer nos restantes quadros por motivos profissionais ou
pessoais, ou ainda motivos de saúde que revelem incapacidade ou
dificuldade no exercício das suas funções, bem como pelos elementos
que não cumpram o serviço operacional;
• O quadro de honra é constituído pelos elementos com 40 ou mais anos
de idade que, com zelo, dedicação, disponibilidade e abnegação,
exerceram funções ou prestaram serviço efetivo durante 15 ou mais
anos, nos quadros de comando e ativo e, ainda aquele que adquiriram
incapacidade por doença ou acidente ocorrido em serviço ou tenham
prestado serviços de caráter relevante à causa dos bombeiros.
Organização interna
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Corpos de bombeiros detidos por AHB


Estrutura do quadro de comando
• O quadro de comando é composto por:
− Comandante;
− 2.º comandante;
− Adjuntos de comando.
• Ao comandante compete o comando, direção, administração e
organização da atividade do corpo de bombeiros, sendo o primeiro
responsável pelo desempenho do corpo e dos seus elementos, no
cumprimento das missões que lhes são cometidas;
• O comandante é coadjuvado nas suas funções pelo 2.º comandante,
que o substitui na sua ausência e impedimentos, e pelos adjuntos de
comando.
Organização interna
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Corpos de bombeiros detidos por AHB


Estrutura do quadro de comando

• O número de adjuntos de comando permitido depende da


tipologia do corpo de bombeiros:
− Tipo 4: um adjunto;
− Tipo 3: um adjunto;
− Tipo 2: dois adjuntos;
− Tipo 1: três adjuntos.

• As designações para os cargos de comando são feitas


pela direção da associação humanitária de bombeiros e
homologadas pela ANEPC, por um período de cinco anos,
renovável por iguais períodos.
Organização interna
45

Carreiras do quadro ativo dos bombeiros voluntários

• O quadro ativo compreende as seguintes carreiras:


− Carreira de oficial bombeiro;
− Carreira de bombeiro voluntário;
− Carreira de bombeiro especialista.
• À carreira de oficial bombeiro correspondem funções
técnicas superiores de chefia;
• À carreira de bombeiro correspondem funções de
execução e chefia intermédia;
• À carreira de bombeiro especialista correspondem funções
especializadas de apoio e socorro.
Organização interna
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Categorias das carreiras do quadro ativo dos bombeiros voluntários


• Carreira de oficial bombeiro:
− Oficial bombeiro superior;
− Oficial bombeiro principal;
− Oficial bombeiro de 1.ª;
− Oficial bombeiro de 2.ª.
• Carreira de bombeiro voluntário:
− Chefe;
− Subchefe;
− Bombeiro de 1.ª;
− Bombeiro de 2.ª;
− Bombeiro de 3.ª.
• Carreira de bombeiro especialista:
− Bombeiro especialista.
Organização interna
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Outras categorias dos bombeiros voluntários

• O quadro ativo comporta, ainda, as seguintes categorias de ingresso:


− Estagiário da carreira de oficial bombeiro;
− Estagiário da carreira de bombeiro voluntário;
− Estagiário da carreira de bombeiro especialista.
• Os corpos de bombeiros podem, também, criar e deter escolas de
infantes e cadetes, aos quais é vedado o exercício de atividade
operacional;
• Os infantes podem alistar-se entre os 6 e os 13 anos de idade;
• Os cadetes podem alistar-se entre os 14 e os 16 anos de idade.
Organização interna
48

Estagiários das carreiras de bombeiro voluntário

Antes do início do período probatório em contexto de trabalho, aos


estagiários só é permitido:
− Frequentar os cursos de formação para ingresso na carreira
respetiva;
− Participar em ações de sensibilização, dinamização e motivação
para a missão dos corpos de bombeiros;
− Auxiliar na manutenção de equipamentos;
− Cooperar na verificação das cargas dos veículos de socorro;
− Participar em atividades de âmbito logístico e administrativo;
− Participar na instrução contínua, executando tarefas simples de
montagem e utilização de equipamentos, sob a orientação direta
do tutor e desde que garantida a sua segurança.
Organização interna
49
Organização interna
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• O modelo base de organização compreende:


− Estrutura de comando;
− Estrutura operacional;
− Núcleo de apoio e estado-maior.
• A estrutura operacional compreende as seguintes unidades:
− Companhia;
− Secção;
− Brigada;
− Equipa.
• O núcleo de apoio e estado-maior deve compreender as
seguintes áreas:
− Planeamento, operações e informações;
− Pessoal e instrução;
− Logística e meios especiais;
− Comunicações.
Organização interna
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Estrutura operacional dos corpos de bombeiros

• Companhia: integra duas ou três secções, o comandante


de companhia e um adjunto (oficiais bombeiros de 1.ª ou de
2.ª) = entre 48 e 83 bombeiros;

• Secção: integra duas brigadas e o chefe de secção (chefe)


= entre 23 e 27 bombeiros;

• Brigada: integra duas equipas e o chefe de brigada


(subchefe) = entre 11 e 13 bombeiros;

• Equipa: integra cinco ou seis bombeiros um dos quais é o


chefe de equipa (bombeiro de 1.ª) = 5 ou 6 bombeiros.
Organização interna
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Serviço operacional do bombeiro voluntário

• Consiste na execução das atividades decorrentes da missão do


corpo de bombeiros, nos termos especificamente definidos para
cada carreira;

• Para efeitos de permanência na situação de atividade no quadro,


bem como para obtenção dos direitos, benefícios e regalias, os
oficiais bombeiros e os bombeiros voluntários têm a obrigação
de prestar anualmente o tempo mínimo de 200 horas de serviço
operacional, sendo, no mínimo, 40 horas de instrução;

• No caso do bombeiro especialista, o tempo mínimo de serviço


operacional é de 75 horas, das quais, 25 correspondem a
instrução, ministrada ou recebida.
Organização interna
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Serviço operacional do bombeiro voluntário

• O serviço operacional do oficial bombeiro, inclui as atividades


de estado-maior, ministrar e receber instrução e as atividades
de socorro, piquete e simulacro ou exercício;
• O serviço operacional do bombeiro voluntário, inclui as
atividades de socorro, piquete, simulacro ou exercício e
instrução;
• O serviço operacional do bombeiro especialista, inclui as
atividades de socorro, piquete, simulacro ou exercício e
instrução, dentro da área funcional para a qual esteja
habilitado;
• Transitam para o quadro de reserva, os elementos do quadro
ativo que não tenham, durante o período de referência,
efetuado o tempo mínimo de serviço operacional.
Organização interna
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Avaliação de desempenho do bombeiro voluntário

• Os bombeiros do quadro ativo são sujeitos a avaliação


periódica do seu desempenho, com relevo para a
progressão na carreira;

• O ciclo de avaliação do desempenho dos oficiais


bombeiros e dos bombeiros voluntários é anual e o
respetivo processo tem lugar nos meses de janeiro a
março e a avaliação reporta-se ao desempenho do ano
civil anterior.
Organização interna
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Avaliação de desempenho do bombeiro voluntário

• A avaliação deve privilegiar o mérito e o cumprimento dos


objetivos previamente fixados, distinguindo os elementos
mais competentes;

• A avaliação do desempenho incide sobre as seguintes


componentes:
− Resultados: obtidos na prossecução de objetivos
individuais em articulação com as atividades do corpo
de bombeiros;
− Competências: que visa avaliar os conhecimentos,
capacidades técnicas e comportamentais adequadas
ao exercício das diferentes funções de bombeiro.
Regime disciplinar
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• Aos bombeiros profissionais (sapadores e municipais) aplica-se o


estatuto disciplinar dos trabalhadores que exercem funções
públicas;

• Aos bombeiros voluntários aplica-se um regulamento disciplinar


próprio e subsidiariamente o estatuto disciplinar dos trabalhadores
que exercem funções públicas
Regime disciplinar
57

Penas disciplinas aplicáveis ao bombeiro voluntário

• As penas disciplinares que podem ser aplicadas aos bombeiros


voluntários, são as seguintes:
− Advertência;
− Repreensão escrita;
− Suspensão de 10 até 180 dias;
− Demissão.

• As penas de suspensão e de demissão são aplicadas mediante


processo disciplinar.
Regime disciplinar
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Penas disciplinas aplicáveis ao bombeiro voluntário

• A aplicação da pena de advertência é da competência de


todos os superiores hierárquicos em relação aos
bombeiros que lhes estejam subordinados;

• A aplicação das penas de repreensão escrita, de


suspensão e de demissão é da competência do
comandante do corpo de bombeiros;

• A aplicação de pena disciplinar de repreensão escrita ou


superior é publicada em ordem de serviço, registada no
processo individual do arguido e comunicada à entidade
detentora do corpo de bombeiros e à ANEPC.
Regime disciplinar
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Penas disciplinas aplicáveis ao bombeiro voluntário

• A pena de suspensão determina enquanto durar a suspensão:


− O não exercício do cargo ou função;
− A proibição do uso de uniforme e de entrada na área
operacional do quartel, salvo convocação do comandante;
− A perda da contagem do tempo de serviço durante o
cumprimento da pena.

• A pena de demissão determina, sem prejuízo de anulação da


pena, a impossibilidade de novo ingresso em qualquer corpo de
bombeiros.
Deveres, direitos e regalias
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Licenças e mobilidade do bombeiro voluntário

• Aos bombeiros voluntários podem ser concedidas licenças, no


âmbito da atividade do corpo de bombeiros, nomeadamente
por motivo de férias, doença e parentalidade, cuja duração
máxima é de um ano.

• As licenças são concedidas pelo comandante.

• Aos bombeiros voluntários do quadro ativo é permitida a


transferência entre corpos de bombeiros, desde que
satisfeitas as seguintes condições:
− Existência de vaga no quadro do corpo de bombeiros de
destino;
− O pedido não seja feito por motivos disciplinares.
Deveres, direitos e regalias
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Impedimentos do bombeiro voluntário

• O exercício de funções num corpo de bombeiros impede o


exercício, em simultâneo, de funções noutro corpo de bombeiros
ou em qualquer outra organização pública ou privada cuja
atividade colida com os fins e interesses da entidade detentora
do corpo de bombeiros, nomeadamente nos domínios do
socorro, do transporte de doentes e da prevenção e segurança
contra riscos de incêndio.

• O pessoal do quadro ativo está impedido de exercer funções de


presidência dos órgãos sociais da respetiva associação
humanitária de bombeiros.
Deveres, direitos e regalias
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Deveres do bombeiro
• Cumprir a Lei, o estatuto e os regulamentos;
• Defender o interesse público e exercer as funções que lhe forem
confiadas com dedicação, competência, zelo, assiduidade, obediência e
correção;
• Zelar pela atualização dos seus conhecimentos técnicos e participar nas
ações de formação que lhe forem facultadas;
• Cumprir as normas de higiene e segurança;
• Cumprir as normas de natureza operacional, com pontualidade e
exercício efetivo das funções;
• Cumprir com prontidão as ordens relativas ao serviço emanadas dos
superiores hierárquicos;
• Usar o fardamento e equipamento adequado às ações em que participe.
Deveres, direitos e regalias
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Direitos do bombeiro
• Usar uniforme e distintivos nos termos da regulamentação própria; (*)
• Receber condecorações pelo mérito e abnegação demonstrados no
exercício das suas funções, nos termos de regulamento próprio; (*)
• Beneficiar de regime próprio de segurança social;
• Receber indemnizações, subsídios e pensões, bem como outras
regalias legalmente previstas, em caso de acidente de serviço ou
doença contraída ou agravada em serviço; (*)
• Frequentar cursos, colóquios e seminários tendo em vista a sua
educação e formação pessoal, bem como a instrução, formação e
aperfeiçoamento como bombeiro; (*)

Deveres, direitos e regalias
64

Direitos do bombeiro

• Beneficiar de seguro de acidentes pessoais, uniformizado e


atualizado, por acidentes ocorridos no exercício das funções de
bombeiro, ou por causa delas, que abranja os riscos de morte e
invalidez permanente, incapacidade temporária e despesas de
tratamento; (*)
• Beneficiar de vigilância médica da saúde através de inspeções
médico-sanitárias periódicas e ainda da vacinação adequada,
estabelecida para os profissionais de risco; (*)
• Beneficiar da bonificação em tempo, para efeitos de aposentação ou
reforma, relativamente aos anos de serviço prestado como bombeiro;

Deveres, direitos e regalias
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Direitos do bombeiro

• Ser integralmente ressarcido, através de um fundo próprio, das


comparticipações ou pagamentos a seu cargo das despesas com
assistência médico-medicamentosa, médico-cirúrgica e dos elementos
e exames auxiliares de diagnóstico, internamentos hospitalares,
tratamentos termais, próteses, fisioterapia e recuperação funcional,
desde que tais encargos não devam ser suportados por outras
entidades, por virtude de lei ou de contrato existente e válido, e
decorram de acidente de serviço ou doença contraída ou agravada em
serviço ou por causa dele; (*)
• Ter acesso a um sistema de segurança, higiene e saúde no trabalho
organizado nos termos da legislação vigente, com as necessárias
adaptações.
(*) Igualmente aplicáveis ao bombeiro especialista
Deveres, direitos e regalias
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Regalias do bombeiro

Estão previstas as seguintes regalias, com algumas exceções para


a carreira de bombeiro especialista:
− Educação;
− Patrocínio judiciário;
− Pensão de preço de sangue;
− Aumento de tempo de serviço para efeitos de aposentação;
− Bonificação de pensões;
− Seguro Social Voluntário;
− Assistência médica e medicamentosa;
− Seguro de acidentes pessoais.
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Bombeiros;

Corpos de bombeiros;

Entidades detentoras dos corpos de bombeiros;

Outras entidades;

Organização interna;

Regime disciplinar;

Deveres, direitos e regalias.


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VERSÃO 1
2018

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