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BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL - INTRODUÇÃO AO

CURSO

QUEM SOMOS

O bombeiro Civil é o profissional exclusivo de Segurança Contra Incêndio (SCI) que presta
serviço em uma planta industrial, uma edificação ou em um evento, podendo ser pública ou
privada. Na maior parte das empresas será dele a visão técnica dos pontos críticos e a
orientação para minimizar ou inibir os riscos relacionados à segurança contra incêndio.

O bombeiro civil irá atuar no momento da ocupação da edificação, para isso é necessário
um bom conhecimento da gestão dos equipamentos e dos sistemas de segurança contra
incêndio.

O sistema de segurança contra incêndio é composto por diversos equipamentos, mas o


bombeiro civil, na grande maioria, não aprende durante o curso como manter um bom
funcionamento ou como orientar o bom gerenciamento.

Por isso há necessidade de aprofundar conhecimentos relacionados aos sistemas presente


no ambiente protegido.

Os principais sistemas que devem fazer parte de vistorias internas e rotineiras são:

Extintores de Incêndio, Hidrantes e Mangotinhos, Chuveiros Automáticos (SPRINKLER),


Sinalização e Iluminação, Detecção e Alarme, Saídas de emergência (rotas de fuga),
Brigada de Incêndio, Compartimentação (Atenção principal voltada para materiais de
acabamento)

O BOMBEIRO CIVIL NÃO É UM BRIGADISTA


A brigada de emergência ou brigada de incêndio é um grupo de pessoas voluntárias
ou indicadas, ou seja, trabalha em outros setores da empresa e sua tarefa principal não
tem relação com a segurança contra Incêndio. Ela passa por treinamento de
capacitação para executar vistorias promovendo a prevenção dos riscos e em um momento
de emergência fará o combate e retirada das pessoas.

O BOMBEIRO CIVIL NÃO É UM BOMBEIRO MILITAR

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O bombeiro civil tem função muito diferente da função do bombeiro público, a atuação
desses dois profissionais deve ser complementar em caso de incêndio. O Bombeiro Civil
deve saber o momento de acionar o Bombeiro Público, tendo em mente o tempo de
resposta (tempo entre o acionamento do bombeiro público e a chegada no local da
emergência) e os equipamentos que o bombeiro deverá fazer uso para atender aquela
emergência

Obs.: O tempo de resposta necessário é aquele em que a ajuda externa, neste caso do
bombeiro público, chegará com os equipamentos adequados à sua edificação.

ATRIBUIÇÕES DE UM BOMBEIRO CIVIL

O bombeiro civil deve se dedicar principalmente à prevenção. Vejamos alguns pontos


importantes.

1 - Conhecer o Plano de Emergência Contra Incêndio da Planta

O bombeiro civil assim como a brigada voluntária deve ter pleno conhecimento do
plano de emergência. O profissional deve ter bem definido o passo-a-passo para
ação no momento da emergência. Não é competência do profissional bombeiro civil
implementar o plano de emergência, contudo, ele deve gerar informações que
resultem num plano bem contextualizado.

2 - Identificar os Perigos e Avaliar os Riscos Existentes

Identificar perigos é um exercício fundamental para antecipar suas ações quando for
acionado. Relatar os riscos é muito importante para gerar informações específicas
para a confecção do plano de emergência.

3 - Inspecionar Cada Equipamento de Combate a Incêndio

Realizar com frequência uma varredura nos equipamentos de proteção contra


incêndio. Se não existir, faça uma planilha com as datas das inspeções. Como
medida suplementar de segurança, vá até as empresas que fazem os testes e
manutenções e confira ponto a ponto as normas regulamentadoras de cada
equipamento.

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4 - Registrar Suas Atividades Diárias e Relatar Formalmente as Irregularidades
Encontradas, Com Propostas e Medidas Corretivas Adequadas e Posterior
Medida De Execução

Muitos prevencionistas tem desconhecimento, mas a NBR 14023 exige o


preenchimento de registros diários da atividade do bombeiro. Em casos de incêndio,
estes registros podem e devem servir de base para a investigação do sinistro.

IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS DO CURSO

O Bombeiro Profissional Civil deve ter sua formação Básica de no mínimo 210h/aula em
Instituição Credenciada em SP, pelo CBPMESP, ter um ótimo condicionamento físico,
equilíbrio emocional para resolver todo tipo de situação e desejo de servir a população
salvando vidas. Além disso, este profissional deve ter raciocínio rápido; resistência física;
disciplina; coragem; liderança; boa saúde; capacidade de trabalhar em equipe, de trabalhar sob
pressão, de não se abalar quando se depara com pessoas acidentadas e de decidir e de
cumprir ordens. Dentre as principais atividades do BPC, podemos citar: - Cooperar com a
defesa civil. - Fazer salvamentos e buscas em todo tipo de ambiente. - Realizar perícias de
incêndios. - Socorrer pessoas em risco de morte em inundações, catástrofes e desabamentos.
- Educar a população, através de palestras em escolas, por exemplo, para conscientizá-la
sobre a prevenção de incêndios. - Orientar as pessoas sobre os riscos oferecidos por piscinas,
balões, insetos, fogos de artifício, etc. Há estados onde o Bombeiro Civil está associado à
Polícia Militar, neste caso, o recrutamento é feito através de concurso público, para cargos
subordinados na hierarquia Militar.

HISTÓRICO DO BOMBEIRO CIVIL NO BRASIL

A história desses bravos homens do fogo remonta dois séculos onde homens e mulheres com
o espírito de comunhão partiam de suas casas em direção ao incêndio com seus baldes sob o
braço, formavam-se grandes filas de pessoas e assim a água ia sendo conduzida em direção
ao fogo para extinção. Em meados de 1850 um pequeno grupo, agora mais organizado
denominados bombeiros da corte, é formado a fim de dar maior suporte e combater incêndios
com maior eficiência, isso é feito em 2 de julho de 1852, que é inclusive o do bombeiro . O
bombeiro a partir daí, vem evoluindo e melhorando suas técnicas e organização para o
trabalho. Em 1875 há uma primeira tentativa de formar um serviço de Bombeiros agregado a
guarda civil. Com um efetivo de apenas 10 homens, eles são chamados de turma de
bombeiros. Então podemos dizer que o termo bombeiro civil nasce desta primeira organização
bombeiro x guarda civil. Em 1882 o Bombeiro começa a compor nas províncias do Brasil o
efetivo das polícias militares surge aí o Corpo de Bombeiros Militar. Mais ainda assim aquelas
pessoas de bom coração cuja vontade era ajudar o próximo continuaram a desenvolver um
trabalho junto à comunidade, protegendo e atuando em incêndios de forma a fornecer uma
rápida resposta a população, os processos no decorrer do tempo vem evoluindo assim como a

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organização e os procedimentos. A associação brasileira de normas técnicas ABNT, vendo
uma necessidade de padronização na formação do bombeiro civil, bem como uma
regulamentação de como e onde poderiam ser alocados para um trabalho mais efetivo no
combate a sinistro cria-se uma série de procedimentos para a formação e o dimensionamento
do bombeiro civil, a partir da ABNT 14608, o bombeiro passa a ter um currículo mínimo de
competências necessárias para o trabalho profissional de bombeiro civil.

O ministério do trabalho e emprego MTE, classifica a profissão como:


Bombeiro Civil CBO (Classificação Brasileiro de
Ocupação)5171-10.

"Agente de investigação de incêndio, Bombeiro de empresas particulares, Bombeiro de


estabelecimentos comerciais, Bombeiro de estabelecimentos industriais, Bombeiro de
segurança do trabalho". Tendo sua descrição sumária da seguinte maneira: Previnem
situações de risco e executam salvamentos terrestres, aquáticos e em altura, protegendo
pessoas e patrimônios de incêndios, explosões, vazamentos, afogamentos ou qualquer outra
situação de emergência, com o objetivo de salvar e resgatar vidas; prestam primeiros socorros,
verificando o estado da vítima para realizar o procedimento adequado; realizam cursos e
campanhas educativas, formando e treinando equipes, brigadas e corpo voluntário de
emergência.

Em 12 de janeiro de 2009 o Presidente da República sanciona a Lei 11901/09 , que


dispõe sobre a profissão bombeiro civil, nesta lei dentre outras coisas diz o seguinte:

"Considera-se Bombeiro Civil aquele que, habilitado nos termos desta Lei, exerça, em
caráter habitual, função remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio,
como empregado contratado diretamente por empresas privadas ou públicas,
sociedades de economia mista, ou empresas especializadas em prestação de serviços
de prevenção e combate a incêndio." Consolidando com esta lei, os direitos e deveres
do bombeiro civil.

ESTATÍSTICAS DE INCÊNDIO NO BRASIL EM


2017:

4
200
Comércio

Outros 4

Serviço Profissional 59

Serviço de Saúde e Institucional 22

Local de Reunião 74
(Pública/igreja/estádio/clube/restaurante)

Prédio e Empresa Pública 30

Indústria 137

Educacional e Cultura Física 44

Depósito 83

Fonte: https://sprinklerbrasil.org.br/instituto-sprinkler-brasil/estatisticas/estatiticas-
2017-an ual/

Aspectos legais:

A Lei no 11.901/2009 sancionada em 12 de janeiro de 2009 dispõe sobre a profissão. Dos 11

artigos que compõem esta Lei o artigo 2º define muito claramente o que é bombeiro civil.

Portaria no CCB-008/600/14 Considerando, finalmente que o Bombeiro Civil, ao desenvolver


sua atividade profissional identificado com uniformes e símbolos, deve observar a restrições
contidas no § 3o do artigo 142 da Constituição Federal, bem como, o disposto no artigo 124 da
Lei no 9.279, de 14 de maio de 1966 e o artigo 2º do Decreto Estadual no 28.057 de 29 de

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dezembro de 1987, no que tange ao uso de brasão, armas, medalha, bandeira, emblema,
distintivos, títulos, insígnias e uniformes privativos dos órgãos públicos e das Organizações
Militares do Estado e da União, no uso das suas atribuições legais;

ABNT NBR - 14608 Dá o currículo mínimo para a formação do


BPC
ABNT NBR - 14023 Atividades Operacionais de
Bombeiros

PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO - A prevenção de incêndios envolve as


edificações e sua ocupação, o controle de manutenção de máquinas e
equipamentos em geral e sistemas elétricos, controle de materiais combustíveis e
inflamáveis, instalação de sistemas e equipamentos que permitam o combate rápido
a princípios de incêndio, treinamento de pessoas no uso desses equipamentos e
nos procedimentos de abandono das edificações sinistradas.

IMPRUDÊNCIA: expor-se a si próprio e/ou a outrem a um risco ou perigo sem as


precauções necessárias para evitá-los. Exemplo:{1} é imprudente o socorrista que
dirige um veículo de emergência sem colocar o cinto de segurança, ou ainda,
excedendo o limite de velocidade permitido na via. {2} é imprudente, deixar o
bombeiro de utilizar seu equipamento de proteção respiratória durante uma busca
dentro de um ambiente sinistrado.

IMPERÍCIA: falta de conhecimento técnico ou destreza em determinada arte ou


profissão. Exemplo:{1} (Medicar) É um ato de imperícia a aplicação de uma injeção
por parte de um socorrista que desconhece os detalhes da adequada técnica de
como fazê-lo. Se o socorrista prestar assistência a uma pessoa além de seu nível
de capacitação e, com isso lhe causa algum dano, incorre em imperícia e pode
responder penalmente pela lesão causada (Ver Art. 13, § 2º, letra “a” e Art. 129, §
6º do CP). {2} é um ato de imperícia o bombeiro utilizar o extintor de incêndio a
uma distância maior do que a média do alcance do jato do extintor. {3} é imperícia,
um bombeiro não calcular corretamente a carga de seu cilindro antes de realizar o
combate a incêndio ou outra atividade que precise do uso deste;

NEGLIGÊNCIA: descumprimento dos deveres elementares correspondentes a


determinada arte ou profissão. Exemplos:{1}é negligente o socorrista que deixa de
monitorar os sinais vitais de uma vítima traumatizada, durante seu transporte do
local do acidente até o hospital (Ver Art. 13, § 2º, letra “a” combinado com o Art.
121, § 3º - homicídio culposo do CP). {2}É negligente o socorrista que deixa de
utilizar EPI. {3} É negligente o bombeiro que deixa de utilizar o EPI. {4} É negligente
o bombeiro de deixa de fazer as vistorias preventivas nos extintores de incêndio.

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PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO:

TEORIA DO FOGO
O Fogo uma reação química de oxidação com desprendimento de luz e calor, esta reação é
denominada de combustão. Para que isso ocorra é necessário
a união de quatro elementos essenciais do fogo, que são:

• Combustível: é toda substância capaz de queimar e


alimentar a combustão. Ele serve de campo de propagação ao
fogo. Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos.
Ex.: madeira, papel, tinta, algodão, álcool, gasolina, GLP, etc.
• Comburente: é o elemento que dá vida às chamas, e
intensifica a combustão. O mais comum é que o oxigênio
desempenhe este papel, porém não é o único, existindo outros
gases.
• Calor: forma de energia que eleva a temperatura. Gerada
da transformação de outra energia, através de processo físico
ou químico. É a condição favorável causadora da combustão.
• Reação em Cadeia: é a queima autossustentável. É a união dos três itens acima
descritos, gerando uma reação química. Quando o calor irradiado das chamas atinge o
combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente
e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.

→ FORMAS DE COMBUSTÃO

Combustão: ação de queimar ou arder. Estado de um corpo que queima, produzindo calor e luz.
Oxidação forte com produção de calor e normalmente de chama (não obrigatoriamente). Reação
química que resulta da combinação de um elemento combustível com o oxigênio (comburente),
com intensa produção de energia calorífica e, não obrigatoriamente, de chama.

• Combustão Completa : é aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa


em ambiente rico em oxigênio.

• Combustão Incompleta : é aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma


chama,

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e se processa em ambiente pobre em oxigênio.

• Combustão Espontânea: é aquela gerada de maneira natural, podendo ser pela ação de
bactérias que fermentam materiais orgânicos, produzindo calor e liberando gases. Alguns materiais
entram em combustão sem fonte externa de calor. Ocorre, também, na mistura de determinadas
substâncias químicas, quando a combinação gera calor e libera gases.

1) Processo em que o combustível absorve o comburente (oxigênio do ar ou de


substância doadora de oxigênio) e gera calor, que ultrapassa o ponto de ignição, e o corpo
se inflama sem necessidade de ocorrência de chama ou faísca.
2) É o que ocorre, por exemplo, quando do armazenamento de certos vegetais que, pela
ação de bactérias, fermentam. A fermentação produz calor e libera gases que podem
incendiar. Alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de calor (materiais
com baixo ponto de ignição); outros entram em combustão à temperatura ambiente (20 ºC),
como o fósforo branco.
3) Ocorre também na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a
combinação gera calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar combustão. Por
exemplo, água+sódio.

• Combustão instantânea: ( vide detonação)

Detonação é um processo de combustão supersônica em que a energia liberada na zona


inicial de reação propaga-se através do material na forma de uma onda de choque. Esta
onda de choque comprime as moléculas do material, elevando sua temperatura até o ponto
de ignição.

• Combustão muito viva: (vide deflagração)

Ex: {1} deflagração: é um processo de combustão subsônica que normalmente se propaga


através de condutividade térmica (a camada de matéria que está em combustão aquece a
camada de matéria vizinha, mais fria, que sofre ignição).

{2} A deflagração: que se dá a uma velocidade muito rápida mas que fica aquém da
velocidade do som — difere da detonação, que é um processo de combustão supersônico e
se propaga através de uma onda de choque

→ FORMAS DE PROPAGAÇÃO

O calor pode-se propagar de três diferentes maneiras: Condução, Convecção e

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Irradiação. Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objeto com

temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois

objetos absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

• Condução: é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula.


Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fosse
um só corpo.

• Convecção: é a transferência de calor pelo próprio movimento ascendente de massas de


gases ou líquido.

• Irradiação - É a transmissão de calor por ondas de energia caloríficas que se deslocam


através do espaço.

→ Temperaturas do Fogo.

Ponto de Fulgor: é a temperatura (uma para cada combustível), na qual um combustível


desprende vapores suficientes para serem inflamados por uma fonte externa de
calor, mas não em quantidade suficiente para manter a combustão.

Ponto de Combustão: é a temperatura do combustível acima da qual ele desprende


vapores em quantidade suficiente para serem inflamados por uma fonte externa de
calor e continuarem queimando, mesmo quando retirada esta fonte de calor.

Ponto de Ignição: é a temperatura necessária para inflamar os vapores que estejam se


desprendendo de um combustível. Após ter visto tudo isto, podemos concluir que se
abaixarmos a temperatura de um combustível, ou da região onde seus vapores flutuam
abaixo da sua temperatura de ignição, cessará a combustão. Este é o segundo método
básico de extinção de incêndios, e é conhecido como resfriamento.

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MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Efeitos do calor: eleva a temperatura; aumenta o volume; muda o estado físico da matéria;
muda o estado químico da matéria. Efeitos fisiológicos do calor sobre o ser humano. O calor é
a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados pelo calor
incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além de
queimaduras, que nos casos mais graves (1º, 2º, 3º graus) podem levar até a morte.

Retirada do material combustível (RMC); Resfriamento, Abafamento e Extinção


Química.

Retirada do material combustível (RMC) / Isolamento: é a forma mais simples de se


extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do material combustível, ainda não atingido, da
área da propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão. Método também
denominado de RCM, corte ou remoção do suprimento do combustível. Exemplo: fechamento
da válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, retirada de
materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.

Resfriamento: é o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material


combustível que está queimando, diminuindo, consequentemente, a liberação de gases ou
vapores inflamáveis. A água é o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de
absorver calor e ser facilmente encontrada na natureza. A redução da temperatura está ligada
á quantidade e à forma de aplicação da água (jato), de modo que ela absorva mais calor que o
incêndio é capaz de produzir. É útil o emprego de água onde queimam combustíveis com baixo
ponto de combustão (menos de 20ºC), pois a água resfria até a temperatura ambiente e o
material continuará produzindo gases combustíveis.

Abafamento: consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material


combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo. Como
exceções estão os materiais que tem oxigênio em sua composição e queimam sem
necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco. Conforme a
diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão mais lenta,
até a concentração de oxigênio ser inferior à 8%, onde não haverá mais combustão.

Extinção química: consiste na utilização de certos componentes químicos, que lançados


sobre o fogo, interrompem a reação em cadeia.

CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS

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QUANTO ÀS PROPORÇÕES
Os incêndios são classificados em proporções, tendo em vista a sua intensidade, evolução e
outros fatores técnicos.

PEQUENA PROPORÇÃO

Considera-se de pequena proporção o incêndio restrito ao seu foco e cuja propagação atinge
apenas um cômodo, um compartimento interno, etc. os quais exigem uma quantidade maior de
agentes extintores do que seria necessário em um princípio.
Neste caso, a tática a ser posta em prática, em princípio, deverá ser o combate direto ao foco,
por meio de linhas manuais de mangueiras, quando a extensão do fogo estiver assim restrita.
Na fase inicial de incêndio a guarnição deve priorizar as linhas adutoras com mangueiras de
2,5 polegadas (63 mm diâmetro) para abastecimento das linhas de ataque montadas no
derivante com mangueiras de 1,5 polegadas (38 mm) acopladas a esguichos reguláveis, pois,
assim, o poder de resfriamento será obtido de forma rápida e homogênea.
A guarnição deve adotar todo o rigor na manutenção da segurança individual e coletiva ao
iniciar a penetração no interior das edificações; o uso de cabo guia é indispensável , em
locais onde a fumaça está concentrada e durante o período noturno, pois as construções
que não contam com estruturas adequadas, podem desabar ou serem consumidas pelo fogo
rapidamente, fechando as vias internas de saída.
As linhas de ataque poderão partir de adutoras, quando o incêndio ainda estiver na fase inicial
ou for de pequena proporção; porém deve-se tomar cuidado com as manobras indesejáveis
das linhas nos pontos de derivação. O ideal é montar linhas diretas de ataque diretamente da
expedição da bomba da viatura ou do hidrante mais próximo.
Paralelamente, devem ser previstas, na medida do possível, tantas linhas reservas de
mangueiras (segurança) quanto forem necessárias para a proteção de bombeiros e de outras
moradias não tomadas pelo fogo (isolamento e confinamento)

INCÊNDIOS DE MÉDIAS E GRANDE PROPORÇÕES

Incêndios de médias proporções, são aqueles que envolvem um andar, uma casa residencial,
uma oficina, entre outros. Já os de grande proporções, são aqueles que envolvem um edifício
inteiro, grandes lojas, barracões, uma fábrica, etc.
Em caso de incêndio de média ou grande proporção, cuja extensão generalizou-se para mais
de quatro compartimentações ou residências, a guarnição de 1º socorro deverá evitar o ataque
direto e dar prioridade ao isolamento e confinamento, evitando a propagação do fogo. Neste
caso, muitas vezes o combate ao fogo será externo, sendo executado em conjunto com o
apoio solicitado. O uso de canhões monitores das viaturas de ataque aéreo deverá ser objeto
de análise do comandante, em função da disponibilidade de água, da conveniência e
oportunidade nesse tipo de técnica.

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FORA DE CONTROLE

São considerados fora de controle, aqueles incêndios que envolvem diversas indústrias,
diversos quarteirões, cidades inteiras, grandes incêndios florestais, etc.
No caso de incêndio sem controle, o Comandante das Operações deverá avaliar a existência
de pessoas no interior das edificações e ordenar exclusivamente o ataque externo com
canhões monitores. Uma vez controlado o fogo, as guarnições atuarão internamente através de
linhas manuais. Em caso de combate externo, todos os Comandantes de Guarnição deverão
ser orientados no Posto de Comando e o pedido de cortar água será feito em caso de:

• Fogo sob controle • Necessidade de uma guarnição executar trabalho de


salvamento/ resgate. A ordem de cortar água será dada pelo Comandante de
Operações

CLASSES DE INCÊNDIO

Nós já sabemos que os materiais combustíveis possuem características diferentes uns dos
outros, e que, portanto, queimam de maneiras distintas.
Conforme o tipo de material gerador do fogo podem existir diferentes de classes de
incêndios. Tão importante quanto saber identificá- las é saber quais os motivos que levam à
esses incêndios e, principalmente, quais tipos de extintores são recomendados, para cada
um deles.

Incêndios Classe “A”, determinada por incêndios em materiais sólidos combustíveis, que
queimam em profundidade e extensão, deixando resíduos, como o papel, tecido,
algodão, borracha e a madeira, entre outros. Para combater esse tipo de fogo, o agente
extintor mais adequado é a água, que tem a capacidade de penetrar e resfriar o ambiente.
Para isso, deve-se fazer uso dos extintores de incêndio portáteis carregados com:
ÁGUA PRESSURIZADA = ”SÃO OS MAIS EFICIENTES”

Incêndios Classe “B” enquadram os materiais em líquidos inflamáveis, que também


queimam em extensão (somente em superfícies), mas que, normalmente, não deixam
resíduos. Fazem parte desse grupo os óleos, a gasolina, o querosene, graxas, tintas e
álcoois, em geral. Nestes casos o incêndio pode ser combatido com extintores de pó
químico seco BC ou ABC, extintores de gás carbônico (CO2) e ainda com extintores de
incêndio portáteis carregados com:
ESPUMA MECÂNICA = “SÃO OS MAIS EFICIENTES”

Incêndios Classe “C”, engloba incêndios em equipamentos elétricos energizados, como


máquinas elétricas, quadros de força, transformadores, computadores ou qualquer que seja
o material de uso em aplicações de energia elétrica. Tanto o extintor de pó químico seco a

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base de bicarbonato de sódio ou potássio, (BC) ou fosfato monomaníaco (ABC), e ainda
com extintores de incêndio portáteis carregados com:
CO2 = “SÃO OS MAIS EFICIENTES”

Incêndios Classe “D” Constituído de metais pirofóricos, que inflamam facilmente, quando
fundidos, divididos ou em forma de lâminas, como o potássio, o magnésio, o titânio, o
lítio e o sódio, entre outros, os fogos de classe “D” tendem a apresentar comportamento
diferente dos demais fogos, uma vez que os materiais que os provocam formam uma
espécie de reação em cadeia durante a combustão, dificultando a sua extinção por métodos
convencionais. Para estes riscos devem ser utilizados extintores de incêndio portáteis
especiais carregados com:
PÓ QUÍMICO CLASSE D = SÃO OS MAIS EFICIENTES,

Incêndios de Classe “K” representam uma classificação recente de tipos de fogos, mas,
nem por isso, requerem menos atenção. Fazem menção aos incêndios em cozinhas
industriais e comerciais, que envolvem produtos e meios de cozinhar, como banha gordura
e óleo e são uma das principais causas de danos materiais e vítimas, fatais ou não, por
serem um dos tipos mais resistentes de fogos já registrados, para combate a incêndios em
cozinhas industriais, o equipamento mais indicado, nessas ocasiões seria um sistema fixo
Veloz de agente saponificante. Para estes riscos devem ser utilizados extintores de incêndio
portáteis especiais carregados com:
AGENTE EXTINTOR CLASSE K SÃO OS MAIS EFICIENTES

AGENTE EXTINTOR

Entende-se por agentes extintores, certas substâncias químicas (sólidas, líquidas, gasosas
ou outros materiais) que são utilizados na extinção de um incêndio, quer abafando, quer
resfriando ou, ainda, acumulando esses dois processos o que, aliás, é o mais comum. Os
principais agentes extintores são os seguintes: água; espuma; dióxido de carbono; pó
químico seco; agentes halogenados e agentes umectantes.
Os agentes extintores de incêndio na prática são armazenados e utilizados por
equipamentos e instalações de combate a incêndio, ou seja: unidades extintoras (extintores)
ou carretas; unidades estacionárias; viaturas de combate a incêndio; e, instalações fixas
automáticas ou sob comando de combate a incêndio.

Agentes extintores à base de água: a água é a substância mais difundida na natureza, pois
3⁄4 de nosso planeta é constituído de água salgada e doce. É o agente extintor de incêndio
mais antigo e utilizado. Extinguimos os incêndios pelos métodos de resfriamento, abafamento,

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emulsificação e diluição. Empregamos também a água para extinguir incêndio: como água
molhada; borrifo de água; névoa de água; e, vapor de água.

Espuma: a espuma destinada à extinção do incêndio é um agregado estável de bolhas, que


tem a propriedade de cobrir e aderir aos líquidos combustíveis e inflamáveis, formando uma
camada resistente e contínua que isola do ar, e impede a saída dos vapores voláteis desses
líquidos para a atmosfera, extinguindo o incêndio pelo método de abafamento e resfriamento.

Sua atuação baseia-se na criação de uma capa de cobertura sobre a superfície livre dos
líquidos, com a finalidade de:
a. separar combustível e comburente;

b. impedir e reduzir a liberação de vapores inflamáveis;

c. separar as chamas da superfície dos combustíveis;

d. esfriar o combustível e superfícies adjacentes.

A espuma é gerada pelo batimento (LGE – líquido gerador de espuma mecânica) que que
produz película formada de espuma aquosa (AFFF ou Aqueous Film Forming Foam), para
combustíveis líquidos polares e uma película formada de (LGE) espuma aquosa (FFFP ou Film
Forming Fluor Protein Foam), para combustíveis líquidos apolares e fluxo carregado (à base de
água aditivada com sal de metal de álcali como redutor de ponto de congelamento).

Os extintores portáteis do tipo AFFF e FFFP são indicados para uso em princípios de
incêndios que envolvam líquidos inflamáveis polares e/ou apolares, devido à habilidade do
agente extintor flutuar e selar/ocupar a superfície líquida do combustível inflamável,
impossibilitando a entrada do O2 e consequentemente a reignição. Extintores portáteis de
espuma mecânica não são satisfatórios para o uso onde a temperatura estiver abaixo do ponto
de congelamento, o que raramente pode acontecer em nosso país.

Dióxido de Carbono, CO2 ou Gás Carbono: vem sendo utilizado há muitos anos para
extinção de incêndios em líquidos inflamáveis, gases e em equipamentos elétricos
energizados. O gás carbônico deve ser usado para extinção de incêndios especiais, onde é
exigido um meio extintor não condutor de eletricidade ou que não deixe resíduo, ou que não
tenha ação prejudicial sobre o equipamento elétrico/eletrônico ou sobre o pessoal. O agente
CO2 é recomendado para combater incêndios de Classe B – líquidos ou gases inflamáveis e
incêndios de Classe C – combustíveis energizados/elétricos. Vantajoso, também, para
proteção em áreas onde se processa comida, laboratórios e áreas de impressão. Não devem
ser usados ao ar livre ou em áreas com correntes de ar, visto que o agente se dissipará
rapidamente.

Substância química seca: o pó químico seco multiuso (à base de fosfato de amônia,


bicarbonato de sódio e bicarbonato de potássio) é indicado para o uso em incêndios de Classe
A – sólidos e fibrosos em geral, de Classe B – líquidos ou gases inflamáveis e de Classe C –

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combustíveis energizados/elétricos. O cloreto de sódio ou pó seco à base de cobre é muito
utilizado em incêndios que envolvam metais combustíveis.

Substância química úmida: são agentes extintores à base de ácido cítrico ou lácteo que
transformam o óleo de cozinha em uma substância saponácea, abafando o incêndio. São
aplicados em sistemas de supressão de incêndio em cozinhas e em locais onde existam óleo
de cozinha, gorduras e graxa.

Halogenados: os agentes extintores halogenados são hidrocarbonetos que tiveram um ou


mais átomos de hidrogênio substituídos por átomos halógenos. Os halógenos mais comuns
são: flúor, cloro, bromo e iodo. Não deixam resíduos após seu uso. Na prevenção de
incêndio, a maior utilização dos halons é na área de equipamentos elétricos/eletrônicos,
motores de navios, motores de aviões, aeronaves, locais onde por motivos de difícil acesso
e limpeza não são desejados resíduos após o uso do agente extintor. O halon 1211 e o
halon 1301 estão incluídos como substâncias que agridem a natureza, agride a camada de
ozônio, pelo Protocolo de Montreal, assinado em 16 de setembro de 1987. Como resultado,
o seu uso é restrito na maioria dos países.

UNIDADE EXTINTORA X CAPACIDADE EXTINTORA

Existe uma diferença fundamental entre estes conceitos quando um projeto para combate a
princípio de incêndio estiver sendo planejado. É considerada uma unidade extintora o extintor
com determinada quantidade de agente extintor, assim, extintor de 9 L de espuma mecânica,
extintor de 4 kg de gás carbônico, extintor de 10 L de água pressurizada e extintor de 4 kg de
pó para extinção de incêndio são considerados uma unidade extintora, e isto não garante maior
eficiência do extintor em combater o incêndio.
A capacidade extintora por sua vez mede o volume (quantidade) de fogo que o extintor é capaz
de extinguir, assim, por exemplo, um extintor de 9 l de espuma mecânica pode ter classificação
diferenciada em função da tecnologia embutida na sua fabricação.
Em termos práticos pode-se verificar que o projeto dimensionado com unidade extintora não irá
garantir que o sistema realmente será eficiente no combate a princípio de incêndio, enquanto o
projeto dimensionado com capacidade extintora é de maior confiança pois o extintor antes de
ser instalado deve comprovar seu desempenho extinguindo um determinado volume de fogo,
verificado através de ensaio em laboratório.

FASES DO COMBATE AO FOGO E AÇÕES TÁTICAS

Em cada incêndio são desenvolvidas, simultaneamente, diversas ações táticas dentro da


estratégia adotada, executadas dentro das fases de combate a incêndio. As fases de combate
a incêndio compreendem:

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1. aviso; 2. partida; 3. deslocamento; 4. reconhecimento; 5. estabelecimento; 6. combate
a incêndio e/ou salvamento; 7. rescaldo; 8. inspeção final; 9. regresso.

De um modo geral, as ações táticas podem ser classificadas em atividades de:

• reconhecimento; • busca e salvamento; • extinção do incêndio: • estabelecimento;


• isolamento; • confinamento; • atividades de apoio e suporte; • conservação da
propriedade; • inspeção final e rescaldo.
Reconhecimento: são as ações de identificação do evento, adotadas desde a saída, que
visam recolher o maior número possível de informações sobre o evento, a fim de situar e
preparar o BPC para a situação com a qual irá se confrontar.
A eficiência do socorro é diretamente proporcional à qualidade das informações repassadas ao
comandante de socorro pelas equipes de salvamento, combate a incêndio e pelos populares
ligados diretamente ao evento.

Conhecer as condições do evento é primordial para estabelecer os recursos humanos e


materiais de forma adequada. As ações de combate a incêndio propriamente ditas devem
surgir após as atividades de reconhecimento, quando o comandante de socorro já tomou
conhecimento da área conflagrada, das condições topográficas do local, dos detalhes do
sinistro e das circunstâncias que o envolve, das facilidades de propagação, da localização do
foco, das espécies de materiais em combustão, dos perigos existentes e dos locais de
penetração.

Busca e Salvamento: são as atividades que devem ser realizadas em todas as áreas
expostas ou ameaçadas pelo incêndio onde há possibilidade de existência de vítimas. Devem
ser consideradas como ações de maior prioridade, levando o comandante de socorro a iniciar
os trabalhos de controle do fogo o mais rápido possível, a fim de permitir ou garantir as ações
de busca e resgate, ou ainda, para garantir que o incêndio se mantenha distante de suas
possíveis vítimas.

Extinção: são as ações desenvolvidas especificamente para o combate e a extinção do


incêndio e compreendem outras ações, tais como isolamento, confinamento, atividades de
apoio e suporte e de conservação de propriedade.

Estabelecimento: são as ações relativas ao posicionamento e correta instalação dos


equipamentos e das viaturas e equipes de BPC e Bombeiro Público. A consideração das
informações recolhidas inicialmente influenciará na tática a ser adotada, que pode ser feita de
três modos:

• atacar o fogo para permitir o salvamento; • atacar o fogo e salvar


simultaneamente; • salvar e em seguida atacar o fogo.

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Há, em raras ocasiões, ações de salvamento que precedem até mesmo as ações de
reconhecimento. Entretanto, todo o cuidado possível deve ser tomado nessas situações, a fim
de não expor os bombeiros a risco desnecessário. Considerando o ataque ao fogo, em primeiro
lugar; ou, simultaneamente, ao salvamento, o comandante de socorro ordena o
estabelecimento do material (meios de ação), que corresponde ao desenvolvimento do trabalho
de cada uma das guarnições, em função do plano tático definido. Feito o estabelecimento dos
equipamentos e viaturas, inicia-se a proteção ou o ataque, que tem por objetivo circundar,
dominar e extinguir o fogo.

Isolamento: é a ação destinada a facilitar a organização do combate a incêndio. Normalmente,


inicia-se pela delimitação da área sinistrada, visando ao melhor aproveitamento do espaço
pelas guarnições de bombeiros e impedindo que pessoas estranhas ao socorro atrapalhem o
serviço.

Confinamento: é a ação que consiste em impedir a progressão (ou propagação) horizontal ou


vertical do incêndio, garantindo o seu confinamento na área de origem e impossibilitando que
os ambientes ainda não atingidos pelo incêndio (calor, chama ou fumaça) sofram os seus
efeitos. Dessa forma, um incêndio é considerado confinado apenas quando fica reduzido a um
local onde possa ser controlado pelos bombeiros envolvidos no seu combate. Um incêndio em
subsolo, por exemplo, tende a queimar esse ambiente por completo. A preocupação primordial
é, então, preservar as áreas acima e ao redor dele.

Atividades de apoio e suporte: são relacionadas à manutenção da segurança das guarnições


envolvidas no combate ao incêndio, incluindo ações de:

• desligamento da energia elétrica;


• fechamento dos registros de gás;
• realização da retirada das pessoas da edificação pelas saídas de emergência, de forma
tranquila e organizada;
• retirada planejada e sistemática do calor, da fumaça e dos gases provenientes do incêndio
(ações de ventilação), de forma a facilitar o trabalho de extinção; • realização da
iluminação do local sinistrado, de forma a garantir a visibilidade do ambiente durante o
combate ao incêndio;
• desenvolvimento de ações voltadas para o gerenciamento dos riscos existentes no local
do incêndio.

Conservação da propriedade: são ações que visam à diminuição dos danos causados pelo
fogo, pela água e pela fumaça. São desenvolvidas tanto durante quanto depois do combate ao

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incêndio e envolvem, normalmente, atividades relacionadas ao escoamento da água, ao
transporte e à cobertura de bens (retirada de material e salvatagem, respectivamente).

Inspeção final e rescaldo: são as atividades finais, necessárias para se assegurar que a
extinção do incêndio foi realmente completa. Destinam-se à revisão geral da operação
efetuada e, sobretudo, a assegurar as condições relacionadas à perícia de incêndio.
Geralmente, essa ação necessita de um tempo maior ou igual ao tempo utilizado para
combater as chamas, além de cuidados com o local.

FASES DO FOGO

Fase inicial
Nesta primeira fase, o oxigênio contido no ar não está significativamente reduzido.

Grande parte do calor está sendo consumida no aquecimento dos combustíveis, e a


temperatura do ambiente, neste estágio, ainda está pouco acima do normal.
Este é o primeiro modo do surgimento e início das chamas no interior da edificação, estando
o material queimando isoladamente e o fogo progredindo lentamente, uma vez que o calor
gerado está sendo consumido para aquecer o ambiente, que tem a sua temperatura nesta
fase pouco superior à externa, produzindo uma chama com temperatura superior a 537ºC.

Fase de Aquecimento / Queima Livre


Durante essa fase, o “ar rico em oxigênio” é arrastado para dentro do ambiente pelo efeito
da convecção, isto é, o ar quente sobe e sai do ambiente. Isto força a entrada de ar fresco
pelas aberturas nos pontos mais baixos do ambiente.

Uma inspiração desse ar superaquecido pode queimar os pulmões. Neste momento, a


temperatura nas regiões superiores (nível do teto) pode exceder 700ºC à 900ºC. .

Nesta fase, todo o local está em chamas e o fogo alcança a sua maior temperatura. É uma
fase de grande extensão, indo da fase inicial até a fase de queima lenta, sendo que sua
duração dependerá principalmente da quantidade de material combustível existente no
ambiente. O ar rico em oxigênio é atraído pelas chamas, enquanto os gases quentes levam
o calor até o teto, forçando o ar fresco a procurar níveis mais baixos, entrando em contato
com as chamas, participando da combustão.

À medida que o fogo progride, continua a aquecer o ambiente e a consumir o oxigênio e, se


não houver ventilação, os gases da combustão não terão como reagir e permanecerão no
recinto. O fogo é então levado à fase da queima lenta e uma ventilação inadequada fará
com que volte a aumentar a sua intensidade ou, até mesmo, gerar riscos de explosão do
ambiente.

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Fase de Queima Lenta

Como nas fases anteriores, o fogo continua a consumir oxigênio, até atingir um ponto onde
o comburente é insuficiente para sustentar a combustão. Nesta fase, as chamas podem
deixar de existir se não houver ar suficiente para mantê-las ( na faixa de 8% a 0% de
oxigênio). O fogo é normalmente reduzido a brasas, o ambiente torna-se completamente
ocupado por fumaça densa e os gases se expandem. Devido a pressão interna ser maior
que a externa, os gases saem por todas as fendas em forma de lufadas, que podem ser
observadas em todos os pontos do ambiente. E esse calor intenso reduz os combustíveis a
seus componentes básicos, liberando, assim, vapores combustíveis.

Podemos na prática dividir as fases da queima livre em suportável e


em insuportável
Suportável: é a etapa em que a queima livre não aqueceu o ambiente a altas temperaturas
e os bombeiros poderão entrar sem sofrerem danos oriundos do calor ambiental,
utilizando o EPI (equipamento de proteção individual) e EPR (equipamento de proteção
respiratória) para combate ao incêndio;

Insuportável: é a etapa onde a queima livre aqueceu o ambiente tais que impossibilitarão
a entrada dos bombeiros, mesmo utilizando EPI (equipamento de proteção individual) e
EPR ( equipamento de proteção respiratória).

Comportamento Extremo do Fogo

São classificados em quatro grandes fenômenos, também denominados incêndios de


propagação rápida (rapid fire progress ), são eles: Flashover, Backdraft, Bleve e Boil
Over. Os comportamentos extremos do fogo acontecem em ambientes com carga de
incêndio típica de um ambiente comum – como uma sala, um quarto ou ainda um mercado
– não necessitando de agentes aceleradores (como álcool, gasolina ou outros materiais
combustíveis) para causar o fenômeno.

GENERALIZAÇÃO DO INCÊNDIO (FLASHOVER)


É o momento em que todos os materiais presentes no ambiente, em virtude da ação da
fumaça quente e inflamável, entram em ignição após sofrerem a pirólise.

É a generalização do incêndio, no qual todos os materiais presentes se inflamam após


terem atingido seus respectivos pontos de ignição. Não se pode confundi-lo com os
processos mais elementares de transmissão de calor (condução, convecção e
radiação).

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No flashover, as superfícies expostas ao calor atingem a temperatura de ignição mais
ou menos simultaneamente; e o fogo se espalha rapidamente pelo ambiente. O calor,
que é irradiado do teto e das paredes altas dentro do compartimento em chamas,
conduz os gases e a mobília presente no ambiente a uma temperatura de auto-ignição,
a qual culmina no flashover.

Pode representar o início do perigo de um colapso estrutural. Normalmente, quando o


incêndio encontra-se na iminência de generalizar-se (ocorrência do flashover), é
possível observar um ou mais dos seguintes processos:

1- Fumaça densa — com a delimitação de espaço, a fumaça tende a se


acumular, tornando-se mais densa.
2- Labaredas de fogo na camada de fumaça, direcionando-se para aberturas
como portas e janelas — em condições de disponibilidade limitada do
oxigênio no ambiente, as chamas na camada de fumaça irão se direcionar
para qualquer abertura que permita seu contato com o comburente.

3- Camada de fumaça no nível do teto, “rolando” (rollover).

4- Ocorrência de resíduos de fumaça depositados nas superfícies de móveis e


pisos — como a combustão produz fuligem, que é um sólido, esta será
depositada em qualquer superfície possível.

Generalização do incêndio (flashover)

EXPLOSÃO DA FUMAÇA - BACKDRAFT

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É a deflagração rápida e violenta da fumaça aquecida e acumulada no ambiente pobre
em oxigênio, em forma de explosão, no momento em que essa massa gasosa entra em
contato com o oxigênio.
Essa inserção errada de ar no ambiente pode ocorrer tanto pela entrada dos bombeiros
antes de providenciarem um escoamento eficiente da fumaça quanto pela quebra de
uma janela decorrente da pressão exercida pela própria fumaça sobre os vidros.
Um backdraft é, portanto, um tipo de explosão química que ocorre em incêndios
estruturais, em forma de uma bola de fogo. E como já foi visto, uma explosão é o efeito
de uma expansão violenta e repentina dos gases. No backdraft, a fumaça é o gás
combustível, pois contém monóxido de carbono, o qual, por sua vez, possui uma faixa
de explosividade de 12 a 74% quando misturado ao ar, o que é considerável, como já
visto.

Para que ocorra um backdraft é necessário que, inicialmente, haja uma concentração
decrescente de oxigênio em um ambiente fechado durante a ocorrência de um incêndio,
o que caracteriza os incêndios estruturais. Em um ambiente sem janelas, ou com janelas
fechadas, a concentração de oxigênio irá diminuir ao longo do desenvolvimento da
combustão e a

temperatura irá aumentar. A fumaça continuará a se acumular. Considerando-se que


para existir chamas é necessário que a concentração de oxigênio esteja em um nível
mínimo aproximado de 13 %, as chamas começarão a diminuir até extinguirem-se
completamente. Isso pode significar a extinção do incêndio. Se, entretanto, entrar ar no
ambiente sem antes escoar a fumaça, o oxigênio injetado provocará uma deflagração
de forma muito rápida, gerando uma onda de choque em virtude de deslocamento do ar
resultante da queima. A onda de choque de um backdraft pode causar até o colapso da
estrutura.

Situação de explosão da fumaça causada pela abertura incorreta do ambiente

Os indícios que antecedem um backdraft são:

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1- fumaça densa e escura, rolando pelo ambiente, saindo em forma pulsante por meio
de frestas ou qualquer outra abertura — como o incêndio está pouco ventilado, a fumaça
tende a sair por qualquer abertura que lhe possibilite o fornecimento de ar. A forma
pulsante ocorre pela expansão dos gases combustíveis, produzida pelas combustões
rápidas e de pequeno porte que estão ocorrendo no interior do ambiente sinistrado,
enquanto a concentração de oxigênio ainda permite tal processo.

2- poucas chamas visíveis que surgem quando encontram o ar — ao sair do ambiente,


a fumaça tende a reagir com o oxigênio e entrar em combustão. Entretanto, não o
suficiente para fazer com que toda ela entre em ignição. Consequentemente, pequenas
chamas se acendem e apagam próximas das aberturas.

3- fumaça puxando corrente de ar para dentro do ambiente, intermitentemente — de


forma pulsante, movimento causado pela alta pressão no ambiente sinistrado.

4- janelas enegrecidas — em decorrência da condensação da fumaça densa e escura


que antecede o fenômeno, os vidros se escurecerão, com aspecto manchado.

5- portas e maçanetas quentes — em decorrência da alta temperatura no interior do


ambiente. Isso pode ser avaliado por meio da aplicação de pulsos de jato neblinado na
porta. Se a água evaporar rapidamente, deve-se considerar o risco de um
comportamento extremo do fogo.

6- sons de assobio ou rugido — em decorrência da saída da fumaça por frestas, há


ruídos próximos ao ambiente.

7- molduras de janelas com “depósitos de óleo” — tendo em vista que a combustão


gera como produtos água e fuligem, a mistura desses elementos dará a impressão de
que existe óleo no ambiente.

BLEVE
Sigla de “Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion”, acerca de um fenômeno que ocorre em
recipientes com líquidos inflamáveis sob pressão, explodindo devido a queda de resistência
das paredes do cilindro.

BOIL OVER
Fenômeno que ocorre devido ao armazenamento de água no fundo de um recipiente, sob
combustíveis inflamáveis, sendo que a água empurra o combustível quente para cima, durante
um incêndio, espalhando-o e arremessando-o a grandes distâncias.

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CAUSAS DE INCÊNDIO

• Naturais (Fenômenos da Natureza) • Artificiais: acidentais e propositais

Causas da Natureza

• As tempestades elétricas são um exemplo dos elementos naturais responsáveis pelos


incêndios florestais;
• Nas épocas em que o calor é mais intenso devido às emissões intensas de radiações
UV, o coberto vegetal fica mais seco, o que em conjunto com a baixa umidade e o intenso
calor promove a ignição espontânea de um fogo, não sendo necessária a intervenção do ser
humano.

Causas Acidentais

•” Bitucas” de cigarros descartados em local inadequado.


• Esquecer as panelas no fogão cozendo.
• Muitos incêndios residenciais iniciam-se pelo mau uso do T e das extensões de tomadas.
Além disso, o aquecimento dos fios colabora para o aumento do preço na conta de luz e
desperdícios de energia elétrica.

Causas Propositais

• Derramar gasolina em terrenos abandonados, e atear fogo.

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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Conceitos gerais de prevenção, educação e proteção contra incêndio...

Toda edificação por força legal deve ser dotada de medidas de segurança contra incêndio
visando os seguintes objetivos:

a) proporcionar um nível adequado de segurança aos ocupantes de uma edificação em


casos de incêndio;
b) possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em condições de segurança, evitando
perdas de vida;
c) minimizar as probabilidades de propagação do fogo e riscos ao meio ambiente;
d) minimizar os danos ao patrimônio; e
e) facilitar as ações de socorro público.

As medidas de segurança contra incêndio nas edificações devem ser utilizadas inicialmente
pelos ocupantes do prédio e secundariamente pelas guarnições externas do socorro
público. Noções de Proteção Passiva e Ativa... As exigências quanto às medidas de
segurança contra incêndio a serem instaladas em cada edificação variam quanto a sua
ocupação, área construída, altura e risco, sendo este conjunto de medidas dividido
basicamente em grupos de Proteção Passiva e Proteção Ativa segundo o Regulamento de
Segurança Contra Incêndio em sua Instrução Técnica no 2:

Proteção Passiva: característica construtiva do edifício que tem por objetivo evitar ou
retardar propagação do fogo. Esta proteção está incorporada à construção física do edifício.

Ex. compartimentação de áreas, dutos e shaft ś , ventilação, acesso externo ao prédio,


controle de materiais de acabamento, resistência ao fogo das estruturas, saídas de
emergências, escadas e outros.

Proteção Ativa: conjunto de medidas de proteção destinadas ao combate de princípios de


incêndios. São os equipamentos de combate a incêndios propriamente ditos.

Ex. aparelhos extintores, sistema de hidrantes, sistema de chuveiros automáticos, sistema


de alarme e detecção, sistema de iluminação de emergência, sinalização dos
equipamentos, sistemas fixos, brigada de incêndio e outros.”

Isolamento de Risco... As exigências de Segurança Contra Incêndio das Edificações e


Áreas de Risco são descritas no Regulamento de Segurança Contra Incêndio e nas
respectivas Instruções Técnicas do CBPMESP (Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do
Estado de São Paulo) e variam em função do risco da edificação, ou seja, quanto maior o
risco maior o nível de exigência.

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Didaticamente podemos analisar o risco da edificação sob quatro aspectos principais:

a) quanto a ocupação: o uso do edifício quanto a sua ocupação influenciará diretamente nas
exigências. Uma edificação destinada a local de reunião de público deve ser projetada
principalmente quanto às rotas de fuga (saídas) que devem ser dimensionadas para o
abandono rápido e seguro do ambiente

b) quanto a área: o tamanho do edifício (área total construída) é considerado para a exigência
ou não de determinada medida de segurança (exemplos: para edifícios com área inferior a
750m2 não é exigido o sistema de hidrante e alarme de incêndio

c) quanto a altura: a altura do edifício influenciará principalmente em relação ao tipo e número


de escadas, exigência de compartimentações horizontais e verticais, sistema de chuveiros
automáticos, sistema de controle de fumaça e sistema de detecção automática de incêndio.

d) quanto a carga de incêndio: o potencial calorífico depositado no ambiente é fundamental


para a definição do risco e dimensionamento correto das medidas de segurança contra
incêndio. Portanto, as exigências das medidas de segurança contra incêndio de uma edificação
variam de acordo com as características da construção, conforme acima descrito, devendo-se
analisar previamente os riscos envolvidos e posteriormente definir o melhor sistema de
segurança a ser projetado.

Compartimentação Horizontal e Vertical:


Finalidade

Compartimentação horizontal: medida de proteção, constituída de elementos construtivos


resistentes ao fogo, separando ambientes, de tal modo que o incêndio fique contido no
local de origem e evite a sua propagação no plano horizontal. Incluem- se nesse conceito os
elementos de vedação abaixo descritos:

a) paredes corta-fogo de compartimentação de áreas;


b) portas e vedadores corta-fogo nas paredes de compartimentação de áreas;
c) selagem corta-fogo nas passagens das instalações prediais existentes nas paredes de
compartimentação;
d) registros corta-fogo nas tubulações de ventilação e de ar condicionado que transpassam
as paredes de compartimentação;
e) paredes corta-fogo de isolamento de riscos entre unidades autônomas;
f) paredes corta-fogo entre unidades autônomas e áreas comuns; e
g) portas corta-fogo de ingresso de unidades autônomas.

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Compartimentação vertical: medida de proteção constituída de elementos construtivos
resistentes ao fogo separando pavimentos consecutivos, de tal modo que o incêndio fique
contido no local de origem e dificulte a sua propagação no plano vertical. Incluem-se nesse
conceito os elementos de vedação abaixo descritos:

a) entrepisos ou lajes corta-fogo de compartimentação de áreas;


b) vedadores corta-fogo nos entrepisos ou lajes corta-fogo;
c) enclausuramento de dutos, por meio de paredes corta-fogo;
d) enclausuramento das escadas por meio de paredes e portas corta-fogo;
e) selagem corta-fogo dos dutos, na altura dos pisos e entrepisos;
f) paredes resistentes ao fogo na envoltória do edifício;
g) parapeitos ou abas resistentes ao fogo, separando aberturas de pavimentos
consecutivos;
h) registros corta-fogo nas aberturas em cada pavimento dos dutos de ventilação e de ar
condicionado.

Noções de resistência das estruturas e dos materiais ao fogo…

A segurança estrutural nas edificações em situação de incêndio está relacionada à


capacidade de resistência ao fogo das estruturas, e esta é definida como sendo a
característica dos elementos construtivos de resistirem à ação do fogo por um determinado
período de tempo, e esse período de tempo mínimo estipulado por normas entende-se
universalmente suficiente para:

a) possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em condições de segurança;


b) garantir condições razoáveis para o emprego de socorro público que permita o acesso
operacional de viaturas, equipamentos e seus recursos humanos, com tempo hábil para
exercer as atividades de salvamento (pessoas retidas) e combate a incêndio (extinção); e
c) minimizar danos ao próprio prédio, às edificações adjacentes e ao meio ambiente. Tipos
de estruturas e seu comportamento ao fogo:

Estrutura de concreto: O efeito do calor prolongado na estrutura do concreto provoca uma


desidratação do mesmo, fazendo com que as moléculas de água saiam de sua
composição, causando uma desfragmentação e lascamento do concreto, chamado também
“efeito spalling”, vindo a comprometer a armadura do concreto. Quando a armadura do
concreto for exposta, pela ação do calor, sua resistência mecânica será brutalmente
afetada.

Estruturas metálicas: Perfis metálicos sem revestimento contra a ação do calor


apresentam uma resistência ao fogo muito baixa quando submetido a ensaios normalizados
Para compensar a baixa resistência do aço em relação ao calor utiliza-se produtos de
proteção nos perfis.

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Estrutura de madeira: A resistência ao fogo da madeira varia conforme a qualidade da
mesma e a sua robustez, sendo certo que madeiras de lei têm demonstrado na prática e em
ensaios, uma boa resistência ao fogo, pois a parte superficial da madeira (atingida pelas
chamas e calor) cria uma película carbonizada protegendo o seu miolo, que é o responsável
pela resistência mecânica da peça. Aspectos operacionais:

As estruturas antes de entrar em colapso apresentam alguns sinais característicos que são
fundamentais para se tomar uma medida durante o combate ao fogo. Abaixo listamos
alguns destes sinais: a) estalos;
b) lascamento do concreto e exposição da armadura (“efeito spalling”) – semelhante a uma
pequena explosão na face da peça estrutural; c) deformação da peça (flexão e
flambagem);
d) trincas e rachaduras acentuadas;
e) aumento significativo das juntas de dilatação.

AVCB: O AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros): é o documento emitido pelo


Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP) certificando
que, durante a vistoria, a edificação possuía e cumpria todas as condições de segurança
contra incêndio, ou seja, um conjunto de medidas estruturais, técnicas e organizacionais
integradas para garantir a edificação um excelente nível de proteção no segmento de
segurança contra incêndios e pânico, assegurando, portanto que o solicitando está de
acordo com todas as normas previstas pela legislação e constantes no processo,
estabelecendo um período de revalidação. Base legal Decreto Estadual n° 56.819/11, que
institui o Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco no
Estado de São Paulo, as ITs (Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros) Quando o AVCB
é necessário? As exigências de segurança previstas neste Regulamento se aplicam às
edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo, devendo ser observadas, em
especial, por ocasião da:
I – construção de uma edificação ou área de risco;
II – reforma de uma edificação;
III – mudança de ocupação ou uso;
IV – ampliação de área construída;
V – aumento na altura da edificação;
VI – regularização das edificações ou áreas de risco.

Qual a documentação necessária?

- Número de Projeto Técnico aprovado


- Atestado de Brigada contra Incêndio + Documento de habilitação do instrutor
- ART + Atestado de conformidade da instalação elétrica, conforme IT 41/11 (abrange
também o SPDA/para-raios)
- - ART + Atestado de Sistemas (funcionalidade e operacionalidade dos equipamentos
de combate a incêndio)

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- ART + Atestado de pressurização das escadas
- ART + Atestado das instalações de gás (Natural ou GLP)
- ART + Atestado do CMAR (Controle dos Materiais de Acabamento e Revestimento)
- ART + Atestado de abrangência do GMG (Grupo Motor Gerador)
- Recolhimento da taxa do FEPOM

Equipamentos Fixos e Portáteis de Combate a Incêndio

Os equipamentos de combate a incêndios são dispositivos manuais ou automáticos, fixos ou


móveis, ativos ou passivos, empregados em controle ou combate a princípios de incêndios,
e, sob certas circunstâncias, no combate e extinção de incêndios.
Para que os dispositivos alcancem seus propósitos deverão ser adequados aos ambientes e
aos riscos a proteger, bem como terem comprovada eficiência nesses tipos de situação. Os
equipamentos de combate a incêndios e auxiliares podem ser, entre outros: Extintores
portáteis e sobre rodas; Mangotinhos; Sprinklers; Sistemas fixos de gás carbônico ou
espuma,, esguichos, coletores, chaves de mangueira (simples e mista), redutores, tampões
e adaptadores para mangueiras e hidrantes, derivantes, válvula de recalque, passagem de
nível, barrilete, esguichos (de jato sólido, regulável, formador e auto-edutor de espuma) e
proporcionadores de espuma (de linha e de sistema).

SPRINKLER (SPK)

Um sprinkler é um dispositivo comumente utilizado no combate a incêndios. Ele é composto


de uma “armadura”, um elemento sensível, chamado bulbo.
O bico de sprinkler é rosqueado a uma tubulação pressurizada e permanece fechado por
tampa travada pelo bulbo. As roscas normalmente são de ½” ou ¾”.
No interior do bulbo um líquido se expande a uma determinada temperatura de maneira que
a cápsula seja rompida, quando um incêndio for iniciado, liberando a água para atuar no
combate.

Dentro da linha de equipamentos fixos de combate a incêndios, os sprinklers tem se


mostrado um dos meios mais eficientes e econômicos, que podem diminuir os prejuízos à
sua propriedade. Talvez, seja porque são sistemas anti incêndios que funcionam sem a
necessidade da ação humana imediata, já que são instalados nos ambientes, produzindo
sua “chuva” característica quando a temperatura atinge níveis elevados.

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Saída de Emergência: definição e conceito Estrutura integrante da edificação, possuindo
requisitos à prova de fogo e fumaça para permitir o escape das pessoas em segurança, em
situações de emergência.
Finalidade Garantir o abandono da edificação pelos ocupantes, para local seguro, a fim de
preservar a vida humana e permitir o acesso do Corpo de Bombeiros para as operações de
busca, salvamento, resgate e combate a incêndios.
Descrição geral
As saídas de emergência são compostas por portas, acessos e escadas, que podem ser
dos seguintes tipos:

Escadas de Segurança:
a) escada simples - é destinada ao deslocamento das pessoas, sem que haja proteção ao
fogo.

b) escada simplesmente enclausurada – é protegida (enclausurada) por alvenaria e PCF


(portas corta fogo) P-90 em seus acessos nos pavimentos; não possui antecâmara de
ventilação e exaustão;
c) escada enclausurada com antecâmaras (à prova de fumaça) - é protegida por
alvenaria e acessos por intermédio de antecâmara com duto de ventilação (ar) ou duto de
exaustão (fumaça); possuem duas PCF (P-60), uma no acesso à antecâmara e outra no
acesso à escada. O Código de obras do município de São Paulo admite apenas um duto
(com função de ventilação e exaustão simultaneamente), já a NBR 9077 exige dois dutos
(um para ventilação e outro para exaustão);

d) escada enclausurada pressurizada (à prova de fumaça) - é protegida com PCF (P-90)


em seus acessos; possui sistema mecânico de ventilação forçada, que mantém a
pressão da “caixa de escada” maior que a pressão dos ambientes, impedindo, desta forma,
a entrada de fumaça; o ar deve ser captado em um ambiente externo e insuflado para a
“caixa de escada” por meio de dutos e grelhas por meio de ventiladores, que são
automatizados por detectores de fumaça;

29
e) escada enclausurada pressurizada com antecâmaras (à prova de fumaça) - é
composta pela somatória dos tipos de proteção descritos nas letras “c” e“d”.

Corredores e Rotas de Fuga


São os trajetos a serem seguidos no caso de necessidade urgente de evacuação de um
local em função de incêndio, desabamentos ou outros casos de emergência. Para que todos
os trabalhadores ou visitantes de um determinado local se sintam seguros em casos de
emergência, é importante conhecer a rota de fuga. Saber o caminho a seguir em momentos
críticos facilita a saída e o salvamento de todos.

Sistemas de Iluminação de Emergência


Sistema que permite clarear áreas escuras de passagens, horizontais e verticais, incluindo
áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais e
normais, na falta de iluminação normal.
Proporcionar iluminação suficiente e adequada, a fim de permitir a saída fácil e segura das
pessoas para o exterior da edificação, em caso de interrupção da alimentação normal, bem
como proporcionar a execução de serviços do interesse da segurança e intervenção de
socorro (Bombeiros) e garantir a continuação do trabalho nos locais onde não possa haver
interrupção de iluminação normal.
O sistema alimentará principalmente os seguintes locais: corredores, escadas, rampas,
saídas, áreas de trabalho, áreas técnicas, e áreas de primeiros socorros.

Elevador de Segurança

A seguir, descrevemos alguns itens da norma que mais influenciam quando o assunto é
SEGURANÇA:

Protetor de polia-de-tração, desvio e do limitador de velocidades: as partes móveis dos


equipamentos, na casa de máquinas, tais como polias motrizes, volantes, cabos, devem ter
protetores, conforme NBR NM 207 - item 9.6 e NR-12 itens 12.3.3 e 12.3.7 - Portaria 3.214.

Luz de emergência: nas cabinas devem existir fontes de emergência e interligação com os

alarmes, conforme NBR NM 207 - itens 8.16.3 e 8.16.4.

Guarda corpo: as cabinas devem possuir balaústres (guarda corpo) no topo. Equipamento
de segurança exigível quando o espaço livre no plano horizontal (topo da cabina), exceder
30 cm, conforme NBR NM 207.

Aterramento: todas as partes metálicas do elevador devem estar aterradas e ter chaves

blindadas tipo NH, conforme NBR 5410 e NBR NM 207 - item 13.5.5.

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Escada marinheiro: no poço do elevador, deve existir escada do tipo marinheiro, para

acesso ao recinto, conforme NBR NM 207.

Chave PAP: no poço do elevador, deve existir uma chave PAP (parada de acesso ao poço),
sendo este recurso indispensável para o acesso seguro ao local mencionado, conforme
NBR 207 - item 5.7.2.4.

Aba de proteção: todos os elevadores deverão possuir este dispositivo, para evitar quedas

dos usuários quando em situações de emergência ou resgate, conforme NBR 7.192.

Intercomunicador: todo edifício acima de 15 paradas deve ter um sistema de

intercomunicador entre a cabina e a portaria, conforme NBR 7.192.

Protetor de ilhós: todas as portas devem ter dispositivo de proteção, que impede a
abertura sem autorização, conforme NBR 7.192 e NM 207. Para o caso de edifícios altos,
adicionalmente a escada, é necessária a disposição de elevadores de emergência,
alimentada por circuito próprio e concebida de forma a não sofrer interrupção de
funcionamento durante o incêndio.

Esses elevadores devem:

1) apresentar a possibilidade de serem operados pela brigada do edifício ou pelos


bombeiros.

2) estar localizados em área protegida dos efeitos do incêndio. O número de elevadores de


emergência necessário a suas localizações são estabelecidos levando-se em conta as
áreas dos pavimentos e as distâncias a percorrer para serem alcançados a partir de
qualquer ponto do pavimento.

Meios de Aviso, Detecção, Alarme de Incêndio e sinalização de Emergência

Esse sistema consiste em um conjunto de componentes e equipamentos que, em


funcionamento, propicia a iluminação suficiente e adequada para:
1) permitir a saída fácil e segura do público para o
2) exterior, no caso de interrupção de alimentação normal;
3) garantir também a execução das manobras de interesse da segurança e intervenção de
socorro.

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Iluminação de Emergência

A iluminação de emergência para fins de segurança contra incêndio pode ser de dois tipos:

1) de balizamento;
2) de aclaramento.

A iluminação de balizamento é aquela associada à sinalização de indicação de rotas de


fuga, com a função de orientar a direção e o sentido que as pessoas devem seguir em caso
de emergência.

A iluminação de aclaramento se destina a iluminar as rotas de fuga de tal forma que os


ocupantes não tenham dificuldade de transitar por elas.

A iluminação de emergência se destina a substituir a iluminação artificial normal que pode


falhar em caso de incêndio, por isso deve ser alimentada por baterias ou por moto-
geradores de acionamento automático e imediato; a partir da falha do sistema de
alimentação normal de energia.

Dois métodos de iluminação de emergência são possíveis:

1) iluminação permanente, quando as instalações são alimentadas em serviço normal pela


fonte normal e cuja alimentação é comutada automaticamente para a fonte de alimentação
própria em caso de falha da fonte normal;

2) iluminação não permanente, quando as instalações não são alimentadas em serviço


normal e, em caso de falha da fonte normal, são alimentadas automaticamente pela fonte
de alimentação própria.
Sua previsão deve ser feita nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos, passagens
antecâmara e patamares de escadas.

Seu posicionamento, distanciamento entre pontos e sua potência são determinados nas
Normas Técnicas Oficiais.

Sistema de alarme manual contra incêndio e detecção automática de fogo e fumaça

Quanto mais rapidamente o fogo for descoberto, correspondendo a um estágio mais


incipiente do incêndio, tanto mais fácil será controlá-lo; além disso, tanto maiores serão as
chances dos ocupantes do edifício escaparem sem sofrer qualquer injúria. Uma vez que o
fogo foi descoberto, a sequência de ações normalmente adotada é a seguinte: alertar o
controle central do edifício; fazer a primeira tentativa de extinção do fogo, alertar os
ocupantes do edifício para iniciar o abandono do edifício, e informar o serviço de combate a
incêndios (Corpo de Bombeiros). A detecção automática é utilizada com o intuito de vencer
de uma única vez esta série de ações, propiciando a possibilidade de tomar-se uma
atitude imediata de controle de fogo e da evacuação do edifício.

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O sistema de detecção e alarme pode ser dividido basicamente em cinco partes:

1) Detector de incêndio, que se constitui em partes do sistema de detecção que


constantemente ou em intervalos para a detecção de incêndio em sua área de atuação. Os
detectores podem ser divididos de acordo com o fenômeno que detectar em: a) térmicos,
que respondem a aumentos da temperatura;
b) de fumaça, sensíveis a produtos de combustíveis e/ou pirólise suspenso na atmosfera;
c) de gás, sensíveis aos produtos gasosos de combustão e/ou pirólise;
d) de chama, que respondem às radiações emitidas pelas chamas.

2) Acionador manual, que se constitui em parte do sistema destinada ao acionamento do


sistema de detecção;
3) Central de controle do sistema, pela qual o detector é alimentado eletricamente a ter a
função de:
a) receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector
b) transmitir o sinal recebido por meio de equipamento de envio de alarme de incêndio para,
por exemplo:
• dar o alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;
• dar o alarme temporizado para todo o edifício; acionar uma instalação automática de
extinção de incêndio; fechar portas; etc; • controlar o funcionamento do sistema;
• possibilitar teste.
4) Avisadores sonoros e/ou visuais, não incorporados ao painel de alarme, com função de,
por decisão humana, dar o alarme para os ocupantes de determinados setores ou de todo o
edifício;
5) Fonte de alimentação de energia elétrica, que deve garantir em quaisquer circunstâncias
o funcionamento do sistema. O tipo de detector a ser utilizado depende das características
dos materiais do local e do risco de incêndio ali existente. A posição dos detectores também
é um fator importante e a localização escolhida (normalmente junto à superfície inferior do
forro) deve ser apropriada à concentração de fumaça e dos gases quentes. Para a definição
dos aspectos acima e dos outros necessários ao projeto do sistema de detecção automática
devem ser utilizadas as normas técnicas vigentes.

Sistema de detecção automática

Deve ser instalado em edifícios quando as seguintes condições sejam simultaneamente


preenchidas:
1) início do incêndio não pode ser prontamente percebido de qualquer parte do edifício
pelos seus ocupantes;
2) grande número de pessoas para evacuar o edifício;
3) tempo de evacuação excessivo;
4) risco acentuado de início e propagação do incêndio;
5) estado de inconsciência dos ocupantes (sono em hotéis, hospitais etc);
6) incapacitação dos ocupantes por motivos de saúde (hospitais, clínicas com internação).

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Acionadores Manuais

Devem ser instalados em todos os tipos de edifício, exceto nos de pequeno porte onde o
reconhecimento de um princípio de incêndio pode ser feito simultaneamente por todos os
ocupantes, não comprometendo a fuga dos mesmas ou possíveis tentativas de extensão.
Os acionadores manuais devem ser instalados mesmo em edificações dotadas de sistema
de detecção automática e/ou extinção automática, já que o incêndio pode ser percebido
pelos ocupantes antes de seus efeitos sensibilizarem os detectores ou os chuveiros
automáticos. A partir daí, os ocupantes que em primeiro lugar detectarem o incêndio, devem
ter rápido acesso a um dispositivo de acionamento do alarme, que deve ser devidamente
sinalizado a propiciar facilidade de acionamento.
Os acionadores manuais devem ser instalados nas rotas de fuga, de preferência nas
proximidades das saídas (nas proximidades das escadas de segurança, no caso de
edifícios de múltiplos pavimentos).
Tais dispositivos devem transmitir um sinal de uma estação de controle, que faz parte
integrante do sistema, a partir do qual as necessárias providências devem ser tomadas.

SINALIZAÇÃO

A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes do edifício,


relativamente a questões associadas aos incêndios, assume dois objetivos:

1) reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;


2) indicar as ações apropriadas em caso de incêndio.

O primeiro objetivo tem caráter preventivo e assume as funções de:


1) alertar para os riscos potenciais;
2) requerer ações que contribuam para a segurança contra incêndio;
3) proibir ações capazes de afetar a segurança contra incêndio.

O segundo objetivo tem caráter de proteção, e assume as funções de:

1) indicar a localização dos equipamentos de combate;


2) orientar as ações as de combate;
3) indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos.

A sinalização de emergência deve ser dividida de acordo com suas funções em seis
categorias:

1) sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com potencial de risco;
2) sinalização de comando, cuja função é requerer ações que condições adequadas para a
utilização das rotas de fuga;
3) sinalização de proibição, cuja função é proibir ações capazes de conduzir ao início do
incêndio;

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4) sinalização de condições de orientação e salvamento, cuja função é indicar as rotas de
saída e ações necessárias para o seu acesso;
5) sinalização dos equipamentos de combate, cuja função é indicar a localização e os tipos
dos equipamentos de combate.

Técnica e Tática de Combate a Incêndio

Busca e Exploração da Área em Sinistro

O incêndio em local confinado, por sua especialidade, apresenta necessidade especial de


proteção para o bombeiro e para eventuais vítimas, em face do rigor das condições
adversas a que as guarnições são submetidas durante o atendimento emergencial. Assim,
nestes atendimentos, preconiza-se o uso dos seguintes materiais/equipamentos para as
guarnições de atendimento:

Equipamentos da guarnição de exploração:


a. EPI (equipamento de proteção individual) completo, incluindo balaclava e luvas de
bombeiros;
b. EPR (equipamento de proteção respiratória) pressão positiva, com saída para máscara
carona;
c. Lanterna;
d. Machado;
e. Bastão de exploração;
f. Detector de concentração de O2;
g. Rádio Portátil, tipo HT;
h. Cabo da vida;
i. Corda espia
j. Mochila de salvamento em incêndios, contendo máscara de emergência tipo “carona” e
roupa de proteção térmica.
l. Giz de cera ou lápis de carpinteiro, para marcação de ambientes já vistoriados.

Abordagem da Edificação

A edificação deverá ser abordada pela face que propicie a melhor entrada e saída
emergencial de bombeiros, segundo os critérios da segurança e rapidez.
Atentar para as condições de vento, uma vez que efetuada a abertura para entrada, os
gases começarão a se movimentar no sentido da ventilação.
Antes de efetuar qualquer abertura, verificar a temperatura da porta e de seus
componentes, bem como os sinais indicativos de iminência de “Backdraft”.
Uma vez retirada do ambiente confinado, onde inalou fumaça e outros gases aquecidos,
necessariamente as vítimas devem ser entregues em segurança às equipes de APH
(Atendimento Pré-Hospitalar), para serem analisadas quanto aos efeitos fisiológicos do calor
e da fumaça sobre os seus organismos.

35
Posição de caminhamento no interior da edificação

Em razão do aquecimento provocado pelas chamas, têm-se dentro do ambiente duas (02)
camadas distintas de ar, sendo a camada mais aquecida no alto, contendo calor e fumaça
junto ao teto, e a menos aquecida na porção inferior do compartimento, com o ar em
melhores condições para a respiração. Esta disposição da atmosfera interior por camadas
pode impedir a entrada e visão das equipes de busca e salvamento, pois o deslocamento
rápido em pé das equipes em ambientes com pé direito baixo ou com a linha de calor e
fumaça baixa, provocará o emulsionamento da fumaça e do calor em todas as camadas da
atmosfera no interior do compartimento. Desta forma, verifica-se que a melhor posição de
deslocamento nestes casos, em razão do conforto térmico e da visibilidade para as
atividades de busca e salvamento, é, sem dúvida, a posição agachada, com a cabeça
abaixo da linha da fumaça, deslocando-se cautelosamente evitando a diluição da fumaça
em todo o ambiente, o que fatalmente prejudicará a visão e as atividades de salvamento.
Durante este caminhamento, as equipes ficarão tentadas a extinguirem os focos de incêndio
encontrados no caminho. Isto pode consubstanciar-se em um erro tático fatal para os
bombeiros e para as supostas vítimas, pois a expansão da água aplicada no interior do
ambiente provocará, sem dúvidas, a diminuição abrupta da visibilidade e do conforto, pois
as partículas de água sequestraram o calor e o vapor se expandirá por todos os cantos,
embaçando máscaras e levando calor e outros aerodispersóides agregados em áreas onde
as vítimas se encontram refugiadas. Para se evitar “áreas de sombra” na busca de
salvamento no interior de edificações, é necessário que as guarnições explorem o ambiente
todo, inclusive dentro de armários, guarda- roupas, debaixo de pias, de camas, etc.,
considerando a reação instintiva das pessoas procurarem abrigos fechados, onde podem ter
a falsa sensação de segurança em razão da clausura.

Marcação das portas dos ambientes explorados

Em uma edificação com múltiplos compartimentos, é importante a marcação das portas ou


paredes de entrada de cada compartimento, visando dar às equipes a exata noção se um
ambiente não foi explorado, se foi iniciada a exploração, se a exploração daquele ambiente
foi encerrada, se foram encontradas vítimas, se existem vítimas a serem removidas, etc.
Isto porque é comum que em edificações complexas, alguns ambientes acabam por serem
explorados diversas vezes, enquanto outros são preteridos, ocasionando mau emprego
operacional das guarnições disponíveis. Em combate a incêndios em locais confinados,
empregamos como marcação um “X” na busca e salvamento de vítimas com vistas a dar
para as guarnições subsequentes, e ao final da intervenção, informações importantes sobre
os trabalhos realizados. Inicialmente, quando a guarnição ingressar ao ambiente a ser
explorado, deverá marcar com um traço na diagonal ( / )

a porta ou parede, sendo que, quando sair do ambiente já explorado, deverá fazer um outro
traço ( \ ), completando o “X”.

Busca positiva

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Vítima encontrada. Uma vez que a equipe de salvamento obteve sucesso na localização de
vítimas no interior da edificação sinistrada, o próximo passo a ser adotado será a retirá-las
da mesma em segurança da edificação para um local onde receberá assistência. Para a
retirada das vítimas, nem sempre a rota de entrada é o melhor caminho para o salvamento,
pois muitas vezes encontra-se comprometida com fogo ou fumaça em excesso, ou porque o
compartimento possui outra abertura (porta ou janela) que ofereça melhores condições de
acesso para o exterior.

Fases Táticas

Confinamento: No confinamento, as operações a serem realizadas são semelhantes


àquelas adotadas durante o isolamento, porém a finalidade é a de restringir o incêndio ao
seu foco, devidamente identificado na atividade exploratória mediante análise de situação.
Pequenos focos secundários e adjacentes ao foco principal podem ser, em circunstâncias
especiais, extintos, restringindo-se ao máximo a área efetiva de concentração das ações de
combate ao foco do incêndio, diminuindo os riscos de perdas humanas, de materiais e
estruturais.

Isolamento: nesta operação o bombeiro deverá ter em mente que o objetivo é impedir a
propagação do fogo, calor e fumaça do ambiente atingido para ambientes adjacentes, seja
durante a exploração ou durante as ações efetivas de combate a incêndios. Fechamento de
portas, aberturas de janelas, retirada de material, etc., devem ser efetuadas de forma a
diminuir a propagação do fogo e seus subprodutos para outros ambientes, evitando-se que
a edificação fique comprometida em sua totalidade, aumentando as áreas de intervenções.

Salvatagem: é a operação que se dá à proteção da propriedade contra danos decorrentes


do próprio combate ao incêndio. É o procedimento similar ao salvamento de vítimas,
porém aplicado aos bens. As prioridades do combate ao incêndio são a proteção da vida, a
estabilização do incidente e a proteção da propriedade. Portanto, a preocupação com a
propriedade surge quando já estão asseguradas as demais prioridades, sempre que houver
tempo e pessoal disponível. Possui como objetivo preservar bens durante uma atividade de
extinção de incêndio, tanto da ação direta do fogo, fumaça e calor quanto da água aplicada
durante o combate. A salvatagem pode ser realizada como uma prioridade do evento,
quando um bem de extremo valor ou uma obra de arte deva ser preservado a qualquer
custo. Pode ser feito na preservação de bens quando não se possui condições de realizar a
extinção, mas há acesso segura a áreas não atingidas pelo fogo ou quando existe pessoal
disponível para a realização da retirada e proteção de bens sem que haja prejuízo às
demais prioridades do socorro.
A salvatagem deve ser realizada priorizando bens de valor, que pode ser emocional,
cultural, financeiro ou de informações.

Meios de se realizar a salvatagem:

• Remover o material da área de risco.

37
• Proteger os bens no local onde se encontram, cobrindo-os com lonas (técnica mais
empregada).
• Afastar a atmosfera prejudicial da área onde estão os bens, por meio de ventilador ou
exaustor.
• Interromper o fluxo de água dos chuveiros automáticos (sprinklers) acionados em área não
atingidas pelo incêndio ou onde já houve a extinção.
• Acumular itens para cobrir todos juntos (cobri-los em forma de “pilha” ao invés de cobrir
material por material).
• Direcionar a água da extinção para os ralos da edificação. Problemas durante o combate
que podem exigir o emprego de salvatagem:
• Água que cai sobre objetos no pavimento abaixo da operação.
• Risco de queda de forro por acúmulo de água proveniente das ações de combate a
incêndio no andar superior. As guarnições de combate a incêndio devem ser informadas
sobre a presença da equipe de salvatagem.
Deve-se também mover o material apenas o necessário, evitando longos deslocamentos,
bem como verificar se é mais rápido ou mais viável cobrir do que retirar, uma vez que esta
ação demanda mais tempo e mais esforço.

Tipos de Jatos de Água no Combate a Incêndio

A água pode ser utilizada sob três tipos de jatos: jato compacto; Jato Neblinado e Jato
Cone de Força ou Atomizado.

Jato Compacto: é um jato fechado, produzido pelo esguicho regulado em ângulo de


abertura pequeno. A pequena abertura produz uma descarga de água na qual,
praticamente, não há divisão de partículas, e toda a água segue em uma só direção. Tem
pequena área de abrangência em relação ao volume de água, o que diminui a absorção de
calor no contato com o combustível e outras superfícies aquecidas. Isso porque apenas
uma proporção mínima da água aplicada em jato compacto chega a vaporizar-se.

Jato Neblinado: o jato neblinado é produzido pela regulagem do esguicho em ângulos


semelhantes aos utilizados no jato compacto até à proximidade de 180o de abertura. O
ângulo de abertura produz partículas bem separadas. Comparado ao jato compacto, atinge
uma área maior, alcança menor distância, produz menor impacto no combustível e empurra
mais ar. O mesmo volume de água aplicado em jato neblinado consegue absorver mais
calor que em jato compacto, pois atinge uma área maior do ambiente.

Jato Cone de Força/Atomizado: o jato Cone de Força consegue diminuir a temperatura e


extinguir as chamas na camada de fumaça sem formar vapor excessivo. O jato Cone de
Força é uma variação do jato neblinado em que o tamanho das partículas é crucial. O jato
compacta e neblinado não são indicados para o combate às chamas na fumaça. Por serem
compostos de gotas grandes, esses jatos facilmente atravessam a fumaça e param nos
anteparos existentes (teto e paredes).

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APLICAÇÃO DE ESPUMA TÉCNICAS DE EMPREGO DE ESPUMA MECÂNICA.

O emprego de espuma mecânica deve ser feito de maneira mais suave possível, o que
possibilitará maior rapidez na extinção.
Para evitar sua saturação e consequente destruição, a espuma não deverá ser mergulhada
no líquido incendiado.
O jato de espuma deve ser dirigido, preferencialmente, contra a parede interna do
reservatório ou contra um anteparo ou, no caso de um vazamento, à frente deste e contra o
solo.

Usando um anteparo: a espuma é direcionada a um anteparo para ser aplicada de forma


suave, o que reduzirá sua velocidade, proporcionado um combate mais eficiente. Combate
em espiral ou caracol: consiste na aplicação da espuma em forma espiral, iniciando-se na
parte externa do incêndio até atingir o centro. Isso faz com que a espuma se acumule
extinguindo o incêndio.

Recomendações: quando da montagem da linha de espuma para o combate a incêndio


deve ser observado que:
• Entre o proporcionador de linha e o esguicho lançador não é recomendado que se coloque
mais de 30 m de mangueiras , devido à grande perda de carga do proporcionador;
• Linhas de espuma montadas com esguichos proporcionadores limitam a mobilidade
da guarnição de bombeiros, visto que a bombona de EFE fica junto ao esguicho, o que não
acontece com as linhas montadas com proporcionadores de linha e proporcionadores
“around the pump”.

INCÊNDIO EM TANQUES

Antes de iniciar o combate ao incêndio, verificar a direção do vento, pois o combate deve
ser feito no mesmo sentido, de forma a não reduzir a eficiência e o alcance do jato de
espuma a ser aplicado.

A pressão do esguicho deve ser suficiente para que o alcance do jato possa combater o
incêndio, lembrando que a qualidade da espuma é prejudicada quando submetida a altas
pressões, porém o seu alcance diminui, tornando-se ineficiente se a pressão de trabalho for
muito baixa. Identificar os meios existentes no local, como: reserva de água, disponibilidade
de canhões monitores e quantidade de LGE.

Deve-se verificar a existência de hidrantes públicos e particulares mais próximos e solicitar o


apoio de água necessária.

Com as informações disponíveis e após identificar os principais riscos, iniciar o combate ao


incêndio, utilizando, sempre que possível, os sistemas de combate da empresa sinistrada.

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Ao mesmo tempo em que se combate o incêndio no tanque em chamas, deve-se proceder
ao resfriamento dos tanques vizinhos.

Rescaldo de Incêndio e Inspeção final

São as atividades finais, necessárias para se assegurar que a extinção do incêndio foi
realmente completa. Destinam-se à revisão geral da operação efetuada e, sobretudo, a
assegurar as condições relacionadas à perícia de incêndio. Geralmente, essa ação
necessita de um tempo maior ou igual ao tempo utilizado para combater as chamas, além
de cuidados com o local.
Montagem de uma linha direta de combate a incêndio, a partir de um hidrante e/ou viatura,
linha adutora e linha siamesa. Tem por finalidade aproveitar o sistema hidráulico de
combate a incêndio da edificação e pode ser empregada em prédios de um ou mais
pavimentos, bastando, para isto, acoplar a expedição do AB ao registro de recalque ou
hidrante mais próximo.
Com isso, toda a rede ficará pressurizada, podendo o bombeiro utilizar qualquer hidrante
interno.

Posições de combate: são posturas que o chefe e o ajudante de linha devem realizar
durante as ações de combate.

● Chefe de linha: se posiciona de pé segurando o punho do esguicho com uma das


mãos, enquanto a mangueira passa por baixo da axila do mesmo lado. A mão
oposta, por sua vez, vai se posicionar na alavanca de abertura e fechamento do
esguicho.
● Auxiliar de linha: se posiciona logo atrás, do lado contrário ao chefe e segura a
mangueira com as duas mãos, tendo o cuidado, durante a progressão para não
empurrar e nem travar a mangueira, mas apenas movimentá-la de acordo com a
necessidade. Quando o ambiente não possibilitar a permanência dos bombeiros em
pé, devido ao calor ou fumaça, e para fazer abertura de porta, estes se posicionarão
com os dois joelhos ao solo.

VENTILAÇÃO

A ventilação tática pode ser definida como:

“A remoção sistemática do calor, da fumaça e demais produtos da combustão, do interior de


um local confinado, e a gradual substituição daquela atmosfera contaminada por um
suprimento de ar limpo e fresco ”.

A ventilação em um local de sinistro deve ser considerada como um fator importante para o
sucesso de uma operação de combate a incêndio, pois a presença da fumaça dificulta

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sobremaneira as ações dos bombeiros, ou mesmo, dos moradores dos locais que estão
sendo atingidos.
Existem basicamente três situações em que o bombeiro pode executar a ventilação,
podendo ocorrer em várias fases do incêndio:

- após a chegada ao local, porém antes do controle do incêndio; - após o controle,


mas, antes da extinção do incêndio; e - após a extinção do incêndio.

Quando a ventilação é usada antes da extinção do incêndio, isto pode afetar a propagação
do fogo e gerar benefícios ou dificuldades, dependendo da avaliação e da habilidade dos
bombeiros.
Em alguns países europeus são feitas três distinções sobre a ventilação em combate a
incêndio, a saber:

- “Self ventilation” - quando a estrutura danificada pelo fogo gera um aumento


da ventilação;
- Ventilação automática - quando há ventiladores instalados previamente na
edificação e são acionados automaticamente, geralmente no início do incêndio,
por meio de detectores automáticos de fumaça;
- Ventilação tática - quando requer a intervenção das guarnições de
bombeiros no local para criar aberturas, a fim de liberar os produtos oriundos da
combustão e permitir a entrada de ar fresco.

Iremos falar sobre ventilação tática, porém, muitos dos seus efeitos, que estão descritos,
também ocorrem com as outras formas de ventilação mencionadas anteriormente. A
ventilação tática somente ocorre quando as guarnições de bombeiros atendem a ocorrência
de incêndio.
De forma similar às outras opções táticas disponíveis para os bombeiros, a ventilação tática
pode agravar a situação, se for incorretamente aplicada, porém, usada adequadamente,
será de significante benefício no combate ao incêndio pois visa, entre outras coisas,
proteger as saídas, restringindo a propagação da fumaça; propiciar visibilidade e aumento
do tempo de saída; ajudar na operação de resgate, reduzindo a fumaça e os gases tóxicos
para trabalhos de pesquisa em que haja o risco de pessoas retidas na edificação.

A ventilação tática proporciona ainda, segurança para os bombeiros, reduzindo o risco de


“flashover” e “backdraft”, facilitando o controle dos efeitos do “backdraft”; auxilia na rapidez
do ataque e extinção, removendo o calor e a fumaça, permitindo uma rápida entrada dos
bombeiros na edificação, aumentando a visibilidade e auxiliando no combate ao incêndio;
reduz danos na propriedade por tornar possível localizar e combater o fogo mais
rapidamente, restringindo a propagação do fogo e limitando o deslocamento de fumaça e de
gases quentes.

41
Basicamente, podemos diferenciar dois tipos de ventilação, por meio dos meios
empregados. São eles: - Ventilação natural; e - Ventilação forçada.

VENTILAÇÃO NATURAL

A ventilação natural utiliza o fluxo natural do ar para retirar a fumaça do ambiente sinistrado.
O fluxo natural da fumaça no interior da edificação pode ser produzido pelo vento ou pelo
efeito chaminé. Para fazer a ventilação natural, o bombeiro retira as obstruções que
impedem o fluxo natural do ar. Estas obstruções podem ser portas, janelas, alçapões
fechados, paredes e tetos (coberturas ou telhados), conforme exemplo das figuras 01 e 02,
adiante.

VENTILAÇÃO FORÇADA

A ventilação forçada é realizada por meio de equipamentos mecânicos, como por exemplo,
exaustores, ventiladores ou aplicação de água com esguichos reguláveis , para forçar a
saída da fumaça da edificação.
A ventilação forçada permite criar ou aumentar a velocidade do fluxo de ar no interior da
edificação, para promover a sua extração da fumaça para o meio exterior.
Na ventilação natural, o bombeiro depende da velocidade do vento e das aberturas em
tamanho suficientes para efetuar a ventilação. Quando as aberturas naturais forem
impróprias, tais como quando desalinhadas ou pequenas, o bombeiro pode efetuar a
ventilação forçada antes de criar aberturas adicionais.

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Ao quebrar paredes e telhados, o bombeiro pode provocar um transtorno para o proprietário
da edificação, devido aos danos que pode causar, pois, além do fogo, as ações dos
bombeiros também podem destruir seu patrimônio.
A ventilação forçada é uma operação rápida que produz um aumento da velocidade do
fluxo de ar e fumaça pelas aberturas existentes, que geralmente é suficiente para retirar a
fumaça da edificação, permitindo uma boa visualização do local sinistrado. Com o auxílio de
ventiladores, pode-se fazer a (VPP) ventilação por pressão positiva. Este tipo de ventilação
utiliza equipamentos destinados a produzir um fluxo de ar no ambiente, os quais podem ser
movidos por motores elétricos ou à explosão.

TÉCNICAS DE VENTILAÇÃO

As técnicas de ventilação dependem do planejamento de onde será permitida a entrada de


ar fresco na edificação, a saída da fumaça e dos gases quentes e, se possível, o caminho
que devem percorrer.
Há duas opções básicas: ventilação vertical e ventilação horizontal ou cruzada.

A técnica de ventilação horizontal ou cruzada é aquela em que o fluxo de ar caminha


horizontalmente dentro do ambiente.
Consiste em aproveitar a direção do vento, retirando-se as obstruções que bloqueiam o
fluxo do ar, sendo que, com isso, o ar frio entra no local sinistrado por uma abertura e, a
fumaça, sai por outra, situada em lado oposto.
O ideal para este tipo de ventilação é que o ambiente sinistrado possua aberturas alinhadas
entre si, em planos paralelos, e a direção do vento coincida com o alinhamento das

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aberturas, ficando a abertura mais baixa para a entrada do ar fresco e, a abertura mais alta,
para a saída da fumaça

A técnica de ventilação vertical é aquela em que o fluxo da fumaça é direcionado


verticalmente dentro do ambiente sinistrado, aproveitando-se o efeito chaminé para sua
extração.
Quando se faz uma abertura no telhado, imediatamente acima do fogo, permite-se que a
fumaça e outras partículas oriundas da combustão saiam do ambiente, devido à sua baixa
densidade em relação ao ar ambiente menos aquecido

VENTILAÇÃO TÁTICA

Durante o combate a um incêndio, os bombeiros devem ter em mente todas as técnicas de


combate, incluindo as ações de ventilação. A partir daí, pode-se adotar a ventilação como

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uma tática indispensável a se obter os resultados desejados nas ações de combate ao
incêndio e salvamento. Portanto, denomina-se essa ação como ventilação tática, onde pode
ser adotada qualquer uma das técnicas de ventilação de acordo com o momento e o
desenvolvimento das ações do combate no local do incêndio.
Aconselha-se que a ventilação tática não deva ser usada enquanto o foco do incêndio não
tenha sido localizado e, em todos os casos, uma avaliação deve ser feita sobre os efeitos de
sua aplicação.
Normalmente a identificação do foco do incêndio pode ser feita de fora da edificação,
porém, há ocasiões em que a ventilação tática pode ser feita para remoção da fumaça e
localização do fogo.
Na maioria dos casos, a ventilação é uma tática adequada, sendo o que há de mais
eficiente a ser usado nos primeiros momentos do combate. De qualquer forma, o
deslocamento de gases quentes dentro da edificação é a principal causa de propagação do
fogo, sendo assim, a decisão de iniciar a ventilação tática deve ser parte da estratégia
global do controle de movimento de ar na edificação.
A força e a direção do vento geralmente são os fatores dominantes na Ventilação tática,
pois, determinam a velocidade e a direção que a fumaça e os gases quentes tomam no
interior da edificação.
Nos incêndios em edificações não é aconselhável o combate ao fogo em posição contrária à
direção do vento, bem como a utilização de ventiladores para forçar o ar para dentro da
edificação, pois a eficiência desta tática dependerá da capacidade dos ventiladores, quando
comparado com a força contrária do vento e, se o vento for muito forte, este pode anular ou
prevalecer sobre a ação dos ventiladores.

PRINCIPAIS TÉCNICAS DE VENTILAÇÃO FORÇADA

VPP (ventilação por pressão positiva): executada forçando-se o ar para dentro da


edificação usando ventiladores. O efeito disso será o aumento da pressão interna em
relação à pressão atmosférica. VPP trata-se da corrente de ar direcionada para a abertura
de entrada;

VPN (ventilação por pressão negativa): trata-se da extração de fumaça e gases quentes
de uma abertura e saída. Isto terá o efeito de reduzir a pressão interna da edificação em
relação da pressão atmosférica. Pode ser executada por meio de exaustores ou jatos de
água;

Edificações com sistemas de ar condicionado podem ser planejadas para, em caso de


incêndio, utilizá-los como sistema de controle de fumaça; e

Sistemas fixos de controle de fumaça: Exaustores ou outros sistemas previamente


instalados e acionados automaticamente quando existe um sistema de controle de fumaça.

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Abordaremos a seguir algumas formas de realizar uma ventilação por pressão negativa.
Cabe ressaltar que apesar do nome pressão negativa ser reconhecido internacionalmente,
tecnicamente não existe a chamada pressão negativa, pois a “pseuda” pressão negativa
seria o vácuo, porém, para padronizar uma linguagem já estabelecida e aceita, vamos
considerar esta nomenclatura.

Exaustores

O método mais comum de se fazer a ventilação por pressão negativa é utilizando


exaustores portáteis.
Pode variar muito a quantidade de ar que eles podem remover que é medida em metros
cúbicos por minuto. Quanto maior a potência do exaustor mais ar poderá succionar.

Utilização de exaustor com manga em entrada que pode ser bloqueada.

Os exaustores podem funcionar por motores elétricos ou por motores hidráulicos.


Ventiladores a diesel ou gasolina, não são apropriados para o uso quando em locais com
gases oriundos de combustão, porque é pouco provável que haja suprimento de ar fresco, o
que é necessário para o funcionamento do motor.

O problema principal com o uso de ventiladores de ventilação negativa é que os


componentes são pouco prováveis de serem projetados para suportar altas temperaturas.
Se a fumaça e os gases que estão sendo extraídos estiverem quentes, o ventilador ou
exaustor poderá parar de funcionar.

O uso de ventiladores para pressão negativa é indicado na remoção de fumaça em


edificações quando o incêndio estiver extinto ou onde não há a probabilidade de gases
quentes ou inflamáveis atingirem diretamente o equipamento.

Ventilação com jatos de água

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É o efeito provocado pelo arrastamento do ar pela abertura de saída, mediante o uso de
uma linha de mangueira por meio de jato de água cônico.
O jato cônico deverá ser direcionado para fora por intermédio da abertura de saída do
prédio. Para proteger o bombeiro de permanecer em um ambiente quente, a linha de
mangueira pode ser presa na posição ou amarrada em um cavalete.
O jato deve ser formar um cone de ângulo aproximado de 60º e a mangueira colocada de
maneira que cubra de 85% a 90% de saída de fumaça para executar a máxima corrente de
ar.
O mesmo efeito pode ser usado na abertura de entrada, mas a perda de água do lado de
dentro da edificação será aumentada e o bombeiro segurando a mangueira terá que estar
ciente do risco de “backdraft” nas operações ofensivas de ventilação.
Esta técnica pode ser muito eficiente na dispersão de fumaça no foco de incêndio no
compartimento para capacitar a investigação do cenário e reduzir danos.

Ventilação por pressão negativa com o uso de esguicho

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Fumaça retirada do ambiente com a ventilação por esguicho

Sistemas de exaustão

Esses sistemas possuem geralmente acionamento automático e provavelmente estarão em


funcionamento antes que o Corpo de Bombeiros chegue ao local do incêndio. Estes
sistemas podem ser operados manualmente, mas isto necessita de alguns cuidados pelo
comandante no local de incêndio como parte da estratégia de combate ao incêndio e de
ventilação.

PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO


Cuidados Necessários

• Respeitar as proibições de fumar no ambiente de trabalho (Lei Estadual nº 11.540, de


12/11/2003);
• Não acender fósforos, nem isqueiros ou ligar aparelhos celulares em locais sinalizados;
• Manter o local de trabalho em ordem e limpo;
• Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados;
• Colocar os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados;
• Manter desobstruídas as áreas de escape e não deixar, mesmo que provisoriamente,
materiais nas escadas e corredores;
• Não deixar os equipamentos elétricos ligados após sua utilização. Desligue-os da tomada;
• Não improvisar instalações elétricas, nem efetue consertos em tomadas e interruptores,
sem que esteja familiarizado;

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• Não sobrecarregar as instalações elétricas com a utilização do PLUG T, lembrando que o
mesmo oferece riscos de curto-circuito e outros;
• Verificar antes da saída do trabalho, se não há nenhum equipamento elétrico ligado;
• Observar as normas de segurança ao manipular produtos inflamáveis ou explosivos;
• Manter os materiais inflamáveis em local resguardado e à prova de fogo;
• Não cobrir fios elétricos com o tapete;
• Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas, armazenando-os
sempre na posição vertical e na embalagem;
• Não utilize equipamentos que produzam chamas ou aparelho de solda perto de materiais
inflamáveis.

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EM CASO DE ABANDONO DE LOCAL

Recomenda -se:

• Seja qual for a emergência, nunca utilizar os elevadores; salvo quando for para esta
finalidade (elevador de emergência).
• Ao abandonar um compartimento, fechar a porta atrás de si (sem trancar) e não voltar ao
local;
• Ande, não corra;
• Facilitar a operação dos membros da Equipe de Emergência para o abandono, seguindo à
risca as suas orientações;
• Ajudar o pessoal incapacitado a sair, dispensando especial atenção àqueles que, por
qualquer motivo, não estiverem em condições de acompanhar o ritmo de saída
(deficientes físicos, mulheres grávidas e outros);
• Levar junto com você visitantes;
• Sair da frente de grupos em pânico, quando não puder controlá-los;
• Dirigir-se aos pontos de encontros.

OUTRAS RECOMENDAÇÕES

• Não suba, procure sempre descer pelas escadas;


• Não respire pela boca, somente pelo nariz;
• Não corra nem salte, evitando quedas, que podem ser fatais. Com queimaduras ou
asfixias, o homem ainda pode salvar–se;
• Não tire as roupas, pois elas protegem seu corpo e retardam a desidratação. Tire apenas
a gravata ou roupas de nylon;
• Se suas roupas se incendiarem, jogue–se no chão e role lentamente. Elas se apagarão
por abafamento;
• Ao descer escadarias, retire sapatos de salto alto e meias escorregadias.

DEVERES E OBRIGAÇÕES

• Procure conhecer todas as saídas que existem no seu local de trabalho, inclusive as
rotas de fuga;
• Participe ativamente dos treinamentos teóricos, práticos e reciclagens que lhe forem
ministrados;
• Conheça e pratique as Normas de Proteção e Combate ao Princípio de Incêndio, quando
necessário e possível, adotadas na Empresa;
• Comunique imediatamente aos membros da Equipe de Emergência, qualquer tipo de
irregularidade.

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