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Podcast
Disciplina: Proteção contra incêndio e explosões
Título do tema: Preparação para resposta a emergências
Autoria: Júlio Assis de Freitas
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior

Abertura:

Olá, caro aluno! Neste podcast vamos falar do plano de atendimento a


emergências, ou simplesmente PAE.

Uma edificação precisa ter equipamentos de proteção ativa e passiva contra


incêndio, o que pode incluir extintores, hidrantes, iluminação de emergência,
rotas de fuga sinalizadas e desobstruídas, sistemas de detecção e alarme de
incêndio, entre tantas outras medidas requeridas pelos bombeiros.

Porém todo este aparato terá pouca utilidade no momento da emergência se


não houver pessoas aptas a fazer bom uso deles. Porém o PAE vai além de
ensinar as pessoas a operar um extintor de incêndio.

O “P” de PAE significa “plano”, e planejamento é uma etapa fundamental em


tudo o que se pretende fazer com excelência não é mesmo? Exemplo disso é o
famoso ciclo PDCA tão conhecido daqueles que já tiveram alguma experiência
com sistemas de gestão da qualidade.

A primeira etapa para se construir um PAE é reunir um time multidisciplinar


envolvendo, por exemplo, representantes das áreas de segurança do trabalho
e patrimonial, manutenção, produção, ambulatório médico, bombeiro civil, e os
demais especialistas nas diversas etapas do processo que ocorrem no
estabelecimento, pois todos tem a contribuir nas suas áreas de expertise, em
especial na etapa seguinte, que é a análise de riscos.

A análise de riscos deve identificar todas as hipóteses acidentais possíveis. É


importante destacar que hipótese acidental é diferente de cenário emergencial.

Imagine um acidente em que um caminhão tanque de gasolina colide no pátio


da empresa, como resultado do impacto o motorista fica inconsciente e o
combustível começa a vazar, este é um cenário emergencial composto por
várias hipóteses acidentais que se concretizaram.

Com isso, o PAE deve prever e definir meditas de reação para socorro à vítima,
contenção do derramamento para evitar dano ambiental, remoção das
possíveis fontes de ignição no entorno do cenário, preparação para a possível
necessidade de combate a incêndio e abandono da população da empresa
caso o cenário ofereça risco às edificações próximas.

Tão importante após a elaboração do PAE prevendo e tratando todas as


hipóteses acidentais, é a capacitação dos ocupantes da edificação, o que vale
tanto para os que efetivamente terão algum papel ativo na mitigação do cenário
emergencial, quanto para a população em geral, que precisa saber como reagir
frente a um alarme de incêndio ou ao comando de um brigadista.

O PAE é um requisito legal obrigatório nacionalmente, por mais que a


legislação dos bombeiros tenha jurisdição estadual ou distrital, todos eles
sempre remetem a necessidade da elaboração de um plano de atendimento a
emergências.

Porém, nenhum corpo de bombeiros estabelece como deve ser elaborado um


PAE, e diante disso, o mercado adota como boa prática seguir as diretrizes da
NBR 15.219, cuja última versão data de 2020.

Esta norma traz inclusive em seus anexos um modelo básico de PAE para
basear a elaboração de um plano a partir do “zero”.

O profissional que atua na área da prevenção tem papel de protagonismo na


elaboração do PAE, sua atuação na elaboração, implantação e manutenção de
um bom plano pode literalmente salvar vidas.

O desfecho do incêndio na boate Kiss poderia ter sito diferente em número de


vítimas se houvesse um PAE devidamente implantado? Ele poderia se quer ter
acontecido? Encerro deixando estas questões para sua reflexão.

Fechamento:

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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