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1. FORMAÇÃO DA BRIGADA COMUNITÁRIA

OBJETIVOS:
Ao final desta lição os participantes serão capazes de:
- Entender as atribuições da Brigada Comunitária;
- Conceituar trabalho em equipe.

1.1 O PROJETO BRIGADA COMUNITÁRIA

1.1.1 Diagnóstico
O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina atende um número considerável de
incêndio em edificação por dia, sendo que boa parte desses sinistros acontecem em
comunidades de difícil acesso, geralmente provocando perda total das residências,
causando impactos catastróficos às famílias vitimadas. A resposta do Corpo de Bombeiros
a tais incêndios é prejudicada devido à dificuldade de deslocamento, pois, devido a grande
concentração de pequenas residências, as ruas são estreitas e os aclives são acentuados,
dificultando a manobra de viaturas pesadas, diminuindo significativamente a velocidade
dos veículos de emergência e consequentemente a resposta do socorro adequado.
Somando-se ainda a constatação de que o conhecimento da população brasileira
sobre combate de incêndio e primeiros socorros é fragmentado, construído muitas vezes
na experiência prática de forma difusa e distorcida, como é o caso de moradores destes
tipos de habitações.
Por experiência, os profissionais bombeiros constatam que no caso de sinistros, o
problema só ocorreu, ou suas consequências foram ampliadas, porque no início da sua
constatação não havia ninguém devidamente orientado para tomar uma atitude certa e
oportuna, ou seja, a falta de informação da população contribui bastante para evitar
sinistros ou reduzir suas consequências.
Diante disto e baseado na noção de segurança global dos fundamentos de direito
natural à vida, à segurança, à propriedade e a incolumidade das pessoas e do patrimônio
em todas as condições o Corpo de Bombeiros Militar implementou o projeto Brigada
Comunitária.
A idéia de criação de Brigadas Comunitárias tem como objetivo capacitar pessoas
da própria comunidade na área de prevenção e intervenção nos casos de incêndios,
acidentes domésticos ou outras emergências, através de cursos ministrados por
profissionais e voluntários do Corpo de Bombeiros de Florianópolis e Defesa Civil Estadual,
e ao final do curso, cada aluno receberá dois extintores portáteis de incêndios, e uma bolsa
contendo materiais de primeiros socorros. Esses brigadistas, além de serem capacitados,
também realizarão vistorias, coordenadas pelo Corpo de Bombeiros Militar e Defesa Civil,
nas residências da comunidade, a fim de orientar pessoas e corrigir situações incorretas
nas casas vistoriadas.

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O interesse no projeto nasceu em função de um conjunto de fatores:
- A inexistência de um programa de gerenciamento de riscos de incêndio em locais
de concentração de população menos favorecida de Florianópolis;
- Os perigos comuns existentes nessas habitações e a aceitabilidade social do risco
pela população e pela sociedade;
- Por contemplar três grandes ações de redução de desastres e atendimento à
emergências: prevenção, preparação e resposta;
- Por contemplar a interação entre desenvolvimento sustentável, redução de
desastres, proteção ambiental e bem-estar social;
- Por possuir identificação com a importância relevância social de garantir
sustentabilidade do projeto.

O CBMSC como órgão público integrante da Secretaria Segurança Pública e Defesa


do Cidadão além de sua missão e visão institucional e de suas atribuições legais de
realizar os serviços de prevenção de sinistros ou catástrofes, de combate a incêndio e de
busca e salvamento de pessoas e bens e o atendimento pré-hospitalar, tem e busca a
responsabilidade social de ser um agente transformador. Uma instituição fundamentada
na hierarquia e na disciplina, que tem seus objetivos constitucionais vinculados ao
enfrentamento de situações de risco, e que tem na prevenção e na educação seus
principais aliados para a redução dos riscos a vidas e a bens.

1.1.2 Principais demandas

1- Aquisição de equipamentos/materiais permanentes, materiais de consumo e


demandas de instrução para execução do projeto;

2- Minimização das perdas materiais e danos ambientais em decorrência de incêndios;

3- Redução dos efeitos e riscos de acidentes domésticos;

4- Minimização do impacto psicológico da ocorrência frente à comunidade;

5- Inserção econômica-social dos moradores das favelas no mercado de trabalho;

6- Aumento da auto-estima da população integrante à comunidade através do


desenvolvimento das habilidades de gerenciamento de riscos e tomada de decisão;

7- Melhoria da integração do Corpo de Bombeiros Militar com a comunidade e com o


Sistema de Segurança Pública e do Cidadão;

8- Fortalecimento das lideranças positivas das comunidades como referência para


crianças e jovens;

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1.1.3 Objetivo geral

1. Proteger a vida e o patrimônio, bem como, reduzir as conseqüências sociais de


sinistro/acidentes e dos danos ao meio ambiente em locais de concentração de
população de baixa renda.
2. Promover capacitação profissionalizante na área de segurança patrimonial como
Bombeiros Civis podendo atuar em shoppings, empresas e edificações
verticalizadas.

1.1.4 Público beneficiado

1. População moradora de favelas nas cidades beneficiadas pelo projeto, entre 18 a 30


anos de idade, alfabetizados, e que sejam moradores nas comunidades onde serão
executados os projetos.

2. As cidades beneficiadas pelo projeto são: Laguna, Criciúma, Lages, Florianópolis,


Joinville, Itajaí, Balneário Camboriu/Camboriu, Blumenau, Chapecó, São José,
Palhoça e Biguaçu. Cada cidade será beneficiada com dois (02) Cursos de Brigada
Comunitária em comunidades consideradas mais necessitadas em função da
situação sócio-econômica e de risco.

3. Os Bombeiros Militares servindo nos Grupamentos e Seção beneficiados,


melhorando a auto-estima e motivação.

4. As próprias comunidades onde serão aplicados os projetos que obterão mais


segurança e oportunidade de capacitação profissionalizante na área de segurança
patrimonial como Bombeiros Civis podendo atuar em shoppings, empresas e
edificações verticalizadas.

1.1.5 Resultados esperados com a implementação do projeto

- Resultados Finalísticos
 Reduzir em 90% as conseqüências desastrosas provocadas por incêndio nas
áreas de abrangência do Projeto, bem como minimizar significativamente as
conseqüências de acidentes, através de um atendimento rápido e qualificado pelos
componentes das Brigadas

 Oportunizar a capacitação profissionalizante na área de segurança patrimonial


como Bombeiros Civis os integrantes das comunidades do projeto.

- Resultados Intermediários
 Educar toda a comunidade para a percepção de situações de risco, bem como
fazer possíveis correções para aumentar a segurança no que se refere a
incêndios e acidentes domésticos

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1.1.6 Mensuração dos resultados

- Sociais: o fortalecimento da identidade coletiva e conseqüente elevação da auto-


estima dos moradores mensurados através da elaboração de um plano de ação em
grupo;

- Econômicos: a minimização do risco de incêndio, criando maiores seguranças


para a comunidade e para os parcos bens existentes, ambos os resultados cotados
a partir de dados estatísticos e comparativos de ocorrências de incêndios e
emergências além de entrevistas à comunidade; Relação custo/benefício baseados
em campo quantitativo quando possível e qualitativo através de questionários
aplicados à comunidade;
Pesquisa entre os capacitados sobre a facilitação no ingresso do mercado de
trabalho através de entrevista.

- Ambientais: extinção do incêndio e atendimento de emergências antes da


chegada do Corpo de Bombeiros mensurados em dados estatísticos e comparativos

1.2 O CURSO BRIGADA COMUNITÁRIA

 O Curso tem carga horária de 73 horas/aula (+12h/aula opcional de estágio nas


viaturas BBMM)

 Cada comunidade terá de 10 a 15 brigadistas e será teórico-prático, onde os alunos


aprenderão a fazer fazendo.

 Os módulos e carga horária estão dentro dos padrões estabelecidos pela


NBR14276/2006 – Requisitos Brigada de Incêndio.

 Será conferido aos formandos o diploma de conforme a NBR (Brigadista


Intermediário)

1.2.1 NBR 14276/2006

 Validade do treinamento (certificado) é de 12 meses;

 Requisito: conclusão do Curso com aproveitamento mínimo de 70% na avaliação


teórica prática

 Certificado expedido pelo Instrutor de Incêndio e Primeiros Socorros

 Reciclagem – dispensa prova teórica prática desde que o brigadista obtenha 70%
do aproveitamento em pré-avaliação

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1.2.2 Características pessoais de um brigadista

 Responsabilidade;
 Sociabilidade;
 Honestidade;
 Disciplina;
 Estabilidade emocional;
 Boa condição física;
 Apresentação adequada à atividade (bom aspecto pessoal, uniformizado, asseado).

1.2.3 Atribuições da brigada

1.2.3.1 Atribuições Gerais:

Ações de prevenção:
 avaliação dos riscos existentes;
 inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndio e primeiros-socorros;
 inspeção geral das rotas de fuga;
 orientação à população fixa e flutuante;
 participar de exercícios simulados.

Ações de emergência:
 identificação da situação;
 alarme/abandono de área;
 corte de energia;
 acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa;
 primeiros socorros;
 combate ao princípio de incêndio;
 recepção e orientação ao Corpo de Bombeiros;

1.2.3.2 Atribuições Específicas (GRUA - Grupo de Abandono):

Coordenador geral da brigada: Brigadista responsável pela coordenação e


execução das ações de emergências da edificação. É o responsável máximo da brigada de
incêndio, determina o início do abandono, devendo priorizar os locais sinistrados, os
pavimentos superiores a estes, os setores próximos e os locais de maior risco.

 Aciona o Corpo de Bombeiros;


 Dirigir-se imediatamente para o ponto de encontro;
 Organizar o ponto de encontro, buscando informações;
 Aguardar e checar o completo abandono;
 Comunicar o completo abandono e as alterações ao Corpo de Bombeiros;
 Receber as alterações dos líderes;

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 Observar e corrigir posteriormente possíveis pontos a melhorar referente ao
desempenho dos membros da brigada e demais funcionários e visitantes

Líder: Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de


emergência de um determinado setor / compartimento / pavimento da planta.

 Reunir e conferir os funcionários de seu pavimento;


 Fazer contatos externos;
 Orientar e supervisionar as ações dos demais membros;
 Auxiliar na remoção de pessoas;
 Solicitar auxílios em geral;
 Contatar o supervisor no ponto de encontro;
 No ponto de encontro fazer chamada/contagem;

Puxa-fila:
 Iniciar o trabalho de escape das pessoas, posicionando-se na via de escape,
indicando a saída e organizando o ingresso e passagem na escada;
 Se possível, o puxa-fila deve contar o número de pessoas e informar ao líder.

Fecha-fila:
 Ir a todos os recintos chamando as pessoas e depois se posicionar ao final da
fila;
 Auxiliar nas tarefas de primeiros socorros, remoção de pessoas e organização
da fila.

Vistoriador:
 Enviar o elevador ao térreo;
 Desligar o sistema elétrico do andar;
 Fechar as portas e janelas sem as travar;
 Checar as dependências do pavimentos;
Auxiliar nas tarefas de primeiros socorros e na remoção de retardatários.

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA A POPULAÇÃO DA PLANTA

Em caso de abandono, adotar os seguintes procedimentos:


 acatar as orientações dos brigadistas;
 manter a calma;
 caminhar em ordem;
 permanecer em silêncio;
 pessoa em pânico: se não puder acalmá-la, deve-se evita-la. Se possível, avisar
um brigadista.
 nunca voltar para apanhar objetos;
 ao sair de um lugar, fecha as portas e janelas sem trancá-las;
 não se afastar dos outros e não parar nos andares;

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 levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;
 ao sentir cheiro de gás, não acender ou apagar as luzes;
 deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de
socorro médico;
 encaminhar-se ao ponto de encontro e aguardar novas instruções.

Em locais com mais de um pavimento:


 nunca utilizar o elevador, salvo por orientação da brigada;
 descer até o nível da rua e não subir, salvo por orientação da brigada;
 ao utilizar as escadas, deparando-se com as equipes de emergência, dar
passagem pelo lado interno da escada, sempre usar o corrimão, não pular
degrau e seguir em fila indiana.

Em situações extremas:
 evitar retirar as roupas e, se possível, molha-las;
 se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar todo o corpo,
roupas, sapatos e cabelo;
 proteger a respiração com um lenço molhado junto a boca e nariz e manter-se
sempre o mais próximo do chão, já que é o local com menor concentração de
fumaça;
 antes de abrir uma porta, verificar se ela não está quente;
 se ficar preso em algum ambiente, aproximar-se da aberturas externas e tentar
de alguma maneira informar sua localização;
 nunca saltar.

1.3 TRABALHO EM EQUIPE

Trabalho em equipe ou trabalho de equipe é quando um grupo ou uma sociedade


resolve criar um esforço coletivo para resolver um problema, ou realizar uma meta comum.
O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e agilidade no
cumprimento de metas e objetivos compartilhados.
Dez entre dez especialistas garantem: "o profissional do futuro deve, sobretudo,
saber trabalhar em equipe". Mas quem nunca pensou que preferia trabalhar sozinho
porque centralizando o trabalho em si "a coisa andaria melhor"?
Há uma explicação para esse receio em relação ao trabalho em equipe. Desde os
tempos da escola, quando o professor mandava a turma se dividir em grupos para
executar uma tarefa, os alunos aprendiam como é difícil lidar com idéias distintas e, muitas
vezes, com a falta de comprometimento dos colegas. Da escola para frente, uma sucessão
de experiências ruins relacionadas ao tema “trabalho em equipe” levam restrições ao
coletivo.
Cada indivíduo tem algo a oferecer para transformar um grupo numa equipe de
sucesso. O segredo é aproveitar tais competências individuais para obter um bom
resultado coletivo. Uma equipe, assim como um grande time, não se faz só de estrelas,

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mas de indivíduos de diferentes qualidades que, em conjunto, obtêm sucesso. Segue
abaixo dez dicas para o trabalho em equipe:

1. Ser paciente: Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, por isso é importante ser
paciente. Procure expor os seus pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os
outros têm a dizer. Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as
suas opiniões.
2. Aceite as idéias dos outros: Às vezes é difícil aceitar idéias novas ou admitir que não
temos razão; mas é importante saber reconhecer que a idéia de um colega pode ser
melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o
objetivo comum que o grupo pretende alcançar.
3. Não critique os colegas: Às vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é
muito importante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as idéias do
colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as idéias, nunca a pessoa.
4. Saiba dividir: Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do
princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar
responsabilidades e informação é fundamental.
5. Trabalhe: Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir
tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente.
6. Seja participativo e solidário: Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus
colegas, sempre que seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido
quando necessitar pedir ajuda.
7. Dialogue: Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha
sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma
solução de compromisso, que agrade a todos.
8. Planeje: Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma
tendência para se dispersarem; o planejamento e a organização são ferramentas
importantes para que o trabalho em equipe seja eficaz. É importante fazer o balanço entre
as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto.
9. Evite cair no "pensamento de grupo": Quando todas as barreiras já foram
ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar
resistente a mudanças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões
externas e que aceite a idéia de que pode errar.
10. Aproveite o trabalho em equipe: O trabalho em equipe, acaba por ser uma
oportunidade de conviver mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles.

CRONOGRAMA DA BRIGADA COMUNITÁRIA

CARGA - HORÁRIA AULA

Aula Inaugural / Formação de uma Brigada


04 Horas/Aula
(Dinâmica de Apresentação - O que é uma Brigada Comunitária)

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Noções de Defesa Civil
04 Horas/Aula
(Principais desastres, como evitá-los e que atitudes tomar)
Combate a Incêndio - Teoria
04 Horas/Aula
(O fogo, classes de incêndio, métodos de extinção)
Combate a Incêndio - Prática
03 Horas/Aula
(Uso de extintores e mangueiras)
Primeiros Socorros - Teoria
04 Horas/Aula
(Avaliação do paciente, RCP, DEA)
Primeiros Socorros - Teoria
04 Horas/Aula (Fraturas, Ferimentos, Hemorragias, Queimaduras,
Emergências Clínicas)
Primeiros Socorros - Prática
03 Horas/Aula
(Curativos e Imobilizações)
03 Horas/Aula Avaliação de Riscos de Incêndio e Perigos Domésticos
Operação Alerta Vermelho
10 Horas/Aula (Visita as famílias da comunidade e orientações sobre o uso do gás
de cozinha e prevenção de acidentes domésticos)
Prevenção Contra Incêndio
03 Horas/Aula
(Sistemas Preventivos de Incêndio: alarme, iluminação..)
Treinamento Operacional:
- Primeiros Socorros - Prática (01h/a)
- Simulado Prático de Primeiros Socorros (05h/a)
30 Horas/Aula - Simulado Prático de Combate a Incêndio (01h/a)
- Proteção Respiratória
- Resgate de Vitimas em espaços confinados
- Resgate de vitimas em altura
12 Horas/Aula Estágio nas viaturas
73 Horas/Aula TOTAL

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2. NOÇÕES DE DEFESA CIVIL

OBJETIVOS:
Ao final desta lição os participantes serão capazes de:
1. Conceituar Defesa Civil;
2. Citar as Fases da Defesa Civil;
3. Saber como prevenir e como agir em casos de desastre.

2.1 - O QUE É DEFESA CIVIL

A Defesa Civil (no Brasil) é o conjunto de ações preventivas, de socorro,


assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o
moral da população e restabelecer a normalidade social.
Cabe aos agentes de Defesa Civil, profissional ou voluntário, o socorro e assistência
às localidades atingidas por catástrofes ou eventos dos mais diversos, sejam causados por
eventos naturais ou não.
Voluntário da Defesa Civil ou não, cada membro de uma comunidade deve estar
preparado para proteger a vida e o patrimônio, porque a qualquer momento e em qualquer
lugar pode ocorrer um desastre. A conscientização da população e o preparo para
emergências é uma das funções da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - COMDEC,
e talvez a principal, considerando que o maior objetivo da Defesa Civil é a redução de
desastres e seus danos.

2.1.1 A Defesa Civil no Mundo

No mundo, as primeiras ações dirigidas para a defesa da população foram


realizadas nos países envolvidos com a Segunda Guerra Mundial.
O primeiro país a preocupar-se com a segurança de sua população foi a Inglaterra
que após os ataques sofridos entre 1940 e 1941, quando foram lançadas toneladas de
milhares de bombas sobre as principais cidades e centros industriais ingleses, causando
milhares de perdas de vida na população civil, institui a CIVIL DEFENSA (Defesa Civil).
Hoje, em todo o mundo, a Defesa Civil, se organiza em sistemas abertos com a
participação dos governos locais e a população no desencadeamento das ações
preventivas e de resposta aos desastres.

2.1.2 A Defesa Civil no Brasil

Com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, e principalmente, após o


afundamento, na costa brasileira, dos navios de passageiros Arara e Itagiba, totalizando 56
vítimas, o Governo Federal Brasileiro, em 1942, criou o primeiro esboço de Defesa Civil.

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Estabeleceu o Serviço de Defesa Passiva Antiaérea, criou a obrigatoriedade do
ensino da defesa passiva em todos estabelecimentos de ensino, oficiais ou particulares,
existentes no Brasil.
Em 1943, a denominação de Defesa Passiva Antiaérea foi alterada para Serviço de
Defesa Civil, sob a supervisão da Diretoria Nacional do Serviço da Defesa Civil, do
Ministério da Justiça e Negócios Interiores, extinto em 1946.
Como conseqüência da grande enchente no Sudeste, no ano de 1966, foi criado, no
então Estado da Guanabara, o Grupo de Trabalho com a finalidade de estudar a
mobilização dos diversos órgãos estaduais em casos de catástrofes. Este grupo elaborou o
Plano Diretor de Defesa Civil do Estado da Guanabara, definindo atribuições para cada
órgão componente do Sistema Estadual de Defesa Civil. Em 19.12.1966 é organizada no
Estado da Guanabara, a primeira Defesa Civil Estadual do Brasil.
Foram criadas a partir daí as Diretorias Regionais de Defesa Civil nos Estados,
Territórios e Distrito Federal.
O Sistema Nacional de Defesa Civil tem atualmente um Centro Nacional de
Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), um grupo de apoio a desastres que tem
a finalidade de fortalecer os órgãos de Defesa Civil locais.

2.1.3 A Defesa Civil em Santa Catarina

Criada através da lei 4841 de 18 de maio de 1973, a Defesa Civil Estadual passa a
ser organizada, sendo esta vinculada ao Gabinete da Casa Civil, com afinidade direta ao
Governador do Estado.
Tal lei, já dispõe do sistema completo de Defesa Civil, incluindo o que existe até os
dias atuais, porém com algumas características modificadas, incluindo sua vinculação.
O Departamento Estadual de Defesa Civil integra a Secretaria Executiva de Justiça
e Cidadania e está organizada em quatro gerências: Prevenção; Minimização de
Desastres, Administração e Apoio Operacional.

2.1.4 Fases da defesa civil

Entre as principais ações da Defesa Civil podem ser destacadas:

 Prevenção: é considerada uma das fases mais importantes na administração de


desastre, é a hora certa para se tomar medidas de avaliação e redução de riscos, para
isso é necessário mudar o comportamento e a cultura da população, temos que nos
conscientizar.

 Preparação: A defesa civil faz um planejamento antecipado das ações em futuras


situações de emergências ou desastres, é uma etapa de mobilização, reunião de
informações e articulação com outras instituições para trabalharem em conjunto, em
situações difíceis.

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 Respostas: é quando se coloca em pratica os procedimentos planejados na fase de
preparação, a atuação tem que ser ágil e rápida, mesmo se deparando com o
imprevisto, isto é, o socorro, é o momento de atender e assistir as vítimas e lugares
atingidos, e suprir suas necessidades básicas.

 Reconstrução: é o momento de colocar em ordem tudo afetado durante o desastre,


são ações de recuperação e realocação dos desabrigados, entre outras atitudes, que
contribui para a volta do bem estar social, a defesa civil atua também na recuperação
moral das pessoas envolvidas, restabelecendo definitivos os serviços essenciais.

2.2 - SITUAÇÕES DE RISCO E DESASTRE

A ocorrência e a intensidade dos desastres dependem muito do grau de


vulnerabilidade dos cenários de desastres e das comunidades afetadas do que pela
magnitude dos eventos adversos.

 Situação de emergência: Reconhecimento legal pelo poder público de situação


anormal provocada por desastres, causando danos suportáveis e superáveis pela
comunidade afetada.

 Ameaça: Estimativa de ocorrência e magnitude de um evento adverso, ou acidente


determinado, expressa em termos de:
- Probabilidade estatística de concretização de evento;
- Provável magnitude de sua manifestação.

 Plano de evacuação: Se você está morando numa área de risco, tenha com sua
vizinhança um plano de evacuação com um sistema de alarme. É um plano que permite
salvar a sua vida e de seus vizinhos. Caso a localidade onde você mora ainda não tem
esse plano, converse com o Prefeito e o Coordenador de Defesa Civil.

 Risco: Medida de danos e prejuízos potenciais, expressa em termos de:


- Probabilidade estatística de ocorrência;
- Intensidade ou grandeza das conseqüências possíveis.

 Desastre: é resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre


um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais e ambientais e
conseqüentes prejuízos econômicos e sociais.
Ou seja, pode ocorrer uma chuva muito forte, um vendaval ou uma explosão, mas não
serem desastres se não causarem danos e prejuízos que afetam as pessoas, o cenário e
as atividades de uma comunidade de tal maneira que ela precisa de um esforço especial
para voltar a sua normalidade.
O grande desafio da Defesa Civil no Brasil e da Estratégia Internacional para Redução
de Desastres no mundo é o de minimizar os danos humanos, materiais e ambientais e os
conseqüentes prejuízos econômicos e sociais resultantes da ocorrência de desastre. Ao

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incrementar o senso de percepção de risco e o comprometimento por parte das
comunidades e autoridades públicas teremos a redução de ocorrência de desastre no
Brasil.

Como agir em caso de desastres?


A Defesa Civil orienta, pois existem coisas que só você, que vive perto do problema,
pode fazer:

a) VENDAVAIS: São perturbações marcantes no estado normal da atmosfera.


Deslocamento violento de uma massa de ar, de uma área de alta pressão para outra de
baixa pressão. Normalmente são acompanhados de precipitações hídricas intensas e
concentradas, que caracterizam as tempestades. Também chamados de ventos muito
duros, compreendendo ventos cujas velocidades variam entre 88,0 a 102,0 km/h.
Os ventos com velocidades maiores recebem denominações específicas:
- 103,0 a 119,0 km/h ciclone extratropical
- Acima de 120,0 km/h ciclone tropical ou furacão ou tufão

Danos: Os vendavais ou tempestades:


- Derrubam árvores e causam danos às plantações;
- Derrubam a fiação e provocam interrupções no fornecimento de energia elétrica e nas
comunicações telefônicas;
- Provocam enxurradas e alagamentos;
- Produzem danos em habitações mal construídas e/ou mal situadas;
- Provocam destelhamento em edificações;
- Causam traumatismos provocados pelo impacto de objetos transportados pelo vento, por
afogamento e por deslizamentos ou desmoronamentos.
Os vendavais ocorrem em qualquer parte da Terra, em qualquer país. No Brasil, os
vendavais são mais freqüentes nos Estados da Região Sul: Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná.

O que eu posso fazer antes da ocorrência do vendaval?


- Revise a resistência de sua casa, principalmente o madeiramento de apoio do telhado;
- Desligue os aparelhos elétricos e o gás;
- Abaixe para o piso todos os objetos que possam cair.

E depois da ocorrência do vendaval o que posso fazer?


- Ajude na limpeza e recuperação da área onde se encontra, começando pela
desobstrução das ruas e outras vias;
- Ajude seus vizinhos que foram atingidos;
- Evite o contato com cabos ou redes elétricas caídas. Avise a Defesa Civil ou Bombeiros
sobre estes perigos;
- Procure não utilizar serviços hospitalares, de comunicações, a não ser que necessite
realmente. Deixe estes serviços para os casos de emergência.

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b) INUNDAÇÃO: Há vários tipos de inundações:

 Inundações repentinas, bruscas ou enxurradas: ocorrem em regiões de relevo


acentuado, montanhoso, como na região Sul do País. Acontecem pela presença de
grande quantidade de água num curto espaço de tempo. São freqüentes em rios de
zonas montanhosas com bastante inclinação, vales profundos e muitas vezes as águas
de chuva arrastam terra sem vegetação devido aos deslizamentos nas margens dos
rios. A grande quantidade de água e materiais arrastados representam, à medida que
escoam, grande poder destruidor. Chuvas fortes ou moderadas, mas duradouras
(intensas), também podem originar inundações repentinas, quando o solo esgota sua
capacidade de infiltração.

 Inundações lentas ou de planície: Nas enchentes, as águas elevam-se de forma


paulatina e previsível; mantêm-se em situação de cheia durante algum tempo e, a
seguir, escoam-se gradualmente. Normalmente, as inundações são cíclicas e
nitidamente sazonais. Exemplo típico de periodicidade ocorre nas inundações anuais
da bacia do rio Amazonas. Ao longo de quase uma centena de anos de observação e
registro, caracterizou-se que, na cidade de Manaus, na imensa maioria dos anos, o pico
das cheias ocorre em meados de junho.

 Inundações em cidades ou alagamentos: São águas acumuladas no leito das ruas e


nos perímetros urbanos, por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com
sistemas de drenagem deficientes. Nos alagamentos, o extravasamento das águas
depende muito mais de uma drenagem deficiente, que dificulta a vazão das águas
acumuladas, do que das precipitações locais.
O fenômeno relaciona-se com a redução da infiltração natural nos solos urbanos, a
qual é provocada por:
- compactação e impermeabilização do solo;
- pavimentação de ruas e construção de calçadas, reduzindo a superfície de infiltração;
- construção adensada de edificações, que contribuem para reduzir o solo exposto e
concentrar o escoamento das águas;
- desmatamento de encostas e assoreamento dos rios que se desenvolvem no espaço
urbano;
- acumulação de detritos em galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d’água;
insuficiência da rede de galerias pluviais.

Danos: No Brasil, muitas pessoas morrem anualmente pelas inundações. Outras


perdem todo o patrimônio familiar alcançado com muitos anos de trabalho e esforço. É
comum a combinação dos dois fenômenos - enxurrada e alagamento - em áreas
urbanas acidentadas, como ocorre no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em cidades
serranas.
Em cidades litorâneas, que se desenvolvem em cotas baixas, como Recife e
cidades da Baixada Fluminense, a coincidência de marés altas, contribui para agravar o

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problema. Os alagamentos das cidades normalmente provocam danos materiais e
humanos mais intensos que os das enxurradas.

O que devo fazer ao verificar os riscos de alagamento da cidade?


- Não deixe crianças trancadas em casa sozinhas;
- Mantenha sempre pronta água potável, roupa e remédios, caso tenha que sair rápido da
sua casa;
- Conheça o Centro de Saúde mais próximo da sua casa, pode ser necessário;
- Avise aos seus vizinhos sobre o perigo, no caso de casas construídas em áreas de risco
de deslizamento. Avise, também, imediatamente ao Corpo de Bombeiros e à Defesa Civil;
- Convença as pessoas que moram nas áreas de risco a saírem de casa durante as
chuvas;
- Avise imediatamente ao Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil sobre áreas afetadas pela
inundação;
- Antes de tudo, salve e proteja sua vida, a de seus familiares e amigos. Se precisar retirar
algo de sua casa, após a inundação, peça ajuda à Defesa Civil ou ao Corpo de Bombeiros;
- Coloque documentos e objetos de valor em um saco plástico bem fechado e em local
protegido;

Se a inundação for inevitável como devemos nos preparar para enfrentá-la?


- Tenha um lugar previsto, seguro, onde você e sua família possam se alojar no caso de
uma inundação;
- Desconecte os aparelhos elétricos da corrente elétrica para evitar curtos circuitos nas
tomadas;
- Não construa próximo a córregos que possam inundar;
- Não construa em cima de barrancos que possam deslizar, carregando sua casa;
- Não construa embaixo de barrancos que possam deslizar, soterrando sua casa;
- Feche o registro de entrada d’água;
- Retire todo o lixo e leve para áreas não sujeitas a inundações;
- Feche bem as portas e janelas.
- Não use equipamentos elétricos que tenham sido molhados ou em locais inundados, pois
há risco de choque elétrico e curto-circuito.

Como podemos colaborar para evitar inundações?


- Jogue o lixo no lixo. Não jogue lixo em terrenos baldios ou na rua. Não jogue papel e lixo
na rua;
- Não jogue sedimentos, troncos, móveis, materiais e lixo que impedem o curso do rio,
provocando transbordamentos;
- Não jogue lixo nos bueiros (boca de lobo), para não obstruir o escoamento da água;
- Limpe o telhado e canaletas de águas para evitar entupimentos;
- Não deixe crianças brincando na enxurrada ou nas águas dos córregos, pois elas podem
ser levadas pela correnteza ou contaminar-se, contraindo graves doenças, como hepatite e
leptospirose;

2
O que devemos fazer após a inundação?
- Enterre animais mortos e limpe os escombros e lama deixados pela inundação;
- Lave e desinfete os objetos que tiveram contato com as águas da enchente;
- Retire todo o lixo da casa e do quintal e o coloque para a limpeza pública;
- Veja se sua casa não corre o risco de desabar;
- Raspe toda a lama e o lixo do chão, das paredes, dos móveis e utensílios;
- Cuidado com aranhas, cobras e ratos, ao movimentar objetos, móveis e utensílios. Tenha
cuidado com cobras e outros animais venenosos, pois eles procuram refúgio em lugares
secos.
- Nunca beba água de enchente ou inundação;
- Não beba água ou coma alimentos que estavam em contato com as águas da inundação.
- Ferva a água ou use 1 gota de hipoclorito para 1 litro de água;
- Lave os alimentos com água e hipoclorito.

 Água para Consumo Humano: pode ser fervida ou tratada com água sanitária, na
proporção de 2 gotas de água sanitária para 1 litro de água ou tratada com hipoclorito de
sódio, na proporção de 1 gota de hipoclorito para 1 litro de água. Nos dois casos, deixar
em repouso por 30 minutos para desinfetar.

 Água para limpeza e desinfecção das casas, prédios ou rua deve ter a seguinte
dosagem: 1 litro de hipoclorito de sódio para 20 litros de água ou 1 litro de água sanitária
para 5 litros de água.

c) DESLIZAMENTO: Fenômeno provocado pelo escorregamento de materiais sólidos,


como solos, rochas, vegetação e/ou material de construção ao longo de terrenos
inclinados, denominados de “encostas”, “pendentes” ou “escarpas”. Os deslizamentos em
encostas e morros urbanos vêm ocorrendo com uma freqüência alarmante nestes últimos
anos, devido ao crescimento desordenado das cidades, com a ocupação de novas áreas
de risco, principalmente pela população mais carente.
A época de ocorrência dos deslizamentos coincide com o período das chuvas,
intensas e prolongadas, visto que as águas escoadas e infiltradas vão desestabilizar as
encostas. Nos morros, os terrenos são sempre inclinados e, quando a água entra na terra,
pode acontecer um deslizamento e destruir as casas que estão embaixo.
A distribuição geográfica de escorregamentos no Brasil vem afetando mais os
Estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito
Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.

Danos: Os deslizamentos são responsáveis por inúmeras vítimas fatais e grandes


prejuízos materiais.

O que devo fazer ao verificar os riscos de deslizamento de um morro ou encosta?


- Avise aos seus vizinhos sobre o perigo, no caso de casas construídas em áreas de risco
de deslizamento. Avise, também, imediatamente ao Corpo de Bombeiros e à Defesa Civil.
- Convença as pessoas que moram nas áreas de risco a saírem de casa durante as

2
chuvas;
- Você pode fazer junto com a sua comunidade um plano de evacuação.

Quais são os sinais que indicam que pode ocorrer um deslizamento?


Se você observar o aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas
paredes das casas, inclinação de tronco de árvores, de postes e o surgimento de minas
d’água, avise imediatamente a Defesa Civil;

O que posso fazer para evitar um deslizamento?


- Não destrua a vegetação das encostas;
- Você pode consertar vazamentos o mais rápido possível e não deixar a água escorrendo
pelo chão. O ideal é construir canaletas.
- Junte o lixo em depósitos para o dia da coleta e não deixá-lo entulhado no morro.
- Não amontoe sujeira e lixo em lugares inclinados porque eles entopem a saída de água e
desestabilizam os terrenos provocando deslizamentos.
- Não jogue lixo em vias públicas ou barreiras, pois ele aumenta o peso e o perigo de
deslizamento. Jogue o lixo e entulho em latas ou cestos apropriados.
- Não dificulte o caminho das águas de chuva com lixo por exemplo.
- As barreiras em morros devem ser protegidas por drenagem de calhas e canaletas para
escoamento da água da chuva;
- Não faça cortes nos terrenos de encostas sem licença da Prefeitura, para evitar o
agravamento da declividade.
- Solicite a Defesa Civil, em caso de morros e encostas, a colocação de lonas plásticas nas
barreiras.
- As barreiras devem ser protegidas com vegetação que tenham raízes compridas, gramas
e capins que sustentam mais a terra.
- Em morros e encostas, não plante bananeiras e outras plantas de raízes curtas, porque
as raízes dessas árvores não fixam o solo e aumentam os riscos de deslizamentos;
- Pode-se plantar para que a terra não seja carregada pela água da chuva. Perto das
casas: pequenas fruteiras, plantas medicinais e de jardim, tais como: goiaba, pitanga,
carambola, laranja, limão, pinha, acerola, urucum, jasmim, rosa, pata-de-vaca, hortelã,
cidreira, boldo e capim santo. Nas encostas pode-se plantar: capim braquiária, capim
gordura, capim-de-burro, capim sândalo, capim gengibre, grama germuda, capim chorão,
grama pé-de-galinha, grama forquilha e grama batatais. A vegetação irá proteger as
encostas.
- Em morros e encostas não plante mamão, fruta-pão, jambo, coco, banana, jaca e árvores
grandes, pois acumulam água no solo e provocam quedas de barreiras.

O que fazer quando ocorrer um deslizamento?


- Se você observar um princípio de deslizamento, avise imediatamente a Defesa Civil do
seu Município e o Corpo de Bombeiros, bem como, o máximo de pessoas que residem na
área do deslizamento;
- Afaste-se e colabore para que curiosos mantenham-se afastados do local do
deslizamento, pois poderá haver novos deslizamentos;

2
Posso ajudar os bombeiros?
- Somente se solicitado, caso contrário, vários equipamentos e pessoas especializadas em
salvamento precisarão do local desimpedido;
- Não se arrisque sem necessidade, não entre no local do deslizamento, somente pessoas
especializadas em salvamento podem entrar;
- Não permita que crianças e parentes entrem no local do deslizamento;
- Não conteste as orientações do Corpo de Bombeiros.

d) RAIOS E TEMPESTADES: Tempestades são caracterizadas por raios e trovões. São


produzidas por uma ou mais nuvens cumulunimbus também conhecidas como nuvens de
tempestade. Uma típica nuvem de tempestades tem um diâmetro de 10 a 20 km.
Cerca de 2000 tempestades estão sempre ocorrendo, o que significa que 16
milhões ocorrem anualmente em nosso planeta. A freqüência de tempestades em um dado
local depende de vários fatores, entre eles a topografia, a latitude, a proximidade de
massas de água e a continentalidade.
Os raios podem ser perigosos. Quando estão caindo por perto, você está sujeito a
ser atingido diretamente por eles. A chance de uma pessoa ser atingida por um raio é algo
em torno de 1 para 1 milhão. A maioria das mortes e ferimentos não acontece devido à
incidência direta de um raio. Na verdade, são efeitos indiretos associados à proximidade
do raio ou por efeitos secundários.

Danos: A corrente do raio pode causar sérias queimaduras e outros danos ao coração,
pulmões, sistema nervoso central e outras partes do corpo, através do aquecimento e uma
variedade de reações eletroquímicas.
A extensão do dano depende da intensidade da corrente, das partes do corpo
afetadas, das condições físicas da vítima e das condições específicas do incidente.
Cerca de 20 a 30% das vítimas de raios morrem, a maioria delas por parada
cardíaca e respiratória, e cerca de 70% dos sobreviventes sofrem devido às sérias
seqüelas psicológicas e orgânicas, por um longo tempo. As seqüelas mais comuns são
diminuição ou perda de memória, diminuição da capacidade de concentração e distúrbio
do sono. No Brasil, estima-se que aproximadamente 100 pessoas morrem por ano
atingidas pelos raios.

Se eu estiver na rua o que devo fazer para não ser atingindo por um raio?
- Evite lugares que ofereçam pouca ou nenhuma proteção contra raios tais como:
pequenas construções não protegidas como celeiros, tendas ou barracos ou veículos sem
capota como tratores, motocicletas ou bicicletas;
- Evite estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica;
- Evite estruturas altas tais como torres, de linhas telefônicas e de energia elétrica;
- Alguns lugares são extremamente perigosos durante uma tempestade. Por isso:
NÃO permaneça em áreas abertas como campos de futebol, quadras de tênis e
estacionamentos;
NÃO fique no alto de morros ou no topo de prédios

2
NÃO se aproxime de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
NUNCA se abrigue debaixo de árvores isoladas.

E seu eu estiver dentro de casa? Existe algum risco?


- Não use telefone (o sem fio pode ser usado);
- Não fique próximo a tomadas, canos, janelas e portas metálicas;
- Não toque em equipamentos elétricos que estejam ligados à rede elétrica.

e) INCÊNDIO FLORESTAL: É a propagação do fogo, em áreas florestais e de savana


(cerrados e caatingas), normalmente ocorre com freqüência e intensidade nos períodos de
estiagem e está intrinsecamente relacionada com a redução da umidade ambiental. Os
incêndios podem iniciar-se de forma espontânea ou ser conseqüência de ações e/ou
omissões humanas, mas mesmo nesse último caso, os fatores climatológicos e ambientais
são decisivos para incrementá-los, facilitando sua propagação e dificultando seu controle.
Os incêndios florestais podem ser causados por:
- causas naturais, como raios, reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios
solares por pedaços de quartzo ou cacos de vidros em forma de lente e outras causas;
- imprudência e descuido de caçadores, mateiros ou pescadores, através da propagação
de pequenas fogueiras, feitas em acampamentos;
- fagulhas provenientes de locomotivas ou de outras maquinas automotoras, consumidoras
de carvão ou lenha;
- perda de controle de queimadas, realizadas para “limpeza” de campos;
- incendiários e/ou piromaníacos (pessoas maníacos por fogo).

Danos: Os incêndios florestais causam danos materiais, ambientais e humanos.

Os danos materiais são:


- destruição das árvores em fase de crescimento ou em fase de utilização comercial,
reduzindo a produção de madeira, celulose, essências florestais e outros insumos;
- redução da fertilidade do solo, como conseqüência da destruição da matéria orgânica
reciclável obrigando a um maior consumo de fertilizantes;
- redução da resistência das árvores ao ataque de pragas, obrigando a um maior consumo
de praguicidas.

Os danos ambientais são:


- redução da biodiversidade;
- alterações drásticas dos biótopos, reduzindo as possibilidades de desenvolvimento
equilibrado da fauna silvestre;
- facilitação dos processos erosivos;
- redução da proteção dos olhos d’água e nascentes.

Os danos humanos são:


- perdas humanas e traumatismos provocados pelo fogo ou por contusões;
- desabrigados e desalojados;

2
- redução das oportunidades de trabalho relacionada com o manejo florestal.

Posso fazer uma queimada em meu pasto?


Sempre consulte a secretaria estadual ou municipal do meio ambiente antes de fazer
queimada, pois você poderá está cometendo crime ambiental.

O que eu posso fazer para evitar um incêndio florestal?


- Construção de aceiros, que devem ser mantidos limpos e sem materiais combustíveis;
- Construção de faixas limpas e sem materiais combustíveis;
- Plantação de cortinas de segurança com vegetação menos inflamável;
- Construção de barragens de água que atuem como obstáculos à propagação do fogo e
como reserva de água para o combate ao incêndio;
- Construção de estradas vicinais, no interior de florestas, facilita a fiscalização e favorece
o carreamento dos meios de controlar os incêndios;
- Utilização de medidas de vigilância: fixa, por meio de torres de observação; ou móvel, por
meio de patrulhamento terrestre ou aéreo. O CPTEC (www.cptec.inpe.br) identifica focos
de incêndios por satélite;
- Aviso imediato, em caso de incêndio florestal, ao Corpo de Bombeiros, Defesa Civil ou
Polícia;
- Seguir as instruções dos bombeiros ou Defesa Civil.

O que não fazer?


Nunca tente combater um incêndio sozinho.

f) GRANIZO: Precipitação sólida de grânulos de gelo, transparentes ou translúcidos, de


forma esférica ou irregular, raramente cônica, de diâmetro igual ou superior a 5mm. O
granizo é formado nas nuvens do tipo “cumulonimbus”, as quais se desenvolvem
verticalmente, podendo atingir alturas de até 1.600m. Em seu interior ocorrem intensas
correntes ascendentes e descendentes. As gotas de chuva provenientes do vapor
condensado no interior dessas nuvens, ao ascenderem sob o efeito das correntes verticais,
congelam-se ao atingirem as regiões mais elevadas.
O granizo, também conhecido por “saraivada”, é a precipitação de pedras de gelo,
normalmente de forma esferóide, com diâmetro igual ou superior a 5mm, transparentes ou
translúcidas, que se formam no interior de nuvens do tipo cumulonimbus. Podem
subdividir-se em dois tipos principais:
- gotas de chuvas congeladas ou flocos de neve quase inteiramente fundidos e
recongelados;
- grânulos de neve envolvidos por uma camada delgada de gelo.

Danos
O granizo causa grandes prejuízos à agricultura. No Brasil, as culturas de frutas de
clima temperado, como maçã, pêra, pêssego, kiwi, e a fumicultura são as mais vulneráveis
ao granizo. Dentre os danos materiais provocados pela saraivada, os mais importantes
correspondem à destruição de telhados, especialmente quando construídos com telhas de

2
amianto ou de barro e aos fruticultores.
Poderão ainda ocorrer: congestionamentos no trânsito devido ao acúmulo de gelo
nas ruas, queda de árvores, destelhamentos, perda de lavoura, alagamentos, danos às
redes elétricas, amassamento de latarias de veículos e quebra de vidros de veículos.

O que fazer quando ocorrer uma chuva de granizo?


- Abrigar-se da chuva torrencial que poderá acompanhar ao granizo e causar inundações;
- Não abrigar-se debaixo de árvores, pois há riscos de quedas;
- Não abrigar-se em frágeis coberturas metálicas;
- Não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda, pois
estas estarão sob influência de ventos fortes.
- Evite engarrafamentos em ruas e avenidas que foram afetadas pela chuva de granizo;

Existe risco de desabamentos de telhados?


Tenha cuidado com construções mal acabadas ou construídas, procure abrigar-se em
locais seguros resistentes a fortes ventos, onde não há riscos de destelhamentos;

O que devo fazer ao verificar os riscos de desabamentos de construções e telhados?


- Avise aos seus vizinhos sobre o perigo, no caso de casas construídas em áreas de
riscos. Avise, também, imediatamente ao Corpo de Bombeiros e à Defesa Civil.
- Convença as pessoas que moram nas áreas de risco a saírem de casa durante as
chuvas;
- Você pode fazer junto com a sua comunidade um plano de evacuação.

Anotações:
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3. COMBATE E EXTINÇÃO A INCÊNDIO

OBJETIVOS:
Ao final desta lição os participantes serão capazes de:
1. Conceituar Combustão;
2. Citar os componentes do tetraedro do fogo;
3. Citar os meios de propagação do calor;
4. Enumerar as 4 classes de incêndio e dar um exemplo de cada uma delas;
5. Explicar diferentes métodos de extinção de um incêndio.

3.1 - CARACTERÍSTICAS DO FOGO

3.1.1 Combustão

É praticamente impossível prever com exatidão quando irá ocorrer um incêndio e,


uma vez iniciado, qual será o seu alcance. No entanto, através de conhecimentos básicos
teóricos e práticos da combustibilidade de sólidos, líquidos e gases, podemos determinar
os métodos mais adequados de controlar ou até mesmo combater incêndios. O
conhecimento também dos produtos da combustão ajuda os bombeiros/brigadistas a
identificar os riscos potenciais para eles mesmos e para outras pessoas enquanto
trabalham no local do incêndio.

Combustão é uma reação química de oxidação, auto sustentável, com


liberação de luz, calor, fumaça e gases.

Para efeito didático, adota-se o tetraedro do fogo para explicar a combustão,


atribuindo-se a cada face um dos elementos essenciais ao fogo, sendo eles Calor,
Combustível, Comburente e Reação em Cadeia.

Figura 1 - Tetraedro do Fogo

2
O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um entendimento da
natureza química e física do fogo. E isso inclui informações sobre fontes de calor,
composição e características dos combustíveis e as condições necessárias da combustão.

3.1.2 Calor
Pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é,
movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão
constantemente em movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas
aumenta e o calor (demonstrado pela variação da temperatura) também aumenta.
O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, como por
exemplo:
 Energia química: é a ruptura e formação de ligações químicas entre os átomos das
moléculas, que absorvem ou liberam energia. Exemplo: processo de combustão
(fogo);
 Energia física ou mecânica: gerado com o atrito entre dois corpos;
 Energia nuclear: gerado na quebra ou fusão de átomos;
 Energia Elétrica: gerado pela passagem de eletricidade através de um condutor,
como um fio elétrico ou um aparelho eletro-eletrônico.

Efeitos do Calor
O calor é uma forma de energia que produz:
 Efeitos Físicos e Químicos do Calor: Em consequência do aumento da intensidade
do calor, os corpos apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois
químicas.
 Elevação da temperatura;
 Aumento do Volume;
 Mudança dos Estados físicos da Matéria;
 Mudança do Estado químico da matéria.
Ex: Ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente aumenta sua temperatura e, a
seguir, o seu volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a
forma, até atingir o seu ponto de fusão, quando se transforma de sólido em líquido. Sendo
ainda aquecido, gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-se em
outra substância.
 Efeitos Fisiológicos do Calor: O calor é a causa direta de queima e de outras formas
de danos pessoais. Danos causados pelo calor incluem desidratação, insolação, fadiga e
problemas para o aparelho respiratório, além de queimaduras, que nos casos mais graves
podem levar a morte.

Meios de Propagação do Calor


 Condução: é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a
molécula, mas nenhuma molécula é transportada com o calor (fig 2). Quando dois ou
mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fossem um
só corpo. Ex: Colocando-se a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte
de calor, logo a outra extremidade estará aquecida. Ou também o incêndio florestal.

2
 Convecção: É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de
gases ou de líquidos dentro de si próprios. Ex: Quando a água é aquecida num
recipiente de vidro, pode-se observar um movimento, dentro do próprio líquido, de baixo
para cima. Da mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes
mais altas do ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos níveis mais baixos. Em
incêndios de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para andares
superiores (fig 3), quando os gases aquecidos encontram caminho através de escadas,
poços de elevadores, etc.

Figura 2 - Propagação de calor por Condução Figura 3 - Propagação de calor por Convecção

 Radiação: Também chamada de irradiação térmica. É a transmissão de calor por


ondas de energia calorífica que se deslocam através do espaço. As ondas de calor
propagam-se em todas as direções e a intensidade com que os corpos são
atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximos ou mais afastados
da fonte de calor. Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para
outro mais frio até que ambos tenham a mesma temperatura. Devemos estar
atentos aos materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-los, a fim
de que não ocorram novos incêndios.

Figura 4 - Propagação de calor por Radiação


Pontos de Temperatura

2
 Ponto de fulgor: Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material
começa a liberar vapores, que se incendeiam se houver uma fonte de calor. Nesse
ponto as chamas não se mantêm, devido a pequena quantidade de vapores.
 Ponto de Combustão: Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em
que os gases desprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte de
calor externa iniciam a combustão e continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte.
 Ponto de Ignição: Continuando o aquecimento atinge-se um ponto no qual o
combustível, exposto ao ar entra em combustão sem que haja uma fonte externa de
calor. É o ponto de maior temperatura antes do início espontâneo da combustão, sem o
contato externo comum fonte ígnea.

3.1.3 Combustível

É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão. É o elemento que


serve de campo de propagação do fogo. Podem ser encontrados nos estados conforme a
seguir:
 Combustível Sólido: Quanto maior a superfície exposta, mais rápida será o
aquecimento do material e, consequentemente, o processo de combustão. Os
combustíveis sólidos queimam em superfície e profundidade.
 Combustíveis Líquidos: Os líquidos inflamáveis demandam um cuidado especial
por parte dos bombeiros/brigadistas, uma vez que possuem algumas propriedades
físicas que dificultam a extinção do calor. Os combustíveis líquidos queimam em
superfície.
 Combustíveis Gasosos: Para que ocorra a combustão de um gás faz-se
necessário que a mistura com o ar atmosférico esteja ideal, portanto se
mantivermos uma concentração fora de determinados limites, não ocorrerá
combustão. Por exemplo, em um ambiente onde a concentração de vapor de
gasolina é inferior a 1,4% ou superior a 7,6%, não haverá combustão, pois sua
concentração está fora do parâmetro de mistura ideal para queima. No entanto o
grande risco envolvendo os combustíveis gasosos é justamente em dimensionar
qual sua concentração, pois em condições ideais o risco de explosão é elevado.

3.1.4 Comburente

É o elemento que possibilita vida as chamas e intensifica a combustão, sendo mais


comum que o oxigênio desempenhe esse papel. Concentração na atmosfera:
Oxigênio: 21% Nitrogênio: 78% Outros gases: 1%
Lembrar:
- Composição normal do ar atmosférico: Queima com velocidade e completa;
- Oxigênio entre 16 e 21 %: Queima lenta e notam-se brasas e não mais chamas
- Oxigênio Menor que 8%: Não há combustão.
3.1.5 Reação em cadeia

2
A Reação em Cadeia é o que torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das
chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combina
com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um
ciclo constante.
A reação química em cadeia e a propagação relativamente rápida são os fatores
que distinguem o fogo das reações de oxidação mais lentas. As reações de oxidação
lentas não produzem calor suficientemente rápido para chegar a uma ignição e nunca
geram calor suficiente para uma reação em cadeia. A ferrugem em metais e o amarelado
em papéis velhos são alguns exemplos de oxidação lenta.

3.1.6 Os principais produtos da combustão

Os principais produtos da combustão são os gases da combustão, as chamas


propriamente ditas, o calor irradiado e as fumaças visíveis.
Contrariamente a opinião popular, o maior risco à vida devido aos incêndios, não se
constitui nem das chamas, nem do calor, senão da inalação de fumaça e gases aquecidos
e tóxicos, assim como a deficiência de oxigênio.

3.1.7 Fases do incêndio

3.1.7.1 Fase da Ignição


A ignição do fogo descreve o período em que os quatro elementos do tetraedro do
fogo se juntam e se inicia a combustão. Neste ponto, o incêndio é pequeno e geralmente
se restringe ao material que se incendiou primeiro. Todos os incêndios interiores e
exteriores são o resultado de algum tipo de ignição. A ignição do fogo é o principio de
qualquer incêndio, quando por atuação de um agente ígneo é alcançado o ponto de
inflamação ou ignição de um combustível presente, fazendo-o entrar em processo de
combustão viva.

3.1.7.2 Fase do Crescimento do Fogo


Pouco depois da ignição, o calor gerado no foco inicial se propaga, determinando o
aquecimento gradual de todo o ambiente e se inicia a formação de uma coluna de gás
aquecido (pluma) sobre o combustível que queima. Enquanto essa coluna se desenvolve e
sobe, começa a atrair e arrastar o ar ambiente do espaço em volta para dentro dela. Logo
em seguida, essa coluna de ar e gases aquecidos se vê afetada pelo teto e pelas paredes
do espaço. À medida que os gases aquecidos se elevam, estes começam a se propagar
para os lados quando tocam o teto da edificação até chegarem nas paredes do
compartimento, então a profundidade da capa de gás começa a crescer, ou seja, os gases
aquecidos espalham-se preenchendo o ambiente, de cima para baixo (estudos mostram
que as temperaturas diminuem à medida que nos distanciamos da linha central da coluna
de ar quente).
À medida que o incêndio cresce, a temperatura geral do ambiente aumenta, da mesma
forma que a temperatura da camada de gases aquecidos no nível do teto.

2
3.1.7.3 Fase da ignição súbita generalizada
Esta fase é uma etapa de transição entre a fase do crescimento e o
desenvolvimento completo do incêndio. Essa fase poderá desenvolver-se normalmente
mediante um crescimento gradual ou manifestar-se por dois fenômenos distintos, variando
conforme o nível de oxigenação do ambiente.
Havendo uma oxigenação adequada com semelhante elevação de temperatura, o
incêndio poderá progredir para uma ignição súbita generalizada (em inglês, flashover), se
do contrário, a oxigenação é inadequada (incêndio controlado pela falta de ventilação) e a
temperatura permanece em elevação, poderemos progredir para uma ignição explosiva
(em inglês, backdraft), ambos, fenômenos que serão melhor estudados a seguir.
Se a oxigenação é adequada, as condições do ambiente alteram-se muito
rapidamente à medida que o calor radiado atinge todas as superfícies combustíveis
expostas. Isso acontece porque a capa de gás aquecido que se cria no teto da edificação
durante a fase de crescimento irradia calor para os materiais situados longe da origem do
fogo. Esse calor radiado produz a queima dos materiais combustíveis do ambiente. Os
gases que se produzem durante este período se aquecem até a temperatura de ignição e
poderá ocorrer um fenômeno denominado de ignição súbita generalizada, ficando toda a
área envolvida pelas chamas.
Se ao contrário a oxigenação é inadequada, a queima se torna mais lenta e a
combustão incompleta porque não há oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Grandes
quantidades de calor e gases não queimados podem se acumular nos espaços não
ventilados. Estes gases podem até atingir a temperatura de ignição, mas carecem de
oxigênio suficiente para se inflamar. Contudo, o calor interior permanece e as partículas de
carbono não queimadas (bem como outros gases inflamáveis, produtos da combustão)
estão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o aporte de ar (oxigênio) for
suficiente e, na presença de ar fresco, esse ambiente explodirá. A essa explosão
chamamos ignição explosiva.

CAMADA DE GASES QUENTES

PLANO NEUTRO

CAMADA DE GASES MAIS FRIOS

3.1.7.4 Fase do desenvolvimento completo


Na fase do desenvolvimento completo do incêndio (também chamado de pós-
flashover), todos os materiais combustíveis do ambiente são envolvidos pelo fogo e as
chamas enchem todo o compartimento. O ambiente atingirá altas temperaturas, que
poderão atingir 1.100 graus Celcius ou mais em determinadas circunstâncias especiais.
O calor liberado e os gases da combustão que se produzem dependem da carga de
fogo e do número e do tamanho das aberturas de ventilação do ambiente incendiado.

2
3.1.7.5 Fase da diminuição
À medida que o incêndio consome todos os combustíveis disponíveis do ambiente,
a taxa de liberação de calor começa a diminuir. Uma vez mais o incêndio se converte em
um incêndio controlado, agora por falta de material combustível. A quantidade de fogo
diminui e as temperaturas do ambiente começam a reduzir, entretanto, as brasas podem
manter temperaturas ainda elevadas durante algum tempo. Esta fase representa a
decadência do fogo, ou seja, a redução progressiva das chamas até o seu completo
desaparecimento, quer seja por exaustão dos materiais combustíveis que tiveram todo seu
gás combustível emanado e consumido, pela carência de oxigênio ou mesmo pela
supressão do fogo pela eficaz atuação de uma equipe de bombeiros combatentes.
A fase da diminuição do incêndio é freqüentemente identificada como o estágio no
qual o fogo tem sua temperatura média caindo cerca de 80% abaixo do seu valor máximo.

IGNIÇÃO SÚBITA
GENERALIZADA
TEM PERATURA

TEMPO

FASE DA FASE DO FASE DO FASE DA


IGNIÇÃO CRESCIMENTO DESENVOLVIMENTO DIMINUIÇÃO
COMPLETO

Figura 6 - Incêndio Interior

3.1.8 Incêndios de Progresso Rápido

Flashover: Na fase da queima livre, o fogo aquece gradualmente todos os


combustíveis do ambiente. Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de
ignição, simultaneamente, haverá uma queima instantânea e concomitante desses
produtos, o que poderá provocar uma explosão ambiental, ficando toda a área envolvida
pelas chamas. Esse fenômeno é conhecido como “flashover”.

Backdraft: A combustão é definida como oxidação, que é uma reação química na


qual o oxigênio combina-se com outros elementos. O carbono é um elemento naturalmente
abundante, presente, entre outros materiais, na madeira. Quando a madeira queima, o
carbono se combina com o oxigênio para formar dióxido de carbono (CO²), ou monóxido
de carbono (CO). Quando o oxigênio é encontrado em quantidades menores, o carbono
livre (C) é liberado, o que pode ser notado na cor preta da fumaça. Na fase de queima

2
lenta em um incêndio, a combustão é incompleta porque não há oxigênio suficiente para
sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre permanece, e as partículas de carbono
não queimadas (bem como outros gases inflamáveis, produtos da combustão) estão
prontas para incendiar-se rapidamente assim que o oxigênio for suficiente. Na presença de
oxigênio, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos “backdraft”. A ventilação
adequada permite que a fumaça e os gases combustíveis superaquecidos sejam retirados
do ambiente. Uma ventilação inadequada suprirá abundante e perigosamente o local com
o elemento que faltava (oxigênio), provocando uma explosão ambiental.
A seguir relacionaremos as principais condições que indicam uma situação de backdraft:
 Fumaça sob pressão, num ambiente fechado;
 Fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo do
ambiente em forma de lufadas;
 Calor excessivo (nota-se pela temperatura na porta);
 Pequenas chamas ou inexistência destas;
 Resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;
 Pouco ruído;
 Movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita (em alguns
casos ouve-se o ar assoviando ao passar pelas frestas).

3.1.9 Classificação dos incêndios

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos (tipo de


material combustível), bem como, a situação em que se encontram. Essa classificação é
feita para determinar o agente extintor mais adequado para o tipo de incêndio específico.
Entendemos como agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou
mais dos elementos essenciais do fogo, cessando a combustão. Existem cinco classes de
incêndio, identificadas pelas letras A, B, C, D e K. Essa classificação é adotada pela
Norma Americana e também pelos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados Brasileiros,
no entanto, as Normas Européias apresentam outro tipo de classificação.

 Incêndio classe ”A”: Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, tais como
papel, madeira, tecido, borracha, plásticos, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas
que deixam como resíduos e por queimar em razão do volume, isto é, a queima se dá
na superfície e em profundidade. O método mais utilizado para extinguir incêndios de
classe A é o uso de resfriamento com água, mas também se admite o uso de pós
químicos secos de alta capacidade extintora ou espuma.

2
 Incêndio classe “B”: Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases
combustíveis. É caracterizado por não deixarem resíduos e por queimar apenas na
superfície exposta e não em profundidade. Os métodos mais utilizados para extinguir
incêndios de classe B são o abafamento (uso de espuma), a quebra da reação em
cadeia (uso de pós químicos) ou ainda o resfriamento com cautela.

 Incêndio classe “C”: Incêndio envolvendo equipamentos elétricos energizados. É


caracterizado pelo risco de vida que oferece ao bombeiro combatente. A extinção deve
ser realizada por agentes extintores que não conduzam a corrente elétrica (pós
químicos ou gás carbônico). É importante registrar que a maioria dos incêndios de
classe C, uma vez eliminado o perigo da eletricidade (choque elétrico), transformam-se
em incêndios de classe A.

 Incêndio classe “D”: Incêndio envolvendo metais combustíveis pirofóricos (magnésio,


selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, urânio e
zircônio). É caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes
extintores comuns (principalmente os que contenham água). O método mais utilizado
para extinguir incêndios de classe D é o uso de pós especiais que separam o incêndio
do ar e agem por abafamento.

D
MAGNÉSIO SÓDIO

3.1.9 Métodos de extinção de incêndios

 Retirada do material combustível: É a forma mais simples de se extinguir um


incêndio. Baseia-se na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de
propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão. Ex: fechamento de
válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, retirada de
materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.

2
 Resfriamento: É o método utilizado mais freqüentemente por bombeiros combatentes.
Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está queimando,
diminuindo, conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água é
o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor e ser
facilmente encontrada na natureza. A redução da temperatura está ligada à quantidade
e a forma de aplicação da água (jatos), de modo que ela absorva mais calor que o
incêndio é capaz de produzir. É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis
com baixo ponto de combustão (menos de 20ºC), pois a água resfria até a temperatura
ambiente e o material continuará produzindo gases combustíveis. Ex: aplicação de
jatos diretos de água (jatos sólidos) dirigidos diretamente à base do fogo (ataque
direto), aplicação de jatos de água ajustado num ângulo médio (jato neblinado) dirigidos
a parte superior e próxima ao fogo (ataque indireto), etc.

 Abafamento: Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material


combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo
(como exceções temos os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam
sem necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco).
A diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão
mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próxima de 8%, onde não haverá
mais combustão. Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas,
ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas
experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio
em contato com o combustível. Ex: Abafamento do fogo com uso de materiais diversos,
como areia, terra, cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais, etc.

 Quebra da reação química em cadeia: Consiste na introdução de determinadas


substâncias no processo (reação química) da combustão com o propósito de inibi-la e
com isso criar uma condição especial em que o combustível e o comburente perdem ou
têm em muito reduzida as suas capacidades de manter o processo da reação química
em cadeia. Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação do
calor e reagem sobre a área das chamas, interrompendo assim a “reação em cadeia”
(extinção química). Isso ocorre porque o oxigênio comburente deixa de reagir com os
gases combustíveis. Essa reação só ocorre quando há chamas visíveis. Ex: Os
extintores de incêndio à base de pó com alta capacidade extintora (tipo ABC) têm como
seu principal método de extinção a quebra da reação em cadeia.

3.1.10 Agentes extintores

Agente extintor é todo material que aplicado ao incêndio interfere em sua reação
química, provocando uma descontinuidade, e alterando as condições para que haja fogo.
Estes agentes podem ser encontrados nos estados sólidos, líquidos e gasosos, como por
exemplo: água, espuma, areia, cobertor, tampa de vasilhame, etc.
Nos extintores deve conter uma carga de agente extintor em seu interior, essa carga é

2
chamada de unidade extintora e é especificada em norma. Os mais comuns são:

 Água: É o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por


resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grandes quantidades de calor. Atua
também por abafamento (dependendo da forma como é aplicada, neblina, jato
contínuo, etc). A água é o agente extintor mais empregado, em virtude do seu baixo
custo e da facilidade de obtenção. Em razão da existência de sais minerais em sua
composição química, a água conduz eletricidade e seu usuário, em presença de
materiais energizados, pode sofrer um choque elétrico. Quando utilizada em combate a
fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer transbordamento do líquido que está
queimando, aumentando, assim, a área do incêndio.

 Pó-químico seco: Os pós-químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato


de sódio, bicarbonato de potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam
uma nuvem de pó sobre o fogo, extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por
abafamento. O pó deve receber um tratamento anti-higroscópico para não umedecer e
evitar assim a solidificação no interior do extintor. Para o combate a incêndio de classe
“D” utilizamos pós à base de cloreto de sódio, cloreto de bário, monofosfato de amônia
ou grafite seco (pó químico seco especial).

 Gás carbônico (CO2): Também conhecido como dióxido de carbono, o CO 2 é um gás


mais pesado que o ar, sem cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não
venenoso (mas asfixiante). Age principalmente por abafamento, tendo,
secundariamente, ação de resfriamento. Por não deixar resíduos nem ser corrosivo é
um agente extintor apropriado para combater incêndios em equipamentos elétricos e
eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e computadores).

3.2 - EXTINTORES DE INCÊNDIO


Extintores são recipientes metálicos que contém em seu interior agentes extintores
para combate imediato e rápido a princípios de incêndio. Os extintores podem ser portáteis
ou sobre rodas, conforme o seu tamanho e uso. Os extintores portáteis também são
conhecidos simplesmente por extintores e os extintores sobre rodas, por carretas. Os
extintores classificam-se em conformidade com a classe de incêndio a que se destinam, ou
seja, “A”, “B”, “C” e “D”. Para cada classe de incêndio há um ou mais extintores
adequados. Todo o extintor deve possuir, em seu corpo, um rótulo de identificação
facilmente localizável. Este rótulo traz informações sobre as classes de incêndio para as
quais o extintor é indicado e também instruções de uso. O sucesso na operação de um
extintor dependerá basicamente de:
- Uma fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT);
- Uma adequada distribuição dos aparelhos na planta;
- Uma inspeção periódica da área a proteger;
- Uma manutenção adequada e eficiente; e
- Pessoal habilitado no correto manuseio do aparelho.

2
 Extintores portáteis: São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater
princípios de incêndio. Recebem o nome do agente extintor que transportam em seu
interior (por exemplo: extintor de água, porque contém água em seu interior).

 Extintores sobre rodas (carretas): Os extintores sobre rodas, também chamados de


carretas, são aparelhos montados sobre rodas e com grande quantidade de agente
extintor. As carretas recebem o nome do agente extintor que transportam, da mesma
forma que os extintores portáteis. Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga,
a operação destes aparelhos geralmente é realizada por dois operadores.

3.2.1 Tipos de extintores: Os extintores podem ser:

 Extintor de água;

 Extintor de pó químico seco;

 Extintor de gás carbônico (co2);

 Extintor de halogenado;

 Extintor de espuma.

3.2.2 Manutenção e inspeção

A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina


com a correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente.
É realizada através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade,
rótulo de identificação, lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na
mangueira, peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros.

Tipos de inspeções:

 Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização.

 Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira do extintor estão obstruídos. Observar


a pressão do manômetro (se houver), o lacre e o pino de segurança.

 Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO² e do cilindro de gás comprimido,


quando houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de 90% do especificado,
recarregar.

 Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de segurança e


no lacre. Recarregar o extintor se constatado qualquer violação nestes itens.

 Qüinqüenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se submete o extintor


a cada cinco (5) anos ou toda vez que o aparelho sofrer acidentes, tais como:
batidas, exposição a temperaturas altas, ataques químicos ou corrosão. Deve ser
efetuado por pessoal habilitado e com equipamentos especializados. Neste teste, o
aparelho é submetido a uma pressão de 2,5 vezes a pressão de trabalho, isto é, se

2
a pressão de trabalho é de 14 Kgf/cm², a pressão de prova será de 35 Kgf/cm². Este
teste é precedido por uma minuciosa observação do aparelho, para verificar a
existência de danos físicos.

3.2.3 Quadro resumo de extintores

Agente Extintor
Incêndio Espuma Espuma
Água PQS CO² Halon
Química Mecânica

Pouco Pouco Pouco Pouco Pouco


Classe “A” Eficiente
eficiente eficiente eficiente eficiente eficiente

Classe “B” Não Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente Eficiente

Classe “C” Não Eficiente* Eficiente Eficiente Não Não

PQS**
Classe “D” Não Não Não Não Não
Especial

Unidade
10 l 4 Kg 6 KG 2 Kg*** 10 l 9l
Extintora

Alcance
médio do 10 m 5m 2,5 m 3,5 m 7,5 m 5m
jato

Tempo de
60 s 15 s 25 s 15 s 60 s 60 s
descarga

Quebra da
Método de reação em Abafam. Químico e Abafam. Abafam.
Resfriam
extinção cadeia e Resfriam Abafam. Resfriam. Resfriam.
Abafamento

OBSERVAÇÕES:

* O uso de PQS não é indicado em equipamentos com componentes sensíveis.

** Para incêndio classe “D” use somente PQS especial.

*** Unidade extintora especificada pelo CB.

2
3.3 - TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO

3.3.1 Avaliação ou reconhecimento da situação:

Este reconhecimento é um processo sistemático que consiste numa rápida, porém


detalhada consideração de todos os fatores críticos existentes na cena de emergência.
Este processo de avaliação conduz ao planejamento das estratégias de combate ao fogo.

3.3.2 Busca e resgate:

O salvamento de pessoas é sempre a primeira e mais importante ação tática de


qualquer incêndio. É possível que se tenha que iniciar os trabalhos de controle do fogo
para proteger as ações de busca e resgate, ou ainda, para garantir que o incêndio
mantenha-se distante das possíveis vítimas do sinistro.

3.3.3 Isolamento:

A proteção da edificação e estruturas vizinhas ao local do sinistro deverá ser sempre


considerada como principal objeto em situações de combate ao fogo do tipo defensivas. A
operação de isolamento nada mais é do que uma ação de impedimento da propagação do
fogo que está se dirigindo para outras edificações.

3.3.4 Confinamento:

É uma ação operacional que consiste em impedir a progressão, horizontal ou


vertical, do fogo e do calor para ambientes que ainda não foram atingidos.

3.3.5 Extinção:

São as ações necessárias para o ataque e a extinção do incêndio. O êxito dessas


operações depende do tipo de material combustível, da localização do incêndio, do grau de
dificuldade e da capacidade de resposta das equipes de combate ao fogo.

3.3.6 Ventilação:

É a ação protetora que visa substituir a atmosfera quente e contaminada existente


nos ambientes fechados do local sinistrado. A ventilação nada mais é do que a extração
planejada e sistemática de calor, fumaça e gases do incêndio da edificação. Esta é uma
ação de suporte que facilita o trabalho dos bombeiros durante os serviços de confinamento
e extinção do fogo.

3.3.7 Conservação da propriedade ou proteção:

A conservação da propriedade é parte integrante das operações táticas e deverá


iniciar-se tão cedo quanto possível para evitar danos adicionais a estrutura sinistrada.

2
3.3.8 Revisão geral ou rescaldo:

São necessárias para extinguir o fogo completamente, assegurar que o


local/estrutura sinistrada está em condições seguras e ajudar a determinar as possíveis
causas do incêndio. É importante que essas ações de rescaldo não se iniciem antes de
completadas as investigações para a determinação da causa do sinistro. Uma vez
concluída a perícia, se continuam as revisões na cena para que se assegure que o
incêndio foi realmente extinto.

3.3.9 Etapas do incêndio X Ações táticas

ETAPA SITUAÇÃO AÇÃO OPERACIONAL

01 Não se vê nada Investigue

02 Vê-se somente fumaça Ataque interior rápido

Vê-se fumaça e pouco


03 Ataque interior rápido e agressivo
fogo

Fogo em
04 Ataque interior cauteloso
desenvolvimento

05 Fogo ativo Ataque interior cauteloso

Ataque interior muito cauteloso, preparando-se


06 Fogo marginal
para uma ação exterior defensiva.

07 Totalmente em chamas Operação defensiva (exterior).

Operação defensiva preparando-se para um


08 O fogo começa a descer
possível colapso estrutural.

Operação defensiva preparando-se para um


09 O fogo atinge a base
possível colapso estrutural.

10 Destruição total Retirar o pré-plano do arquivo.

Fonte: Manual Básico de Estratégias e Táticas de Comando – Ten Cel BM Marcos de Oliveira/2001

Fonte: Mando em Incêndios. Allan Brunacini/1985 – Adaptado por José Gamba Júnior

2
3.3.10 SEGURANÇA NA EXTINÇÃO

Durante o atendimento de ocorrências os Bombeiros devem sempre ter preocupação


constante com a sua segurança e a segurança dos próprios companheiros. Considerando
que os Bombeiros trabalham em situações de risco, deve-se sempre tratar de superá-las
com atos seguro.

Principais atos que colocam em risco os Bombeiros

 Excesso de autoconfiança - Induz o bombeiro a acreditar-se invulnerável e


indestrutível.

 Entrar em locais em chamas, deixando chamas à sua retaguarda - constitui erro de


procedimento tal fato, uma vez que as chamas poderão ganhar volume, interditando a
rota de fuga do Bombeiro, ou ainda, poderão causar danos à estrutura da edificação o
que causará o colapso da mesma, e igualmente bloquear a saída do Bombeiro.

 Trabalhar isoladamente - O bombeiro atuando desta forma, colocar-se-á à mercê dos


perigos contidos em uma edificação em chamas, sem que haja controle ou
conhecimento de sua situação.

 Não utilizando EPI - O não emprego dos EPIs, constitui erro que pode trazer graves
conseqüências para o bombeiro, uma vez que os EPIs, são necessários para reduzir a
incidência de ferimentos durante os trabalhos e ainda para permitir uma maior
aproximação do fogo, visando sua extinção.

 Ausência de sinalização no local da ocorrência - Quando do atendimento a


ocorrências em vias públicas, e não houver a presença de policiamento de trânsito no
local, um bombeiro deverá ser incumbido de sinalizar e isolar o local do evento,
garantindo a segurança dos bombeiros envolvidos. Se necessário e viável as viaturas
poderão ser estacionadas de forma a proteger as equipes de Bombeiros do fluxo de
veículos nas proximidades da ocorrência.

 Contaminação com produtos perigosos - O bombeiro deverá estar atento para não
entrar em contato, nem permanecer sobre poças de líquidos inflamáveis, ou ainda água
que contenha resíduos de líquidos inflamáveis. De igual maneira deve estar atento o
bombeiro para o atendimento de ocorrências que envolvam ácidos e outras substâncias
perigosas, minimizando o contato com o referido produto, a fim de garantir sua
integridade física.

2
O Bombeiro de serviço em atendimento de ocorrências poderá estar ainda exposto
aos seguintes riscos:
 Cair durante o desabamento de estruturas;
 Inalar gases tóxicos;
 Cortar-se;
 Receber choque elétrico;
 Torcer o pé ou joelho;
 Escorregar e cair;
 Tropeçar e cair;
 Queimar-se;
 Ficar preso sob objetos pesados, tendo partes do corpo esmagadas;
 Contaminar-se produtos químicos perigosos;
 Ser atingido por objetos que caem;
 Ser atropelado.

3.4 - INCÊNDIO EM MATA

A destruição das matas por incêndio além de causar danos materiais, prejudica o
sistema ecológico e o clima. Geralmente os incêndios ocorrem pela ação humana de forma
inadvertida ou dolosa, provoca a devastação da natureza, aliadas a ação do homem, as
situações meteorológicas adversas também contribuem para a ocorrência de incêndios,
principalmente no período de julho a outubro, devido à estiagem e as geadas.

3.4.1 Métodos de combate

 Ataque Direto: Combater diretamente as chamas no perímetro do incêndio. Para este


combate utilizam-se ferramentas agrícolas, abafadores e bombas costais. Dependendo
do acesso e fonte de abastecimento, pode se utilizar moto-bomba e viaturas de
incêndio. É usado quando o fogo não é muito violento, permitindo que os bombeiros se
aproximem da linha de fogo.
 Abafador: Pode ser de ramos verdes e tiras de mangueiras.

 Bomba Costal: Possui normalmente reservatório de 20 litros de água e esguicho.

 Ferramentas Agrícolas: Enxada, enxadão, etc.

 Ataque aéreo: Feito por avião com tanques especiais ou com helicópteros com bolsa
de água.

2
 Ataque indireto: Combater o fogo a uma distância do seu perímetro. Método utilizado
quando o fogo é de grande intensidade ou se move rapidamente. Neste método de
combate, faz-se o aceiro ou se utiliza de uma barreira natural, e, a partir da linha
construída faz-se o fogo de encontro. O aceiro visa extinguir o incêndio pela retirada do
material e deve ser suficientemente largo para evitar que o fogo se propague para outro
lado. Aceiros mais largos que o necessário, porém, significam desperdício de tempo e
esforços que podem ser vitais em outras frentes. O aceiro é composto de duas áreas:
raspada e tombada.

a) Área raspada: Consiste em remover a vegetação até que a terra viva seja exposta.
Utiliza-se ferramentas manuais como enxadas, enxadões e ancinhos ou máquinas como
trator pá ou com rastelo. A vegetação retirada da área raspada que não esteja queimada,
deve ser removida em direção à área a preservar, para mais tarde, evitar uma grande
carga de incêndio pela utilização do fogo de encontro.

b) Área tombada: Derrubar toda a vegetação em direção ao fogo, visando diminuir o


tamanho das chamas, evitando assim que eles ultrapassem a área raspada.

c) Fogo de encontro: Consiste em atear fogo na área tombada em direção ao incêndio,


visando alargar o aceiro, usa-se o fogo de encontro a partir do aceiro, pois há o perigo do
fogo pular a linha.

1.4.2 Cuidados a serem tomados


 Nunca atear fogo em área maior do que seja possível de controlar;
 Atear fogo na direção do incêndio e contra o vento;
 Ficar atento aos focos de incêndio que possam surgir dentro da área protegida;
 Nunca deixar o fogo de encontro se espalhar pelas extremidades do aceiro;
 Ter pessoal para controlar o fogo de encontro;
 Onde for possível, usar o fogo de encontro a partir de uma barreira natural;
 RESCALDO – É quando se elimina todo o risco de reignição do incêndio;

1.4.3 Procedimentos para o Rescaldo

 Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foi extinto;
 Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio;
 Se o rescaldo for trabalhoso permitir que o combustível queime sob controle;
 Ter certeza de que o aceiro está limpo;
 Cortar ou apagar com água troncos que possam soltar faíscas além do aceiro;
 Extinguir focos esparsos;
 Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água para
dentro do perímetro (se for o caso enterrá-lo);
 Colocar todo o combustível roliço em posição que não possa rolar e ultrapassar o
aceiro.

2
4. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

OBJETIVOS:
Ao final desta lição os participantes serão capazes de:
1. Executar RCP de forma correta;
2. Reconhecer e controlar Hemorragia
3. Reconhecer e prevenir Estado de Choque;
4. Reconhecer e estabilizar uma Fratura
5. Reconhecer e tratar Ferimentos e Queimaduras.

Atendimento pré-hospitalar é o tratamento imediato e provisório dado a um paciente


de acidente ou enfermidade imprevista, normalmente se presta no local do acidente, até
que se possa colocar o paciente aos cuidados de um médico e evitar o agravamento das
lesões e a morte do paciente.

4.1 - O CORPO HUMANO

4.1.1 Posição anatômica:


O corpo humano deverá estar na posição ereta, de frente para o observador,
braços estendidos ao longo do corpo e as palmas das mãos voltadas para frente.

4.1.2 Divisões corporais

Cabeça 

Pescoço

Membro Superior Direito 


 Membro
Superior
Esquerdo

Tórax 
 Membro Inferior
Esquerdo
Abdômen 
Membro Inferior Direito 
Região pélvica 

2
4.1.3 Cavidades corporais

a) Craniana ou cranial b) Espinhal ou vertebral

c) Torácica

b) Abdominal

c) Pélvica

4.1.4 Sistemas do corpo humano

 Sistema Circulatório: Movimenta o sangue, transporta o oxigênio e nutrientes para


as células do corpo, remove os resíduos e o dióxido de carbono das células.

 Sistema Respiratório: Promove a troca de ar, introduzindo o oxigênio e expelindo o


dióxido de carbono. Este oxigênio é deslocado para o sangue, enquanto o dióxido
de carbono é removido.

 Sistema Digestório: Digere e absorve alimentos, remove certos resíduos.

 Sistema Urinário: Remove os resíduos químicos do sangue e contribui para o


balanço hídrico e o controle dos níveis de sal no sangue.

2
 Sistema Reprodutor: Dispõe das estruturas e hormônios necessários para a
reprodução sexual. Algumas vezes, é classificado dentro do sistema urinário ou
ainda do sistema geniturinário (sistema que inclui todos os órgãos relacionados com
a reprodução da espécie e na formação e eliminação da urina).

 Sistema Nervoso: Controla os movimentos, interpreta as sensações, regulariza as


atividades do corpo e é o responsável pela memória e o processo do pensamento.

 Sistema Endócrino: Produz as substâncias químicas chamadas de hormônios e


ajuda na regularização de algumas funções e atividades do corpo.

 Sistema Músculo-Esquelético: Protege e dá suporte para o corpo e órgãos


internos, permitindo os movimentos do corpo.

 Sistema Tegumentar: Composto pela pele, cabelo, glândulas sudoríparas e


estruturas relacionadas. Responsável por proteger o corpo do meio ambiente e pela
proteção do corpo contra as doenças causadas por microrganismos (sistema
imunológico).

 Órgãos dos Sentidos e Sensibilidade: Proporcionam a visão, a audição, o


paladar, o olfato e as sensações de dor, frio, calor e sensações táteis.

4.2 - ANÁLISE PRIMÁRIA

A análise primária começa a caminho da ocorrência. A partir desse momento você


receberá informações subjetivas do despachado, das testemunhas ou de seu próprio
exame da cena da ocorrência. Estas informações ajudarão a você determinar o principal
problema do paciente ou o mecanismo da lesão.

a) CONSTATAR INCONSCIÊNCIA (CHAMAR A VÍTIMA)


b) CONSTATAR RESPIRAÇÃO (VER, OUVIR, SENTIR)
c) CONSTATAR CIRCULAÇÃO
- PULSO: carótida do adulto e braquial no bebê:
- Localizar GRANDES HEMORRAGIAS
d) Realizar EXAME FÍSICO da vítima da cabeça aos pés.

4.2.1 Parada respiratória

É a interrupção dos movimentos involuntários da respiração.


- Causas: Sufocamento, afogamento, obstrução, traumas.

O TEMPO É ESSENCIAL: “RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL”

2
O oxigênio, que está presente na atmosfera em uma concentração de cerca de
21%, é essencial para a vida de todas as células. O cérebro, o órgão principal para a vida
consciente, começa a morrer se for privado de oxigênio por até cerca de quatro minutos.
Na liberação de oxigênio da atmosfera para as células nervosas, existem dois
componentes necessários:
- A respiração: recebe oxigênio através da vias aéreas do corpo
- A circulação de sangue: enriquecido com oxigênio o transporta pelo corpo
Qualquer distúrbio das vias aéreas, da respiração, ou da circulação pode produzir
imediatamente morte cerebral.

O TEMPO É ESSENCIAL

0 ~ 4 MINUTOS 4 ~ 6 MINUTOS 6 ~ 10 MINUTOS


LESÃO CERERAL LESÃO CERERAL LESÃO CERERAL
IMPROVÁVEL POSSÍVEL MUITO PROVÁVEL

- Protocolo da respiração artificial:


1. Verifique inconsciência - SE ESTIVER;
2. Deite a vítima de costa e chame auxílio;
3. Libere as vias aéreas;

Obstruída Desobstruída

4- Verifique a respiração se não respira, efetue duas ventilações;

5- Verifique o pulso, se tem pulso continue ventilando:

2
4.2.2 Parada cardíaca

É a cessão dos batimentos normais do coração.

- Causas: Choque elétrico, traumas violentos, infartos, etc.


- Protocolo da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP):

1. Verifique inconsciência - se estiver;


2. Deite a vítima de costa e chame auxílio;
3. Libere as vias aéreas;
4. Verifique a respiração - se não respira;
5. Efetue duas ventilações.
6. Faça 30 compressões no osso externo;
7. Faça 02 ventilações;

4.3 - Desfibrilação no Ambiente pré-hospitalar


É um fato real que a maioria das mortes súbitas por problemas cardíacos acontecem longe
dos hospitais e este é o principal motivo para a existência dos cursos de ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) e Programas de Desfibrilação Automática por Pessoal Leigo (não
médico). Um procedimento importante, que salva a vida de alguns pacientes e pode ser
feito no âmbito pré-hospitalar é chamado de desfibrilação.

Como funciona a desfibrilação externa automática?


Os desfibriladores são projetados para proporcionar um choque elétrico que interrompe a
atividade elétrica anormal do coração doente.
Não se pretende com esse processo parar o coração, mas sim eliminar certos ritmos letais
e possibilitar as condições para que o coração retorne ao ritmo normal, espontaneamente.
Este processo é chamado desfibrilação.
Atualmente, a maioria dos serviços de emergências, utiliza aparelhos desfibriladores
externos do tipo semi-automático chamados de DESA.

Eles são relativamente simples de operar e o ensino do seu manuseio está lentamente

2
sendo incorporado nos cursos de formação e treinamentos de atualização do pessoal da
saúde e dos serviços de emergência.

Os DEA são programados para reconhecer um ritmo anormal do coração que requer um
choque, carregar e transmitir o choque (modelo automático) ou aconselhar ao socorrrista o
acionamento do dispositivo que transmite o choque (modelo semi-automático).

As limitações do equipamento estão mais relacionadas aos tipos de problemas cardíacos


do que às dificuldades de manuseio.

OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE CORAÇÃO INCLUEM:

Ritmo desorganizado chamado de Fibrilação Ventricular:


É um estado de intensa, descontrolada e desorganizada atividade elétrica dos ventrículos.
Com este ritmo desordenado o coração não consegue bombear o sangue. A maioria dos
casos de FV pode ser corrigida através do emprego rápido de um desfibrilador. O tempo
da emergência cardiológica é um fator muito importante, quanto mais rápido é executado o
choque, maior é a chance de sobrevivência e recuperação do paciente.

Ritmo organizado, porém o coração bate muito rápido, taquicardia:


Este problema está associado à rapidez dos batimentos das câmaras inferiores e
conseqüentemente à freqüência aumentada do coração. Em alguns casos, a velocidade é
tão rápida que o coração não consegue encher-se e bombear um volume adequado de
sangue. O uso do DEA também auxilia na conversão desse ritmo para uma situação de
normalidade.

Ritmo organizado, porém o coração bate muito lentamente, atividade elétrica sem pulso:
Nesses casos, também conhecidos por dissociação eletro-mecânica, a atividade elétrica
do coração está dentro do normal, mas o músculo cardíaco está muito fraco para bombear
sangue. Assim a atividade elétrica do coração está dissociada da ação mecânica de
bombear. Estes não podem ser ajudados pela desfibrilação.

Nenhum impulso elétrico ou assistolia:


Sem impulsos elétricos, o músculo cardíaco não é estimulado a contrair-se. A desfibrilação
não tem finalidade nestes casos que devem ser atendidos com RCP e deslocamento
rápido para uma unidade hospitalar a fim de receber atendimento de suporte avançado de
vida.

COMO OPERAR UM DEA:


Todos os aparelhos desfibriladores externos podem ser operados a partir de quatro
medidas simples:
Posicionar o aparelho ao lado do paciente e ligar o mesmo;
Conectar os eletrodos autocolantes no paciente e depois no próprio aparelho;
Aguardar as orientações do DEA ou iniciar a análise do ritmo cardíaco;
Aplicar o choque caso seja indicado e seguro fazê-lo.

2
OBSERVAÇÃO:
As várias marcas e modelos de DEA's apresentam algumas diferenças em suas
características e controles.
Os operadores devem estar habilitados para compreender as variações de cada marca e
modelo para os quatro medidas a serem tomadas.

4.4 - Hemorragia

É definida como a perda aguda de sangue circulante.

 Reconhecimento: sinais e sintomas


- Saída de sangue pela ferida ou orifícios naturais do corpo;
- Presença de hematoma, (pele arroxeada);
- Queixa principal da vítima;
- Natureza do acidente;
- Sinais e sintomas do estado de choque.

 Tratamento
- Pressão direta no ferimento;
- Elevação do membro;
- Compressão arterial;
- Colocar a vítima na posição deitada com a cabeça virada para o lado;
- Afrouxar a roupa;
- Manter temperatura corporal;
- Se necessário, aplicar respiração artificial.

4.5 - Estado de Choque

É o colapso do sistema cardiovascular. Caracteriza-se por uma deficiência de


circulação e oxigenação inadequada dos tecidos do corpo, por diminuição do volume do
sangue ou por deficiência do sistema vascular.

 Causas: Hemorragias graves, envenenamento por produtos químicos, choque


elétrico, ataque cardíaco, dor intensa de qualquer origem, infecção grave ou
queimaduras graves.
 Reconhecimento: sinais e sintomas
- Pele pálida, úmida e fria; - Respiração curta e rápida;
- Pulso fraco e rápido; - Lábios arroxeados; (descorados);
- queda de pressão; - Náuseas e vômitos;
- Pupilas dilatadas e opacas; - Tremores de frio;
- Perfusão capilar lenta ou nula; - Tontura e desmaio;
- Sede, temor e agitação (choque hipovolêmico);
- Rosto e peito vermelhos, coçando, queimando e inchados (choque anafilático).

2
 Tratamento
- Posicione a vítima deitada, pernas elevadas (30cm), com a cabeça virada para o
lado;
- Afrouxe suas vestes (melhora a circulação)
- Mantenha a vítima aquecida (temperatura corpórea);
- Ministrar oxigênio ou respiração artificial.

4.6 - Fratura

É a ruptura total ou parcial da estrutura óssea. Pode ser exposta ou fechada.

 Reconhecimento: sinais e sintomas


- Dor local;
- Hematoma; (pele arroxeada);
- Deformidade ou inchaço;
- Incapacidade ou limitação de movimentos;
- Crepitação óssea (atrito entre as partes fraturadas);

 Tratamento
a) Fratura fechada:
- Manter o membro na posição mais natural;
- Imobilizar com talas rígidas ou improvisadas (deve atingir uma articulação acima e
outra abaixo da lesão), não amarre no local da fratura;
- Usar maca para remoção.
b) Fratura exposta:
- Não tente colocar o osso no lugar;
- Curativo com gases, ou pano limpo no local do rompimento;
- Colocar a tala para imobilização
(uma articulação acima e abaixo);
- Remover a vítima com maca.

4.7 - Ferimentos

Qualquer rompimento anormal da pele ou superfície do corpo é chamado de


ferimento. A maioria dessas lesões compromete os tecidos moles, a pele e os músculos.
As feridas podem ser abertas ou fechadas. A ferida aberta é aquela na qual existe uma
perda de continuidade da superfície cutânea. Na ferida fechada, a lesão do tecido mole
ocorre abaixo da pele, porém não existe perda da continuidade na superfície.
Todos os ferimentos logo que ocorrem, causam dor, produzem sangramentos e
podem causar infecções.
As roupas sobre um ferimento deverão ser sempre removidas para que o socorrista
possa melhor visualizar a área lesada. Remova-as com um mínimo de movimento. É
melhor cortá-las do que tentar removê-las inteiras, porque a mobilização poderá ser muito

2
dolorosa e causar lesão e contaminação dos tecidos.
O socorrista não deverá tocar no ferimento, caso a ferida estiver suja, ou ainda, se
for provocada por um objeto sujo, deverá ser limpa com o uso de água e sabão. Diminua a
probabilidade de contaminação de uma ferida, utilizando materiais limpos e esterilizados
para fazer o curativo inicial. Todos os ferimentos devem ser cobertos por uma compressa
(curativo universal), preparada com um pedaço de pano bem limpo ou gaze esterilizada.
Esta compressa dever ser posicionada sobre a ferida e fixada firmemente com uma
atadura ou bandagem. Antes de utilizar uma bandagem, o socorrista deverá proteger o
ferimento com compressas limpas e de tamanho adequado. Deixe sempre as
extremidades descobertas para observar a circulação e evite o uso de bandagens muito
apertadas que dificultam a circulação sangüínea, ou ainda, as muito frouxas, pois soltam.
Não devemos remover corpos estranhos (facas, lascas de madeira, pedaços de
vidro ou ferragens) que estejam fixados em ferimentos. As tentativas de remoção do corpo
estranho (objeto empalado) podem causar hemorragia grave ou lesar ainda mais nervos e
músculos próximos a ele. Controle as hemorragias por compressão e use curativos
volumosos para estabilizar o objeto cravado. Aplique ataduras ao redor do objeto, a fim de
estabiliza-lo e manter a compressão, enquanto a vítima é transportada para o hospital,
onde o objeto será removido.
Se o ferimento provocar uma ferida aberta no tórax da vítima (ferida aspirante) e, for
possível perceber o ar entrando e saindo pelo orifício, o socorrista deverá imediatamente
providenciar seu tamponamento, para tal, deverá usar simplesmente a mão (protegida por
uma luva descartável) sobre a ferida ou fazer um curativo oclusivo com material plástico ou
papel alumínio (curativo de três pontas). Após fechar o ferimento no tórax, conduza a
vítima com urgência para um hospital.
Se o ferimento for na região abdominal da vítima e houver a saída de órgãos
(evisceração abdominal), o socorrista deverá cobrir as vísceras com um curativo úmido e
não tentar recolocá-las para dentro do abdome. Fixe o curativo com esparadrapo ou uma
atadura não muito apertada. Em seguida, transporte a vítima para um hospital. Não dê
alimentos ou líquidos para o vitimado.
Em alguns casos, partes do corpo da vítima poderão ser parcialmente ou
completamente amputadas. Às vezes, é possível, por meio de técnicas microcirúrgicas, o
reimplante de partes amputadas. Quanto mais cedo a vítima, junto com sua parte
amputada, chegar no hospital, melhor. Conduza a parte amputada protegida dentro de um
saco plástico com gelo moído. O frio ajudará a preservar o membro. Não deixe a parte
amputada entrar em contato direto com o gelo. Não lave a parte amputada e não ponha
algodão em nenhuma superfície em carne viva.
Em casos de esmagamento (normalmente encontrados nos acidentes de trânsito,
acidentes de trabalho, desabamentos e colapsos estruturais), se a vítima ficar presa por
qualquer período de tempo, duas complicações muito sérias poderão ocorrer. Primeiro, a
compressão prolongada poderá causar grandes danos nos tecidos (especialmente nos
músculos). Logo que essa pressão deixa de ser exercida, a vítima poderá desenvolver um
estado de choque, à medida que o fluido dos tecidos vá penetrando na área lesada. Em
segundo lugar, as substâncias tóxicas que se acumularam nos músculos são liberadas e
entram na circulação, podendo causar um colapso nos rins (processo grave que poderá

2
ser fatal).
O tratamento merecido por uma vítima com parte do corpo esmagado é o seguinte:
1. Evite puxar a vítima tentando liberá-la. Solicite socorro especializado para proceder o
resgate (emergência fone 193);
2. Controle qualquer sangramento externo;
3. Imobilize qualquer suspeita de fratura;
4. Trate o estado de choque e promova suporte emocional à vítima;
5. Conduza a vítima com urgência para um hospital.

4.8 - Queimaduras

Lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e causada por agentes


térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc. Podem lesar a pele, os músculos,
os vasos sangüíneos, os nervos e os ossos.
Elas são classificadas conforme segue:

 1º Grau: É uma queimadura mais superficial. Atinge somente a epiderme


(camada mais superficial da pele). Caracteriza-se por dor local e por vermelhidão
na área atingida.

 2º Grau: É uma queimadura na qual a camada externa da pele está totalmente


queimada e a segunda camada danificada. Atinge a epiderme e a derme.
Caracteriza-se por uma forte dor local, vermelhidão e formação de bolhas.
 3º Grau: Necrose dos tecidos; carbonização; formação de escaras; ausência de
dor no local da lesão; queimaduras de 1º e 2º ao redor, causando dor intensa na
vítima.

Tipos de Queimadura
a) Queimaduras térmicas: Por calor (fogo, objetos e vapores quentes) e frio (gelo, objetos
congelados);
b) Queimaduras elétricas: causada pela corrente elétrica;
c) Queimaduras químicas: Ácidos, Álcalis (corrosivos), substâncias desconhecidas;
d) Luz e radiação: Luz muito intensa, raios ultravioletas (inclusive luz solar) e materiais
radioativos.

Queimaduras Menores:
São aquelas de 1º e 2º graus que afetam uma pequena área do corpo, sem dano ao
sistema respiratório, a face, as mãos e pés, aos genitais e as nádegas.

Tratamento pré-hospitalar das queimaduras menores


1. Expor e resfriar a área queimada imediatamente. O melhor é submergir a área
queimada em água fria por cerca de 3 a 5 minutos.

2
2. Cobrir o ferimento com um curativo úmido, frouxo e estéril. O curativo não precisa ser
umidificado se a queimadura for superior a 9% da superfície da pele.
3. Retirar anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos, etc.
4. Conduzir o paciente e oferecer suporte emocional.

Queimaduras Maiores:
Qualquer queimadura de 3º grau, de 2º grau que cubra toda a área corporal ou áreas
críticas, ou ainda de 1º grau que cubra todo o corpo ou o sistema respiratório.
Exemplos:
 Queimaduras complicadas por lesões no sistema respiratório ou por outras lesões do
tipo fraturas.
 Queimaduras de 2º ou 3º graus na face, mãos, pés, genitais ou nádegas.
 Queimaduras que circundem todo o corpo.

Tratamento pré-hospitalar das queimaduras maiores


1. Inicialmente deter o processo da lesão (se for fogo na roupa, usar a técnica do PARE,
DEITE e ROLE).
2. Avaliar o paciente e manter as VA permeáveis, observando a freqüência e qualidade da
respiração.
3. Cobrir toda a área queimada, após expô-la. Usar curativo estéril. Não obstruir a boca e
o nariz. Não aplicar nenhum creme ou pomada.
4. Providenciar cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os com curativo
estéril úmido.
5. Cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos estéreis.
6. Prevenir o choque e transportar oferecendo suporte emocional.

Queimaduras Químicas:

Tratamento pré-hospitalar das queimaduras químicas

1. Lavar o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15 minutos. Usar EPIs
apropriados.
2. Limpar e remover substâncias químicas da pele do paciente e das roupas antes de
iniciar a lavação.
3. Cobrir com curativo estéril toda a área de lesão.
4. Prevenir o choque e transportar oferecendo suporte emocional.
5. Se possível, conduzir amostra da substância em invólucro plástico.
6. Se a lesão for nos olhos, lavá-los bem (mínimo 15 minutos) com água corrente e depois
cobrir com curativo úmido estéril. Voltar a umedecer o curativo a cada 5 minutos.

Queimaduras Elétricas:

Tratamento pré-hospitalar das queimaduras elétricas

2
Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada
respiratória ou cardiorespiratória, dano no SNC e lesões em órgãos internos.
1. Reconhecer a cena e acionar, se necessário, socorro especializado.
2. Realizar a avaliação inicial e iniciar manobras de ressuscitação, se necessário.
3. Identificar o local das queimaduras, no mínimo dois pontos (um de entrada e um de
saída da fonte de energia).
4. Aplicar curativo estéril sobre as áreas queimadas.
5. Prevenir o choque e conduzir com monitoramento constante e apoio emocional.

2
4.9 - Intoxicações

Emergência médica causada pela absorção de substâncias que por suas


características e quantidade, podem produzir danos ao organismo ou risco de morte.
A reação a um mesmo tipo de substância venenosa pode variar de pessoa para
pessoa. Em alguns casos, o que pode ser um grande perigo para uma pessoa, pode ter
um pequeno efeito para outra. Na maioria dos casos, as reações em crianças são mais
sérias que em adultos.
A substância venenosa pode ser introduzida no corpo através da via digestória (por
ingestão), através da via respiratória (por inalação), através da pele (por absorção) ou
através da circulação sanguínea dos tecidos corporais (por injeção).

Anote aqui, o telefone do Centro de Informações Toxicológicas:

4.9.1 Intoxicação por ingestão:

Os venenos ingeridos podem incluir várias substâncias químicas, domésticas e


industriais. O socorrista deverá tentar obter o máximo de informações, o mais rápido
possível. Logo após a avaliação inicial do paciente, verifique se no local existem
recipientes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas ou
qualquer indício que permita identificar a substância ingerida.

Sinais e sintomas:
 Queimaduras ou manchas ao redor da boca.
 Odor inusitado no ambiente, no corpo ou nas vestes do paciente.
 Respiração anormal, pulso alterado na freqüência e ritmo.
 Sudorese e alteração do diâmetro das pupilas.
 Formação excessiva de saliva ou espuma na boca.
 Alteração do diâmetro das pupilas (miose ou midríase).
 Dor abdominal severa, náuseas, vômito e diarréia podem ocorrer.
 Alteração do estado de consciência, incluindo convulsões e até inconsciência.

2
Tratamento Pré-Hospitalar:
1. Acionar o SEM.
2. Manter as VA permeáveis.
3. Pedir orientação ao Centro de Informações Toxicológicas.
4. Diluir a substância tóxica oferecendo 1 ou 2 copos de água (contra indicado na
ingestão de inseticidas ou álcalis fortes pois favorece sua absorção pelo organismo).
5. Caso tiver disponível, oferecer carvão ativado (25g para crianças e 50g para
adultos) .
6. Se o paciente apresentar vômitos, posiciona-lo lateralizado para evitar a aspiração.
7. Recolher em saco plástico toda a substância vomitada.
8. Conduzir lateralizado e recebendo oxigênio suplementar.
Obs. Frente aos venenos em geral, os socorristas ficam limitados e necessitam
antídotos específicos, portanto o transporte do paciente deverá ser feito rapidamente.

4.9.2 Intoxicações por Inalação:

São aquelas provocadas por gases ou vapores tóxicos (ex. gases produzidos por
motores a gasolina, solventes, gases industriais, aerosóis, etc.).
Inicie o atendimento somente após certificar-se de que a cena está segura.
Não entre em locais onde a atmosfera é suspeita de estar contaminada sem o EPI
adequado.

Sinais e Sintomas:
 Respirações superficiais e rápidas;
 Tosse;
 Pulso normalmente muito rápido ou muito lento;
 Dificuldade visual e irritação nos olhos;
 Secreção nas vias aéreas.
Obs. A absorção da substância tóxica por essa via poderá também produzir os
sinais e sintomas descritos nas intoxicações por ingestão.
Tratamento Pré-Hospitalar:
1. Remover o paciente para um local seguro. Se necessário, remover suas as roupas;
2. Acionar o SEM;
3. Manter as VA permeáveis;
4. Avaliar e se necessário, realizar manobras de reanimação (Não fazer respiração
boca a boca, utilizar sempre máscara de proteção);
5. Administrar oxigênio suplementar e transportar na posição semi-sentada.
4.9.3 Intoxicações por Contato:

São causadas por substâncias tóxicas que penetram através da pele e das
mucosas, por meio de absorção/contato.
Algumas vezes estas intoxicações provocam lesões importantes na superfície da
pele, outras, o veneno é absorvido sem dano algum.

2
Sinais e Sintomas:
 Reações na pele, que podem variar de irritação leve até o enrijecimento e
queimaduras químicas;
 Coceiras (pruridos) e ardência na pele;
 Irritação nos olhos;
 Dor de cabeça (cefaléia);
 Aumento da temperatura da pele;
 Choque alérgico.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Remover o paciente para um local seguro, caso houver condições seguras para tal;
2. Acionar o SEM;
3. Remover as roupas e calçados contaminados;
4. Lavar bem a área de contato com água corrente (mínimo de 15 minutos, inclusive os
olhos, se for o caso);
5. Guardar as vestes e adornos em sacos plásticos próprios;
6. Administrar oxigênio suplementar e transportar.

4.9.4 Intoxicações por Injeções:

Mordedura de aranhas, ataque por animais de vida marinha, serpentes, e picadas


de insetos são considerados como fontes de venenos injetáveis. Acidentes industriais que
produzem cortes e perfurações também podem injetar venenos. Outra forma bem
conhecida de injeção de venenos é através de agulhas hipodérmicas.
Sinais e Sintomas:
 Picadas e mordidas visíveis na pele. Podem apresentar dor e inflamação no local;
 Dor no local da ferida;
 Ardor na pele e prurido (coceira);
 Dor de cabeça (cefaléia);
 Náuseas;
 Dificuldade respiratória e freqüência anormal d pulso;
 Hemorragias, parada respiratória e/ou cardíaca;
 Choque alérgico.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Acionar o SEM;
2. Prevenir o choque anafilático (alérgico);
3. Nas picadas de inseto (com ferrão preso na pele) raspar no sentido contrário para
evitar a injeção do veneno no corpo;
4. Monitorar nível de consciência e sinais vitais ininterruptamente;
5. Estar preparado para iniciar manobras de ressuscitação; e
6. Oferecer oxigênio suplementar e transportar sem demora.

Picadas de Serpentes:

2
Ocorrência bastante comum, principalmente na zona rural, tem sinais e sintomas
que variam bastante de acordo com o gênero do animal (serpente).

Sinais e Sintomas:
 Marca dos dentes na pele;
 Dor local e inflamação;
 Pulso acelerado e respiração dificultosa;
 Debilidade física;
 Problemas de visão;
 Náuseas e vômito;
 Hemorragias.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Manter o paciente calmo e imóvel (preferencialmente deitado), removendo-a do
local do acidente;
2. Lavar com água e sabão o local da picada;
3. Retirar anéis, braceletes e outros materiais que restrinjam a circulação na
extremidade afetada;
4. Manter o local da picada elevado;
5. Prevenir o choque;
6. Transportar com monitoramento constante, e caso necessário, realizar manobras de
reanimação.
Somente o soro cura intoxicação provocada por picada de cobra, quando aplicada
de acordo com as seguintes normas:
 Soro específico;
 Dentro do menor tempo possível;
 Em quantidade suficiente.
Não fazer curativo ou qualquer tratamento caseiro; não cortar, nem furar no local da
picada; não dar nada para beber ou comer; não fazer torniquete.
Se for treinado para tal e houver tempo e condições, conduzir o espécime que
provocou a lesão para avaliação e identificação da espécie.

4.9.5 Intoxicação por Álcool:

O álcool é uma droga que quando ingerida moderadamente é aceita socialmente. O


abuso da droga leva ao alcoolismo, intoxicação crônica grave com grande dano físico e
mental. Uma pessoa sob os efeitos do álcool representa sempre um perigo para si e para
os demais.

Sinais e Sintomas:
 Odor de álcool (verificar se o paciente não é diabético);
 Apresenta-se cambaleante;
 Má articulação da fala;

2
 Visão alterada (dupla);
 Náuseas e vômitos;
 Expressão facial característica;
 Alteração de conduta.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Assegurar-se que se trata isoladamente de um caso de abuso de álcool;
2. Monitorar os sinais vitais do paciente;
3. Proteger os pacientes, sem usar ilegalmente meio restritivos.
4. Transportar para o hospital indicado pelo centro de operações do SEM.

Crises e Problemas de Abstinência:


Um alcoolista que subitamente é impedido de ingerir bebidas alcoólicas poderá
sofrer sérios problemas de abstinência, e como resultado poderemos ter um paciente em
síndrome de abstinência.

Sinais e Sintomas:
 Inquietação e confusão;
 Conduta atípica (loucura);
 Alucinações (visão de bichos e animais);
 Tremor nas mãos;
 Delirium tremens.

Tratamento pré-hospitalar:
1. O tratamento pré-hospitalar consiste em proteger o paciente de si mesmo, pois
ele poderá facilmente se auto lesar;
2. Transportar para atendimento médico.

4.9.6 Abuso de Drogas:

As drogas de uso mais freqüentes são de cinco diferentes


tipos:

a) Estimulantes – estimulam o sistema nervoso central


(SNC), produzindo uma excitação em quem as usa.
Incluem as anfetaminas, a cafeína, a cocaína, drogas
antiasmáticas, drogas vasoconstrictoras, etc.

b) Depressores – deprimem o sistema nervoso central


(SNC). Incluem os sedativos e tranquilizantes (diazepam,
lorax, fenobarbital), os barbitúricos e os anticonvulsionantes.
Essas drogas diminuem a respiração e a pulsação e
provocam sonolência e a lentificação dos reflexos.

2
c) Analgésicos Narcóticos (derivados do ópio) – o abuso dessas drogas produz intenso
estado de relaxamento. Pertencem ao grupo a morfina, a heroína, o demerol, a metadona
e a meperidina. Podem diminuir a temperatura, a respiração e a pulsação, relaxar
músculos, provocar miose (contração pupilar), adormecimento, etc.

d) Alucinógenos – alteram a personalidade e causam distorção


da percepção. Esse grupo inclui o LSD, mas a maconha e o
haxixe também tem algumas propriedades alucinógenas. Os
pacientes imaginam ouvir sons e ver imagens coloridas.

e) Químicos Voláteis – os vapores de certas substâncias causam excitação, euforia e


sensação de estar voando. Em geral são solventes, substâncias de limpeza, colas de
sapateiro, clorofórmio, éter (lança-perfume) e gasolina. Seus efeitos produzem a perda do
tempo e da realidade, perda do olfato, respiração e pulsação acelerados e podem produzir
inconsciência e até coma.

2
Tratamento pré-hospitalar:
1. Acionar o SEM;
2. Induzir o vômito se a droga foi ministrada via oral e nos últimos 30 minutos;
3. Proteger as vítimas hiper-ativas;
4. Conversar para ganhar a confiança do paciente e mantê-lo consciente;
5. Tentar identificar o tipo de droga;
6. Transportar com monitoramento constante;
7. Prevenir o choque.

4.10 - Emergências Clínicas

Emergências Clínicas ou Emergências Médicas é o estado crítico provocado por


uma ampla variedade de doenças cuja causa não inclui violência sobre a vítima.

Se o paciente sente-se mal ou apresenta sinais vitais atípicos,


assuma que ele está tendo uma emergência médica.

Atenção!

Uma emergência médica pode produzir um trauma e ficar mascarada pelas lesões.
Ex: Um paciente com AVC perde a consciência, sofre uma queda de nível e sofre lesões.
Um trauma pode produzir uma emergência médica.
Ex: O estresse de um acidente automobilístico poderá produzir um IAM.

SINAIS Indicativos de Emergências Médicas:


 Estado de consciência;
 Pulso - Ritmo, freqüência e intensidade (lento, rápido, irregular, fraco, forte);
 Respiração - Ritmo, freqüência e amplitude (rápida, lenta, irregular, superficial,
profunda).
 Temperatura (alta, baixa).
 Pupilas - Tamanho, simetria e resposta a luz (midríase, miose, assimetria e reflexos
ausentes).
 Pele, lábios e mucosas - Condição e cor (seca, úmida, pálida, cianótica e
avermelhada).
 Hálito (alcoólico, cetônico).
 Abdome - Pontos sensíveis, rigidez.
 Movimentos musculares (espasmos e paralisias).
 Hemorragias ou eliminação de líquidos corporais (salivação aumentada, sangue).
 Vômitos.

SINTOMAS Indicativos de Emergências Médicas:


 Dor;

2
 Sensação de febre (calor);
 Mal estar gástrico, náuseas, atividade anormal dos intestinos e da bexiga;
 Tontura, sensação de desmaio ou sensação de morte;
 Falta de ar, dificuldade para respirar;
 Opressão no tórax ou no abdômen;
 Sede, sabor estranho na boca.
 Sensação de queimação.

4.10.1 Infarto Agudo do Miocárdio - IAM

Morte de uma área do músculo cardíaco (miocárdio) resultante de uma obstrução


aguda da artéria coronária.

Sinais e Sintomas:
 Dor ou sensação de opressão no peito (freqüentemente a dor se irradia do peito
para o pescoço e braços e estende-se preferencialmente para o braço esquerdo);
 Pode apresentar dores torácicas que melhoram e pioram (intermitentes), por horas
ou dias antes do IAM.
 Náuseas;
 Respiração rápida;
 Sudorese intensa;
 Fraqueza;
 Agitação, inquietude.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Assegure-se que o SEM seja chamado. Não abandone o paciente, que pode
desenvolver parada cardiopulmonar;
2. Coloque o paciente em repouso (geralmente se sentem mais confortáveis na
posição sentada ou semi-sentada);
3. Administre oxigênio suplementar;
4. Afrouxe roupas apertadas;
5. Promova apoio emocional;
6. Mantenha o calor corporal, mas cuidado para não aquecer em excesso;
7. Monitore os sinais vitais e transportar o paciente na posição semi-sentada.

4.10.2 Angina do Peito

Dor caracterizada por uma sensação de intenso aperto no tórax. É associada a um


suprimento sangüíneo insuficiente do músculo cardíaco. É agravada ou produzida pelo
exercício e aliviada pelo repouso ou medicamentos.

Sinais e Sintomas:

2
O paciente sente dor no peito, sensação de opressão, que aparece e aumenta com
o esforço físico. A dor pode irradiar-se para a mandíbula e os braços.

Toda dor inexplicável no peito é uma indicação


de possível angina de peito!

Tratamento pré-hospitalar:
1. Acionar o SEM.
2. Os pacientes conscientes de sua condição, geralmente, tomam medicamentos
(nitroglicerina) para aliviar a dor. O socorrista deve orientar para que tomem a
medicação conforme a prescrição médica.
3. O tratamento pré-hospitalar para estes pacientes é o mesmo do Infarto Agudo do
Miocárdio.
4. A dor poderá aliviar com o repouso (aproximadamente após cerca de 10 min.).

4.10.3 Acidente Vascular Cerebral - AVC

Dano do tecido cerebral produzido por falha na irrigação sangüínea. Bloqueio ou


ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro. Conseqüentemente, uma parte do cérebro
fica danificada ou morre.

Sinais e Sintomas:
Os sinais são muito variados dependendo da localização e extensão do dano.
De forma geral incluem:
 Dor de cabeça – talvez o único sintoma;
 Desmaio ou síncope;
 Alterações do nível de consciência;
 Formigamento ou paralisia, usualmente das
extremidades e/ou da face;
 Dificuldade para falar e respirar;
 Alteração visual;
 Convulsão;
 Pupilas desiguais (anisocoria);
 Perda do controle urinário ou intestinal;
 Hipertensão.

Obs. O risco de um AVC aumenta com a idade!

Infelizmente muitos sinais de AVC podem ser vagos ou ignorados pelo paciente.
Como socorrista, você poderá procurar identificar um AVC a partir de alguma das três
técnicas/sinais que seguem:

2
1. Queda facial: Este é o sinal mais evidente se o paciente sorri ou faz careta. Se um dos
lados da face estiver caído ou o rosto não se mexer, pode haver um AVC;
2. Fraqueza no braço: Isto se torna muito evidente se o paciente estender os braços para
frente com os olhos fechados. Se um braço pender para baixo ou se os braços não
puderem se movimentar, isto pode indicar um AVC; e
3. Dificuldades na fala: Isto é mais evidente se o paciente não consegue falar ou se a
fala sai arrastada. Peça ao paciente para dizer uma frase (o rato roeu a roupa do rei de
Roma, por exemplo). Se o paciente não puder repetir a frase com precisão e clareza,
pode ter ocorrido um AVC.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Acionar o SEM;
2. Manter via aérea permeável e estar preparado para ventilar ou realizar manobras de
RCP, se necessário;
3. Administrar oxigênio suplementar;
4. Manter o paciente em repouso;
5. Proteger áreas paralisadas ao mobilizar;
6. Oferecer suporte emocional;
7. Colocar o paciente em posição de recuperação;
8. Não permitir que o paciente superaqueça ou esfrie;
9. Não dar nada por via oral;
10. Monitoramento constante e prevenir o choque;
11. Transportar para o hospital.
4.10.4 Hipertensão Arterial

Pressão arterial que se mantém constantemente acima dos valores normais.

Sinais e Sintomas:
 Dor de cabeça (cefaléia);
 Náuseas;
 Ansiedade;
 Zumbido nos ouvidos;
 Escotomas (pontos de luz);
 Hemorragia nasal;
 Pressão arterial elevada;
 Formigamento na face e extremidades.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Acionar o SEM;
2. Manter a via aérea permeável;
3. Colocar o paciente na posição sentada ou semi-sentada;
4. Manter o paciente em repouso;
5. Oferecer suporte emocional;

2
6. Tratar a hemorragia, se houver;
7. Orientar para que tome a medicação habitual;
8. Transportar o paciente (posicionar o paciente com a cabeça, pescoço e ombros
ligeiramente elevados e a cabeça lateralizada).

4.10.5 Convulsões

Situação em que o cérebro comanda contrações musculares descontroladas. Essas


contrações violentas, não coordenadas e involuntárias de parte ou da totalidade dos
músculos, podem ser provocadas por diversas doenças neurológicas e não neurológicas
ou ainda por traumatismos crânio-encefálicos

Principais causas de convulsões:


 Epilepsia;
 Febre alta em crianças menores de 6 anos (convulsões febris);
 Traumatismo craniano;
 Doenças infecciosas, inflamatórias ou tumores cerebrais;
 Acidentes Vasculares Cerebrais;
 Intoxicações.
Obs. A forma mais conhecida de convulsões em APH é causada por uma condição
conhecida como epilepsia. Os ataques epiléticos podem causar muitas e intensas
convulsões ou não causarem convulsões ou qualquer outro sinal externo.

4.10.6 Epilepsia

Doença neurológica convulsiva crônica. Manifesta-se por perda súbita da


consciência, geralmente acompanhada de convulsões tônico-clônicas. A atividade cerebral
anormal de indivíduos portadores de epilepsia é a causa do ataque. É uma desordem
orgânica e não uma enfermidade mental

Convulsões febris:
Ocorrem somente em crianças menores de 6 anos. Normalmente
desencadeadas durante hipertermias (febre alta). É rara entre 2 a 6 meses e não ocorre
abaixo dos 2 meses. É importante lembrar que poderá repetir-se (antecedentes).
O tratamento pré-hospitalar consiste em baixar a temperatura com banhos
mornos ou com a aplicação de panos molhados frios e condução para atendimento
médico pediátrico. Essa situação sempre requer avaliação médica.

Traumatismo Craniano:
Os traumatismos crânio-encefálicos podem produzir convulsões no momento do
trauma ou horas após ao evento por desenvolvimento de hematomas ou edema

2
cerebral. É muito importante uma boa entrevista para averiguar antecedentes de
traumas na cabeça ou quedas.

Sinais e Sintomas de uma crise convulsiva:


 Perda da consciência. O paciente pode cair e machucar-se.
 Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades. Outras vezes,
desenvolve-se um quadro de leves tremores ou sacudidas de diversas amplitudes
denominadas convulsões tônico-clônicas.
 Pode ocorrer cianose ou até parada respiratória. Em algumas ocasiões, há perda do
controle dos esfíncteres urinário e anal.
 Depois das convulsões, o paciente recupera seu estado de consciência lentamente.
Pode ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio.

Tratamento Pré-Hospitalar das Convulsões:


1. Acionar o SEM;
2. Posicionar o paciente no chão ou sobre uma maca. Evitar que se machuque com
golpes em objetos dispostos ao seu redor;
3. Afrouxar bem as roupas apertadas;
4. Após a convulsão, manter o paciente em repouso com a cabeça ligeiramente
lateralizada para evitar aspiração;
5. Administrar oxigênio suplementar;
6. Proteger a privacidade do paciente e explicar-lhe que deverá receber auxílio médico.
7. Oferecer suporte emocional e transportar para um hospital.

4.10.7 Doenças causadas por insuficiência de insulina - diabetes

A principal fonte de energia para as células do nosso corpo é o açúcar. Este


açúcar, normalmente em forma de glicose, é levado para as células pela circulação
sanguínea. O pâncreas produz um hormônio chamado de insulina. As células do corpo
não podem obter o açúcar do sangue a menos que a insulina esteja presente.
A insulina é indispensável para que as células utilizem normalmente a glicose
(açúcar), principal fonte de energia do nosso organismo. Nesta doença, o pâncreas produz
uma quantidade insuficiente de insulina e a glicose deixa de ser utilizada pelas células e se
acumula no sangue, produzindo os sinais e sintomas da diabetes. O paciente apresenta
manifestações de fome e sede exageradas, de diurese freqüente e abundante, perda de
peso e fraqueza.

Efeitos da deficiência e excesso de insulina:


Quando a produção de insulina é insuficiente, acumula-se no sangue um excesso
de glicose que pode gradualmente ocasionar o coma diabético (coma hiperglicêmico – alto
nível de açúcar no sangue e baixo nos tecidos). Quando a quantidade de insulina no
sangue é excessiva, rapidamente esgotar-se-á a glicose do sangue, ocorrendo
comprometimento das células do sistema nervoso central, que utilizam como fonte ou

2
energia, quase exclusiva, a glicose; podendo conduzir ao choque insulínico (coma
hipoglicêmico – baixo nível de açúcar disponível no sangue).

HIPERGLICEMIA - ALTO NÍVEL DE AÇÚCAR NO SANGUE:


(Coma Diabético):
Pode aparecer em:
 Diabéticos com diabetes diagnosticada ou não, submetidos a diferentes e sérios
estresses como infecções, traumatismos, cirurgias, diálise peritonial, gravidez, uso de
corticóides.
 Diabéticos inadequadamente tratados.

Sinais e sintomas:
 Dificuldade respiratória, as respirações são rápidas e profundas.
 Pele quente e seca (desidratada).
 Pulso rápido e débil.
 Hálito cetônico e boca seca.
 Diferentes graus de alteração do nível de consciência, até o coma.
Obs. O socorrista deve fazer uma boa entrevista para averiguar se o paciente é diabético,
se está em tratamento, se recebeu insulina e o que ingeriu recentemente.

Tratamento Pré-Hospitalar:
1. Acionar o SEM;
2. Manter o paciente em repouso;
3. Oferecer açúcar (através de sucos adocicados ou refrigerantes) se o paciente estiver
acordado e orientado;
4. Prevenir o choque e ofertar oxigênio suplementar;
5. Transportar para um hospital.

HIPOGLICEMIA-BAIXO NÍVEL DE AÇÚCAR NO SANGUE:


(Choque Insulínico):
Provocado por uma quantidade excessiva de insulina no sangue. Rapidamente
esgotar-se-á a glicose do sangue, ocorrendo comprometimento das células do sistema
nervoso central e o estado de choque. Cuidado, essa é uma condição que se desenvolve
rapidamente!

Sinais e sintomas:
 Respiração superficial;
 Pele pálida e úmida, freqüentemente sudorese fria;
 Pulso rápido e forte;
 Hálito sem odor característico;
 Cefaléia e náuseas;
 Sensação de fome exagerada;
 Desmaio, convulsões, desorientação ou coma.
Tratamento Pré-Hospitalar:

2
1. Acionar o SEM;
2. Manter o paciente em repouso;
3. Oferecer açúcar (através de cubos de açúcar, mel, sucos adocicados ou refrigerantes)
se o paciente estiver acordado e orientado;
4. Prevenir o choque e ofertar oxigênio suplementar;
5. Manter vias aéreas abertas e estar prevenido para ocorrências de vômito;
6. Transportar o paciente para um hospital.

Lembre-se: No caso de dúvida, siga a regra “Açúcar para todos!”

4.11 - Movimentação, Remoção e Transporte de Vítimas

Movimentação justificada de um paciente a fim de evitar mal maior. Usamos esse


termo genérico para descrever qualquer procedimento organizado para manipular,
reposicionar ou transportar um paciente doente ou ferido, de um ponto para outro.
A manipulação de pacientes insere-se em duas amplas categorias. Existe um tipo
de paciente que é encontrada em local de fácil acesso e que, independentemente da
gravidade de suas lesões, pode ser removido de forma rotineira. Existem também aqueles
que necessitam ser resgatados; em tais casos, o paciente pode encontrar-se em um local
de difícil acesso ou suas lesões requererem do socorrista o emprego de técnicas especiais
de mobilização com emprego de pranchas (tábuas de suporte).

Ao movimentar um paciente devemos levar em conta:


1. Considerações externas ao paciente (Lembrar que, em princípio, um paciente não
deverá ser movimentado, a menos que exista um perigo imediato para ele ou ainda,
para outros, se não for feita a sua remoção):

Como por exemplo:


 O local do acidente oferece perigo iminente (tráfego descontrolado, incêndio ou ameaça
de fogo, possíveis explosões, perigos elétricos, presença de gases tóxicos, etc.);
 Obter acesso a outros pacientes (muito comum em acidentes automobilísticos).

2. Considerações internas ao paciente (a velocidade como moveremos o paciente


dependerá das razões que tenhamos para movê-lo):

Razões para a movimentação de pacientes:


 O paciente insiste em movimentar-se;
 Fatores locais interferem no salvamento (calor ou frio excessivo, necessidade de um
ambiente ventilado, etc.).

2
Após o término do tratamento do paciente na cena da emergência, este deverá ser
removido de sua posição inicial para cima de uma prancha rígida a fim de imobilizá-lo e
iniciar o seu transporte. A prancha (maca rígida) deve ser colocada sobre a maca de rodas
(maca articulada) do veículo de transporte. Na chegada ao ambiente hospitalar, o paciente
é transferido para receber tratamento definitivo.

Modelo de prancha longa ou maca rígida

Técnicas de Transporte Utilizadas no APH:

 Arrastamento com cobertor:


Técnica pela qual o paciente é removido por 1 socorrista. O cobertor deve ser arrumado de
forma a proteger e suportar a cabeça e o pescoço do paciente;

 Arrastamento pelas roupas:


Uma pessoa é suficiente para arrastar o paciente. Usado quando não há cobertor
disponível ou em acidentes no meio de vias com trânsito fluindo;

 Transporte de bombeiro:
Essa técnica possui a desvantagem de não oferecer suporte para a cabeça e pescoço;
porém, se não houver outro método disponível, permite que uma só pessoa remova o
paciente. Muito usado em ambientes com fumaça (incêndios);

 Transporte pelas extremidades:


Dois socorristas transportam o paciente, segurando-o pelos braços e pernas;
 Transporte tipo cadeirinha:
O paciente é posicionado deitado e debaixo dele, dois socorristas colocam uma cadeira. O
transporte é feito com os socorristas posicionados lateralmente e o paciente na posição
sentada. Muito usado na remoção de pacientes do interior de casas e apartamentos;

 Levantamento com 3 socorristas:


Utilizado para levantar do solo um paciente sem lesão de coluna, através do
posicionamento de 3 socorristas em fila no lado da mesmo;

 Levantamento com 2 socorristas:


Levantamento utilizado geralmente no interior de casas e hospitais para remover o

2
paciente de uma cama para uma maca;

 Rolamento/imobilização sobre macas rígidas:


Técnica utilizada para posicionar o paciente com suspeita de lesão na coluna, do solo para
cima de uma prancha. Realizada com no mínimo 3 socorristas;

 Imobilização com outros tipos de macas (telescópicas, de vácuo):


Técnica utilizada na imobilização de pacientes que possuem lesão na bacia ou ainda, para
evitar o agravamento de lesões ou aumento da dor durante a manipulação (rolamento).
Realizada com 2 ou 3 socorristas;

Use sempre a regra: Leve a maca até o paciente e não o paciente até a maca!

Anotações:
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2
5. PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

OBJETIVOS:
Ao final desta lição os participantes serão capazes de:
 Identificar os sistemas Preventivos de Incêndio

5.1 - Sistemas Preventivos de Incêndio

A presente oficina tem o objetivo de formar brigadistas, fornecendo aos mesmos


conhecimentos referentes a sistemas preventivos.
Este módulo contempla sistema preventivo por extintores; sistema hidráulico; saídas
de emergência; iluminação de emergência; placa de saída; pára-raio; sistema de alarme e
detecção; dispositivo de ancoragem de cabos; chuveiros automáticos; sistema de CO 2 e
outros gases; local para resgate aéreo.

5.2 - Sistema Preventivo por Extintores:

a) Reconhecimento dos extintores, tipos (PQS, CO2, Água, Gases Especiais).


b) Inspeção geral dos extintores.
c) Reconhecimento dos componentes (manômetro, esguicho, cilindro, etc.).
d) Referências:
 NBR 9443 – Extintores de incêndio classe A – ensaio de fogo em engradado de
madeira;
 NBR 9444 – Extintores de incêndio classe B – ensaio de fogo em líquido inflamável;
 NBR 10721 – Extintores de incêndio com carga de pó;
 NBR 11715 – Extintores de incêndio com carga d’água;
 NBR 11716 – Extintores de incêndio com carga de gás carbônico;
 NBR 11751 – Extintores de incêndio com carga de espuma mecânica;
 NBR 11762 – Extintores de incêndio portáteis com carga de halogenados;
 NBR 12693 – Sistema de proteção por extintores de incêndio;
 NBR 12962 – Inspeção, manutenção e recarga de extintores de incêndio;
 NBR 12992 – Extintores de incêndio classe C – ensaio de condutividade elétrica;
 NBR 13485 – Manutenção de terceiro nível;

 Inspeção periódica nos extintores e realizar as anotações em local apropriado para a


equipe de brigadistas ter acesso.

5.3 - Sistema hidráulico Preventivo

a) Reconhecimento do sistema
b) Inspeção geral do SHP

2
c) Verificar os componentes (Mangueiras, Esguichos, Hidrante de recalque, Parede e RTI).
d) Referências:
 NBR 12779: Mangueiras de incêndio. Rio de Janeiro, 1998.
 NBR 13206: tubulações. Rio de Janeiro, 1994b.

5.4 - Saída de Emergência

a) Tipos de escadas (comum, protegida, enclausurada e enclausurada a prova de fumaça.


b) Características das escadas (paredes corta-fogo, portas corta fogo, antecâmara, etc).
c) Verificar os componentes (portas, dutos, telas)
d) Referências:
 NSCI/94 Norma de Segurança Contra Incêndios. Decreto Estadual n. 4.909 de 18
de outubro de 1994. Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, Florianópolis, 1994.

 Inspeção periódica das rotas de fuga bem como nos sistemas instalado nas mesmas,
como, corrimão, pisos, luminárias, barras anti-pânico, portas, dutos, telas.

5.5 - Iluminação de Emergência

a) Tipos de sistemas (bloco autônomo e central de bateria).


b) Características de cada sistema
c) Inspeção nos sistemas
d) Referências:
 NBR 6150 - Eletroduto de PVC rígido – Especificação
 NBR 10898 - Sistema de iluminação de emergência
 NBR 5410 – Instalação elétrica de baixa tensão

5.6 - Gás central Canalizado

a) Tipos de sistema (recarregável ou transportável)


b) Características do sistema (Central de GLP, canalização, abrigo de medidores, etc).
c) Inspeção nos sistemas
d) Referências:
 Normas de Segurança Contra Incêndio – NSCI, editadas pelo Decreto 4909, de 18
de outubro de 1994;
 NBR 13103/07 – Instalação de aparelhos a gás para uso residencial – Requisitos
dos
ambientes;
 NBR 13523/08 – Central de gás liquefeito de petróleo (GLP);

5.7 - Sistema de Alarme e Detecção

a) Reconhecimento do sistema (ótico e termovelocimétrico)


b) Características (central de alarme, acionador, fiação, detectores)

2
c) Inspeção nos sistemas
d) Referências:
 Normas de Segurança Contra Incêndio – NSCI, editadas pelo Decreto 4909, de 18
de outubro de 1994;
 NBR 9441/98 “Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio”
 NBR 11836/92 “Detectores automáticos de fumaça para proteção contra incêndio”
 NBR 13848/97 “Acionador manual para utilização em sistemas de detecção e
alarme de
incêndio”

5.8 - Chuveiros Automáticos

a) Reconhecimento do sistema
b) Inspeção no sistema
c) Referências:
 NBR 6135 - Chuveiros automáticos para extinção de incêndio – especificação
 NBR 6125 - Chuveiros automáticos para extinção de incêndio - método de ensaio

5.9 - Dispositivo de Ancoragem de Cabos

a) Reconhecimento (alças metálicas para utilização de abandono de pessoas da


edificação)
b) Teste de tracionamento
c) Reconhecimento
d) Referências:
 Normas de Segurança Contra Incêndio – NSCI, editadas pelo Decreto 4909, de 18
de outubro de 1994;

5.10 - Local para Resgate Aéreo

a) Reconhecimento do sistema (local de pouso do helicóptero, local de espera, portas,


acionamento do sistema de alarme, etc).
b) Inspeção (vistoria)
c) Referências:
 Normas de Segurança Contra Incêndio – NSCI, editadas pelo Decreto 4909, de 18
de outubro de 1994;

5.11 - Sistema de CO2 e outros gases

a) Reconhecimento (CO2, baterias, inundação, aviso sonoro, barra anti-pânico, etc)


b) Inspeção (vistoria)
c) Referências:
 NBR 12232/92 – Execução de sistemas fixos automáticos de proteção contra

2
incêndio com gás carbônico (CO2) por inundação total para transformadores e
reatores de potência contendo óleo isolante.

5.12 - Sistema de proteção contra descargas atmosféricas

a) Tipos de sistema de proteção (gaiola de faraday, frankline eletrogeometrico)


b) Reconhecimento (cabos, hastes, soldas, embutido, etc).
c) Referências:
 Normas de Segurança Contra Incêndio – NSCI, editadas pelo Decreto 4909,
de 18
de outubro de 1994;
 NBR 5419 Elaboração do sistema de spcda embutido.

2
6. AVALIAÇÃO DE RISCOS E PERIGOS DOMÉSTICOS

OBJETIVOS:
Ao final desta lição os participantes serão capazes de:
1. Definir Sistema de Comando em incidentes
2. Citar os tipos de Perigos Domésticos
3. Aplicar a Operação Alerta Vermelho na sua comunidade

6.1 - Sistema de Comando em Incidentes

É uma ferramenta de gerenciamento que tem como objetivo a estabilização do


incidente e a proteção da vida, da propriedade e do meio ambiente

0s 09 princípios do SCI:
1. Terminologia Comum - linguagem única padronizada para os meios de
comunicação, recursos e instalações;
2. Comunicações Integradas – um mesmo canal e mesma freqüência;
3. Comando Unificado - múltiplas instituições e um só comando;
4. Alcance de controle - 5 a 7 pessoas sob supervisão de um chefe;
5. Plano de ação no incidente - planejamento específico para o incidente com
objetivos, estratégias e táticas;
6. Instalações padronizadas – localização precisa, denominação comum e estar
bem sinalizadas e em locais seguros;
7. Organização modular – permite a expansão ou contração da estrutura
organizacional;
8. Cadeia de Comando – cada pessoa responde e informa somente a uma pessoa
designada dentro do sistema;
9. Manejo integral dos recursos – otimização, controle e contabilidade dos
recursos.

Operacionalização do SCI
 Instalar o SCI;
 Assumir o Comando;
 Designar um Posto de Comando;
 Designar uma Área de Reunião e um Controlador;
 Reunir informações;
 Elaborar Plano Operacional;
 Etapas do Plano Operacional;
 Elaborar Plano de Desmobilização;
 Etapas do Plano de Desmobilização.

2
6.2 - Perigos Domésticos

Você pode melhorar a segurança contra incêndio e acidentes domésticos em sua


residência e sua comunidade. Comece fazendo uma inspeção em seu lar. Verifique em
sua casa qual destes perigos de incêndio você pode encontrar.
Encontrando algum, corrija-o!

6.2.1 Na Cozinha
Remova todos os materiais sobre ou próximo ao seu fogão que poderia incendiar,
tais como: guardanapos, pano de louça, toalhas de enfeite, cortinas, ou outro material de
decoração, que poderia propagar o fogo, ou alimentar a combustão. Nunca coloque panos
de pratos ou toalhas na tampa do fogão para secar, essa também é causa freqüente de
incêndios.
Para sua maior segurança, coloque dispositivos que detecte vazamentos de gás,
esse material você encontra nas casas do ramo. É prudente que a sua cozinha seja
equipada com um extintor portátil de 4 Kg. Esse equipamento é de fácil uso e muito
eficiente em princípios de incêndios.
A mangueira que canaliza o gás até o fogão não deve passar por trás do forno, pois
o calor do forno pode romper a mangueira e isso estatisticamente tem sido uma das
causas de incêndio doméstico. Não se esqueça: O botijão de gás deve ser instalado no
lado externo da edificação e num lugar bem arejado.
Os cabos das panelas devem estar sempre virados para o lado interno do fogão,
isto evita acidentes com as crianças, pois desperta curiosidade, e até mesmo com os
próprios adultos, que por descuido pode esbarrar nos cabos e virar o conteúdo no corpo.

Cuidados com o gás de cozinha:


 Ao comprar o regulador de pressão e a mangueira, verifique se possuem a
identificação do INMETRO (NBR) gravada. Não use outro tipo de material, pode ser
perigoso...
 Ao sair de casa, feche o registro de gás e nuca deixe panelas no fogo.
 Não permita que crianças tenham acesso ao fogo.
 Não coloque cortinas, panos de pratos ou outro material que possa pegar fogo junto
ao fogão ou sobre o botijão.
 Não tente eliminar vazamentos de maneira improvisada (com sabão, cera, etc.).

Como instalar corretamente o botijão de gás:


 Nunca coloque os botijões em compartimentos fechados e sem ventilação
(armários, gabinetes, vãos de escada, porões, etc.), prefira instalá-lo do lado de fora de
casa;

2
 Construa uma cabina de proteção em alvenaria ou concreto, em um local ventilado e
de fácil acesso. É importante que fique situado em cota igual ou superior ao nível do
piso onde o mesmo estiver situado e a porta do referido abrigo, deve possuir área para
ventilação;
 Nunca instale o botijão próximo a ralos ou grades de escoamento de água. Por ser
mais pesado que o ar, o gás pode se infiltrar em seu interior e explodir se tiver contato
com uma centelha. Nunca deite o botijão para aproveitar até o final, pois assim o gás
passará na forma líquida pela válvula comprometendo sua segurança.

Antes de trocar o botijão, certifique-se de que:


 Todos os botões dos queimadores estão desligados;
 O local está bem ventilado e livre de qualquer tipo de fogo (vela, fósforo, isqueiro, ou
cigarros acessos);
 Após a substituição dos botijões vazios você não precisa de chave ou alicate para
apertar a válvula, há um sistema de vedação com oringue (anel de borracha) no lado de
dentro do bico do botijão que veda perfeitamente a conexão sem precisar de muita
força;

NUNCA, NUNCA TESTE SE HÁ VAZAMENTOS NA VEDAÇÃO UTILIZANDO


ISQUEIRO OU FÓSFORO; pois em caso positivo e se este for grande provocará
incêndio atingindo diretamente você, se o vazamento for pequeno as chamas do
isqueiro não irão detectá-lo. "USE SABÃO EM UMA ESPONJA UMEDECIDA", passe
ao redor das conexões, se não borbulhar é porque a troca foi realizada com sucesso;
 Não use sabão para tampar vazamentos, porque depois que seca ele se racha
abrindo fissuras voltando o vazamento. Não é prudente dar "jeitinhos";
 Não guarde botijões vazios ou cheios dentro de casa;
 Não enfeite o botijão com saias de tecido ou plástico. São materiais combustíveis e
podem complicar bastante em caso de vazamento e/ou incêndio;
 Instale o botijão do lado de fora da edificação, é mais seguro para o seu lar, para
você e para sua família.

Os componentes básicos para a instalação do botijão de gás são:


 Mangueira: Deve ser de plástico PVC transparente, com tarja amarela, e a
gravação do código NBR 8613 e do prazo de validade e comprimento máximo de
2
80cm;
 Braçadeiras: Servem para fixar a mangueira no fogão e no regulador de pressão do
botijão. Nunca use arames, esparadrapo ou outro tipo de material no lugar das
braçadeiras;
 Regulador de pressão: É a peça que regula a passagem do gás do botijão para a
mangueira. No regulador deve constar a gravação do código NBR 8473 do
INMETRO;
 Botijão: Contém 13kg de gás de cozinha. é fabricado segundo a norma da ABNT-
Associação Brasileira de Normas Técnicas- 8460. Esse gás não é tóxico, mas mata
por asfixia (ocupa o lugar do oxigênio em caso de vazamento em ambiente
fechado).

Para sua segurança:


 Abasteça-se somente com empresas credenciadas, Evite as clandestinas;
 Verifique o estado do botijão ao recebê-lo, se houver dúvidas quanto ao seu peso e
qualidade, aproveite a presença do entregador e peça para trocá-lo. O botijão não
pode estar amassado, enferrujado ou apresentar qualquer outro tipo de danificação.

6.2.2 Eletricidade
Remova os fios elétricos expostos na parte inferior da residência, ou aqueles
pregados na parede, sem calhas de proteção. Verifique se há tomadas
sobrecarregadas/danificadas ou fios velhos ou desgastados pelo uso. Esclarecemos que
os metais dos fios onde passa energia elétrica, ao serem freqüentemente dobrados,
especialmente de plug/tomadas, partem-se causando um fenômeno chamado desconexão
parcial, aumentando a resistência e a temperatura seguido de curto-circuito e principio de
incêndio.
As grades de ventilação dos eletrodomésticos (como TV, vídeo e forno de
microondas) nunca devem ser vedadas por panos decorativos, cobertas, etc. Efetue
limpeza interna anual nesses eletrodomésticos em oficinas especializadas, a poeira
acumulada internamente é elemento propagador de incêndio.
Instale o aterramento da instalação elétrica de sua residência evitando desta forma,
choque elétrico, fuga de corrente e princípios de incêndio.

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6.2.3 Emergências químicas

 Materiais Perigosos

Os materiais "perigosos" são mais freqüentemente associados com grandes


indústrias, trens e caminhões que transportam as cargas perigosas, principalmente as
químicas.   Mas pense sobre o que você tem em sua casa, nos armários, na cozinha, no
banheiro e no depósito, e você encontrará muitos materiais perigosos.   Desde a água
oxigenada para descolorir cabelos, aos materiais de limpeza de sua casa são compostos
por produtos químicos. É essencial saber sobre os perigos expostos pelo uso e pelo
armazenamento impróprio de produtos químicos. Geralmente, os materiais perigosos são
classificados em quatro grupos.   Muitos pertencem a mais de uma categoria.   Os
seguintes símbolos podem estar impressos nas embalagens que os contém, que são
vendidos aos consumidores, e muitos deles são potencialmente prejudiciais à saúde,
porém, por falta de legislação específica, muitos produtos químicos não trazem os
símbolos que representam seus riscos. Devemos sempre ler os cuidados prescritos pelos
fabricantes nos rótulos das embalagens antes do manuseio dos materiais.

Classificação de Materiais Perigosos

Inflamável

Qualquer material que possa provocar a ameaça de fogo durante o uso rotineiro é
considerado uma substância inflamável.   
As latas do aerossol estão entre os artigos, os mais comuns que podem ser perigosas se
usadas perto de uma fonte de calor ou de uma chama. Devem ser mantidas fora do
alcance das crianças e também devem ser armazenadas distante dos fogões, das
fornalhas e dos calefadores de água quente.
O armazenamento de combustíveis tais como a gasolina, querosene e o álcool, é crítico.
Devem ser mantidos em recipientes projetados especificamente para contê-los, para
impedir que os derramamentos perigosos gerem vapores que poderão inflamarem.   O
Corpo de Bombeiros não recomenda o armazenamento dos materiais acima, mas se isso

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for realmente necessário, devem ser armazenados fora das residências em um local que
não permita o acesso de crianças, protegidos do sol e bem ventilados. 
Sempre que você usar os produtos inflamáveis ou que possam liberar vapores
inflamáveis, certifique-se de que você está em uma área bem ventilada, com acesso fácil
a uma saída.
Tenha muito cuidado sobre o armazenamento de líquidos inflamáveis, tais como
lustradores e removedores de tintas, algumas ceras para assoalhos e produtos à base de
álcool ou panos usados nas limpezas, os quais ficam com resíduos desses produtos
podendo inclusive provocarem incêndi se  forem armazenados inadequadamente.
Nunca coloque roupas ou panos impregnados de líquido ou cera inflamável nas
secadoras de roupa.   O aquecimento poderia inflamá-lo.

Explosivo

Os explosivos mais comuns encontrados nas residências são os mantidos em recipientes


pressurizados.   Isto inclui latas de aerossol, isqueiros de cigarro, que se forem
submetidos a um aumento de temperatura podem explodir.
Determinadas substâncias que são seguras quando sozinhas, podem ser altamente
reativas com outras, se forem misturadas, como por exemplo: um ácido se misturado
com uma base em um recipiente hermeticamente fechado. A reação acima é exotérmica,
ou seja, libera calor, aumentando a pressão interna, podendo romper o recipiente que os
contém.
Nunca armazene fogos de artifício em sua residência.
Se você detectar cheiro de gás de cozinha, desligue a energia de sua residência, abra as
portas e janelas, para permitir a ventilação natural no ambiente, abandone a edificação e
chame o Corpo de Bombeiros ou a companhia de Gás.

Corrosivo

Muitos produtos de limpeza de casa, tais como líquidos de limpeza desengordurante,


água sanitária (hipoclorito de sódio), desentupidores de pia são perigosos à pele, aos
olhos e ao meio ambiente. Sempre leia a etiqueta das embalagens, e siga as instruções
de uso com cuidado.   Se as instruções indicarem para o uso de luvas de borracha ou
látex, siga a orientação, certificando-se que as mesmas não estejam desgastadas ou
furadas.

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Alguns corrosivos podem liberar vapores prejudiciais, por isso mantenha-os afastado das
vias aéreas e olhos, e não misture - os com outros produtos químicos, pois poderão
reagir e emitir gases venenosos, como a água sanitária (hipoclorito de sódio) que contém
em sua formulação o cloro produz um gás tóxico se posto em contato com a amônia do
amoníaco.

Um corrosivo pode corroer o próprio recipiente, se este não for adequado, por isso nunca
armazene um produto químico corrosivo em outro recipiente senão aquele original.
Alguns plásticos não são apropriados para o armazenamento de diluidores de pintura ou
de outros corrosivos.

Venenoso

O símbolo da caveira significa que a substância


gasosa, líquida ou sólida é tóxica e que pode liberar
veneno em quantidades suficientes para prejudicar a
saúde de uma pessoa e até levá-la a morte.  
A qualidade tóxica de uma substância significa que o
produto pode ser metabolizado pelo organismo se
ingerido, inalado ou através do contato com a pele,
provocando danos à saúde e muitas vezes até a morte
da pessoa.
Uma substância pode ser benéfica, como é o caso de
medicamentos, mas as quantidades excessivas podem
causar dano a saúde ou a morte.   
Observar e ler sempre as etiquetas ou as instruções
que vêm com os produtos.  Lembre-se que produtos químicos e medicamentos devem
ficar fora do alcance de crianças e animais domésticos.

O que fazer no caso de intoxicação


Ligar para 193 (Corpo de Bombeiros) se a pessoa estiver tendo dificuldades respiratórias
ou mostrar sinais óbvios da aflição.
Em caso de intoxicação siga as orientações emergenciais prescritas no rótulo do produto.
Tente manter a vítima calma e observe-a até a chegada do socorro.

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Se você tem curso de Ressucitação Cárdio- pulmonar orientado pelo Corpo de
Bombeiros, acompanhe os sinais vitais, intervindo no caso de parada. Se você não tem o
Curso, faça-o.
Haja com cautela para não se intoxicar com o produto que contaminou a vítima.

6.2.4 No trânsito
- Usar sempre cinto de segurança.
- Não utilizar drogas ou bebidas alcoólicas antes de dirigir.
- Crianças sempre transportadas no banco de trás do veículo, e de preferência em
assento apropriado.
- Pedestre atravessa as vias públicas sempre na faixa de pedestre.
- Crianças somente devem andar com suas bicicletas em áreas seguras. Os
adolescentes só devem pedalar pelas ruas depois que aprendem as regras de
trânsito, mesmo assim deve ter em mente dos riscos que corre e nunca deve
abusar da sorte, pois a maioria de nossas ruas não permite o trânsito de
bicicletas.

6.2.5 No Lazer
- Empinar pipas “sempre” longe de fios elétricos.
- Ao andar de bicicleta, patins ou skate usar sempre capacete e outros
equipamentos de proteção.
- Nunca mergulhar de cabeça em lugar desconhecido.
- Não solte balões. Eles são lindos quando sobem; quando descem, podem espalhar
destruição.

6.2.6 Outros cuidados


- Remova as pilhas de jornais armazenados ou entulhos. Jornais armazenados
em com umidade num dia quente podem inflamar-se espontaneamente.
- Mantenha fósforos e isqueiros fora do alcance das crianças.
- Fogos de artifícios são perigosos e causam grandes queimaduras.
- Nunca tranque a porta ou deixe crianças, idosos ou pessoa embriagada sozinha
em casa. A experiência tem mostrado um grande índice desta modalidade de
causa humana de incêndio e muitas delas fatais devido à fragilidade das
mesmas.
- Nunca deixe ferro elétrico ligado quando tiver que fazer alguma outra coisa.
Mesmo que seja por alguns minutos, tire o plug da tomada.
- Não deixe lâmpadas, velas, incensos e aquecedores acesas/ligados perto de
cortinas, papéis e outros materiais combustíveis.
- Ao sair de casa, retire os plugs das tomadas de aparelhos de som e televisores,
eles têm sido causa de incêndios por raios.
- Se a casa ficar desocupada por um período prolongado, desligue a chave
elétrica principal.
- Quando acabar de fumar, apague completamente o cigarro antes de jogá-lo no
lixeiro. E evite fumar na cama ou no sofá, pois o sono não espera o cigarro

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acabar e causa grandes incêndios.
- Não deixar sacolas plásticas e cordão ao alcance das crianças, pois pode causar
sufocamento.
- Ao utilizar o forno, primeiro acenda o fósforo, depois abra a tampa e em seguida
o gás;
- Verifique se o registro de gás está bem fechado, quando o botijão não está
sendo utilizado;
- Caso sinta o cheiro de gás no ambiente tome cuidado; não risque fósforos e nem
acenda a luz. Abra imediatamente as porta e janelas, para que ventile;

6.3 - Operação Alerta Vermelho

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, tem com missão constitucional a


prevenção, assim como a Sociedade Bombeiros Comunitários de Blumenau e Região tem
em seu Estatuto esta missão. Esta se torna efetiva através de analise de projetos
preventivos e vistorias em edificações comerciais, industriais, residenciais multifamiliares,
etc, ficando as edificações unifamiliares, desprovidas do mínimo de sistemas de segurança
e principalmente, de orientações fundamentais para que se evite acidentes domésticos.
A Operação Alerta Vermelho consiste na realização de visitas de orientação em
edificações do tipo residencial unifamiliar, de modo a verificar o grau de prevenção
existente nessas edificações.
Os bombeiros/brigadistas devem realizar a vistoria observando, principalmente, as
instalações de GLP e a parte elétrica das edificações.
Cabe também ao vistoriador a distribuição de folder com mensagem de prevenção
contra incêndios e o preenchimento de questionário de avaliação.

ROTINA DA VISITA:
Apresente-se e explique rapidamente o objetivo da Operação Alerta Vermelho;
Solicite permissão para realizar a vistoria, peça para alguém da casa acompanhá-lo;
Após a vistoria, preencha o questionário da operação Alerta Vermelho (Anexo 1);
Ao término das vistorias, informe os resultados ao oficial responsável.

QUESTIONE OS MORADORES SOBRE OS SEGUINTES ITENS:


1. Você conhece o fone de emergência do Corpo de Bombeiros?
2. Você saberia utilizar um extintor portátil de incêndio?
3. Você saberia utilizar resolver um vazamento de gás de cozinha?
4. O botijão apresenta algum vazamento?
5. A mengueira do botijão está de acordo com as normas?
6. A válvula do botijão está de acordo com as normas?
7. O botijão está instalado do lado de fora da edificação?
8. Existe na edificação alguma fiação exposta?
9. O sistema elétrico possui aterramento ou proteção por disjuntores?

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10. A fiação apresenta emendas aparentes?

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