REVOLUÇÕES NAS

AMÉRICAS
- A AMÉRICA ESPANHOLA

• Haiti (América Francesa) – um caso

diferenciado
• Independências conservadoras na
América espanhola
• Pan-americanismo
• Guerras de independência na América
Hispânica: conclusões

Fonte da imagem: https://www.todamateria.com.br/america-espanhola/

A América espanhola a partir do séc. XVIII

 Uma revolução radical: Revolução no Haiti
• Era uma colônia francesa (ocupada pelos franceses desde o século
XVII) na América Central, localizada na Ilha de São Domingos

• Uma das maiores produtoras de açúcar do Caribe (em 1789, produzia

40% de todo o açúcar do mundo!)

• Mas, o que é Caribe (Caraíbas)?

https://mystras.co/os-dois-lados-do-haiti/ Praia no Haiti

 Colonização
espanhola

Colonização
francesa
O Haiti colonial
• Cerca de 85% da população, assim como nas outras ilhas, era composta de escravizados de
origem africana (no final do séc. XVIII eram 800 mil escravizados no Haiti!)

• Havia cerca de 30.000 mestiços (europeus e ameríndias = affranchis) e escravizados libertos

• Também havia os senhores, que eram colonos franceses e seus filhos. Eram cerca de 40.00.
Eles monopolizavam os cargos administrativos e se dividiam em:

• “Grand blancs”, brancos senhores das plantações de açúcar.

• “Petit blancs”: brancos de classe mais baixa, eram artesãos, comerciantes de escravos,
capatazes.
Impactos da Revolução Francesa no Haiti (Saint
Domingue): um ensaio da Revolução Haitiana

• - A Revolução dividiu os brancos em partidários do Iluminismo e leais ao

Antigo Regime.

• - Os affranchis queriam enviar seus próprios representantes para a Assembléia

dos Estados-Gerais (maio de 1789), mas os grand blancs se opuseram. Há,
assim, uma primeira tentativa de insurreição contra os brancos no Haiti,
apoiada pela Inglaterra, mas logo os líderes Vincent Ogé e Jean-Baptiste
Chavannes foram executados.

Porém, a primeira faísca havia sido acesa e...

A figura de Touissant-Louverture
• Com a recusa dos grand blancs em ceder, ocorre
um levante geral de escravizados e quilombolas em
1791

• A França estava política e economicamente em

frangalhos, tentando lidar com sua própria
revolução, mas mesmo assim ainda envia soldados
para conter a rebelião.

• Em 1793 (fase radical da Revolução Francesa), o

governo francês aboliu a escravidão nas colônias,
pela pressão da Societé des Amis des Noirs
(Sociedade dos Amigos dos Negros)

• No Haiti, Touissant-Louverture é nomeado

comandante-geral do exército
- CONDUÇÃO AMBÍGUA DO PROCESSO

- NO INÍCIO, ERA FIEL À REPÚBLICA FRANCESA,

DEPOIS, QUANDO A FRANÇA RESOLVE RESTAURAR A
ESCRAVIDÃO NO HAITI, ELE MOBILIZA SUAS TROPAS
INICIANDO A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA

- ISSO PORQUE A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA E A LUTA ANTI-ESCRAVISTA

HAVIAM SE TORNADO NO HAITI DUAS FACES DA MESMA MOEDA. É
CAPTURADO EM 1803 E MORRE NA FRANÇA.
A fundação do Haiti (Ahti – terra de montanhas)
• Após a captura do comandante, constitui-se um exército rebelde, formado por
africanos e descendentes, incluindo escravizados, libertos e quilombolas, liderado
pelo general Jean-Jacques Dessalines.

• Em 1804, esse exército triunfa sobre a França – grande parte dos grands e petits
blancs são massacrados.

• A partir de 1804, a luta prossegue, mas desta vez, internamente.

A independência foi proclamada pelo General Jean-Jacques Dessalines, que governa até 1806 quando
sofre um golpe aplicado por dois militares: Alexander Petion (que passa a governar a parte norte de
Haiti) e Henri Christophe (a quem cabe a parte sul do Haiti)
França cobrou valor astronômico para reconhecer juridicamente
independência do Haiti: 150 milhões de francos, o equivalente hoje a 21
bilhões de dólares

“O medo negro”: por

combinar abolição da
https://
escravatura e emancipação periodicos.ufn.edu.br/
política, a independência do index.php/
Haiti se tornou um fantasma disciplinarumCH/
article/download/
para muitos senhores 1669/1574
escravistas na América
Latina
 REVOLUÇÕES
CONSERVADORAS:
INDEPENDÊNCIAS Pirâmide social na
HISPANO-AMERICANAS América espanhola
Chapetones: [1%] Nascidos na Espanha, ocupavam
prestigiadas posições na sociedade colonial hispânica,
representando o interesse político-administrativo da Coroa
Espanhola em terras americanas. Tinham os principais
cargos políticos; controle sobre o fluxo de pessoas e
embarcações; controle das taxas e políticas fiscais.
[MERCANTILISMO]

Criollos: [15%] filhos dos chapetones, já nascidos nas

colônias. Praticavam comércio, detinham a propriedade de
terras e a exploração da força de trabalho nativa e
escravizada. Porém, sua atuação política era restrita por
não terem nascido na Espanha. Atuavam apenas nas
câmaras locais, conhecidas como cabildos. Queriam
romper com a dominação econômica metropolitana.
[LIBERALISMO]

https://www.suapesquisa.com/textos_resumidos/sociedade_colonial_espanhola.htm
Mestiços: [28%] grau intermediário da hierarquia.
Fruto do envolvimento entre o europeu e o indígena,
Pirâmide social na
viviam à margem da política colonial, sobreviviam América espanhola
de jeitos variados nos espaços urbanos e rurais
hispânicos, em serviços braçais, artesanato, funções
militares... Sua condição de vida mudava de acordo
com as brechas e papéis galgados, podiam exercer
atividades auxiliares na administração colonial.

Indígenas: explorados por meio de trabalho forçados

nas regiões em que a dizimação das populações ainda
permitia (MITA / ENCOMIENDA). Eram a maioria
absoluta da população na América espanhola.

Negros: escravizados, não tão presentes na América

espanhola continental, mas muito presentes nas
Antilhas. [indígenas + negros = 56%]

https://www.suapesquisa.com/textos_resumidos/sociedade_colonial_espanhola.htm
 O contexto das independências
hispano-americanas
A partir da segunda metade do século XVIII, as colônias espanholas na América se tornaram palco de inquietações:

- entre as elites intensificava-se o descontentamento com o controle da metrópole sobre os negócios e sobre os
monopólios comerciais. Tensão entre funcionários da Coroa e poderosos locais.

- nos grupos populares, crescia a raiva oriunda da exploração da mão-de-obra.

- Napoleão invade a Espanha em 1808 (já tinha invadido Portugal em 1807). Em 1812, a Espanha estabelece uma nova
Constituição, que transformava o país em uma monarquia constitucional
O contexto das independências hispano-americanas

• Disputa de poder entre chapetones (leais à Espanha) e câmaras locais

(criollos)

• - Vamos lembrar que o início do XIX era um momento em que as

colônias espanholas viviam uma maior liberdade econômica porque
havia se vinculado à Inglaterra como grande parceiro comercial
(porque, em reação ao Bloqueio Continental, os ingleses começaram a
impedir que navios franceses chegassem à América).
O contexto das independências hispano-americanas
• As elites criollas foram os agentes principais das guerras pela independência.

• Entre os líderes dessa elite, alguns nomes possuem destaque: Simón Bolívar, José de San
Martín, Bernardo O'Higgins, Antonio José de Sucre. Esses personagens históricos ficaram
conhecidos como os “Libertadores da América”, haja visto que comandaram as guerras
pela libertação da América Hispânica.

• A partir de 1815, a derrota de Bonaparte na Europa permitiu ainda mais que Inglaterra e
Estados Unidos – que iniciavam uma política imperialista sobre o continente latino-
americano (Doutrina Monroe) – apoiassem de forma significativa os movimentos pró-
independência que ressurgiam nas colônias hispano-americanas.
Causas das independências da América espanhola

• As independências das colônias da América Espanhola ocorrem no

século XVIII quando as ideias como liberalismo e autonomia
começavam a conquistar as elites criollas. Causas:

• Influência da Independência dos EUA;

• Desejo de substituir o pacto colonial pelo livre comércio;
• Expansão do Império napoleônico que ocupou a Espanha e destituiu o
rei Fernando VII, trazendo redução do poder espanhol
• Apoio financeiro da Inglaterra.
Os movimentos avançam
• A partir de 1810: estouram conflitos armados em várias partes da América.

• Vice-reinado do Rio da Prata – milícias coloniais depõem o vice-rei e proclamam a independência

(Revolução de Maio)

• Vice-reinado de Nova Granada; Capitania Geral da Venezuela: Simón Bolivar passa a comandar o “Exército
dos Libertadores”

• A Espanha tenta fazer algumas concessões, como o livre-comércio para as colônias, mas os processos já
estavam avançados

• José de San Martín consolida a independência da Argentina e luta no Chile também

• Antonio José de Sucre lutou na Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia

• - Independências feitas pelas elites conservadoras, movimentos populares ou indígenas foram massacrados
Independência para as elites
Cronologia da
Independência
Algumas figuras muito importantes!
• TUPAC AMARU II (PERU)

Conduziu a maior rebelião anticolonial da América no

século XVIII - a chamada Grande Rebelião -, que
aconteceu no Vice-reino do Rio da Prata e no Vice-reino
do Peru, iniciada em 4 de novembro de 1780.

Embora a revolta não tenha tido sucesso, acabou por se

tornar uma figura mítica, inspirando inúmeros
movimentos pela independência do Peru, bem como a luta
pelos direitos dos povos indígenas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%BApac_Amaru_II#/media/Ficheiro:50_Soles_de_Oro_1971_Tupac_Amaru_Anverso.jpg
 Algumas figuras muito importantes!
• BERNARDO MONTEAGUDO (ARGENTINA)

Acompanhou o general José de San

Martín como auditor do Exército dos
Andes e seria, de acordo com suas
próprias afirmações que, o redator da
Acta de Independência de Chile, que
proclamou como líder Bernardo
O’Higgins, em 1818.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_de_Monteagudo
Algumas figuras muito importantes!
• BERNARDO O’HIGGINS (CHILE)

Uma das figuras militares fundamentais do movimento de

Independência do país.

Considerado o "Pai da Pátria", foi também o primeiro chefe de

Estado do Chile independente, sob o título de Diretor Supremo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_O%27Higgins
Algumas figuras muito importantes!
• JOSÉ DE SAN MARTÍN
Um general argentino e o primeiro líder da parte
sul da América do Sul que obteve sucesso no seu
esforço para a independência da Espanha, tendo
participado ativamente dos processos de
independência da Argentina, do Chile e do Peru.
• SIMÓN BOLÍVAR
Militar e líder político venezuelano, sendo o
primeiro ilustrado a apoiar na prática a
descolonização.
Algumas pesquisas apontam que o primeiro
ilustre a organizar práticas de insurreição
contra a colonização foi Túpac Amaru II em
1780, sendo Bolívar inspirado por esses
movimentos andinos.
Junto a José de San Martín, foi uma das peças
chave nas guerras de independência da
América Espanhola do Império Espanhol.
Propositor do PANAMERICANISMO
PANAMERICANISMO
Resultados das independências da América
espanhola
• As colônias espanholas se fragmentaram em vários países,
contrariamente às intenções de Bolívar
• A aristocracia criolla passou a governar os Estados independentes.
• A economia destes países continuou se baseando na exportação de
matérias-primas, sendo dependente da produção industrializada de
nações europeias e dos Estados Unidos.
• Manutenção da estrutura colonial em que os brancos eram a elite, e
indígenas, negros e mestiços eram considerados inferiores.