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8º ANO – Resumo

Guerras de independência nas colônias espanholas


- O território de domínio espanhol no início do século XIX estendia-se do sul da
América do Sul até a região oeste dos Estados Unidos atuais, com exceção do
Brasil, Antilhas e Guianas.
- (1804 – 1898) Por meio de guerras de independência esse império
transformou-se em várias nações autônomas.
A época dos conquistadores espanhóis
- Desde a chegada de Colombo (1492) até a década de 1540.
- Objetivos: ocupação e posse territorial e exploração de riquezas.
- Acordos entre colonizadores e metrópole (capitulações):
1. (séc. XV) Particulares: pelo trabalho de conquista os colonizadores
ganhariam títulos, cargos públicos ou parte dos lucros. Caráter vitalício.
2. (séc. XVI) Adelantados: direito de explorar terras em troca de impostos, de
conquistar uma região em nome da Coroa e de catequizar índios. Caráter
temporário.
- Colonizadores x indígenas: dizimação de populações nativas pela força bélica
e por doenças.
A empresa colonial na América espanhola
- Por meio da ação dos adelantados o governo espanhol tomou conhecimento
das riquezas da América.
- Instalação de grande número de funcionários e burocratas para organizar a
forma de exploração das riquezas da América.
- A mineração foi a principal atividade econômica da colonização espanhola
(México, Peru e Bolívia). Utilizava mão de obra nativa.
- Haciendas: praticavam agropecuária e artesanato. Desenvolveram-se em
regiões próximas à mineração.
- Sistemas de trabalho que garantiam a exploração dos indígenas:
1. Encomienda: As terras pertenciam à Espanha > para viver naquelas terras
os índios deveriam pagar impostos à Coroa, o que não tinham como fazer > os
encomienderos exploravam o trabalho indígena em suas terras como forma de
pagamento dos impostos devidos.
2. Repartimiento: Adaptação de práticas nativas de cobranças de impostos >
recrutamento aleatório de massas indígenas para trabalho forçado em regiões
de interesse espanhol.
- Sobre as principais atividades econômicas:
1. Mineração: a mão de obra escrava indígena foi mais utilizada que a negra
africana porque os indígenas além de conhecerem a região e a mineração, já
estavam acostumados ao trabalho compulsório.
2. Plantation: nas lavouras de exportação houve predominância de mão de
obra escrava negra.
- Sobre a administração econômica e política da Coroa nas colônias:
1. (1502) Casa de contratação: com sede em Sevilha e, posteriormente, Cádiz,
era responsável pelos assuntos comerciais. Controlava a atividade mineradora
e a entrada de metais na Europa, sob a forma de pagamento de dívidas de
produtos manufaturados comprados da Espanha pelas colônias.
- Sobre o governo das colônias:
1. (1524) Conselho das Índias: responsável pela administração e legislação.
Supervisionava as instituições políticas da América espanhola.
Divisão administrativa da América espanhola
1. Audiências: órgãos administrativos e judiciários. Responsáveis pela
2. Vice-reinos: órgãos representantes da Espanha na colônia – intervenção
direta – que controlavam as minas. Seus administradores, os vice-reis, eram
escolhidos entre os membros da elite espanhola pelo Conselho das Índias.
Eram encarregados de presidir as audiências e tinha podiam intervir em todos
os assuntos concernentes ao seu território.
3. Capitanias gerais: órgãos administrativos responsáveis pela manutenção da

posse territorial espanhola. Caracterizavam-se por serem zonas de importância


estratégica para a luta contra potências estrangeiras, contra a pirataria, assim
como a luta contra tribos indígenas de difícil submissão.
4. Cabildos: Órgãos que exerciam o poder local, equivalente às câmaras
municipais. Eram subordinados à Espanha, mas possuíam certa autonomia. Os
altos cargos eram ocupados pelo Chapetones (mineração e agropecuária), os
cargos mais baixos eram ocupados pelos Criollos (atividades comerciais).
* O papel político dos criollos era restrito aos cabildos.
A sociedade colonial da América espanhola
- Chapetones ou guachupinos: espanhóis, ocupavam altos cargos, possuíam
grandes propriedades de minas e/ou fazendas.
- Criollos: filhos de espanhóis nascidos na colônia, proibidos por lei de ocupar
altos cargos administrativos nas colônias, grandes proprietários de terras,
comerciantes e profissionais liberais.
- Mestiços: filhos de espanhóis (chapetones) ou criollos com nativos ou negros,
prestadores de serviços.
- Escravos: índios e negros, obrigados a prestar serviços.
Crise nas colônias espanholas
- Toda atividade comercial entre a colônia e outros países era rigidamente
mediada pela metrópole.
- No início do século XVIII, visando aumentar os lucros, a metrópole suavizou o
controle sobre as colônias e facilitou as importações e exportações de produtos
das colônias com outros países
- Para que tais medidas liberais funcionassem bem, foi necessário enrijecer o
controle administrativo dentro da colônia.
- O aumento do controle nas colônias não foi bem recebido pelos criollos.
Muitos deles traziam ideias iluministas de suas viagens pela Europa e
alimentavam a rejeição ao controle político e o aumento de impostos.
- O descontentamento piorou quando, no século XIX, a política de expansão de
Napoleão Bonaparte chegou à Espanha, que se opôs ao bloqueio continental,
e depôs o rei Fernando VII.
- A elite criolla se recusara a submeter-se aos franceses.
- Formação das juntas insurrecionais: não-separatista. Uma parte apoia o rei
deposto, outra quer conquistar autonomia política e outro pequeno grupo vai
defender a independência.
- E consequência, as elites espanholas foram depostas nas colônias, exceto no
Peru, e começou o processo de independência.
- (1810) – Buenos Aires declara-se governo autônomo.
- (1811) – Caracas declara-se governo autônomo.
- (1814) – Fernando VII reassume o trono reassume o trono espanhol, mas a
elite criolla não aceitou mais a condição de colonial.
- O rei espanhol tentou restaurar a ordem colonial e enfrentou muita resistência
– “guerras de reconquista”.
- (1816) – rejeição da colônia por qualquer tentativa de dominação espanhola,
maior volume de declarações de independência.
Sobre o reconhecimento das independências:
1. Inglaterra:
- Apesar de favorável, ainda não havia se declarado.
- Foram os ingleses que forneceram o apoio logístico e material para os
colonos espanhóis na guerra de independência.
- Precisavam de mercado para comprar seus produtos industriais.
2. Estados Unidos:
- Ofereceram apoio logístico e político aos colonos espanhóis.
- (1823) Doutrina Monroe: declaração do Presidente dos Estados Unidos
informando que não tolerariam nenhuma intervenção europeia em qualquer
região da América. “ A América para os americanos”.
- A Espanha não enfrentou os colonos e em pouco menos de 20 anos, perdeu
quase todo seu território na América.
Revolução Haitiana (1791-1804) – Caso excepcional de independência.
- Colônia açucareira francesa.
No contexto da Revolução francesa:
- (1794): Robespierre aprova o fim da escravidão nas colônias francesas.
- (1801): - O líder escravista Toussaint Loverture, com o apoio da Inglaterra e
Espanha, consegue derrotar as tropas francesas.
- Código Civil Napoleônico: restaura a escravidão nas colônias.
- (1804): Consolidação da Independência.
- 1ª República governada por ex-escravos.
- Governo popular.
- EUA: Não reconhecem a independência. – Proíbem o comércio com o Haiti.
- (1838): Indenização paga pelo Haiti à França de 60 milhões de francos
suíços para fins de reconhecimento da independência > falência do Haiti, a
terra das montanhas.
Dois projetos para a América espanhola independente
- O sucesso dos processos de independência se justifica pelo apoio externo e,
principalmente, pela atuação política e militar da elite criolla.
- Formação dos exércitos de independência: força militar comandada pelo
criollos que respondiam pelos países recém-independentes.
- Contingente: escravos e índios seduzidos pela promessa de liberdade em
caso de vitória e homens livres em nome de um ideal.
- O processe de independências das colônias espanholas na América é quase
sempre associado unicamente a atuação aristocrática, como se os membros do
exército não tivessem existido.
- Sobre os líderes criollos “libertadores da América”:
- Simón Bolívar e José San Martín:
- Criollos, viveram na Europa e partilhavam de ideais liberais.
- José San Martín se retirou do cenário político americano e mudou-se para
Europa.
1. Simón Bolívar:
- Conduziu a independência no Alto Peru.
- Uma vez no governo, foi ganhando opositores na medida em que ganhava
poder.
- Sua proposta para América era organizar um governo centralizado para todos
os estados americanos – centralismo, pan-americanismo, bolivarismo.
2. José San Martín:
- Sua proposta para América era a criação de vários estados independentes,
com governo e legislação compatíveis com os interesses das populações
locais.
- Sobre a América independente:
1. Formação de vários países organizados cada um à sua maneira.
2. A direção política ficou a cargo dos líderes locais, pois não houve liderança
única no movimento de independência.
3. A maioria optou pela República.
4. A falta de experiência dos líderes políticos, os problemas herdados do
período colonial, posteriormente, as disputas políticas locais, a dependência
econômica do mercado externo, a manutenção da estrutura social, o atraso
econômico e a falta de perspectiva dificultaram significativamente a
organização dos novos países da América.

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