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9º ANO – Resumo

Capítulo 3 – Revolução Russa (1917)


- Primeira revolução vitoriosa inspirada no socialismo.
- Antecedentes:
1. Absolutismo do Czar Nicolau Romanov II – A dinastia Romanov governava a
Rússia desde o séc. VI.
2. País mais atrasado da Europa.
3. Ausência de liberdades individuais.
4. Igreja ortodoxa monopolizava o ensino e possuía privilégios (clero).
5. Concentração fundiária (boiardos = nobres proprietários) – Aristocracia
russa.
6. Camponeses (mujiques) explorados de forma quase feudal.
7. Poucas Indústrias (capital estrangeiro da BEL, FRA, ALE e ING – minoria)
- Os camponeses, tratados como servos, reagiram à servidão. Sobre os
movimentos oposicionistas pode-se destacar:
1. Eram todos clandestinos.
2. Niilitas (anarquistas) – prática de atentados.
3. Populistas Narodiniques – socialismo com base na comunidade rural
camponesa (MIR)
4. Partido Socialista-Revolucionário (1901) – composto por camponeses e
intelectuais.
5. POSDR – Partido Operário Social Democrata Russo (1898) – formado por
intelectuais e liderado, principalmente, por Lênin e Trotsky. O partido foi
perseguido pela polícia do czar, Lênin e Trotsky deixaram a Rússia e voltaram
a se organizar no exterior. Por divergências internas o partido foi dividido em
1903.
 Mencheviques (minoria) – eram liderados
por Yuly Martov e Georgy Plekanov e tinham uma postura mais ajustada
com o pensamento do marxismo ortodoxo, isto é, defendiam que a
revolução comunista na Rússia deveria seguir as etapas definidas por
Marx. Sendo assim, a burguesia deveria desenvolver o país por
intermédio de uma reforma industrial capitalista profunda, enterrar o
regime czarista e só depois a classe operária protagonizaria uma
revolução na esteira do comunismo.
 Bolcheviques (maioria) – tinham como líder Vladimir Ilitch Ulianov,
conhecido como Lenin, propunham uma alternativa diferente daquela
sustentada pelo marxismo ortodoxo. Para Lenin, a revolução poderia ser
acelerada em um país sem quadros econômicos com alto
desenvolvimento capitalista (como era o caso da Rússia). Essa
“aceleração” poderia ser operada e protagonizada pela aliança entre a
classe operária e o campesinato – sendo que ambos receberiam a
orientação de um comitê revolucionário formado por intelectuais e por
dirigentes partidários.
- A rebelião popular de 1905 e o ingresso da Rússia na primeira guerra
mundial:
1. A Rússia entra em guerra com o Japão pelo controle de Manchúria.
Derrotada, a Rússia perdeu territórios e prestígio e gerou uma crise no Império
do autocrata Nicolau Romanov.
2. Derrotado militarmente, o Império sofre tensão econômica, social e política.
3. Insatisfeita, a população faz reivindicações ao czar. Este, por sua vez, as
reprime violentamente. Esse episódio que aconteceu em 1905 ficou conhecido
como domingo sangrento. Tal evento acaba por enfraquecer o poder do czar.
- Os populares reagiram ao massacre, mas foram novamente reprimidos pelas
autoridades. Diante da necessidade de fortalecimento, os camponeses
organizaram os primeiros sovietes - conselhos de deputados eleitos por
operários, camponeses e soldados.
- Após as rebeliões e greves iniciadas em 1905, o Império Russo procurou
articular-se com os liberais para tentar promover reformas que beneficiassem
camponeses, operários e burgueses. A saída para isso foi a criação da Duma,
isto é, Assembleia de representação popular. Enquanto isso, havia também o
processo de organização política dos trabalhadores em torno dos sovietes, isto
é, conselhos deliberativos que foram extintos após a retomada da ordem pelo
czar e que só voltariam a ter destaque em 1917.
- Outro que fator que afetou a popularidade do czar Nicolau II e intensificou a
crise foi a adesão do Império Russo à primeira guerra. Aliados aos ententes
França e Inglaterra, os russos sofreram derrotas homéricas da sua rival
Alemanha. Entenda:
1. Exército despreparado e desarmados.
2. Táticas de combate antigas.
3. Comando ineficiente.
4. Pouca aparelhagem.
5. Abastecimento precário.
- O czar perde o controle sobre o país: incompetência, burocracia dispendiosa
e inoperante.
- Misticismo causa maior descrédito do czar sobre o povo (Rasputin – monge
de muita influência sobre a família imperial russa).
- Crise econômica.
- Mais de 5 milhões de mortos (guerra, fome, doenças)
- O czar é deposto em fevereiro de 1917. Uma junção de manifestações,
greves e vários atos de insubordinação por parte de camponeses, operários e
militares por toda a Rússia provocou a queda do czar e o fim do Império. Esses
acontecimentos ficaram conhecidos como Revolução de Fevereiro.
- Instala-se o governo provisório: uma aliança entre o
soviete de Petrogrado, que era controlado por trabalhadores e militares, e um
poder central controlado pela burguesia liberal.
- Essa aliança, entretanto, logo se mostrou frágil. A dualidade dos interesses
burgueses e proletários acirrou-se nos meses seguintes. Um dos principais
pontos de divergência entre os dois comandos era a continuação da presença
na guerra, defendida pelo Governo Provisório e repudiada pelo soviete de
Petrogrado.
- Lênin retorna à Rússia e defende a derrubada do governo provisório e a
retirada da Rússia da primeira guerra, além da repartição de terras entre os
camponeses.
- Lênin ganha inúmero adeptos devido a imensa insatisfação social com as
condições atuais do império.
- Em 24 de outubro de 1917 teve início a revolução: os bolcheviques liderados
por Lênin e Trotsky tomaram o poder e tinham o governo da Rússia em suas
mãos.
- Lênin liderava a Rússia no cargo de presidente do Conselho de Comissários
do povo.
- O governo de Lênin e a guerra civil:
- Após alcançar o poder, os revolucionários de outubro realizaram uma série de
mudanças interessadas em romper com os antigos alicerces que sustentavam
a Rússia Czarista:
1. Vários bancos e indústrias foram nacionalizados.
2. Títulos de nobreza perderam o seu valor.
3. As liberdades civis foram reorganizadas por novas leis.
4. As forças armadas ganharam nova formação.
5. Os operários poderiam participar na gestão das indústrias em que
trabalhavam.
6. Negociação de um acordo que determinasse a saída pacífica dos russos da
Primeira Guerra Mundial. Assinado em 3 de março de 1918, o Tratado de
Brest-Litovsk alcançou tal objetivo por meio da liberação de regiões antes
controladas pelo regime czarista. Desse modo, a saída russa do conflito
acabou estabelecendo a formação de novas nações independentes como a
Letônia, Lituânia, Ucrânia, Polônia e Finlândia.
- Apesar da pacificação, o governo revolucionário ainda teve de enfrentar as
forças militares contrarrevolucionárias do Exército Branco, formado
essencialmente por conservadores, oficiais monarquistas e tropas de nações
europeias que temiam a divulgação da revolução popular da Rússia para
outras nações. Nesse contexto, foi necessária a implantação do comunismo de
guerra, marcado por ações rigorosas de intervenção econômica que
garantissem a manutenção do Exército Vermelho. Em 1921, as forças
revolucionárias acabaram vencendo o conflito.
- Após o fim dos conflitos, o governo de Lênin se deparou com as graves
mazelas de um país completamente desgastado pelo atraso e pela guerra.
Para que a situação vigente fosse contornada, Lênin anunciou um novo pacote
de ações que integraria a chamada Nova Política Econômica (NEP). Essa nova
política permitiu que algumas práticas de natureza capitalista fossem
praticadas a fim de aquecer a economia do país. Em curto prazo, as liberdades
oferecidas pela NEP conseguiram projetar a recuperação econômica do país.
- Se, por um lado, a economia vivenciava essa situação de abertura, o contexto
político russo se direcionava em sentido contrário. O Partido Comunista Russo
passou a representar o governo do país e era reconhecido como a única
agremiação política autorizada a funcionar. Uma nova constituição foi
formulada e regiões vizinhas que também aderiram ao socialismo passaram a
integrar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), criada em
1923.
- No ano de 1924, o governo russo foi seriamente abalado com a morte de
Vladimir Lênin. A partir daquele momento, as conquistas concretizadas pelo
sucesso da experiência revolucionária deveriam ser repassadas para as mãos
de um novo líder. Foi nessa situação que os líderes políticos Leon Trotsky e
Josef Stálin disputaram entre si o controle da URSS. Tendo uma articulação
política mais vigorosa e um discurso voltado para as questões internas do país,
Stálin acabou assumindo o governo.
- De um lado estava Leon Trotsky, segundo homem da revolução com
destacado papel militar; do outro Joseph Stálin, secretário-geral do Partido
Comunista.
- Trotsky acreditava que o ideário da revolução deveria ser propagado para
outras nações, transformando a experiência russa no início de uma “revolução
permanente”. Em contrapartida, Stálin tinha o objetivo de concentrar seu
governo nas questões internas da Rússia, promovendo o “socialismo em um só
país” e, só depois disso, promover a expansão revolucionária em outras partes
do mundo. Em 1924, após a convenção comunista, os líderes bolcheviques
optaram pelas propostas de Joseph Stálin.
- Inconformado, Trotsky começou a apontar as falhas e riscos que o regime
stalinista ofereceria ao processo revolucionário.
- Em contrapartida, Stálin empreendeu a subordinação dos sovietes às
diretrizes do Partido Comunista. Paralelamente, criou um mecanismo de
repressão política com a criação da GPU, polícia encarregada de combater os
críticos de seu governo. Tendo seus poderes ampliados, Stálin prendeu, exilou
e executou todos os seus opositores.
- Depois de ser condenado ao exílio, Trotsky continuava a criticar as ações
stalinistas, acusando o novo líder russo de ter “prostituído o marxismo”. Mesmo
fora de seu país, Trotsky foi perseguido como uma séria ameaça aos planos
stalinistas. Em 1940, um agente da GPU deu fim às contundentes críticas
trotskistas ao assassinar o incendiário intelectual no México. Com isso, o poder
de Stálin não teria dificuldades à definitiva ampliação dos poderes do Estado
soviético.

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