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Resumo da Frente A – Capítulo 2: A Revolução Russa

Disciplina: História
Professor: Hélio

I – A Eclosão Revolucionária

Todo movimento revolucionário é precedido de uma grande onda de


insatisfação por parte dos elementos que compõe uma sociedade. Na
Rússia do século XX a situação não foi diferente. A despeito de todas as
transformações que marcaram as sociedades humanas, durante o século XX
(sobretudo na Europa), a Rússia ainda apresentava um contexto
político, econômico e social bastante retrógrado; praticamente
medieval...

II – O Contexto Político, Econômico e Social da Rússia entre os


Séculos XIX e XX

O contexto político foi marcado pelo absolutismo monárquico da


família Romanov, estando Nicolau II a frente do governo russo.

Com relação ao contexto econômico, observa-se, em meio a uma


Europa industrializada, uma Rússia majoritariamente agrária, onde, cerca
de 85% da população encontrava-se ainda no campo.
Por fim, em pleno século XX, a Rússia ainda possuía uma organização
social semelhante àquela adotada durante a Idade Média, onde havia três
classes sociais:
A) Clero: composto pelos membros da Igreja Ortodoxa Russa.

B) Boiardos: membros da nobreza, detentores de amplas extensões


territoriais.

C) Mujiques: camponeses que trabalhavam a terra e viviam em meio ao frio,


à fome, à miséria e à exploração.
De uma maneira geral, o contexto econômico e social do povo
russo foi marcado por uma profunda e gritante desigualdade social, a
qual se tornava ainda mais aguda quando a Rússia se envolvia em
algum conflito internacional.

III – Conflitos Internacionais

Dentre os conflitos internacionais nos quais a Rússia se envolveu antes


da primeira década do século XX, destacaram-se a Guerra da Criméia (contra
os turcos 1853-1856 – os quais venceram; graças ao apoio da França,
Inglaterra e Sardenha interessadas em expandir sua atividade comercial para a
região) e a Guerra contra o Japão (1904), na qual estava em jogo o
predomínio sobre a Manchúria (rica em matérias primas que atenderiam
às necessidades das nascentes indústrias do Japão e da Rússia).

(mapa evidenciando a Crimeia) (Mapa evidenciando a Manchúria)

O conflito veio a agravar a situação do povo russo, o qual, em 22 de


janeiro de 1905 (domingo), liderado pelas lideranças políticas locais,
promoveu uma passeata pacífica até o palácio de inverno da família
Romanov, em São Petesburgo, com o intuito de conscientizar o Czar das
dificuldades pelas quais passava a maioria da população. Acreditavam que o
Czar Nicolau II, carinhosamente apelidado de “paizinho”, nada sabia à respeito
das condições de vida do povo russo...

(Guarda Cossaca em posição de tiro) (População correndo após disparos dos cossacos)
A passeata foi recebida à bala pela guarda imperial... O episódio,
conhecido como “Domingo Sangrento”, desencadeou uma onda de
passeatas, protestos, greves e levantes militares, organizados pelos
partidos políticos da época (Partido Bolchevique, Partido Menchevique,
Partido Narodinik; além dos anarquistas).
Os revoltosos exigiam a saída da Rússia da Guerra contra o
Japão e a instituição da DUMA (Parlamento). Acuado e temendo a
deposição, Nicolau II acata as reivindicações populares e, além de retirar a
Rússia da Guerra, ainda institui a Duma.
No entanto, assim que a situação voltou ao normal e as manifestações
cessaram, o Czar dissolveu a Duma e passou a perseguir os seus
opositores políticos...

IV – O Ensaio Revolucionário

Para muitos, o levante de Fevereiro de 1905 (ou Revolução de


Fevereiro de 1905) havia sido um fracasso; mas para Vladmir Ilicht Ulianov
(Lênin), o movimento constituiu um ensaio para a revolução socialista,
dado que a partir daquele momento a população da Rússia estaria
conscientizada da realidade que acometia o país...

Vladmir Ilicht Ulianov (Lênin) – 1870-1924


V – O Colapso do Czarismo

O colapso do Czarismo se deu a partir de 1914, quando a Rússia se


envolveu na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Mal preparados, mal armados e famintos, os soldados do exército russo
sofreram inúmeras derrotas, as quais vieram, mais uma vez, a agravar as
condições de vida da população menos favorecida da Russia.
Como consequência desta situação, os mencheviques organizam a
Revolução de Fevereiro de 1917 (tida como uma revolução burguesa, pois
não alterou as condições de vida do povo russo) e arrancam do poder o Czar
Nicolau II vindo, mais uma vez, a instituir a Duma; a qual passa a ser gerida,
inicialmente, pelo príncipe Georgy LVOV e, em um segundo momento, pelo
menchevique Alexander Kerenski (Fase do Governo Provisório).
Ao contrário do que o povo russo esperava, a Rússia não foi retirada
da guerra, a reforma agrária não foi instituída e a fome ainda
imperava nos campos...
É neste contexto que Lênin, com o apoio da Alemanha, retorna à Rússia
(Petrogrado/São Petesburgo) com a promessa de colocar em prática as suas
Teses de Abril, as quais podem ser sintetizadas no lema PAZ (retirada da
Rússia da Guerra), PÃO (redistribuição de alimentos) e TERRA (reforma
agrária). Segundo Lênin, a implementação de suas teses só ocorreria por
intermédio de uma revolução socialista (esta, inevitavelmente armada).

(Lênin discursando junto ao povo russo, em outubro de 1917)

Graças ao apoio dos SOVIETS (Conselhos Operários), em 24 de


Outubro de 1917, Lênin promove a Revolução Socialista na Rússia.
Meses mais tarde, a família Romanov é assassinada e a Duma é substituída
pelo Conselho dos Comissários do Povo, chefiado por Lênin.
VI – A Rússia Revolucionária

Uma vez deflagrada a revolução e conseguido o poder, Lênin,


juntamente com o Conselho de Comissários do Povo, toma as seguintes
providências:

1) Retirada da Rússia da Primeira Guerra Mundial (Tratado Brest-


Litovski).
2) Confisco das terras da Igreja e da nobreza.
3) Instituição da reforma agrária.
4) Redistribuição de alimentos.
5) Nacionalização de bancos e indústrias estrangeiras (francesas e
inglesas).

Tais providências desagradaram tanto a nobreza quanto a Igreja e a


burguesia russa, as quais, com o apoio da França e da Inglaterra
(aterrorizados com o avanço das ideias socialistas pela Europa), dão início a
uma guerra civil que termina, após três anos de combate, com a vitória de
Lênin e do socialismo (Guerra dos Brancos contra os Vermelhos)
Durante esta guerra (1918-1921), Lênin se viu obrigado a enrijecer o
governo e centralizar o poder nas mãos do Partido Comunista Central.
Além disso, o governo passou a confiscar os bens da população em nome
do esforço de guerra (à esta prática foi dado o nome de comunismo de
guerra).
Terminada a guerra civil, a economia russa se mostrava bastante
debilitada, o que levou Lênin a adotar a NEP (Nova Política Econômica),
marcada pela capitalização da economia russa (foi novamente adotado o
regime de propriedade privada e a produção voltou a ser pautada no comércio
e na obtenção de capital).
Segundo Lênin, algumas vezes era necessário “dar um passo
atrás” (recapitalizar a Rússia) para, no futuro, “dar dois à frente”
(recuperar a economia da Rússia e instituir de vez o socialismo –
marchando em direção ao comunismo).
Em 1922, após a anexação de países vizinhos, nasce a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e, em 1924, vem a falecer Lênin.
Embora Lênin, antes de morrer, houvesse optado por Leon Trotsky para
sucedê-lo, o governo passa para as mãos de Joseph Stalin, secretário do
Partido Comunista Central.
(Joseph Stalin 1879 – 1953)

O governo de Stalin foi marcado, além do autoritarismo, pelos


seguintes fatores:

1) Instituição dos Planos Quinquenais (estruturados pela GOSPLAN)


2) Pela excessiva burocratização do Estado.
3) Pelo culto à personalidade do líder (Stalin).

Com relação a Trotsky, este, além de ter sido expulso da União


Soviética e praticamente apagado da história da Revolução Russa à
mando de Stalin, acabou sendo assassinado (também por ordem de Stálin)
por um agente da NKVB.

(imagens de época editadas numa tentativa de minimizar a importância de Trotski)


(imagens de época editadas numa tentativa de minimizar a importância de Trotski)

(Trotsky morto após receber um golpe em sua cabeça, dado pelo agente Ramón Mercader, da
NKVD)

(Piolet utilizada no assassinato de Trotsky)


(Jacques Mornard - Ramon Mercader)

(sala da casa de Trotsky logo após a tentativa de assassinato, em 20.08.1940)

Ao Ocidente, com o passar do tempo, chegaram, na maioria das


vezes, apenas as notícias dos fracassos do processo revolucionário
soviético, mas, raramente, ou nunca, as notícias relativas às conquistas, dado
que, aqui, na América Latina, houve sempre um esforço gigantesco para
manter na clandestinidade os ideais e os partidos de tendência socialista
(mesmo que, muitas vezes, às custas do bem-estar da população e até da
economia do país).

VII - O Fim do Stalinismo

O governo de Joseph Stalin terminou em 1953, com a sua morte. Em seu lugar
assume, o então Secretário Geral do Partido Comunista Central, Nikita
Sergueievitch Khrushchov, cuja primeira iniciativa foi expor ao mundo os
abusos cometidos durante os 30 anos em que vigorou a ditadura estalinista.
Também foi o responsável pela criação do Pacto de Varsóvia, pela criação do
Programa Espacial Soviético e pela aprovação da construção do Muro de
Berlim, separando a Alemanha Oriental da Alemanha Ocidental.

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