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A Era Napoleônica

Fim do Diretório e o Início do consulado

Nesse contexto de conflitos e crises, Napoleão começou a ganhar mais popularidade.


Abandonou o seu exército em campanha no Egito, dirigiu-se para a França.

Praticamente sem opositores, Napoleão foi nomeado pelo diretório para o cargo de primeiro
cônsul. A República passou então a ser governada pelo consulado – órgão executivo formado
por 3 cônsules, sendo o primeiro deles, o próprio Napoleão Bonaparte.

Napoleão e o consulado

Anunciando a busca de uma conciliação nacional, Napoleão afirmava estar acima dos
interesses particulares e garantiu que, a partir daquele momento, faria da França a maior
potência do mundo.

Ele incentivou a liberdade de comércio defendida pela burguesia e para agradar as camadas
populares, manteve a reforma agrária.

O principal símbolo foi o código civil napoleônico, criado em 1804. Esse documento foi
resultado da organização e unificação das leis na França, regulamentando o direito a
propriedade, garantindo a igualdade dos franceses perante a lei, confirmando o confisco das
terras da nobreza de origem feudal.

O Imperador Napoleão Bonaparte

Sob a justificativa de garantir as conquistas da Revolução e de defender o país, Napoleão


Bonaparte se autoproclamou imperador.

Napoleão enfrenta a Inglaterra

A maior dificuldade de Napoleão era atingir a Inglaterra, isolada pelo mar e protegida pela
mais poderosa frota marítima do mundo.

Após derrotar as tropas russas e austríacas na Batalha de Austerlitz, Napoleão reuniu 16


estados do antigo sacro-império romano-germânico na confederação do Reno.

Napoleão acreditava que a única forma de derrotar a Inglaterra e dar continuidade a expansão
política e militar seria destruir a economia inglesa. Pra isso, decretou o bloqueio continental,
que proibia os países da Europa de comercializar com os ingleses com a ameaça de invasão
do território aqueles que o desobedecessem.

Em 1807, ocupou a Espanha e Portugal.


Os exílios de Napoleão

Após a derrota na Rússia, Napoleão perdeu apoio político dentro da França.

Napoleão recebia notícias da insatisfação dos franceses com a monarquia.

Rússia, Áustria, Prússia e Inglaterra uniram-se novamente e derrotaram Napoleão Bonaparte


na batalha de Waterloo, na Bélgica.

O Congresso de Viena e a reação monárquica

Alguns estados europeus reuniram-se no Congresso de Viena. Os representantes criaram a


Santa Aliança, um pacto militar que assegurava as nações participantes o direito de intervir
em países para reconduzir ao poder governantes destituídos por revoluções liberais. O
objetivo era debelar qualquer movimento revolucionário no continente europeu, procurando
reafirmar os valores do antigo regime.

Independência na América Espanhola

Agitação Política

Os diferentes processos de independência da América Espanhola foram influenciados pela


independência dos Estados Unidos, e pelas ideias iluministas.

Após Napoleão ocupar a Espanha e nomear seu irmão como novo governante do país, um
movimento popular espanhol organizou as juntas de governo.

Criollos e chapetones lideraram revoltas e tentativas de independência na capitania do Chile.


Para criollos e chapetones, a independência representava liberdade política e econômica para
estabelecer seus parceiros comerciais e atuar de maneira autônoma no mercado internacional.

Criollos: descendentes de espanhóis nascidos na América.

Chapetones: colonos nascidos na Europa, que viviam na América.

A Crise Do Império Espanhol

A Espanha exportava para as colônias produtos manufaturados na Inglaterra ou na França. As


exportações das colônias para metrópole eram compostas de produtos primários agrícolas,
como açúcar, cacau, e couro, e metálicos, como a prata.

Em 1797, a Espanha entrou em guerra contra a Inglaterra, afetando o seu controle sobre as
colônias americanas. A ampliação do comércio interno gerou crescimento econômico e
fortaleceu os criollos.

As principais decisões quanto à economia e política das colônias continuavam sendo tomadas
em Madri e implementadas pelos chapetones. Essa centralização administrativa incomodou os
criollos que ansiavam por autonomia e independência.
Mulheres, indígenas e negros e os processos de independências da América Espanhola.

Independência pra quem?

Para boa parte da população das antigas colônias espanholas na América, a independência não
representou a conquista de maior liberdade: mulheres, escravizados e seus descendentes
indígenas permaneceram excluídos do exército pleno da cidadania.

Em alguns países o tributo indígena foi restabelecido. Em outros, campanhas militares foram
organizadas para expulsar os nativos de seus domínios, como foi o caso da Argentina.

Os estados independentes cancelaram o princípio da posse comunitária da terra. Essa medida


fazia parte das chamadas reformas liberais, levadas a cabo em países como México e Peru. Elas
tinham por objetivo superar as estruturas coloniais herdadas e modelá-las conforme os
princípios da alta produtividade de terra para o lucro.

Muitos indígenas foram expulsos de suas terras por grandes fazendeiros, sendo obrigados
assim a trabalhar em condições precárias na mineração e na agricultura.

A participação das mulheres na guerra de independência na América Latina

Apesar da bravura das mulheres que participaram ativamente das guerras de independência
na América Espanhola ao longo do século XIX, a maioria delas experimentou o anonimato em
vida. Um dos principais motivos era a praticamente nula visibilidade feminina perante a
sociedade nos tempos das guerras de independência.

Insatisfações e revoltas em Minas Gerais

A exploração do ouro em Minas Gerais gerou uma rica e letrada elite urbana formada por
contratadores homens de prestígio que compravam da coroa o direito de cobrar os impostos
da população mineira.

A Lei da Derrama obrigava o pagamento de 100 arrobas de ouro anuais para a Coroa
portuguesa. Membros da elite econômica e intelectual de Minas Gerais passaram a se reunir
em Vila Rica e a planejar um movimento contra o domínio colonial, que ficou conhecido como
Conjuração Mineira.

A Conspiração Delatada

O plano dos conspiradores era proclamar uma República em Minas Gerais. Alguns deles eram
contrários a escravidão, mas a maioria defendia a continuidade dela, por serem proprietários
de negros escravizados.

A conjuração mineira nação se concretizou, mas vislumbrou um novo horizonte para as


revoltas na colônia.
Uma Revolta na Bahia

A Conjuração Baiana, ou Conjuração dos Alfaiates, eclodiu em 1798. Vários estabelecimentos


públicos de Salvador amanheceram cobertos de cartazes conclamando o povo à revolução.

Entre as principais reivindicações estavam o fim do domínio português na Bahia, a


Proclamação da República, a liberdade de comércio e o fim da escravidão e das diferenças
raciais.

O movimento foi rapidamente contido, homens pobres e mulatos foram condenados a morte
e executados.

Marquês de Pombal instituiu nas Minas em 1750. A cobrança do mínimo de 100 arrobas de
ouro anuais em 1763 transferiu a capital de Salvador para o Rio de Janeiro afim de aproximar o
governo da área mineradora.

Com a proibição da escravidão indígena, os proprietários tinham como saídas adotar o


trabalho assalariado, ignorar o decreto real ou ainda optar pelo uso de africanos escravizados.
A solução encontrada pelos senhores foi predominante a exploração da mão de obra africana
escravizada.

A Conjuração Mineira e a Baiana tinham como objetivo de parar a dominação portuguesa


em seus territórios, assim como ambos queriam o fim da injúria racial, porém apenas a
baiana queria a libertação dos escravos por completo, enquanto a mineira era muito dividida
sobre.

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