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A Revolução
Em 14 de julho de 1789 teve início uma revolta popular com a
tomada da Bastilha, uma prisão política francesa. Seguiram-se
revoltas rurais e urbanas exigindo o tabelamento dos preços, a
regularização do abastecimento, o fim das taxas feudais e a
distribuição gratuita de trigo.
Em 4 de agosto, a Assembleia Constituinte decretou a
abolição dos privilégios feudais. Em 26 de agosto, proclamou
a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do
Cidadão, que reconheceu os direitos naturais dos indivíduos e
serviu de base para a reforma jurídica do Estado. Com essas
decisões, a sociedade Estamental foi abolida.
Muitas famílias aristocráticas opuseram-se às mudanças e
buscaram organizar a contrarrevolução, com o apoio da
Prússia e da Áustria, para restabelecer o poder absoluto do rei
e restaurar os direitos feudais. Em junho de 1791 a família
real tentou fugir para o exterior, mas foi detida. Esse fato fez
crescer a rejeição ao rei, e alguns grupos passaram a defender
a proclamação de uma república.
Por conveniência política, a monarquia foi mantida e
promulgou-se a Constituição. Luís XVI tornou-se
representante da nação e seus poderes foram limitados pela lei
e por uma assembleia eleita, demolindo as bases do
absolutismo. Porém, as pressões externas e internas
desencadearam uma luta armada e, em 1792, o movimento
revolucionário radicalizou-se.
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A república revolucionária
Em 1792, o rei foi destituído, a república proclamada elegeu-
se, com base no sufrágio universal masculino, a Convenção
Nacional com o objetivo de elaborar uma nova Constituição.
Durante a Revolução Francesa, os grupos políticos mais
importantes eram o dos jacobinos – radicais que
representavam os interesses dos mais humildes, estavam
associados aos sans-cullotes (operários, artesãos,
desempregados) e queriam a execução do rei – e o dos
girondinos moderados que defendiam os interesses de
banqueiros e grandes comerciantes e que pregavam o exílio do
monarca.
Por suas posições moderadas, os girondinos perderam para os
jacobinos a influencia na Convenção. Para combater as
ameaças externas e internas, os jacobinos expulsaram os
girondinos da Convenção e aprisionaram seus principais
líderes, o que desagradou algumas províncias.
Para reprimir a desordem, os jacobinos instalaram um governo
ditatorial, suspenderam as liberdades civis e criaram o Comitê
de Salvação Pública, que perseguia indivíduos suspeitos de ser
contrarrevolucionários. Essa fase ficou conhecida como
Terror.
Os abusos cometidos pelos jacobinos liderados por Robespierre
fizeram o governo perder o apoio. Por meio de um golpe
articulado pelos girondinos, criou-se o Diretório, que pôs fim
ao poder dos jacobinos. Apesar dessa mudança, a França
continuou marcada pela instabilidade social. Cada vez mais o
Diretório passou a depender do Exército para manter-se no
poder.
O general Napoleão Bonaparte, herói da revolução e
identificado com os girondinos, aproveitou a situação e ajudou
a organizar um golpe de Estado (18 Brumário). Em 1799, o
general extinguiu o Diretório e encerrou o processo
revolucionário, impondo, assim, o Consulado, um governo de
cunho ditatorial liderado por três cônsules, mas de fato
conduzido por Napoleão.
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Ascensão e queda do Império Napoleônico
Durante o período do Consulado, Bonaparte instituiu o
Código Civil Napoleônico, garantindo as liberdades
individuais, a ordem pública e a proteção à propriedade,
antigas reivindicações da burguesia.
Em 1804, proclamado imperador, Napoleão Bonaparte
estabeleceu um Estado forte e estável, capaz de garantir a lei e
a ordem num território unificado e delimitado. O Estado
napoleônico também consolidou a racionalização
administrativa iniciada durante a Revolução Francesa. No
Antigo Regime, não havia uniformidade jurídica nem unidade
de pesos e medidas. Foi preciso unificar código de leis,
padrões de pesos e medidas, cargos administrativos e
militares.
Napoleão formou um poderoso exército e travou guerras
expansionistas para conquistar mercados e fontes de matérias-
primas. Nos países invadidos, ele impôs o Código Civil
francês, exigiu a abolição da servidão, a tolerância religiosa e a
igualdade jurídica de todos os indivíduos.
Na Europa Ocidental, somente a Inglaterra resistiu. Com o
objetivo de arruinar a economia inglesa, Bonaparte declarou o
Bloqueio Continental (1806), que proibiu os países
continentais europeus de comercializar com a Inglaterra. Os
países que não acataram esse decreto foram invadidos, caso da
Rússia e de Portugal.
Em 1812, os franceses invadiram a Rússia e sofreram uma
grande derrota. Ao mesmo tempo, Áustria, Prússia, Rússia e
Inglaterra formaram uma aliança que derrotou Bonaparte
definitivamente (1815). Mapa do Império Napoleônico