Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A EUROPA FEUDAL
A ruralização na Europa
Com o declínio do Império Romano do Ocidente houve, na
Europa, a fragmentação político-territorial, a lenta retração do
escravismo e do comércio, o decréscimo da população urbana
e a produção voltada basicamente para a subsistência nas
propriedades rurais
Nesse novo contexto, a escravidão não desapareceu
subitamente: antigos escravos passaram a conviver com
camponeses, tornando-se muito difícil distinguir um do outro.
A fusão natural desses dois segmentos originou a figura do
servo, que se caracterizava por estar preso à terra e pelo dever
de prestar serviços ao senhor
Assim, os antigos escravos passaram a trabalhar em terrenos
conhecidos como mansos, situados às margens das grandes
propriedades, os domínios senhoriais. Em troca do uso da
terra, eles tinham a obrigação de trabalhar ao menos três dias
por semana nas terras do senhor e deviam a ele uma parte da
colheita
Os territórios invadidos eram administrados por uma mescla
de tradições romanas e germânicas. Os reis concediam
territórios para a sua nobreza guerreira, que administrava esses
domínios com autonomia.
1
alargando as fronteiras da cristandade. O primeiro rei a
converter-se à fé cristã foi Clóvis, dos francos, em 498. Esse
acontecimento teve implicações profundas, pois, durante a
Idade Média, a conversão a alguma fé religiosa não dependia
exclusivamente de convicções íntimas e pessoais do
convertido.
O reino franco
O reino franco configurou-se como o mais poderoso da Europa
Ocidental da Alta Idade Média (séculos V ao X) e o primeiro
reino germânico a governar com o apoio da Igreja Católica. Ele
formou-se e expandiu-se sob o governo de duas dinastias: a
merovíngia (séculos V-VIII) e a carolíngia (séculos VIII-IX).
A aliança estratégica entre os francos e a Igreja se consolidou
no reinado de Carlos Magno. Assumiu o reino em 768 e, em
pouco tempo, Magno construiu um enorme império,
expandindo os domínios francos, que passaram a ser
governados por um único soberano.
A unificação promovida por Carlos Magno trouxe segurança,
aumentou a população, revitalizou o comércio e incentivou a
cultura e a educação. A administração do Império foi
organizada com inspiração na Igreja e tornou-se muito eficiente.
Após a morte de Carlos Magno, em 814, a Coroa foi transferida
para seu filho, Luís, o Piedoso. Os sucessores de Luís entraram
em disputa pelos domínios do Império, enfraquecendo sua
unidade e provocando a sua fragmentação.
2
Sociedade e economia na ordem feudal
Com o fim do Império Carolíngio, a figura de uma autoridade
centralizada foi enfraquecida. O rei tornou-se incapaz de
controlar os nobres, como ocorria com Carlos Magno. Com a
fragilidade do poder real, e visando estabelecer laços de
fidelidade mútua, nobres aproximaram-se uns dos outros,
fortalecendo as relações de poder locais e regionais. Os laços
de fidelidade que uniam a aristocracia são conhecidos como
relações de vassalagem e tiveram origem em um antigo
costume germânico. Esse conjunto de laços pessoais entre
nobres, criados a partir da doação de um benefício, é o que
chamamos feudalismo.
Fortemente influenciado pela Igreja, o feudalismo baseava-se
na reciprocidade: senhores feudais tinham obrigações
(proteção militar e judiciária) com os servos, que retribuíam
com trabalho, tributos, fidelidade e homenagens. Esse
compromisso também existia entre os reis (suseranos) e os
nobres (vassalos).
No feudalismo, a propriedade ou domínio rural recebia o nome
de senhorio e estava dividido em 3 partes:
Manso senhorial: constituído pelas áreas cultiváveis, o
castelo, celeiros, estábulos e oficinas artesanais. Toda a
produção do manso senhorial pertencia ao senhor.
Manso servil: constituído pelo conjunto das terras exploradas
pelos servos e que garantiam a sua sobrevivência
Manso comum: terras de uso tanto dos servos quanto dos
senhores. Faziam parte do manso comum os pastos, os
bosques e os terrenos baldios. Das terras comunais se
retiravam madeira, frutos e mel e nelas se praticava a caça.
As obrigações servis variavam de um feudo para outro. As
mais comuns eram a talha (parte da produção entregue ao
nobre), a corveia (trabalho obrigatório e gratuito no feudo) e a
banalidade (pagamento pelo uso de equipamento).
A sociedade feudal estava rigidamente dividida em
estamentos/ordens.
3
Maomé e o Islã
A cidade de Meca destacava-se na Península Arábica por servir
como posto de abastecimento de água para as caravanas de
mercadores e por situar-se no entroncamento de rotas
comerciais que atingiam a Mesopotâmia, a Síria e o Egito. No
século V, Meca era dominada por uma tribo de ricos
mercadores.
Maomé teria nascido na cidade de Meca, por volta de 570.
Segundo a tradição, Maomé viu um anjo que o convenceu a se
tornar mensageiro de Deus. A partir disso, ele recebeu os
princípios do islamismo, revelações que foram compiladas e se
transformaram no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos.
O islamismo logo conquistou seguidores em Meca, o que
provocou atritos com os habitantes locais (não aceitavam as
críticas feitas às crenças árabes tradicionais). Em 622, Maomé
saiu de Meca e fixou-se em Medina. Essa mudança ficou
conhecida como hégira.
A expansão muçulmana
Maomé morreu em 632. Seus sucessores eram chamados de
califas. Surgiram duas correntes principais que divergiam sobre
os rumos do islã: os xiitas e os sunitas.
4
Na segunda metade do século VII, o cargo de califa passou a ser
hereditário.
As principais atividades econômicas no mundo muçulmano
eram a agricultura, a criação de animais e o comércio. Nas
cidades, o comércio e a produção artesanal eram as atividades
mais importantes.