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HISTÓRIA

GERAL

NIL
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A SOCIEDADE FEUDAL (SÉCULOS V A XV)

Recorrências nas provas: 2000, 2001, 2002, 2004, 2005, 2006, 2008,
2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2019, 2020. Das 24
edições da prova, o tema apareceu em 17!

Recorte temático: Cruzadas; transição do feudalismo para o capitalismo;


definições conceituais da época (ex. O que é um burgo?); papel da
religião na Idade Média; surgimento de uma economia de mercado;
caraterísticas gerais dessa sociedade (estrutura político, social e
econômica); obrigações da época (ex. banalidade); surgimento da
burguesia; relações sociais (suserania e vassalagem).
Linha do tempo _ História Geral
Aa
A SOCIEDADE FEUDAL (SÉCULOS V A XV)
A Europa Feudal
Aa

- A Idade Média teve início quando o último imperador romano do Ocidente foi destruído
pelos povos germânicos. Entretanto, a expressão Idade Média surgiu no século XIV,
durante o Renascimento (“Idade das Trevas”: misticismo religioso, etc).
Onde antes havia o Império Romano do Ocidente tornou-se, nesse período, diversos
reinos que, baseados em tradições germânicas e romanas, deram origem a sociedade
feudal.

Alta Idade Média: V ao IX


Baixa Idade Média: IX ao XV
A FORMAÇÃO DO FEUDALISMO
Aa
- Quando Odoacro, chefe dos hérulos, destronou o imperador de Roma ocorreu a
passagem da Antiguidade para a Idade Média na Europa Ocidental.
- Ao término do século V, toda a parte ocidental do Império Romano, agora sob o
domínio dos germanos, começava a assumir uma nova engenharia social, política e
econômica, era o mundo feudal que começava a se formar.
- Na História quase tudo é processo! Foi necessário mais de 300 anos para que essa
nova engenharia se consolidasse. (VIII e IX)
- Império Romano: mais centralizado x Mundo Feudal: mais descentralizado. Mas... Vilas
uma tradição romana
- Já no processo de desagregação do Império Romano do Ocidente existiam Vilas . Com
as invasões as pessoas saíram das cidades e foram criando vilas: grandes propriedades
rurais para, majoritariamente, a autossuficiência (comércio debilitado pelas invasões).
Mão de obra: colonos, isto é, trabalhadores que entregavam parte do que produziam
ao senhor em troca da permissão de uso da terra. Trabalhavam alguns dias na terra do
senhor. Senhor -> “proteção”. Relação Vilas e Feudos.
A FORMAÇÃO DO FEUDALISMO
Aa
- A contribuição dos povos germânicos: costumes -> padrão de justiça baseado em
noções de honra e lealdade, que fundamentavam as relações entre chefe guerreiro e
seus comandados. “A palavra vale muito”. Prática de conceder terras como recompensa
ao homens que se destacavam no combate.
- Surgimento dos senhores feudais, poder descentralizado. Senhores feudais e a
“proteção” da população.
O PAPEL DA IGREJA
Aa
- Igreja Católica era uma das mais importantes instituições do período. Responsável por
certa “uniformidade”, “união” cultural.
- Igreja é a normatização daquela sociedade.
- Oferecia legitimidade para o poder do rei e dos senhores feudais.
- Maior proprietária de terras.
A SOCIEDADE FEUDAL: ESTAMENTAL

- REI
- CLERO: reza
- SENHORES FEUDAIS/ NOBREZA: guerra e segurança
- SERVOS: trabalham
- Praticamente inexistente a mobilidade social!
A SOCIEDADE FEUDAL: ESTAMENTAL

Como esses estamentos sociais interagiam?


- Complexo sistema de obrigações e tradições.
- Com o objetivo de conseguir proteção os senhores feudais procuravam outro
senhor feudal mais poderoso, jurando-lhe fidelidade e obediência.
- SUSERANIA E VASSALAGEM: Vassalo é o senhor feudal que pedia proteção a
outro. Essa aliança deveria ser consolidada pelo senhor mais poderoso, o suserano,
por meio da concessão de um feudo, que podia ser constituído de terras, bens ou
ambos, em troca da obediência recebida.
- Nessa relação o vassalo tinha várias obrigações ao seu suserano. Ex.: serviço
militar.
- Ter muitos vassalos -> prestígio social.
Suserania e vassalagem: A cerimônia

Miniatura medieval do século


XIII representando o juramento
por meio do qual o vassalo, de
joelhos, declarava submissão
ao suserano. Em seguida, ele
recebia uma porção de terra,
simbolizando o feudo. Observe,
ao fundo, o notário fazendo o
registro do ato.
A SOCIEDADE ESTAMENTAL: os trabalhadores
do feudo

- Servos
- Os servos estavam ligados à terra e dali não podiam sair. Mesmo que um feudo
mudasse de senhor, não poderiam ser expulsos dele, passando a prestar
obrigações ao novo senhor.
- Vilões: pequenos proprietários que, por algum motivo, tinham entregado suas
terras a um senhor. Embora livres, deviam várias obrigações ao dono do feudo.
- Os escravos eram poucos e mantidos apenas em algumas regiões próximas ao
Mediterrâneo, trabalhavam em atividades domésticas.
- Os servos tinham direito a vida e a sua própria economia - diferente da pessoa
escravizada.
A distribuição das terras do feudo

- Manso senhorial: cerca de um terço da área total e nela os servos e vilões


trabalhavam alguns dias por semana. Toda produção obtida nessa parte do feudo
era propriedade do senhor feudal.
- Manso servil: área destinada ao usufruto dos servos. Parte do que se produzia ali
era entregue como pagamento ao senhor feudal.
- Terras comunais: parte comum do feudo utilizada pelos servos e senhores.
Destinava-se a pastagem do gado, à extração de madeira e à caça, direito
exclusivo dos senhores.
As obrigações do servo

- A corvéia: prestação de trabalho gratuito durante vários dias da semana no manso


senhorial.
- A banalidade: pagamento de taxa pelo uso do forno, do lagar (onde se fazia vinho)
e do moinho, dentre outros equipamentos do feudo.
- O censo: pagamento efetuado com parte da produção ou em dinheiro, ao qual
estavam obrigados somente os vilões ou homens livres.
- A capitação: imposto per capita (por cabeça), pago apenas pelos servos.
- A mão-morta: taxa paga a família do servo para continuar explorando a terra após
sua morte.
A divisão do poder

- O rei cumpria, sobretudo, funções simbólicas. Era considerado o principal suserano.


O rei também era subordinado às obrigações do sistema de suserania e vassalagem
e dos tributos recolhidos em seus próprios domínios feudais.
- O poder do rei era legitimado pela Igreja, ele era “rei pela graça de Deus”.
- Apesar do rei estar no ápice da sociedade estamental, ele não tinha poderes para
interferir nas terras de seus vassalos. Nelas, o senhor feudal era soberano,
comandando o seu funcionamento e fazendo justiça segundo as tradições e o
direito consuetudinário, isto é, o direito consagrado pelos costumes.
A economia feudal

- Nos feudos prevalecia a agricultura para autossuficiência.


- Nos feudos, a agricultura era praticada por meio de técnicas simples. Os principais
instrumentos eram feitos de madeira. O arado, puxado por boi, era o equipamento
principal. Para não esgotar o solo, usava-se um sistema de rotação trienal: a terra de
cultivo era dividia em três partes e o plantio era feito de tal modo que sempre uma
dessas partes permanecia em descanso.
A cultura feudal

- Em quase toda a Europa ocidental medieval o cristianismo era predominante. Força


muito significativa da Igreja Apostólica Romana.
- A educação formal também era controlada pela Igreja.
- Os membros mais elevados da Igreja eram também nobres. “Carreira eclesiástica”.
- O toque do sino e a organização do cotidiano.
- A Igreja como intermediária entre o Homem e Deus.
- Propriedades da Igreja.
- Heresias: herege era o termo que a Igreja e a sociedade medieval destinava
aqueles que questionavam as práticas instituídas pelos dogmas da Igreja. Repressão:
excomunhão (não será mais salvo) e o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição, 1231
data de criação)
A cultura feudal

- A divisão do Clero. O clero secular era constituído pelo papa e pelos arcebispos,
bispos, padres, etc. Eles eram sacerdotes que desenvolviam atividades voltadas para
o público. Já o clero regular era formado por religiosos que viviam em mosteiros em
regime de reclusão ou semi-reclusão (cristianizando povos, cultivando terras,
organizando e mantendo escolas e bibliotecas).
- Todo o ensino da época era voltado para o ingresso na vida religiosa. Oferecido em
latim.
- Os primeiros estudos eram feitos em escolas que funcionavam nos conventos e
nas igrejas das vilas, onde se aprendia a ler e a escrever, noções de cálculo e canto
religioso. Outros níveis “superiores” eram feitos em escolas mantidas nas catedrais.
E, esses níveis “superiores”, eram divididos em dois ciclos. Primeiro aprendia
gramática, retórica e lógica. Depois música, aritmética, geometria e astronomia.
A cultura feudal

- Inovação dos europeus durante a Idade Média: a criação das universidades. A


primeira surgiu no final do XI (Escola de Direito de Bolonha). No final do XIV já
existiam mais de 40 universidades espalhadas por diversas regiões da Europa. Com o
renascimento urbano e comercial essas universidades mudaram de formato.
- Os primeiros pensadores medievais eram chamados de doutores da Igreja,
discutiam sobre os fundamentos da teologia católica. Ex.: Santo Agostinho, Santo
Tomás de Aquino, etc.
- A Arte na Idade Média também era dominada pelos preceitos da religião. Na
arquitetura isso também acontecia. As maiores construções medievais foram as
Igrejas. No século XI, criou-se um estilo arquitetônico propriamente medieval:
românico. (Fortalezas). No século XII, surgiu o gótico no norte da França ( o arco
ogival, vitrais coloridos, etc).
O mundo feudal em
transformação

- Pois bem, entre os séculos XI e XIII, a Idade Média passou por grandes
mudanças... Universidades, novas arquiteturas, etc. Relembrando: Baixa Idade
Média: IX ao XV e Alta Idade Média: V ao IX.
- Durante a Baixa Idade Média houve um aumento populacional, visto a diminuição
das invasões e das epidemias.
- No final do século XI surgiram as CRUZADAS – expedições de caráter religioso e
militar. As cruzadas modificaram a sociedade feudal.
O mundo feudal em
transformação
- O crescimento populacional: em apenas quatrocentos anos a população da Europa
praticamente dobrou. A diminuição das invasões a partir do século X gerou um clima de
estabilidade social. O isolamento entre os feudos ajudou que o número de mortos por
epidemia diminuísse. Com o fim das epidemias, o número de nascimentos começou a
superar o de mortes, resultando em um aumento populacional.
- Com mais pessoas, iniciou-se um processo de exploração agrícola das terras e dos
pântanos, ocorreu a ocupação de novas áreas e a introdução de algumas inovações na
técnica de cultivo. De qualquer forma, isso não foi o suficiente para alimentar a população
crescente dos feudos.
- Expulsão do excesso populacional: muitos servos passaram a mendigar ou a saquear
estradas.
- Os senhores feudais decidiram, para garantir a supremacia dos feudos e não dividir
posses, que o filho primogênito seria o único herdeiro.
- Aparecimento de grupos “bandoleiros” e de combates e torneios dos nobres cavaleiros.
“espírito guerreiro”.
As Cruzadas

- Terra santa: lugares onde Jesus viveu e pregou sua doutrina.


- No século XI (Baixa Idade Média: IX ao XV), a Terra Santa caiu em poder dos
turcos seljúcidas (um povo vindo do Oriente, que se convertera ao Islã).
Diferentemente dos árabes, que nunca haviam se oposto às peregrinações dos
cristãos à Terra Santa, os turcos as proibiram.
- O papa Urbano II, falando aos nobres, fez um apelo pela libertação da Terra Santa.
Além disso, a Igreja poderia expandir seus territórios e sua influência sobre os
domínios controlados pelos mulçumanos.
- Os nobres aceitaram o apelo, pois viam as expedições a Terra Santa com uma
forma de conquistar terras, prestígios e riquezas no Oriente. Afinal, muitos estavam
empobrecidos por causa do direito de primogenitura.
As Cruzadas

- Costurando cruzes vermelhas sobre as roupas, nobres, camponeses, pobres e, até


mesmo crianças, partiram da Europa em grandes expedições militares com o objetivo
de conquistar a Terra Santa.
- Foram Oito Cruzadas. A primeira Cruzada conseguiu conquistar Jerusalém (após 3
anos de conflito). Com a vitória foi criado alguns Estados cristãos na Palestina, nos
quais as terras foram distribuídas como na Europa Ocidental. Mas, em pouco
tempo, a Terra Santa foi novamente tomada pelos mulçumanos.
- As outras sete cruzadas fracassaram. Mas, como consequência delas, o
Mediterrâneo foi reaberto à navegação europeia e os contatos culturais e
comerciais entre Ocidente e o Oriente foram restabelecidos.
- As cruzadas serviu também para aumentar a circulação de pessoas e de riquezas
na Europa. O comércio se fortaleceu.
Cidades e comércio

- A partir das Cruzadas, a mudança mais visível na Europa ocidental, ficou conhecida
como renascimento comercial e urbano. Ele significou o desenvolvimento do
comércio e das cidades. (Algo novo).
- O comércio, ainda incipiente, era praticado nas feiras que se realizavam nas vilas
ou perto dos castelos e em outros lugares fortificados. Inicialmente, as feiras eram
periódicas, mas com o tempo as feiras tornaram-se permanentes, propiciando o
aparecimento de núcleos urbanos, chamados burgos.
- A partir dos burgos, desenvolveram-se novas cidades, ao mesmo tempo que
ganharam vida as mais antigas, que não haviam desaparecido por completo.
- As cidades atraíram os artesões, que nelas se fixavam para viver do seu ofício.
Atraíram também servos e camponeses que a buscavam para tentar vender os seus
excedentes agrícolas ou para viver como trabalhadores livres. Atraíram também
comerciantes de sal, de ferro e de inúmeras outras mercadorias, provenientes de
regiões distantes.
A troca de moedas

- As novas atividades comerciais restabeleceram o uso regular da moeda. Diferentes


moedas circulavam nas feiras e nos núcleos urbanos, provenientes de vários feudos e
regiões da Europa. Essa variedade criou a necessidade do câmbio, isto é , de troca de
moedas. Mais tarde, os cambistas passaram a realizar empréstimos e a fazer outras
operações financeiras. Assim surgiram os bancos, palavra que designa o assento
ocupado pelo cambista.
A burguesia

- As cidades que se formaram ao pé de fortificações estavam estreitamente


vinculadas aos senhores feudais. Esse nobres, proprietários das terras onde ficavam
os burgos, cobravam pesadas taxas daqueles que os habitavam.
- No início, toda a população do burgo chamava-se burguesia. Mas, posteriormente,
esse termo passou a designar apenas os comerciantes, banqueiros e alguns
artesões enriquecidos.
- Alguns burgos conseguiram pacificamente autorização para negociar sem pagar
aos senhores nenhuma tributação. Muitos, por outro lado, tiveram que lutar, unindo-
se aos reis, a fim de conseguir dos senhores feudais a licença (franquia) para efetuar
suas atividades nas cidades.
As corporações de ofício

- Nas cidades a produção artesanal e o comércio tornaram-se tão intensos que os


que se dedicavam a essas ocupações passaram a se organizar em associações com
intuito de regular suas atividades.
- As corporações de ofício dos artesãos controlavam a produção e impediam a
concorrência desleal, fixavam preços, os salários e os padrões de qualidade.
- Formaram-se também as associações de comerciantes ou guildas , como medida
para regular o mercado no interior dos burgos. Garantir a proteção contra os
comerciantes de regiões distantes era uma das principais funções das guildas.
- Todas essas organizações também negociavam os impostos com os senhores
feudais. Quando a organização interna das cidades adquiriu completa autonomia
em relação aos feudos, essas organizações passaram a cuidar da administração das
cidades livres.
As imposições econômicas da
Igreja

- A moral católica do “é difícil não pecar quando se exerce a profissão de comprar e


vender” fez com que a Igreja optasse por coibir as ambições dos homens de
negócios, sempre preocupados com os lucros, impondo o justo preço e condenando a
usura.
- Empréstimo (juros) seria usura, por exemplo.
- Esse ideal chegou a ser adotado por artesões e comerciantes cujas atividades
eram reguladas pelas associações. Porém, não era mais possível à Igreja aplicar
suas imposições com rigor. Os homens de negócios encontravam meios de
contornar as interdições religiosas.
O comércio de longa distância

- As cruzadas deram grande impulso as atividades comerciais do Mediterrâneo.


Cidades da península Itálica, como Veneza e Gênova, passaram praticamente a
monopolizar o contato com o Oriente.
- Esses produtos orientais trazidos pelos comerciantes da península Itálica eram
revendidos para outras regiões da Europa. A península Itálica, então, tornou-se o
principal centro do comércio Europeu.
- A região de Flandres (norte da atual Bélgica) também foi um polo comercial
importante. Através dele o comércio se propagou pelo mar Báltico, chegando até a
Rússia.
- Em volta desses circuitos comerciais foram sendo criadas feiras também.
- Por fim, entre os séculos XIII e XIV, formou-se na Europa uma verdadeira teia de
rotas por onde começou a fluir um próspero e intenso comércio.
Capitalismo versus feudalismo

- O renascimento comercial e urbano, ocorrido a partir do século XI, introduziu


muitas novas atividades na organização da sociedade feudal. Surgiram novas grupos
socais.
- Criaram-se novas formas de enriquecimento, bancários e comércio de
mercadorias.
- Ganhou importância o comércio em grande escala e a produção para o mercado.
- Essas novidades indicavam o aparecimento de um novo sistema econômico: o
capitalismo.
- Aos poucos, o capitalismo acabaria por substituir por completo o feudalismo.
A crise do século XIV

- Baixa Idade Média: IX ao XV.


- Essa crise do século XIV apressou o fim do feudalismo.
- Nesse período se agrava a deficiência na produção de alimentos. Na segunda
década do século XIV ocorreu surtos de fome em vários lugares da Europa.
- Peste negra: 1348 – 1350. Matou cerca de um terço de toda a população.
- A guerra dos Cem Anos (1337-1453). Inglaterra x França.
- Fome, Peste e Guerra. Revolta dos camponeses.
- Problemas de uma estrutura descentralizada para as novas necessidades
econômicas.
- Aumento do poder do rei e surgimento do Estado Moderno.
- XIV Renascimento Cultural; XV Grandes Navegações – Era Moderna.
O Império de Carlos Magno

- De todos os reinos criados com as invasões dos povos germânicos, o mais


duradouro foi o dos francos, formados na região da Gália (França atual). Era
fortemente apoiado pela Igreja Católica e, ainda na Idade Média, tornou-se um
império.
- Um dos primeiros reis dos francos foi Clóvis (481-511), dinastia merovíngia. A
partir de 639, os reis merovíngios distanciaram-se das funções políticas e
administrativas, por isso, tornaram-se conhecidos como “indolentes”. O poder
passou a ser exercido pelo majordomus, o “administrador do palácio”, principal
funcionário do rei e espécie de líder dos nobres.
- A formação do Império Carolíngio: Carlos Martel era um dos mais destacados
majordomus. Ele venceu os árabes na batalha de Poitiers, em 732, interrompendo
o avanço desse povo na Europa. Seu filho, Pepino, o Breve, fortaleceu uma aliança
político-militar com a Igreja Católica, e afastou os merovíngios do poder.
O Império de Carlos Magno

- A pedido do papa, Pepino derrotou os lombardos (que dominavam parte da


península itálica), que ameaçavam Roma. Em seguida, ele reconheceu o poder da
Igreja sobre Roma. Os territórios da Igreja, que incluíram a parte central da
península Itálica, passaram a constituir os chamados Estados Pontifícios, mantidos
sob o controle direto do papa até o século XIX.
- Esses acontecimentos deram início à dinastia carolíngia, chamada assim por causa
do reinado de Carlos Magno (768-814).
- Carlos Magno, filho de Pepino, empreendeu uma série de batalhas com a intenção
de obter terras para doar aos nobres do Reino Franco.
- O Reino Franco expandiu e incorporou territórios do norte da Europa e da
península Itálica.
- Em 800, Carlos Magno foi aclamado imperador pelo papa Leão III.
O Império de Carlos Magno

- O gesto estava revestido de duplo sentido. Por meio dele, a Igreja rompia os laços
com o Império Bizantino à medida que passava a prestigiar um novo imperador. Ao
mesmo tempo, concretizava seu interesse em ver restaurado o antigo Império
Romano.
- A administração do império carolíngio era feita de modo bastante precário.
Extensão do território. Por isso, a centralização do poder alcançada por Carlos
Magno dependia, em grande parte, de sua autoridade pessoal e não sobreviveu
muito após sua morte.
- O império estava dividido em províncias, chamadas de condados. Após jurar
obediência ao imperador, o conde recebia as funções de administrador, juiz e chefe
militar. Sua ação era fiscalizada pelos missi dominici, dois funcionários, um conde e
um bispo, de confiança do imperador.
O Império de Carlos Magno

- Carlos Magno estimulou a renovação cultural do reino, atraindo para sua corte
vários sábios de várias partes da Europa. O estímulo à cultura deu origem ao
movimento conhecido como Renascença Carolíngia. As cópias de obras greco-
romanas ganharam impulsos. As técnicas de encadernação de livros e arte de ilustrar
manuscritos por meio de pequenos desenhos, chamados iluminuras, foram
largamente desenvolvidas.
A dissolução do Império

- Com a morte de Carlos Magno, o trono foi ocupado por Luís, o Piedoso, seu único
filho, que governou até 840. Morto Luís, seus três filhos entraram em guerra pelo
controle do império.
- Depois de inúmeras lutas, foi celebrado o Tratado de Verdun, que dividiu o
território em três partes: França Ocidental (governada por Carlos, o Calvo), França
Oriental (que ficou com Luís, o Germânico) e França Central (dominada por
Lotário).
- Na França Ocidental, a dinastia carolíngia viveu um processo de enfraquecimento,
dada as disputas pelo poder e das crescentes invasões normandas (vikings),
eslavas e húngaras.
- Esse processo coincidiu com o fortalecimento cada vez maior dos senhores feudais
a partir da divisão do Império Franco entre os netos de Magno. Os dois processos
contribuíram para a descentralização do poder e para a consolidação do regime
feudal.
A dissolução do Império

- A dissolução completa da dinastia carolíngia se deu em 987, quando os senhores


feudais reuniram-se e escolheram Roberto Hugo Capeto, conde de Paris, para
ocupar o trono. Com ele se iniciava a dinastia capetíngia.
- Na França Oriental ocorreu um processo idêntico de fragmentação. Em 911, a
dinastia carolíngia chegou ao fim. Os maiores senhores feudais, quatro grão-
duques, decidiram eleger um novo rei e criar nessa região o Reino Germânico. A
coroa foi entregue ao grão-duque da Saxônia, Henrique I. Seu filho sucessor, Oto, o
Grande, venceu os invasores eslavos e húngaros, conquistando enorme prestígio
como defensor da cristandade.
- Em 962, Oto foi sagrado imperador pelo papa. Nascia, assim, o Sacro Império
Romano-Germânico. Apesar do título, o poder de Oto e de seus sucessores
manteve-se relativamente frágil. No Sacro Império, o imperador era eleito pela
nobreza.
O oriente

- A Idade Média teve início quando o último imperador romano do Ocidente foi
destruído pelos povos germânicos.
- Com a divisão do Império Romano, formou-se o Império Romano do Oriente, que
englobava a Grécia, a Ásia Menor, a Síria atual, a Palestina, o nordeste da África
(incluindo o Egito) e as ilhas do Mediterrâneo. Quando Roma foi tomada pelos
germanos, a parte oriental sobreviveu, mantendo intensa atividade urbana e
mercantil.
- Essa aglomeração deu origem ao Império Bizantino. Comunhão entre valores
greco-romanos e orientais. Ali também ocorreu a assimilação dos preceitos do
cristianismo.
Constantinopla

- Constantinopla: Atualmente denominada Istambul, a cidade ocupava excelente


localização, entre os mares Negro e Egeu. Buscando a segurança da região, foram
construídas muros em torno da cidade. Constantinopla, por muito tempo, foi uma
cidade próspera, com intensas relações comerciais, que se estendiam até o Extremo
Oriente.
- A riqueza do Império Bizantino, permitiu, até o século XII, que seus moradores
tivessem um padrão de vida mais confortável do que os habitantes da Europa
ocidental.
O imperador Justiniano

- O imperador Justiniano: em seu governo o Império Bizantino atingiu o esplendor. A


tentativa de restabelecer a unidade do antigo Império Romano está entre suas
realizações de maior destaque.
- Justiniano queria reconquistar as terras do Ocidente, que haviam sido perdidas para
os povos germânicos. Com grandes esforços, ele retomou a península Itálica, o norte
da África e o sul da península Ibérica. Mas os territórios logo sofreriam a ocupação de
outros povos, não permanecendo por muito tempo nas mãos de Justiniano.
O imperador Justiniano

- Em seu governo Justiniano organizou o Corpo do Direito Civil. Composto por quatro
partes:
1. O código Justiniano: reunião de todas as leis romanas desde Adriano até o ano de
534.
2. As Institutas: princípios fundamentais do Direito Romano.
3. O Digesto ou Pandectas: síntese da jurisprudência romana cujo conteúdo
apresenta os pareceres dos grandes juristas a respeito das Institutas.
4. As Novelas: reunindo a nova legislação.
Nika, a revolta

- Em 532, Constantinopla foi agitada por uma grande revolta, conhecida como Nika.
(nike, em grego: vitória). Iniciada no hipódromo, onde a rivalidade esportiva
refletia divergências sociais, políticas e religiosas, a rebelião se propagou
rapidamente por toda capital.
- A população estava se rebelando contra os altos impostos cobrados.
- Diante a revolta, Justiniano ameaçou fugir da cidade, mas foi impedido pela sua
mulher, Teodora. A revolta foi reprimida pelo general Belisário. Estima-se que cerca
de 30 mil pessoas tenha sido degoladas.
O cisma do Oriente

- No Império Bizantino o cristianismo assumiu características peculiares. (Mistura


entre Ocidente e Oriente).
- As imagens, as representações religiosas, eram fortemente atacadas por algumas
correntes mais espiritualizadas do cristianismo.
- A fabricação e a venda de imagens ficavam nas mãos de monges, que lucravam
muito com esse comércio. Isentos de qualquer tipo de tributo, os monges
concentravam em seu poder grandes propriedades e riquezas, o que era também
interpretado como uma ameaça ao poder central.
- Iconólatras (adoradores de imagem) x iconoclastas (contrários as imagens) agitou
o Império nos séculos VIII e IX. Essa disputa acirrou também as rivalidades entre o
patriarcado de Bizâncio e o papa de Roma.
- O papa defendeu as imagens e, quando isso se somou a outras divergências,
ocorreu o Cisma do Oriente (1054): divisão da Igreja Católica em duas: Igreja
Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Ortodoxa Grega.
Tempos de Crise

- O Império Bizantino começou a entrar em declínio na fase final do governo de


Justiniano. Entre os séculos IX e XI, ocorreu um breve período de prosperidade
conhecido como “renascença bizantina”. Porém, as disputas religiosas e as
constantes ameaças de invasão fizeram com que as crises se instalassem de
maneira irreversível. Acelerou-se o empobrecimento das cidades, a produção e o
comércio se enfraqueceram e o Império perdeu pouco a pouco alguns de seus
mercados em regiões distantes.
- Em 1453, Constantinopla foi tomada pelos turcos otomanos e o Império Bizantino
entrou em colapso. Esse fato assinala o fim da Idade Média.
- A cultura bizantina teve muito influência sobre os povos da Europa oriental. Eles
assimilaram vários costumes do cristianismo por meio do contato com os enviados
pela Igreja Católica Grega em missões de evangelização.
HISTÓRIA
GERAL

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Linha do tempo _ História Geral
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A Formação do Mundo Moderno

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- A Idade Moderna está entre a tomada de Constantinopla (1453) e a Revolução


Francesa (1789). 336 anos.
- Idade Moderna: Ciência como uma forma de explicar o mundo.
- O papel da burguesia.
- Nova organização do Estado e da cultura.
- Noção de tempo.
- O dinheiro.
A centralização do poder
Aa

- Com a crise da Idade Média, a centralização do poder passou a ser entendida como
uma alternativa política capaz de restabelecer a ordem e a segurança. Atuando
inicialmente como árbitro entre os senhores feudais e a burguesia, o rei conseguiu, aos
poucos, impor sua autoridade sobre o território do reino.
- Idade Moderna: poder centralizado e unificação de territórios.
- Surgiram, por toda Europa ocidental, monarquias fortalecidas, como as de Portugal,
Espanha, França e Inglaterra.
- O rei contou com alguns aliados na hora de centralizar o poder: burguesia mercantil e
financeira, formada por comerciantes e banqueiros.
- O fato de cada feudo ter uma moeda trazia enormes entraves às atividades
mercantis. Além disso, a burguesia estava insatisfeita por ter que pagar pedágios para
os senhores feudais. Um poder centralizado poderia resolver isso, como também
poderia oferecer proteção às rotas comerciais.
A centralização do poder
Aa

- A burguesia forneceu ao rei apoio financeiro (doações e empréstimos) e funcionários


para a formação de uma burocracia profissionalizada a serviço do Estado. Além disso,
utilizando as premissas do Direito romano, juristas de formação universitária
ajudaram o monarca a justificar e legitimar o poder absoluto.
- Os senhores feudais tentaram resistir, mas a decadência do sistema feudal já era
irreversível.
- O rei, nesse período, passou a contratar soldados profissionais para dar conta das
guerras prolongadas, formando exércitos permanentes. Apostou no emprego
crescente da infantaria e a utilização de armas de fogo – canhões chegaram na
Europa por volta do século XIV. Isso tudo diminuía a importância dos nobres enquanto
responsáveis pela segurança.
- A Igreja foi resistente a essa centralização.
O Estado Moderno
Aa

- Gradualmente, o rei impôs sua autoridade sobre territórios cada vez mais vastos. Os
limites entre esses locais começaram a ganhar sentido político, fiscal e militar,
fixando-se e tornando-se fronteiras. As línguas faladas dentro de cada território
faziam referência as regiões hegemônicas.
- Surgimento do Estado moderno, Estado nacional ou monarquia nacional. Caráter
fortemente centralizado do poder monárquico em oposição à fragmentação vivida no
sistema feudal.
- Dentro dos limites do seu território, o rei passou a exercer o monopólio da força
legítima (forças armadas), o monopólio da justiça e da arrecadação de impostos.
- A formação do Estado moderno ocorreu de formas diversas em cada região na
Europa. Em todas elas, porém, o Estado moderno foi o resultado de longos e
sangrentos conflitos.
O Estado Moderno: França
Aa

- Um dos primeiros monarcas francos a adotar medidas centralizadoras foi Felipe


Augusto, Filipe II (1180-1223), que encarregou funcionários especiais para recolher
impostos em todo reino.
- Já Luís IX ou São Luís (1226-1270) realizou uma reforma judiciária que fortaleceu os
tribunais reais em detrimento das atribuições judiciais dos senhores dos feudos. Ele
criou também uma moeda de ampla circulação, favorecendo os interesses dos
comerciantes.
- Filipe IV, o Belo, (1285-1314) teve que lidar com resistências. Ele chegou a ser
ameaçado de excomunhão pelo papa, após obrigar a Igreja pagar impostos. Durante
seu reinado, Filipe voltou-se contra os nobres da Ordem dos Cavaleiros Templários,
surgida na época das Cruzadas. Muitos templários foram dizimados. Alguns deles,
porém, conseguiram fugir e se estabelecer na península Ibérica, onde,
posteriormente, desempenharam importante papel na expansão marítima.
O Estado Moderno: França
Aa

- Como mencionamos nas aulas anteriores, a Guerra dos Cem Anos (XIV) foi
fundamental para o fortalecimento da monarquia. Durante o conflito, os reis franceses
promoveram importantes reformas militares e financeiras, como a formação de um
exército permanente e a criação de um imposto fixo destinado a garantir a
manutenção da força armada.
- A Guerra dos Cem Anos: França x Inglaterra. (1337-1453). Fatores: a intenção do rei
francês de afastar a rica região de Flandres do controle inglês e o fato de o rei inglês
reivindicar direitos sucessórios em relação o trono francês.
- No início, os ingleses venceram uma série de batalhas. Crécy (1346), Poitiers (1356).
No início do século XV, controlavam grande parte do norte da França. Nesse momento,
aparece Joana D’ Arc (1412-1431).
O Estado Moderno: França
Aa

- Joana D’ Arc (1412-1431): uma jornalista camponesa. Sob seu comando, os franceses
recuperaram a cidade de Orléans, o que permitiu ao herdeiro da coroa francesa ser
coroado na catedral de Reims. Apesar da vitória, Joana D’ Arc foi presa pelo duque de
Borgonha, que se opunha ao rei da França, e entregue aos ingleses. Considerada
herege por um tribunal eclesiástico, foi queimada na fogueira em 1431. A vitória de
Orléans marcou uma reviravolta na guerra. Os ingleses começaram a perder seus
territórios nas regiões ocupadas por seu exército e acabaram expulsos da França. A
Guerra dos Cem Anos contribuiu para consolidar o Estado moderno na França, ao
fortalecer o poder do rei e despertar o sentimento de identidade nacional no país.
- Dessa forma, no final do XV, a França já era um Estado unificado politica e
economicamente. O idioma francês impôs-se em todo território. No início do XVI, a
monarquia francesa, sob o reinado de Francisco I (1515-1547), tornou-se absolutista.
O Estado Moderno: Inglaterra
Aa

- Em 1066, a Inglaterra foi invadida pelos normandos, chefiados por Guilherme, o


Conquistador. Com a invasão, ele tornou-se o rei da Inglaterra.
- A Normandia era um ducado e constituía um dos vários feudos que formavam o reino
francês. Diferentemente dos outros feudos, ali o duque reservava para si o monopólio
da justiça, o que, por si só, já tornava o poder mais centralizado. Dessa forma, ao
invadirem a Inglaterra os normandos transmitiram não a organização feudal que
imperava na França, mas uma espécie de “feudalismo mais centralizado”. Apesar de
mais centralizado, ainda sim, durante séculos, as relações entre rei e nobreza
mantiveram-se tensas e conflituosas, pressionadas constantemente pelas disputas de
poder.
O Estado Moderno: Inglaterra
Aa

- Em 1215, diante das medidas autoritárias tomadas pelo rei João Sem- Terra, como a
imposição de novos impostos, os nobres reuniram-se e aprovaram um documento que
limitava o poder do rei e determinava que ele só poderia aumentar impostos mediante
aceitação do Grande Conselho, órgão formado pela própria nobreza e por
representantes do clero.
- No documento havia coisas como: determinava julgamento justo e imparcial a todo
indivíduo que cometesse um delito. Estabelecia que nenhuma pessoa podia ser presa
sem causa formada (direito de habeas corpus). A Magna Carta, como foi denominado
o documento, é até hoje uma das bases constitucionais da Inglaterra.
- Em 1265, os nobres, com o apoio da população, obrigaram o rei a aceitar a criação
de uma assembleia constituída pelos representantes das três ordens: clero, nobreza e
burguesia. Trinta anos depois, esse órgão, chamado Parlamento, foi definitivamente
incorporado às instituições do Estado inglês.
O Estado Moderno: Inglaterra
Aa
- No século XV, a Inglaterra foi assolada por uma guerra entre duas famílias da nobreza
que disputavam o trono. Os York x Os Lancaster. Guerra das duas rosas (1445-1485).
- No decorrer da guerra, as duas famílias acabaram por se enfraquecer e abrir espaço
para uma terceira família: os Tudor, que chegaram ao poder em 1485 com Henrique
VII. Aproveitando a fragilidade da nobreza ocasionada pela guerra, o novo rei pôde
restaurar e ampliar a centralização do poder, unificando o país e constituindo as bases
do Estado moderno na Inglaterra.
- Henrique VIII (1509-1547) deu novos passos para a consolidação do poder real. Em
1534, aproveitando-se da conjuntura criada pela Reforma Protestante, ele rompeu
com o papa, confiscou terras da Igreja Católica na Inglaterra e fundou a Igreja
Anglicana, cuja autoridade máxima passou a ser exercida pelo próprio rei. Seus
sucessores, continuaram com a premissa da centralização.
Europa ocidental no início do século XVI
O Estado Moderno: a península ibérica
Aa
- No começo do século VIII os árabes haviam invadido a península ibérica. Apenas a região
dos montes Pirineus, próxima ao reino da França, escapou dessa invasão. Ali se formaram
os reinos cristãos de Astúrias e Leão. Esses reinos apostaram na guerra de reconquista. À
medida que a luta avançava, outros reinos cristãos foram surgindo na península, entre os
quais Aragão e Castela. No final do século XI, Afonso VI, dos reinos unificados de Leão e
Castela, impôs sucessivas derrotas aos mulçumanos. Contou com a ajuda de Henrique de
Borgonha, um senhor feudal vassalo do rei da França. Para recompensar Henrique, Afonso
VI ofereceu-lhe o condado Portucalense como feudo.
- Em 1212,na batalha de Novas de Tolosa, a união de várias reinos cristãos derrotaram os
mulçumanos, que ficaram restritos à região de Granada, sul da península ibérica.
- Em 1469, Fernando, rei de Aragão, casou-se com Isabel, que se tornaria depois a rainha
de Castela. Unidos, o reinos de Aragão e Castela, tornaram-se a base da Espanha. Fernando
e Isabel, conhecidos como “reis católicos”, venceram a resistência dos senhores feudais e
limitaram a autonomia das cidades, impondo a todos a autoridade do poder real. Em 1480,
com a instituição do Tribunal da Inquisição, a Igreja Católica e os monarcas uniram-se
contra qualquer tipo de resistência ou oposição.
O Estado Moderno: a península ibérica,
Aa Espanha

- A consolidação da monarquia espanhola ocorreu em 1492, quando houve a


reconquista de Granada e a expulsão definitiva dos árabes. A monarquia não admitia
outra religião se não a católica. E, no mesmo ano de expulsão dos árabes, a Coroa
impôs aos judeus a conversão ao catolicismo ou o abandono do reino. Também em
1492, Cristóvão Colombo, financiado pela coroa espanhola, encontraria terras
desconhecidas dos europeus, chamadas, posteriormente, de América. Esse
acontecimento fortaleceu ainda mais a monarquia.
O Estado Moderno: a península ibérica,
Aa Portugal

- O condado Portucalense, recebido como feudo por Henrique de Borgonha, estava


ligado por laços de vassalagem ao rei de Leão e Castela. Em 1139, Afonso Henrique,
filho de Henrique de Borgonha, rompeu esse vínculo e se proclamou Afonso I, rei de
Portugal, iniciando a dinastia de Borgonha (1139-1383) e a história de Portugal como
reino independente.
- Nos anos seguintes, organizaram-se as instituições do Estado português. Ao lado da
monarquia, tinha-se as Cortes Gerais , órgão constituído pela família real, pelo clero
e a nobreza.
- A consolidação da monarquia se deu com a Revolução de Avis (1383-1385). Em 1383,
com a morte do rei dom Fernando, o trono deveria passar para sua filha, que estava
casada com o rei de Castela. Diante da possibilidade de união dos reinos, as outras
camadas sociais pediram um novo rei, dom João, mestre de Avis (nome de uma ordem
militar). Em seguida, as forças militares portuguesas conseguiram derrotar os
castelhanos e garantir a independência de Portugal.
O Estado Moderno: a península ibérica,
Aa Portugal

- A revolução de Avis provocou importantes mudanças políticas em Portugal, como o


fortalecimento da burguesia, que apoiou o novo rei na luta contra os castelhanos. Já a
antiga nobreza, que em grande parte havia dado sustentação à união com Castela,
saiu enfraquecida. Graças a essas mudanças, antes de qualquer outra região da
Europa, Portugal reuniu as condições constitutivas do Estado moderno: território
unificado, gerido por um governo soberano e forte, reconhecido e aceito pela
população. Isso ajudou Portugal lançar-se antes de qualquer outro reino europeu no
empreendimento da expansão marítimo-comercial.
O Estado Moderno: O sacro império e a
Aa península itálica

- Dentre os grandes Estados europeus contemporâneos, dois não se constituíram como


Estados modernos: Alemanha e Itália.
- No século XV, o território que hoje chamamos de Alemanha era ocupado por um
amontoado de pequenos feudos e principados, reunidos sob a denominação de Sacro
Império Romano-Germânico. Este englobava também territórios da península itálica.
O sistema de governo do Sacro Império era a monarquia eletiva. Tais caraterísticas,
associadas à constante oposição do papa e dos senhores feudais ao imperador,
dificultavam a centralização do poder.
- Em 1376, Carlos IV, da dinastia austríaca dos Habsburgo, promulgou um decreto que
reconhecia os príncipes germânicos como soberanos independentes em seus
respectivos domínios. Simultaneamente, ratificava a eleição do imperador do Sacro
Império Romano-Germânico por sete eleitores, que deveriam estar entre os senhores
leigos e eclesiásticos mais poderosos do Império.
O Estado Moderno: O sacro império e a
Aa península itálica

- Dos pequenos Estados da península Itálica que não estavam sob o domínio do Sacro
Império, destacavam-se os da Igreja Católica e das cidades do norte, principalmente
Gênova, Veneza, Florença e Milão. Nenhum desses Estados era forte o suficiente para
impor-se aos demais e unificar a região. Tanto os germânicos quanto os da península
itálica viriam a se constituir como unidades territoriais e políticas somente no século
XIX. Unificação tardia.
HISTÓRIA
GERAL

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O Antigo Regime
A
- A sociedade que se formou na Europa durante a Idade Moderna constituiu um modelo
complexo e específico de organização social, econômica e política. Após a Revolução
Francesa de 1789, essa forma de organização passaria a ser chamada também de
Antigo Regime. As duas denominações, Antigo Regime e sociedade moderna, parecem
contraditórias. Na verdade elas expõem as inúmeras contradições que conviviam no
interior dessa sociedade.
- Assim, enquanto parte da economia, dominada pelo comércio, já era capitalista, outra
parte apresentava resquícios do sistema feudal. O Estado praticava o poder de forma
absolutista, mas o dinheiro comandava a vida econômica e social. A burguesia
oferecia seu apoio aos monarcas, mas a nobreza continuava a ter privilégios entre os
grupos sociais.
O Absolutismo
A
- Luís XIV, conhecido como “rei Sol”, que governou a França entre 1661 e 1715: “O
Estado sou eu”. Essa noção ganhava legitimação teórica na obra de diversos
pensadores e filósofos.
- Jean Bodin (1530-1596): para ele o rei deveria ser soberano, tendo o poder supremo
sobre os súditos, sem nenhuma limitação, a não ser a fé divina.
- Thomas Hobbes (1588-1679): autor de Leviatã, no qual desenvolveu a teoria de que
os seres humanos, em troca de segurança, haviam conferido toda autoridade a um
soberano e, por isso mesmo, o poder do soberano sobre os súditos era absoluto.
- Jacques Bossuet (1627-1704): bispo, autor de “Política tirada da Sagrada Escritura”
defendeu a teoria da origem divina do poder real, para ele, o poder do rei era absoluto
porque vinha de Deus. Logo, ele devia satisfação de seus atos apenas ao Criador.
A sociedade Estamental
A
- A sociedade permaneceu dividida, permaneceu estamental.
- Estamentos: grupos sociais bem definidos por relações de privilégio e de honra, por
laços de sangue e por um estilo específico de vida. Ainda não era oferecida grandes
possibilidades de mobilidade social.
- Na época da sociedade moderna, os estamentos, também conhecidos como ordens,
eram chamados de estados.
- Clero, nobreza, burguesia/artesãos/trabalhadores assalariados e camponeses. 3
ordens.
Da economia feudal para a
economia capitalista
- A economia europeia nessa época reunia aspectos feudais e capitalistas. Dos vínculos
com o sistema feudal, mantinham-se o sistema de corporações de ofício, as formas de
trabalho servil no campo: taxas (corvéia, talha, dízimo).
- Características capitalistas: produção realizado segundo o sistema doméstico...
Surgimento das primeiras manufaturas. Rápida difusão do trabalho assalariado.
Surgimento de novas formas de organização econômica, como as sociedade
anônimas, bancos, documentos de crédito, etc.
- Essa foi a época do capitalismo comercial, quando se realizou a acumulação primitiva
de capital (COLONIZAÇÃO). A expressão denomina um longo processo histórico
durante o qual reuniram-se as condições necessárias (dinheiro, equipamento,
fábricas) para impulsionar o capitalismo industrial, a partir da segunda metade do
XVIII.
O mercantilismo

- Mercantilismo: princípios e orientações seguida pelos governos para fortalecer o


Estado e as atividades econômicas. Nessa concepção, para manter o poder absoluto o
Estado e o poder político era necessário ACUMULAR RIQUEZAS. Dessa forma, o
mercantilismo consistiu na intervenção dos monarcas na economia, com o objetivo de
fortalecer o Estado. A riqueza de um país podia ser medida pela quantidade de metais
preciosos por ele armazenada.
- Esse princípio, denominado de metalismo, foi adotado sobretudo na Espanha, a maior
potência europeia no século XVI, cuja riqueza advinha do ouro e da prata extraídos da
América.
- Para grande parte dos Estados, porém, a melhor forma de reunir riquezas eram
manter a balança de comércio favorável (valor de exportações maior que de
importações). Umas das medidas que ajudam na balança é o protecionismo
alfandegário.
O mercantilismo

- Certos governantes perceberam também que, em vez de matérias primas, era mais
vantajoso exportar produtos manufaturados: além de preços mais altos, a elaboração
desses produtos gerava empregos e possibilitava a cobrança de impostos pelo
governo. Por isso, alguns Estados estimularam a produção de manufatureira, iniciando
assim uma política que ficou conhecida como industrialismo.
- Portugal e Espanha, que dispunham de um vasto império colonial, foram os únicos
Estados que não incentivaram o industrialismo. Em contrapartida, praticaram o
colonialismo. A posse de colônias, localizadas em regiões de clima tropical, permitia
equilibrar a balança comercial apesar de importar produtos de outros países.
- Outra característica importante do mercantilismo foi a intervenção do Estado na
economia. Assim, os governantes procuravam desenvolver os setores que mais lhes
interessavam, oferecendo a concessão de monopólios, privilégios, tarifas
protecionistas ou mesmo ajudando a montar empresas privadas.
Diferentes políticas econômicas

- Entre os séculos XVI e XVIII, enriquecer o Estado e fortalecer o poder real eram os
objetivos gerais compartilhados por todas as potências europeias. Havia, contudo,
variações no modo de aplicar o mercantilismo e na definição dos objetivos específicos.
Dessa variação resultam diferentes formas de mercantilismo.
- Comercialismo: forma de mercantilismo adotada nos Países Baixos. Ali, os
negociantes se voltaram para o comércio marítimo e se tornaram intermediários nas
relações comerciais entre diversos Estados. Para isso, estabeleceram uma parceria
com o Estado holandês, por meio da qual constituíram grandes Companhias de
Comércio, protegidas pelos privilégios concedidos pelo governo.
Diferentes políticas econômicas

- Jean-Baptiste Colbert, ministro do rei francês Luís XVI, no período entre 1661 a
1683, praticou uma modalidade na qual o próprio Estado passou a agir como
empresário, criando centenas de manufaturas reais. Daí o nome ser colbertismo dado
ao mercado industrial francês da época.
- A Inglaterra, a partir do reinado de Elizabeth I (1558-1603), praticou um tipo de
mercantilismo que combinou, com sucesso, o incentivo à produção de bens e ao
comércio. Foram criadas leis que fixavam preços, regulamentavam as horas de
trabalho e obrigavam todo homem capaz a trabalhar em alguma atividade produtiva.
Ao mesmo tempo, o comércio foi favorecido com a criação de companhias
privilegiadas (detentores de direitos exclusivos). A Companhia das Índias Orientais,
fundada em 1600, por exemplo, detinha o monopólio do comércio inglês com o
Oriente.
Diferentes políticas econômicas

- Beneficiada com o protecionismo do Estado, a burguesia aceitou de bom grado o


intervencionismo do governo. Por isso, apoiou a ação dos monarcas, vendo nisso uma
forma de expandir e garantir a lucratividade de seus negócios. No século XVIII,
setores da burguesia europeia, sem acesso aos monopólios, passaram a fazer
oposição à política mercantilista e ao absolutismo dos reis. De suas críticas ao
intervencionismo do Estado na economia e de sua luta contra os monopólios, surgiria
uma nova doutrina política e econômica: o liberalismo.
Barroco

- A atmosfera cultural criada pela Reforma Protestante e pela Contra-Reforma


estimulou o desenvolvimento de tendências artísticas diferentes daquelas propostas
pelo Renascimento.
- A Igreja Católica, ao contrário dos protestantes, que aboliram imagens e pinturas de
seus templos, atribuiu um papel especial à arte. Para ela, a representação artística agia
diretamente sobre as emoções dos fiéis, fortalecendo a fé e favorecendo sua
propagação. Era preciso encontrar um estilo que causasse impacto e comovesse o
espectador. Surgiu, então, o Barroco. Trabalhavam a dramaticidade e suas
representações diferenciavam-se do equilíbrio e da harmonia das pinturas
renascentistas.
Êxtase de Santa Teresa,
escultura de mármore de Gian
Lorenzo Bernini, 1646-1652.
Nessa escultura Gian retrata
Santa Teresa de Ávila em um
momento de êxtase místico, ao
ter uma visão.
HISTÓRIA
GERAL

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Os europeus chegam à América
Aa
- As Grandes Navegações é um evento que, assim como outros, assina a passagem
para os tempos modernos.
- Nesse contexto, os europeus contornaram a África, estabeleceram novas rotas
comerciais com o Oriente, navegaram pelo mundo e chegaram às Américas. Esse
movimento é reconhecido, de forma genérica, como o primeiro passo num complexo
processo de “globalização”. O expansionismo marítimo possibilitou aos europeus o
domínio de várias regiões do mundo.
- A importância dos mapas e outras tecnologias.
As Grandes Navegações
Aa
- Os europeus realizaram as grandes navegações por duas razões econômicas: a
necessidade de expandir seu comércio e de obter grandes quantidades de metais
preciosos. Mas, somando-se a isso, tinha-se também ambições pessoais, espírito de
aventura, fervor religioso, etc.
- Reunidos esses anseios, o Estado Moderno, com sua monarquia fortalecida e
unificada, surgiu como instrumento capaz de concretizá-los. Com o apoio da burguesia
(empréstimos), com os imposto, o rei pôde reunir o capital necessário para financiar
as viagens marítimas.
Expansão do comércio
Aa
- Após as Cruzadas, com a reabertura do mar Mediterrâneo e com a reaproximação
com o Oriente, o comércio saiu fortalecido. No início do século XV, era intenso o
comércio de produtos vindo do Oriente: as chamadas especiarias (cravo, canela,
pimenta, seda, etc). Esses produtos eram trazidos do Oriente pelos árabes até os
portos do Mediterrâneo, onde eram comprados, principalmente, pelos mercadores da
península itálica, que os revendiam na Europa. Esse quase monopólio encarecia muito
os produtos orientais. Impedidos de efetuar negócios mais lucrativos, os comerciantes
de outras regiões começaram a procurar no Atlântico a saída para o entrave.
- Outro fator que estimulou as grandes navegações foi a busca por metais preciosos. A
expansão do comércio acarretava uma necessidade crescentes desses metais para
cunhagem de moedas. Boa parte do ouro e da prata da Europa era destinada ao
pagamento de mercadorias no comércio com o Oriente, por isso, os dois metais se
tornaram escassos, fazendo a Europa novas fontes.
Expansão do comércio
Aa
- Outro fator importante que possibilitou a expansão marítima foi os avanços efetuados
na técnica de navegação em alto-mar e o aprofundamento dos conhecimentos
científicos alcançados pelos europeus no século XV.
- A bússola, o astrolábio (instrumento naval antigo usado para medir a altura dos
astros acima do horizonte), a caravela. Muitos desses equipamentos já eram utilizados
por outros povos e foram aperfeiçoados e adaptados pelos portugueses.
- Novidades bélicas que foram decisivas para que o domínio europeu sobre outros
povos fosse possível: a pólvora e o canhão, trazidos do Oriente.
O pioneirismo de Portugal
Aa
- Até meados do século XV, a principal rota comercial do mundo europeu era a que
ligava por terra as cidades das costas do Mediterrâneo às do norte da Europa. Com a
Guerra dos Cem Anos (1337-1453), essa via entrou em decadência. O comércio
passou a ser realizado por uma rota marítima que partia do mar Báltico e do mar do
Norte e chegava ao Mediterrâneo. Com a mudança, as regiões centrais do continente
europeu acabaram perdendo a importância comercial. As regiões costeiras ao
Atlântico, ao contrário, foram beneficiadas, tornando-se passagem obrigatória de
mercadores que transitavam entre o norte e o sul do continente em busca de negócios
lucrativos. Essa nova rota marítima deu a Portugal, no XIV, a oportunidade de
integrar-se às atividades mercantis mais prósperas. Crescimento das cidades
portuárias (Lisboa e Porto), e a realização de contatos comerciais regulares com as
cidades da península itálica e com a França, a Inglaterra, Flandres e as cidades do
Sacro Império.
O pioneirismo de Portugal
Aa
- Apesar da experiência de Portugal nas navegações costeiras entre o norte da Europa e
o Mediterrâneo, enfrentar o continente Atlântico, conhecido como Mar Tenebroso,
ainda era desafiador. Acreditava-se que o Atlântico era formado por águas ferventes e
precipícios, povoado por monstros, etc.
- Por conta de sua experiência portuária, Portugal acabou se transformando num
importante centro onde circulavam as ideias mais avançadas sobre navegação. Nessa
época, Dom Henrique, o Navegador – filho do rei Dom João I – reuniu inúmeros
cartógrafos, navegadores e astrônomos para desenvolver em Sagres os estudos e as
experiências náuticas. Mais tarde, o conjunto de ideias ali gerado foi denominado
Escola de Sagres.
O pioneirismo de Portugal
Aa
- Várias camadas da sociedade portuguesa tinham interesse nos benefícios que as
grandes navegações poderiam proporcionar. Aspectos econômicos, políticos e
religiosos. Conquistar terras, riqueza, títulos, fortalecer a monarquia, expandir a fé
católica. A burguesia se interessava também pelo mercado consumidor, lucros, etc.
Até mesmo a população, o “povo miúdo” estavam apoiando, pois as grandes
navegações poderiam abrir possibilidades de trabalho, de ascensão social, de
aventuras e de enriquecimento rápido.
- A expansão marítimo portuguesa começo em 1415, com a tomada de Ceuta, no norte
da África. Portugal ocupou também as ilhas Madeiras, Açoares e Cabo Verde. Ali, a
coroa portuguesa apostou na colonização e na produção de açúcar. A expansão se
estendeu por todo litoral africano. Em 1434, os portugueses venceram o desafio da
ultrapassagem do cabo Bojador, onde outros vários navegadores haviam fracassado.
Nessa mesma época começou a comercialização das pessoas escravizadas.
O pioneirismo de Portugal
Aa
- Entre 1487 e 1488, Bartolomeu Dias alcançou o cabo das Tormentas, no extremo sul
da África, rebatizado pelo rei de Portugal como cabo da Boa Esperança. Esse feito
abriria caminho para a realização de um projeto ambicioso, que havia se esboçado
após a conquista do cabo Bojador: chegar as Índias, contornando a África. Em 1497,
dez anos após a viagem de Bartolomeu Dias, em maio de 1498, rei Manuel, entregou
a Vasco da Gama o comando de uma expedição que deveria estabelecer relações
comerciais com as Índias. Dez meses depois, Vasco da Gama chegava a Calicute,
próspera cidade do litoral indiano. Seu retorno a Lisboa ocorreu em setembro de 1499
e, da expedição, restaram apenas 2 navios e 55 homens e a certeza de poder
estabelecer uma rota comercial entre a Europa e o Oriente contornando o litoral da
África.
O Brasil na rota comercial
Aa
- Dom Manuel organizou uma nova expedição. Seu principal objetivo era impor o
domínio português sobre o comércio dos produtos orientais. Comandada por Álvares
Cabral a frota partiu em março de 1500. Em, 22 de abril, chegou as terras que viriam
se chamar Brasil. Depois de formalizar a posse das terras em nome de Portugal,
Cabral enviou a Lisboa um navio com informações sobre as novas terras e prosseguiu
viagem em direção ao Oriente. Os europeus ainda não sabiam, mas a porção de terras
encontradas faziam parte de um enorme continente que seria batizado com o nome
de América e que desde de 1492 era explorado, na parte norte, pelos espanhóis.
- Com a descoberta do caminho marítimo para as Índias, intensificou-se o comércio de
especiarias. A oferta levou uma queda do valor desses produtos e, a medida que as
pessoas podiam comprá-los, ampliavam-se as atividades comerciais na Europa. A
partir daí a rota do Mediterrâneo entrou em decadência, provocando o
enfraquecimento das cidades mercantis da península itálica. Portugal se tornou um
Estado moderno poderoso, mas isso não durou muito, pois a rota das Índias passou a
ser disputada por outras potências. Portugal, voltou-se então para a exploração das
terras americanas.
A expansão espanhola
Aa
- Embora os espanhóis já tivessem, no século XV, tomado posse das ilhas Canárias, no
oceano Atlântico, a noroeste da África, sua expansão marítima e comercial só
começou efetivamente em 1492, após a expulsão definitiva dos mulçumanos da
península Ibérica.
- Ainda em 1492, uma expedição comandada pelo piloto Cristóvão Colombo tomou
posse, em nome dos réis espanhóis, de terras localizadas na região central da
América. Colombo tinha a intenção de atingir o Oriente navegando em direção ao
Ocidente. Ao contrário do senso comum, defendia que a terra era redonda, e não
plana como a maior parte da população acreditava ser. Navegando conforme seus
planos, Colombo encontrou a atual ilha de São Domingos, na América Central.
Imaginou ter chegado às Índias, por essa razão, denominou os habitantes de índios. O
feito de Colombo criou um problema para Portugal. Supõe-se que os portugueses já
desconfiassem da existência de territórios a sudoeste do oceano Atlântico. A partir daí
foi criado uma série de acordos, mas, somente em 1492, celebraram um acordo
definitivo: o Tratado de Tordesilhas (divisão de territórios entre Portugal e Espanha).
A expansão espanhola
Aa
- Até assinar o Tratado de Tordesilhas houve uma batalha diplomática. Em 1493, após a
volta de Colombo, o papa expediu a bula Inter Coetera reconhecendo ao rei de Castela
o domínio sobre todas as terras que se encontrassem a oeste de um meridiano
localizado a 100 léguas das ilhas de Açoares e Cabo Verde. Portugal, sentindo-se
prejudicado, não aceitou a bula papa e exigiu uma negociação direita. O resultado foi o
Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, em que os reinos ibéricos estabeleceram
uma divisão do mundo. Segundo o tratado, terras e mares encontrados ou por
encontrar (desde que não pertencentes a nenhum rei cristão) seriam divididos entre
Espanha e Portugal. O meridiano que passa a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo
Verde foi tomado como linha divisória. As terras localizadas a oeste pertenciam a
Espanha, as do leste a Portugal.
Inglaterra, França e Holanda
Aa
- Encontrando o mundo dividido entre Espanha e Portugal pelo Tratado de Tordesilhas,
Inglaterra, França e Holanda desconheceram o acordo e procuraram atuar por
diversos meios contra as colônias e navios ibéricos. Um desses meios era a pirataria.
Mais tarde, iniciaram a conquista de áreas não colonizadas pelos espanhóis na
América do Norte e nas Antilhas, e foram aos poucos tomando pela força terras já
ocupadas pelos reinos ibéricos.
- As Grandes Navegações deram ao comércio europeu um impulso extraordinário. Para
ter uma ideia desses crescimento, basta lembrar que antes das navegações a cidade
de Veneza comprava no Egito 420 mil libras de pimenta por ano; com o novo
comércio, uma única embarcação portuguesa podia trazer de uma só vez
carregamentos de até 200 mil libras. Além de colocar no mercado europeu mais
mercadoria, o novo comércio estabeleceu um intercâmbio sem precedentes entre os
diversos continentes. O mundo todo havia sido “unificado” pelo comércio. Isso tudo
mudou as relações internacionais, os hábitos de consumo, as mentalidades e nas
organizações sociais do mundo. Além disso, consolidaram o poder absolutista dos reis
e fizeram da burguesia o grande agente das transformações sociais.
HISTÓRIA
GERAL

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Linha do tempo _ História Geral
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O Renascimento e o Humanismo
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- Chamamos de Renascimento à renovação cultural que teve início na península itálica


no decorrer do século XIV. Sob a influência da cultura greco-romana, esse movimento
influenciou as artes, a literatura, a ciência e a filosofia e difundiu-se por várias regiões
da Europa.
- Os renascentistas rejeitaram a cultura medieval, presa, segundo eles, aos padrões
definidos pela Igreja Católica, e passaram a defender e explorar a diversidade de
ideias e o espírito crítico.
- Noções como individualismo e racionalismo.
- O Renascimento situa-se na transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa,
moderna.
- Na arte: noção de profundidade, simetria, equilíbrio e o uso da perspectiva.
As origens do Renascimento
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- No século XIV, na península itálica, artistas e intelectuais influenciados pelos valores
da cultura greco-romana, cansados da submissão das artes e do pensamento aos
dogmas da Igreja, propuseram uma nova forma de entender o mundo e
principalmente o ser humano. RENASCIMENTO.
- As raízes do Renascimento remetem ao renascimento comercial e urbano.
- Foram as cidades os primeiros centros de difusão do movimento renascentista.
- Surgimento da burguesia, fruto da intensificação do comércio: nesse contexto surge
a figura do mecenas, indivíduos ricos que, em busca de glória e prestígio,
patrocinavam o trabalho de artistas e escritores.
- Mecenas: família Sforza (Milão), Os Médici (Florença) e os papas Júlio II e Leão X.
Principais fundamentos
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- Individualismo, racionalismo e humanismo.
- O individualismo valoriza a capacidade de o ser humano fazer escolhas livremente,
valendo-se apenas de suas próprias forças, sem apelar para o sobrenatural.
- O racionalismo enfatiza a razão como principal instrumento para compreender o
universo e a natureza.
- O humanismo colocava o ser humano como centro das preocupações e indagações
dos pensadores, considerando-o a obra suprema de Deus. Essa concepção é
denominada antropocentrismo e representa uma forte oposição ao teocentrismo da
Igreja Católica.
- Em 1445, o germânico Johannes Gutenberg, inventou o sistema de impressão com
tipos móveis, revolucionado o processo de produção dos livros. Com o novo invento,
foi possível difundir as ideias humanistas para um número cada vez maior de pessoas.
O berço do Renascimento
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- O Renascimento foi um movimento de ampla repercussão, mas ele surgiu na
península itálica e foi nela que alcançou sua maior expressão. Ali, esse grande
movimento de ideias costuma ser dividido em três momentos: Trecento (XIV),
Quattrocento (XV) e o Cinquecento (XVI).
- O Trecento: considerado por alguns o período pré-renascentista, por ser o momento
inicial. Apesar dos artistas desse período carregarem traços medievais, eles já
apontavam para uma nova forma de expressão artística. Eles não usavam o latim,
mas sim o idioma toscano. Criticavam a visão restrita da Igreja, enalteciam o espírito
de investigação e eram influenciados por autores da Antiguidade Clássica. O Trecento
teve seu principal centro em Florença. Dante Alighieri (1265-1321) autor de Divina
Comédia; Francesco Petrarca (1304-1374) “pai do humanismo”; Giovanni Boccaccio
(1313-1375) autor de Decameron. Giotto di Bondone (1266-1337) explorou a técnica
do afresco, um tipo de pintura realizada em paredes [...]Criou personagens menos
rígidos.
O berço do Renascimento
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- O Quattrocento: os artistas buscaram aperfeiçoar suas técnicas aproximando-se da
ciência. Os pintores passaram a fazer uso da geometria e criaram a perspectiva,
recurso que lhes permitia reproduzir na tela cenas tridimensionais. Nesse momento,
ao invés das paredes e madeiras, são telas de tecido resistente apoiadas em cavaletes
a preferência desses artistas.
- O Cinquecento: período de plena maturidade do Renascimento. No Cinquecento
temos artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-
1564) e Rafael Sanzio (1483-1520).
- Leonardo da Vinci é conhecido pela tratamento psicológico que dava aos personagens
e pelo domínio da técnica que ele mesmo chamou de chiaroscuro (claro-escuro),que
consiste no jogo de luz e sombra. Sant’Ana , Monalisa e A última ceia.
O berço do Renascimento
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- Michelangelo foi o autor dos afrescos da Capela Sistina, em Roma. Atuou também
como escultor. Pietà, Moisés e Davi.
- Rafael Sanzio trabalhou em Roma sob os auspícios dos papas Júlio II e Leão X.
Reproduzia o tema religiosos e também pagãos, como é o caso de A Escola de Atenas,
em que resume a história da filosofia grega.
- No âmbito da literatura e do pensamento político, o Cinquecento produziu autores de
importância universal, como Ludovico Ariosto, Torquarto Tasso e Nicolau Maquiavel
(faz uma reflexão sobre a natureza do poder político e dá conselhos aos soberanos
sobre a melhor forma de constituir um governo centralizado e unificar a península
itálica). O príncipe.
O Renascimento se espalha pela Europa
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- Flandres. Atual Bélgica. A pintura ali não era tão influenciada pela arte greco-romana.
Jan Van Eyck (1390-1441), artista que costumava pintar retratos e cenas religiosas.
Desidério Erasmo (1446-1536), Erasmo de Roterdã. Seu trabalho mais conhecido é
Elogio da loucura, dedicado a Thomas Morus. Crítico do pensamento dogmático, Erasmo
defendia o retorno da Igreja à simplicidade proposta nos Evangelhos.
- Sacro Império. Albrecht Durer (1471-1528) e Hans Holbein (1497-1543). Holbein se
notabilizou como retratista, sendo muito conhecidos os retratos que pintou de Erasmo e
do rei inglês Henrique VIII. No Sacro Império existia notáveis estudos humanistas
efetuados nas universidades, isso em fins do século XV. Criticavam a Igreja, esse
caminho foi seguido por Philip Melanchthon e Martinho Lutero (Reforma Protestante).
O Renascimento se espalha pela Europa
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- Inglaterra. O desenvolvimento da cultura renascentista ocorreu tardiamente na
Inglaterra, e seus principais representantes são escritores. Thomas More ou Morus
(1478-1535) que escreveu Utopia. Para escrevê-la, inspirou-se na descrição de
Américo Vespúcio sobre a América. O mais conhecido representante do renascimento
inglês foi William Shakespeare (1564-1616).
- França. O renascimento foi um movimento principalmente literário e filosófico na
França. François Rabelais autor de Gargântua e Pantagruel onde encontramos críticas
aos costumes, a tirania e o dogmatismo da Igreja e da guerra. No âmbito da filosofia,
destacou-se Michel Montaigne (1533-1592).
- Espanha. Os impulsos renascentistas presentes nessa região eram obrigados a lidar
com a forte repressão da Igreja. Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616) autor de
Dom Quixote.
O Renascimento se espalha pela Europa
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- Portugal. Francisco Sá de Miranda (1481-1558) e Luís de Camões (1524-1580).
Literatura.
- A ciência no Renascimento:
Miguel de Servet 91511-1553) médico e humanista descobriu a chamada “pequena
circulação” do sangue ou circulação pulmonar.
Francis Bacon (1561-1626) divulgou o método indutivo do conhecimento, pelo qual se
deve partir da observação das coisas concretas para se chegar à compreensão das leis e
processos gerais ou universais. Para ele, o conhecimento científico só poderia ser
alcançado por meio da observação e experimentação.
William Harvey (1578-1657) fisiologista e anatomista, desvendou a circulação do
sangue.
A ciência no Renascimento
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Nicolau Copérnico (1473-1543) notabilizou-se como astrônomo. Desenvolveu a teoria
heliocêntrica, segundo a qual a Terra e outros planetas giram em torno do Sol.
Derrubou, assim, a velha teoria geocêntrica, formulada na Antiguidade por Cláudio
Ptolomeu e adotada pela Igreja Católica.
Galileu Galilei (1564-1642) considerado fundador da física moderna, investigou as leis
do movimento dos corpos. Com um telescópio por ele mesmo construído, observou o
céu e chegou a conclusões semelhantes às de Copérnico.
Johannes Kepler (1571-1630) demostrou que os planetas descrevem uma órbita elíptica
e não circular, como pensava Copérnico.
A Igreja Católica vai reprimir essas visões. Galileu, por exemplo, esteve preso e só não
foi para a fogueira porque renegou suas descobertas.
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Reforma e Contra-Reforma
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- Na Idade Média, antes da formação do Estado Moderno, prevalecia a ideia de
cristandade, que designava o conjunto de países católicos em oposição ao mundo
mulçumano e às regiões orientais não cristianizadas.
- A partir de 1517, através da figura de Martinho Lutero, ocorreu mudanças
importantes. Ele iniciou a Reforma Protestante.
- A Reforma vai criticar ferozmente o “comércio do perdão”.
Antecedentes da Reforma
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- A reforma sinaliza uma mudança na esfera religiosa. Transição da Idade Média para a
Idade Moderna.
- No decorrer do século XV, alguns humanistas apontaram deturpações cometidas pela
Igreja e criticavam a corrupção reinante em sua alta hierarquia.
- Os abusos cometidos pelo clero, desde a venda de relíquias sagradas (como pretensos
pedaços da cruz em que Cristo foi crucificado), efetuada pelo baixo clero, até a
intervenção política em problemas internos dos reinos pelos papas, tudo contribuía
para justificar as críticas dos intelectuais humanistas.
- De acordo com um desses humanistas, Erasmo de Roterdã, era preciso que a Igreja
assumisse uma posição mais humilde e desvinculada da vida material, conforme
propunha os Evangelhos.
Antecedentes da Reforma
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- Nesse contexto, surgiu Martinho Lutero, que propunha mudanças na Igreja de Roma.
Suas propostas provocariam um intenso movimento de transformação religiosa em
toda a Europa Ocidental, que ficou conhecida como Reforma Protestante.
- A própria ascensão da burguesia e desenvolvimento do capitalismo estimulou a
Reforma. O lucro, a busca por esse lucro, algo tipicamente capitalista, era condenado
pela Igreja Católica. Lutero, por outro lado, tinha uma visão mais tolerante em relação
ao lucro. Outros reformadores, como Calvino, iriam mais longe, defendendo
abertamente o direito ao lucro. Seria natural, então, que comerciantes e homens de
negócio os apoiassem.
A fé de Lutero
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- De origem germânica, Martinho Lutero (1483-1546) era monge e teólogo católico. Em
1517, Lutero estava ensinado na universidade de Wittenberg (Sacro Império), quando
apareceu por ali um religioso vendendo indulgências (absolvição de pecados). Naquele
tempo, as autoridades da Igreja difundiam a ideia de que a compra de indulgências era
condição para garantir a salvação dos fiéis.
- Contrário a isso, Lutero afixou na porta da Igreja um texto que ficou conhecido como
95 teses, no qual discordava em pontos importantes da prática católica. Ele recebeu
apoio de muitos nobres e integrantes da burguesia. Lutero conquistava adesão de
parcela cada vez maior da população. Muitos dos principados germânicos, convertidos
às novas doutrinas, passaram a empreender o confisco de terras da Igreja. Após alguns
anos, as ideias de Lutero levaram os nobres a reivindicar a autonomia religiosa dos
principados germânicos em relação a Roma.
A fé de Lutero
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- Diante dos conflitos que se disseminavam pelo Império, Carlos V, imperador católico,
convocou uma assembleia para decidir do apoio às propostas de Lutero. A reunião
declarou que as novas doutrinas poderiam ser seguidas apenas em alguns principados,
mantendo a hegemonia da Igreja Católica na maior parte do Império. Revoltados,
nobres e burgueses protestaram violentamente contra essa decisão. A partir desse
acontecimento, os seguidores da Reforma Luterana passaram a ser chamados de
protestantes. O conflito se prolongou até 1555, quando foi celebrada a Paz de
Augsburgo, concedendo a cada príncipe o direito de escolher a religião de seu
principado. Ainda em 1530, auxiliado pelo humanista Filipe Melanchthon, Lutero redigiu
a Confissão de Augsburgo, que constituiu a doutrina da Igreja Luterana.
A fé de Lutero: princípios
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- Sacerdócio universal: qualquer um pode interpretar os textos sagrados e ser
“sacerdote de si mesma”, sem necessidade de um representante para intermediar sua
relação com Deus.
- A tese da salvação pela fé: rejeita a crença católica da salvação pelas obras,
especialmente as “falsas boas obras”, pagas com dinheiro.
- A abolição do celibato dos sacerdotes.
- A eliminação dos sacramentos, isto é, das cerimônias de bênção aos fieis, com
exceção do batismo e da eucaristia.
- A substituição do latim pela língua germânica nas cerimônias religiosas.
- A rejeição da hierarquia do clero católico (padre, bispo, arcebispo, cardeal e papa).
Revoltas camponesas no Sacro Império
A
- A pregação de Lutero foi interpretada pelos camponeses como uma reforma religiosa.
Para eles, o novo credo autorizava a luta contra a nobreza e por melhores condições
de vida. Assim, em 1524 eclodiu no Sacro Império uma revolta popular de grandes
proporções, liderada por Thomas Muntzer.
- Muitos mosteiros e castelos foram incendiados. Os nobres senhores reagiram com
violência, recebendo total apoio de Lutero, que aconselhava “golpear, estrangular e
apunhalar os camponeses, pois não há nada mais diabólico do que um homem
revoltado”. A revolta foi reprimida e Thomas Muntzer morto.
A Igreja Calvinista
A
- Sarcedote francês convertido ao luteranismo, João Calvino (1509-1564) levou ainda
mais longe as propostas de reforma do Lutero. Estabelecido em Genebra, na Suíça,
sua pregação conquistou grande número de adeptos.
- Calvino registrou sua doutrina na obra Instituição da religião cristã, 1536. De modo
sintético, o calvinismo – semelhante ao luteranismo em muitos aspectos –
apresentava as seguintes propostas:
- Aceitação exclusiva das sagradas escrituras como instrumento para conhecer a
verdade divina.
- Predestinação: independente das obras no mundo material, desde o nascimento as
pessoas estão destinadas por Deus à salvação ou à condenação.
- Eliminação de imagens de santos e das cerimônias pomposas no culto.
- O lucro não era pecado, e a única maneira de alguém saber se era predestinado à
salvação era obter lucro através de trabalho árduo e disciplinado.
O anglicanismo
A
- Forma como as ideias de Lutero ganhou forma na Inglaterra. Henrique VIII, agindo
mais por interesses políticos do que religiosos, rompeu com o papa em 1534 e
publicou o Ato de Supremacia, pelo qual estabeleceu as bases da Igreja Anglicana. A
nova religião adotou elementos do calvinismo e manteve outros do catolicismo. Sua
peculiaridade consistia no fato de o rei ser chefe supremo. Posteriormente, Elisabeth I
proclamou o anglicanismo a religião oficial da Inglaterra. Muitos protestantes ingleses
continuaram, entretanto, a lutar para que a Igreja Anglicana fosse “purificada” de
seus vestígios de catolicismo. Eram os puritanos, que acabaram aderindo
definitivamente às doutrinas calvinistas. Como consequência dessa divisão, a
Inglaterra seria mais tarde assolada por lutas de caráter político-religioso. Tais lutas
levaram às Revoluções Inglesas do século XVIII.
A contra-reforma católica
A
- O concílio de Trento (1545 e 1563), do qual participaram representantes da Igreja
Católica de toda a Europa, coordenou e orientou o movimento.
- O concílio não abraçou nenhuma das críticas protestantes, mas tomou providência
para moralizar o clero e fortalecer a autoridade da hierarquia católica. A Companhia
de Jesus (1534) teve um importante papel no concílio...seus integrantes, os jesuítas,
logo se espalhariam pelo mundo com o objetivo de expandir a fé católica, colaborando
assim na luta contra o protestantismo.
Consequências da reforma
A
- A reforma pôs fim no monopólio espiritual da Igreja Católica.
- Estimulou o desenvolvimento do capitalismo.
- Impulso a alfabetização.
- Intolerância as artes e as ciências.
- Ocorreram guerras de religiões. Muitos fugiram para a América do Norte, por
exemplo.
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O Iluminismo e o Despotismo
Esclarecido
- No decorrer do século XVIII, difundiu-se na França e na Inglaterra um conjunto de
ideias opostas ao absolutismo do rei e ao misticismo religioso: o movimento
iluminista. Eles valorizavam a ciência e a racionalidade como forma de eliminar a
ignorância dos seres humanos acerca da natureza e da vida em sociedade. Para os
iluministas, a ignorância era alimentada pela tradição, pelo fanatismo e pelas crenças
religiosas. O iluminismo manifestou-se sobretudo no campo da filosofia, mas acabou
se refletindo ainda na política, na economia, na arte e na literatura. No campo
político, os iluministas se concentraram em defender os direitos do indivíduo e no
combate às arbitrariedades dos governos absolutos.
O Iluminismo

- Os iluministas acreditavam que para libertar os seres humanos das trevas da


ignorância era necessário valorizar a razão e a verdade. Vemos aqui, portanto, uma
relação entre iluminismo e renascimento cultural.
- Com o tempo, os pensadores iluministas tornaram-se porta-vozes de todos aqueles
que almejavam mudanças sociais, como o fim do poder absoluto dos reis e o triunfo
das liberdades individuais.
Os ideais das luzes

- A obra dos filósofos iluministas, em seu conjunto, apresentava algumas


características comuns. De modo geral, mantinha a crença inabalável no futuro e
uma visão positiva da humanidade – em outras palavras – os iluministas acreditavam
no progresso contínuo do ser humano.
- A fonte de todo progresso e da liberdade individual era a razão, guia para a
compreensão do mundo e das relações sociais, única forma para se livrar da
ignorância e da servidão. Nesse sentido, muitos iluministas se opunham aos
dogmas da Igreja, à tradição e o fanatismo.
- A força da noção de indivíduo.
- Defendiam também que as formas de governo haviam sido criadas pelas relações
humanas e não pela vontade divina. Defendiam a tese de que os governos
deveriam existir o bem da sociedade, com a função de garantir a liberdade
econômica e individual (suprimindo a escravidão e a servidão) e igualdade de todos
perante a lei.
Os ideais das luzes

- O Estado defendido pelos iluministas fundamentava-se na ideia de contrato social ,


segundo a qual cada indivíduo nasce com direitos inalienáveis, como o direito à vida,
à liberdade e à propriedade. Por isso, eles são também chamados de contratualistas
ou jusnaturalistas – palavra derivada da expressão latina jus naturalis, que significa
direito natural. Para os contratualistas , os indivíduos viviam originalmente em
“estado de natureza”, isto é, em uma situação na qual não havia nem governo nem
leis. Nessas condições, cada pessoa gozava de liberdade ilimitada, incluindo a de
agredir os outros. Para que tal situação não degenerasse numa guerra de todos
contra todos, tornou-se necessário que os indivíduos constituíssem um governo,
formando um Estado ou “sociedade civil”, por meio de um pacto ou contrato social.
Assim, o Estado seria o resultado do acordo de todos os indivíduos para a
preservação de seus direitos. Segundo John Locke, um dos defensores desses
princípios, quando o Estado não cumpre suas funções, a população tem o direito de
se rebelar contra ele.
Os filósofos iluministas

- Voltaire (1694-1778): notabilizou-se por combater a ignorância, a superstição, o


fanatismo religioso e por defender a razão, a tolerância e a monarquia constitucional.
Teve na infância uma rígida formação religiosa. Foi poeta, dramaturgo, escritor e
filósofo e considerava a escrita e os livros as principais armas contra a ignorância.
Preso várias vezes por suas ideias, exilou-se na fronteira com a Suíça e na
Inglaterra. Escreveu, entre outros livros, “Cartas inglesas” e “Tratado sobre a
tolerância”.
- Montesquieu (1689-1755): escreveu “O espírito das leis”, livro em que critica a
monarquia absoluta e defende a organização do Estado em três poderes: legislativo,
executivo e judiciário. A independência entre os poderes, segundo Montesquieu,
garantia o equilíbrio do Estado e a liberdade dos seres humanos. Ele também teceu
críticas severas aos costumes morais e religiosos de sua época na obra “Cartas
persas”.
Os filósofos iluministas

- Denis Diderot (1713-1784) e Jean le Rond d’ Alembert (1717-1783): foram os


responsáveis pela Enciclopédia, obra que pretendia reunir todo o conhecimento
existente naquele período. Vinte volumes já haviam sido publicados entre 1751 e
1772, ano em que a edição foi proibida. Resultado de um processo de criação
coletiva, a Enciclopédia circulou pela Europa e contribuiu para divulgar as ideias
iluministas.
- Jean- Jacques Rousseau (1712-1778): em parte de sua obra, Rousseau procurou
analisar as razões das desigualdades sociais. Segundo ele, o ser humano é
naturalmente bom, mas a sociedade o corrompe, gerando desigualdade social,
escravidão e tirania. Assim, ao contrário da maioria dos iluministas, Rousseau
questionava a crença no progresso contínuo da humanidade. Em seu livro “O
contrato social” sustentou forte argumentação a favor de uma sociedade
democrática, baseada na igualdade entre os indivíduos e no respeito ao que chamava
de “vontade geral”. Defensor da soberania popular, foi condenado e perseguido por
sua obra.
O Despotismo Esclarecido

- De modo geral, os filósofos usam o termo “despotismo” para se referir a um


governo cujo poder não tem limites. O déspota é um governante que detém o poder
absoluto e governa segundo sua própria vontade. Consideram, contudo, que um
déspota, mesmo governando seguindo sua própria vontade, se for esclarecido e
sábio, pode ser um bom modelo de governo. Conhecendo a natureza humana e a
verdadeira natureza das coisas, o déspota esclarecido poderá instaurar em seu país a
tolerância e a liberdade religiosa, destruir a servidão, instruir os povos e modernizar
seu Estado. Entre os monarcas do século XVIII, Frederico II (Prússia) e Catarina II
(Rússia) pareciam, aos olhos dos filósofos, encanar esse ideal. Voltaire se
correspondia-se com ambos e chegou a passar uma temporada na corte prussiana.
Diderot foi hóspede de Catarina em São Petersburgo. Mas os dois se decepcionaram.
Frederico mostrou-se belicoso demais, Catarina liderou a invasão da Polônia, que foi
dividida entre a Prússia e a Rússia. Os pretensos déspotas ilustrados apropriaram-se
de uma nação soberana e ali instalaram uma administração tirânica. Os filósofos
então perceberam seu engano.
Luzes na economia

- Os pensadores iluministas marcaram também a área econômica, dominada na


época pelos princípios mercantilistas, caracterizados pela intervenção do Estado na
economia por meio de monopólios, proibições e regulamentos. As atividades
comerciais eram então consideradas as principais fontes de riqueza e dependiam da
proteção do Estado para sua plena realização.
- A partir do século XVIII, os teóricos afirmavam que a intervenção do Estado
limitava o desenvolvimento das atividades econômicas.
- Os primeiros economistas a defender essas ideias foram os fisiocratas (de
fisiocracia, governo da natureza). Seu principal representante na França foi
François Quesnay, para quem a agricultura constituía a principal fonte geradora de
riqueza. Outro fisiocrata de destaque foi Vicent de Gournay, que consagrou o lema
“deixe fazer, deixe passar”, que se transformaria num dos princípios fundamentais
do liberalismo econômico.
Luzes na economia

- As ideias dos fisiocratas acabaram influenciando o escocês Adam Smith, fundador


do liberalismo econômico, que publicou, em 1776, o livro “Investigação sobre a
natureza e as causas da riqueza das Nações”. Nessa obra, Smith defende o trabalho
como base de toda riqueza, em oposição aos mercantilistas e aos fisiocratas. O
economista era ainda a favor do trabalho livre assalariado e contrário ao
protecionismo, ao sistema colonial e à excessiva intervenção do Estado na economia.
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As revoluções inglesas do século XVII

CONTEXTO
- Elisabeth I, que era uma rainha da dinastia Tudor, filha de Henrique VIII, investiu
na marinha inglesa e na pirataria, com o intuito de fortalecer a economia da época.
- Já era uma Inglaterra Anglicana, que havia confiscado os bens da Igreja.
- A Lei dos Cercamentos dos campos ganhava força.

- Revolução Puritana e Guerra Civil (1640-1649).


- “República” de Oliver Cromwell (1649-1658).
- Restauração da dinastia Stuart (1660-1688).
- Revolução Gloriosa e a fundação da Monarquia Parlamentarista.
As revoluções inglesas do século XVII

- Com uma duração de quase 50 anos, entre 1642 e 1689, as Revoluções Inglesas
foram cercadas por quatro momentos específicos. Esse período foi considerado a
primeira grande revolução da burguesia dentro da Europa e o início de uma
mudança de tempos que questionava o Absolutismo e a nobreza no poder.
- Com a morte de Elisabeth I, a rainha virgem, o trono ficou sem sucessor. A partir
daí, iniciou-se a era da dinastia Stuart. O primeiro rei foi Jaime I, já de início, ele
começou a inserir diversas mudanças que não agradaram ao Parlamento nem a
sociedade. A primeira delas foi a chamada INTOLERÂNCIA RELIGIOSA. Por ter
influências católicas, ele não permitia o Calvinismo, perseguindo quem praticava
essa religião.
As revoluções inglesas do século XVII

- Jaime I também acreditava no Direito Divino dos Reis, com isso, ele começou a
mostrar um poder autoritário, onde a única opinião que interessava era a do rei,
desagradando o Parlamento.
- Jaime I morreu em 1625, sendo sucedido por Carlos I, que permaneceu com os
mesmos ideais do pai. Ademais, ele mudou as tarifas alfandegárias, implementando
o chamado SHIP MONEY, que era o imposto cobrado anteriormente apenas em
regiões portuárias, e com a chegada do novo rei passou a ser exigido em todas as
cidades inglesas.
As revoluções inglesas do século XVII

- Nesse cenário, iniciou-se uma guerra civil e, o exército de Carlos I, foi derrotado
em 1649, após ser condenado por traição contra a Inglaterra.
- Entre 1649 e 1658, ocorreu o que foi chamado de Revolução Puritana. Na época, a
Inglaterra era governada por Oliver Cromwell, que também acreditava no
autoritarismo do rei como base do governo. Com sua morte, em 1658, seu filho não
conseguiu manter as rédeas o país, foi então, que o parlamento e a sociedade civil
tomaram a arriscada decisão de restaurar a monarquia Stuart.
As revoluções inglesas do século XVII

- Com o retorno da dinastia Stuart ocorreu o governo de Carlos II e, logo depois, de


Jaime II, entre os anos de 1658-1688. Porém, permaneciam os conflitos com o
Parlamento. Jaime II, que entrou no poder em 1665, tinha como objetivos principais
reinstituir o catolicismo e o absolutismo na Inglaterra. Os parlamentares então,
organizaram um poderoso exército contra o rei. Ele, por sua vez, temendo ser
decapitado, exilou-se na França. Para substituí-lo, os parlamentares escolheram o
genro de Jaime II, um nobre holandês protestante, Guilherme de Orange, que
assumiu o trono com o título de Guilherme II (1668). Esse episódio ficou conhecido
como Revolução Gloriosa porque ocorreu sem derramamento de sangue.
As revoluções inglesas do século XVII

- O novo monarca assinou a Declaração de Direitos (Bill of. Rights), documento


que pôs fim ao Absolutismo e instaurou na Inglaterra a monarquia constitucional,
sistema que limitava definitivamente os poderes do rei e ampliava os do
Parlamento. Foi uma vitória do regime parlamentar sobre o Absolutismo real e o
início de um período de moderação entre burguesia e nobreza na política na
Inglaterra, sistema de governo que recebeu o nome de monarquia parlamentar.
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A Revolução Industrial
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- A ideia de Modernidade começou a se afirmar na Europa a partir do século XVI,


quando as Grandes Navegações, iniciadas no final do século anterior, deram o sinal de
partida para uma Revolução Comercial. Ao mesmo tempo, o Renascimento
estabeleceria um novo paradigma para a percepção do mundo, da sociedade e da
História.
- A Revolução Comercial acelerou o processo de acumulação primitiva de capital, que
desembocaria na Revolução Industrial do século XVIII.
A Revolução Industrial
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- A expressão revolução industrial tem sido utilizada para designar um conjunto de


transformações econômicas, sociais e tecnológicas que teve início na Inglaterra, na
segunda metade do século XVIII.
- A revolução industrial desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do
capitalismo. Marcada por intensa acumulação de capitais na Inglaterra e por
profundas transformações nas formas de produção, na prática a revolução significou o
advento da indústria e da produção em série.
Surgem as fábricas
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- A revolução industrial foi o resultado de um longo processo que teve início na Baixa
Idade Média, com o aparecimento das corporações de ofício e o renascimento das
cidades e do comércio na Europa ocidental. Noções de lucro e de produtividade
ganham protagonismo: desenvolvimento de uma mentalidade voltada para o
enriquecimento e para a acumulação, isto é, a mentalidade empresarial capitalista.
- Com as grandes navegações, os europeus levaram para o seu território riquezas que
seriam aplicadas na fabricação de produtos destinados a alimentar um mercado cada
vez maior.
- Mudança nas formas de produção: para atender a demanda crescente surgiram
métodos mais eficientes de produzir as mercadorias. Com isso, as antigas corporações
de ofício foram substituídas pela produção manufatureira, dirigida por um comerciante
que controlava a produção de vários artesãos. Estes trabalhavam por encomenda,
com a matéria-prima e as ferramentas necessárias cedidas pelo comerciante, e, como
forma de pagamento, recebiam um salário.
Surgem as fábricas
Aa

- A partir de meados do século XVIII, alguns comerciantes perceberam que podiam


aumentar ainda mais a produção e os lucros. E, em vez de espalhar ferramentas e
matérias-primas, passaram a reuni-los num mesmo local para trabalhar: assim
surgiram as fábricas ou o sistema fabril.
- As fábricas trouxeram vantagens aos empresários. Era mais fácil controlar a
produção, fiscalizar a qualidade, etc. A fábrica possibilitou ainda incrementar a
produtividade, ao tornar mais eficaz o controle sobre a velocidade e o ritmo do
trabalhador. Além disso, a produção foi reorganizada. A fabricação de cada mercadoria
passou a dividida em várias etapas, num processo conhecido como ser produção em
série. Concentrado em uma única atividade, o trabalhador especializava-se e
aumentava a produção.
Surgem as fábricas
Aa

- Com mercadorias produzidas por meios baratos, era possível aumentar a margem de
lucro e o mercado consumidor.
- Foram as fábricas as principais responsáveis pelo desenvolvimento das grandes
cidades, um novo cenário dominado por chaminés e por multidões de trabalhadores,
marcado também por sério desequilíbrio ambiental.
- A transformação mais marcante foi o uso de máquinas movimentadas a vapor nas
unidades fabris, o que selou a passagem da produção artesanal domiciliar para a
produção em grande escala.
- Nessa mudança o trabalhador perdeu o controle de suas atividades. Na manufatura,
sem suas ferramentas e matérias primas, tornou-se dependente do comerciante. A
atividade do trabalhador tornou-se apenas uma parcela da produção geral e, ele
perdeu o domínio sobre o produto final de seu trabalho.
A Inglaterra
Aa

- A Inglaterra foi o primeiro país a reunir as condições necessárias para o


desenvolvimento do sistema fabril. Controle de vasto mercado consumidor. Entre os
séculos XVII e XVIII, os ingleses conquistaram à hegemonia desse mercado à medida
que suplantaram a concorrência com a Espanha, a Holanda e a França.
- O comércio inglês ampliou-se também no plano interno.
- Acumulação de capital. Disponibilidade de mão-de-obra através do cerceamento dos
campos.
A pleno vapor
Aa

- A produção de tecidos foi um dos primeiros setores a desenvolver o sistema fabril na


Inglaterra.
- As primeiras inovações na fiação surgiram em 1767, quando James Hargreaves criou
a máquina de fiar, que transformava fibras de algodão em fios. Dois anos depois,
Richard Arkwright patenteou o tear hidráulico. Também destinada à fiação, a máquina
introduziu várias novidades, como o uso da água como força motriz. Em 1779, surgiu
a máquina de fiar criada por Samuel Crompton. O novo equipamento produzia um fio
de qualidade superior e podia ser movido a vapor, tipo de energia amplamente
empregado nas fábricas da época. Para complementar o desenvolvimento técnico do
setor, Edmund Cartwright, em 1785, patenteou o tear mecânico, que transformava
fios em tecidos.
A pleno vapor
Aa

- O desenvolvimento da indústria têxtil incentivou outros setores. Para fabricar


máquinas, por exemplo, foi preciso melhorar a metalurgia do ferro. Ao mesmo tempo,
era possível associar a máquina a vapor a uma locomotiva colocada sobre trilhos,
fazendo-a puxar diversos vagões, ou adaptá-la a uma embarcação, dando origem ao
navio a vapor.
- Portanto, a mecanização iniciada no setor de fiação e tecelagem de algodão provocou
uma reação em cadeia, afetando outros setores.
Significados da Revolução Industrial
Aa

- No decorrer do XIX, a revolução industrial expandiu-se por outros países.


- O sistema fabril acabou se consolidando.
- No âmbito social, surgiu o proletariado, classe social. Devido aos baixos salários
mulheres e crianças também eram obrigadas a trabalhar, recebendo remunerações
menores.
- Alguns trabalhadores resistiram, por exemplo, à mecanização crescente da produção,
considerada responsável pelo desemprego. Um dos episódios que retratada bem a
situação desesperada dos trabalhadores dessa época foi a constante destruição de
máquinas pelos trabalhadores, principalmente entre 1881 e 1882, forma de protesto
que ficou conhecida como ludismo. Ao longo do século XIX, os trabalhadores
acabariam se organizando de outras formas.
HISTÓRIA
GERAL

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As fases da revolução industrial

- Primeira Revolução Industrial (XVIII): durou de 1750 a 1850. Essa fase foi
caracterizada por diversas descobertas as quais favoreceram a expansão das
indústrias, o progresso técnico e científico e a introdução das máquinas.
As fases da revolução industrial

- Segunda Revolução Industrial (XIX - XX)


A Segunda Revolução Industrial começa em meados do século XIX. Durou de 1850 a
1950. Período de consolidação do progresso científico e tecnológico, se espalhando
por outros países da Europa, como França e Alemanha.
. a invenção da lâmpada incandescente.
. criação dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, televisão, cinema e rádio).
. avanços na área da medicina e da química, como a descoberta dos antibióticos e das
vacinas.
. o uso do aço, material importante na criação das ferrovias.
. o uso do petróleo.
As fases da revolução industrial

- Segunda Revolução Industrial


Essa época ficou conhecida como época do Capitalismo Industrial, isso foi
aumentando cada vez mais as desigualdades sociais. Assim, começam a surgir os
sindicatos em defesa dos direitos dos trabalhadores. O fordismo e o taylorismo
vieram revolucionar o sistema de produção das fábricas com as famosas esteiras
rolantes. Elas dinamizam e otimizavam o processo, enquanto geravam mais lucro
para a classe detentora dos meios de produção, barateando ainda mais o custo dos
produtos.
As fases da revolução industrial

- A Terceira Revolução Industrial começou em meados do século XX, que abrange o


período de 1950 e permanece até a atualidade. Foi nesse momento que ocorre um
grande avanço da ciência, da tecnologia, da informática, (com o surgimento de
computadores, criação da internet, dos softwares e dos dispositivos móveis) da
robótica e da eletrônica.
.engenharia genética e biotecnologia.
. o uso de elementos radioativos.
. a chegada do homem na lua.
. surgimento de novas ligas metálicas que proporcionavam o avanço dos meios de
transportes, com a construção de naves espaciais e aeronaves.
HISTÓRIA
GERAL

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A independência das trezes colônias
inglesas

- As colônias inglesas da América do norte, inspiradas pelas ideias de John Locke e


dos filósofos iluministas, foram as primeiras a se rebelar contra a metrópole. O
movimento, além de romper com o pacto colonial, contribuiu para consolidar a
burguesia no poder e condenar ao fim os governos absolutos e o mercantilismo na
Europa.
A crise do antigo sistema colonial

- Na região sul da ocupação inglesa na América do Norte seguiu a lógica do pacto


colonial e, ali, foram instaladas grandes fazendas, nas quais se empregava mão-de-
obra escrava no cultivo de produtos tropicais destinados à exportação.
- Já no norte, surgiram núcleos coloniais com relativa independência. Fundados por
europeus que, na grande maioria, tinham fugido de perseguições religiosas. A base
de sua ocupação foi a pequena propriedade. Sem controle rígido, esses colonos
acabariam criado organizações políticas próprias e mantendo intenso comércio com
outras regiões.
- Mas, com a Revolução Industrial, para sustentar o desenvolvimento econômico, os
ingleses decidiram ampliar a exploração colonial, em busca de matéria-prima e de
novos mercados consumidores.
- Nesse contexto, inspirados com os ideais iluministas, esses colonos se deram conta
de que seus interesses eram muito diferentes dos interesses da metrópole.
Conflitos entre as trezes colônias e a
Inglaterra

- As mudanças nas relações entre metrópole e colônia começaram a ocorrer logo


após a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) – Inglaterra x França lutando pelo
domínio do comércio ultramarino e do mundo colonial. Vitoriosa, a Inglaterra se
apoderou de vários territórios na América do Norte e na Índia, e se tornou a maior
potência marítima e colonial da época. Da posse de um vasto império colonial, os
ingleses trataram de organizá-lo de forma a fortalecer a economia do país , que
saíra desgastado da guerra.
- Em 1763, o rei inglês Jorge III proibiu os colonos ingleses na América de ocupar as
terras do interior do continente, localizadas a oeste das trezes colônias, nos vales
dos rios Ohio e Mississípi. Essa área, tomada da França na guerra, foi declarada
propriedade da Coroa e tornou-se reserva indígena, contrariando as expectativas
dos colonos, que esperavam poder se expandir nessa direção.
Conflitos entre as trezes colônias e a
Inglaterra

- O segundo passo de Jorge III foi impor aos colonos, em 1764, a Lei do Açúcar ,
que criava taxas adicionais sobre as importações de vários produtos, entre os quais
o melaço. O maior entrave dessa lei foi o rigor com que se cobravam os impostos
alfandegários, o que dificultava o contrabando, prática comum entre os colonos. Em
1765, outra lei foi criada, a Lei do Selo. A partir dessa lei, os colonos tinham de
afixar estampilhas em todos os jornais, folhetos e em numerosos documentos
legais. Como os selos eram ingleses, ao comprá-los, os colonos transferiam
recursos para a Inglaterra. O rei justificava essa lei argumentando que, com a
guerra, o tesouro inglês havia se esgotado e os colonos deveriam ajudar a pagar as
dívidas, contraídas também a favor dos interesses deles.
Conflitos entre as trezes colônias e a
Inglaterra

- ABAIXO A LEI DO SELO! Em repúdio à Lei do Selo, delegados de nove colônias,


reunidos em Nova York, redigiram a Declaração de Direitos e Agravos, em 19 de
outubro de 1765.
- Os norte-americanos não aceitaram essas imposições, alegando que a Lei do
Açúcar e a Lei do Selo na verdade constituíam impostos disfarçados. Para eles, o
fato de terem se fixado na América não lhes tirava a condição de cidadãos ingleses,
cujo direito fundamental era precisamente o de só aceitar impostos aprovados por
seus representantes no Parlamento. E, como os colonos não eram representados no
Parlamento inglês, julgavam que não deveriam pagar impostos votados pela casa.
- Os norte-americanos resolveram boicotar as leis impostas pela metrópole. Diante
da forte reação dos colonos, o governo britânico ficou sem saída e suspendeu as
duas medidas, mas adotou outras.
Conflitos entre as trezes colônias e a
Inglaterra

- 1773: a Lei do Chá, concedia à Companhia das Índias Orientais a exclusividade na


venda do chá inglês na América. Os colonos reagiram e promoveram a Festa do Chá,
em Boston: um grupo de homens, disfarçados de índios, lançou ao mar o
carregamento de chá de três navios da Companhia das Índias. Em represália, a
Inglaterra decretou, em 1774, um conjunto de leis, chamadas pelos norte-americanos
de Leis Intoleráveis, determinando o fechamento do porto de Boston e impondo
outras medidas que cerceavam a liberdade dos colonos.
A proclamação da independência

- Os colonos se reuniram no Primeiro Congresso Continental da Filadélfia (1774). No


encontro ficou decidido que eles não tolerariam mais nenhuma taxação sem
representação e fariam um boicote econômico irrestrito à Inglaterra. Os combates
iniciais entre norte-americanos e ingleses aconteceram em abril de 1775. Para
enfrentar poderosos adversários, os colonos contavam com uma milícia armada,
formada por voluntários, que havia se organizado ao longo dos anos de insatisfação
com a metrópole. Em maio de 1775, os colonos se reuniram no Segundo Congresso
Continental da Filadélfia. Nesse encontro, decidiram pela separação das colônias da
Inglaterra. Finalmente, em 4 de julho de 1776, foi aprovada a Declaração de
Independência, redigida pelo jurista Thomas Jefferson, com colaboração de outros
políticos.
A proclamação da independência

- Durante a guerra, Benjamin Franklin, um dos políticos que representavam o


Congresso norte-americano, foi enviado à Europa para conquistar aliados e o
reconhecimento da causa norte-americana. Muitos franceses se dispuseram a
ajudar, entre eles o marquês de La Fayette, que reuniu um exército e partiu para a
América. França, Espanha e Holanda também apoiaram os colonos.
- A guerra durou até 1781, quando o exército inglês finalmente capitulou. O acordo
de paz foi celebrado em Paris, em 1783. Derrotada, a Inglaterra teve de fazer
concessões aos vitoriosos: cedeu à França alguns territórios nas Antilhas e na África
e entregou a ilha de Minorca e a Flórida para a Espanha. Já em relação aos norte-
americanos, o Tratado de Versalhes reconheceu a independência dos Estados Unidos
da América, cujo território a partir desse momento passou a se estender, para
oeste, até o Mississípi.
A organização dos Estados Unidos

- Inicialmente, as ex-colônias se organizaram na forma de uma confederação, com


treze Estados independentes. A fim de elaborar uma nova organização para o país,
porém, os norte-americanos decidiram convocar a Convenção Constitucional da
Filadélfia. No encontro, os Estados concordaram em abrir mão da autonomia
irrestrita e formar uma união dirigida por um poder central forte. Esse arranjo
jurídico-político foi definido pela Constituição, concluída em 1787 e ratificada, não
sem alguma resistência, pelos treze estados membros. O país assim constituído
passou a se chamar Estados Unidos da América.
- República, sistema presidencialista, federação (embora existia um governo central,
os Estados conservam autonomia), sistema de divisão e equilíbrio (divisão dos três
poderes, Montesquieu). Também se inspiraram no John Locke. Mas a escravidão se
manteve.
HISTÓRIA
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A Revolução Francesa

- A revolução francesa é considerada um marco que assinala o fim da Idade Moderna


e o início da Idade Contemporânea. O movimento foi o mais poderoso golpe contra
o Antigo Regime na França e repercutiu em toda a Europa e em várias regiões do
mundo, inclusive na América. Lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Foram,
em alguma medida, inspirados ela “vibe” iluminista.
- Procuraram instituir um Estado caracterizado por maior participação política da
população e pela diminuição das desigualdades sociais. Inauguraram assim um
Estado que tinha como base o “povo” e o direito à cidadania.
As dificuldades da França no final do século
XVIII

- No século XVIII, prevalecia na França uma economia predominantemente agrícola.


Por volta de 1778, ocorreu uma crise que tornava evidente a precariedade
administrativa, política, financeira, econômica e social do país. A monarquia
absolutista de direito divino, que tinha como personagens centrais os membros da
dinastia dos Bourbon começa a ser amplamente criticada.
- Desde 1774, a França era governada por Luís XIV, que vivia no Palácio de Versalhes
distante dos interesses da população, que vivia na miséria. Para sustentar o luxo de
sua corte. Além de uma sociedade dividida em estamentos, outro fator que
aprofundava as diferenças era a grande dificuldade de romper com a economia
agrária e de implementar o desenvolvimento industrial.
As dificuldades da França no final do século
XVIII

- Além disso, a desorganização do governo era gritante. Proliferavam leis e


instituições diversas em várias províncias, as contas do rei se confundiam com as
contas do governo e constantes déficits eram provocados por gastos excessivos.
Isso tudo gerava um enorme descontentamento à maioria da população que
formava o terceiro estamento. Desse estamento, também fazia parte a burguesia,
que enriquecera na época de prosperidade do país. Tendo consciência de sua força,
a burguesia passou a lutar por mudanças que lhe permitissem exercer maior
controle sobre o governo e o Estado.
As dificuldades da França no final do século
XVIII

- Os problemas do país se intensificaram a partir de 1785, em razão de aspectos que


podem ser considerados as causas imediatas da revolução. O primeiro deles foi a
falência financeira do governo, principalmente depois dos gastos realizados com a
participação francesa na guerra de independência das trezes colônias. Outro aspecto
que acabou agravando a situação foi o tratado de comércio estabelecido com a
Inglaterra, em 1786. A medida favorecia a importação de manufaturados, o que
provocou o fechamento de empresas francesas, gerando onda de desemprego. Além
disso, um rigoroso inverno prejudicou as colheitas de 1788, causando escassez de
alimentos e altas de preço. Faminta e revoltada, a população, naquele momento
estava prestes a se sublevar.
As tentativas de reformas

- Turgot era um fisiocrata que procurou controlar as finanças, cortando gastos


públicos e propondo a cobrança de impostos da nobreza e do clero. Suas medidas,
porém, atraíram contra si a ira desses setores e ele acabou demitido. O substituto,
Necker, em 1781, publicou a relação das contas do governo, e a população ficou
escandalizada ao tomar conhecimento das despesas da corte, que consumiam os
recursos do país. Necker também foi demitido. A crise se agravava, e não havia
como conter as manifestações de revolta que ocorriam no país. Diante do inevitável,
a própria nobreza se rebelou e forçou o rei a convocar os Estados Gerais, ou seja, a
reunião dos representantes dos três estados (clero, nobreza e povo), o que não
acontecia desde 1614.
A revolução em curso

- Os Estados Gerais reuniram-se no Palácio de Versalhes em maio de 1789. O


terceiro estado era representado em sua maioria por burgueses. De imediato,
porém, surgiu o problema de como se fariam as votações. Se as votações
continuassem a ser feitas dessa forma, o clero e a nobreza votariam juntos e nada
mudaria. O terceiro estado exigiu que a votação fosse realizada por representantes
e não por estado. As discussões se arrastaram por um mês, mas não chegou a
acordo algum. O terceiro estado, então, decidiu se separar dos Estados Gerais e
proclamar-se Assembleia Nacional, com o objetivo de extinguir os privilégios da
nobreza e do clero e dar à França uma Constituição conforme os ideais iluministas.
Luís XVI tentou impedir a iniciativa, proibindo o encontro. Mesmo assim, os
representantes se reuniram e, por fim, os outros dois estados se aliaram ao terceiro
estado para formar a Assembleia Nacional Constituinte.
A Assembleia Nacional Constituinte

- Enquanto a Assembleia estava reunida, uma agitação crescente tomava conta das
ruas. Luís XVI, temeroso da revolta popular, concentrou tropas às portas de Paris e
de Versalhes. A população, por sua vez, procurava se armar a fim de defender a
Assembleia de uma possível agressão.
- Nesse clima, começaram a ocorrer os primeiros conflitos nas ruas de Paris. Em 14
de julho de 1789, uma grande massa popular tomou de assalto a Bastilha, uma
fortaleza utilizada como depósito e presídio, em busca de armas e munição. A
Bastilha era um símbolo de opressão, pois em seu interior ficavam trancafiados os
prisioneiros políticos.
- A revolução se espalhou por todo país. Os sangrentos episódios que se seguiram
forçaram o rei a retirar suas tropas, mostraram a força da população e levaram a
formação de um conselho de cidadãos para administrar Paris. Conduziram,
finalmente, à organização de um corpo de voluntários armados que se intitulou
Guarda Nacional, cuja chefia foi entregue ao general La Fayette.
A Assembleia Nacional Constituinte

- Muitos nobres, durante esse contexto, buscaram exílio e fugiram da França.


- Na França, as antigas estruturas começaram a ser alteradas pela ação dos
revolucionários. Em 4 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte
decidiu abolir os resquícios do feudalismo, privando a nobreza e o clero de muitos
privilégios, como o não pagamento de impostos. Inspiradas nos ideias iluministas
também nesse mesmo ano foi proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão. Em 1790, com a aprovação da Constituição Civil do Clero, os bens da
Igreja foram confiscados e os membros do clero passaram a ser funcionários do
governo. Em 1791, passou a vigorar a nova Constituição, que transformava a
França em monarquia constitucional e a reorganizava, de acordo com a teoria da
tríplice divisão dos poderes do Estado.
A monarquia constitucional (1791-1792)

- Ao concluir a Constituição, os membros da Assembleia deram seu trabalho por


encerrado e a dissolveram em 30 de setembro de 1791. Ficou definido que os novos
deputados seriam eleitos pelo voto censitário (renda) e constituiriam a Assembleia
Legislativa. O poder executivo ficou nas mãos do rei, responsável pela nomeação
dos ministros. O terceiro poder – o judiciário – foi formado por juízes eleitos.
- Na Assembleia Legislativa, os grupos políticos ficaram assim posicionados: do lado
direito da Assembleia, sentavam-se os girondinos , políticos moderados que
defendiam o respeito à Constituição; do lado esquerdo, ficavam os deputados mais
radicais, que lutavam pela implantação da República e queriam limitar o poder real,
caso dos jacobinos (liderados por Maximilien Robespierre) e dos cordeliers
(liderados por Georges Danton e Jean-Paul Marat); e, entre esses dois grupos,
sentavam-se os centristas, políticos de pouca expressividade, ainda sem posição
definida.
A monarquia constitucional (1791-1792)

- Vários problemas, entretanto, já ameaçavam a estabilidade do novo governo. Em


certas regiões, o clero insuflava os camponeses contra a revolução. Em Paris, o rei e
a rainha conspiravam contra o movimento, mantendo contatos com os nobres que
haviam deixado o país.
- Em abril de 1792, o governo francês, receando que os exilados organizassem a
contra-revolução, declarou guerra à Áustria e à Prússia, países que abrigavam a
maioria desses refugiados. O conflito então começou.
- A partir desse momento, as ações dos revolucionários tornaram-se mais radicais.
Luís XVI, suspeito de traição por colaborar com os invasores na guerra, teve seus
poderes suspensos pela Assembleia. Foi convocada a eleição para uma nova
assembleia, que adotou o nome de Convenção, dessa vez, os deputados foram
eleitos por sufrágio universal masculino, isto é, sem exigência de renda.
A época do Terror

- A Convenção tomou posse no mesmo dia em que os franceses venceram os


exércitos austríaco e prussiano e detiveram a invasão do território. Seu primeiro ato
foi a proclamação da República, seguido da adoção de um novo calendário e de uma
nova contagem do tempo: o ano de 1792 passava a ser considerado o Ano I. Com
isso, os revolucionários queriam marcar o início de um novo tempo, diferente
daquele do passado.
- Os partidos se reorganizaram nesse período. A direita continuava sendo
representada pelos girondinos, um partido então mais conservador e identificado
com os interesses da burguesia mais rica, ligada ao comércio colonial. A esquerda
seguia reunindo jacobinos e outros grupos políticos radicais, representando a
pequena burguesia e os sans-culottes – pessoas do povo que usavam calças
compridas em vez dos calções até o joelhos, utilizados pelos ricos.
A época do Terror

- Durante a revolução, o termo “sans-culottes” passou a designar as pessoas das


camadas populares. Ambas as tendências eram republicanas e revolucionárias, mas
os jacobinos pregavam a radicalização e queriam aprofundar as mudanças
revolucionárias. Seu principal líder era Robespierre.
- Com as suspeitas de traição de Luís XVI, ele foi condenado a morte e guilhotinado
em janeiro de 1793. Como reação, foi criada a Primeira Coalizão contra a França, na
qual Áustria, Prússia, Inglaterra, Rússia, Espanha e Portugal investiram contra a
revolução. Nesse contexto, a Convenção tomou medidas mais duras, convocou a
população para a defesa do país e instituiu a Lei dos Suspeitos, pela qual qualquer
pessoa denunciada como contra-revolucionária podia ser condenada à morte.
A época do Terror

- A cada dia aumentava as divergências entre girondinos e jacobinos sobre o


encaminhamento da revolução. Em junho de 1773, os jacobinos, o grupo mais forte
da Convenção, fizeram uma demonstração de força: com o apoio de
aproximadamente 80 mil homens e sessenta canhões, obrigaram a Convenção a
decretar a prisão dos principais líderes girondinos. A partir desse momento, os
jacobinos instalaram a ditadura na França e estabeleceram o regime do Terror.
- À frente desse movimento estava o jacobino Robespierre, apelidado de o
“incorruptível”, que era inspirado nas ideias de Rousseau. Para se fortalecer, o
governo da Convenção reuniu um grupo de ferrenhos defensores da revolução e
formou o Comitê da Salvação Pública , que tinha como atribuições cuidar da
administração do país e promover a defesa externa.
A época do Terror

- Robespierre, enquanto líder, se voltou contra várias pessoas e correntes políticas.


Ele acabou perdendo o apoio de muitos setores e, em julho de 1794, foi destituído e
morto. Logo em seguida, os girondinos voltaram ao poder e deram início à Reação
Termidoriana, como ficou conhecida a perseguição aos jacobinos. O retorno dos
girondinos significava a retomada de um caráter mais moderado no processo
revolucionário. Em 1795, a Convenção finalmente concluiu a nova Constituição,
conhecida como a Constituição do Ano III , por ser o terceiro ano no novo
calendário criado pela Revolução.
O Diretório (1795-1799)

- Com a nova Constituição, o país passou a ser governado pelo Diretório, controlado
pelos girondinos. Entre os principais acontecimentos dessa fase, destacam-se: a
eliminação de muitas das medidas aprovadas no tempo da Convenção, como o
sufrágio universal masculino; a continuidade da guerra contra diversos países,
liderados pela Inglaterra; e o agravamento da crise interna, em virtude da
desorganização da economia, da inflação e da corrupção por parte de setores do
governo.
- Em meio a essa crise generalizada, os líderes burgueses recorreram a Napoleão
Bonaparte, na época um general de prestígio. Apoiado pelo exército e pela
burguesia, Bonaparte deu um golpe de Estado contra o Diretório e assumiu o poder.
Esse fato, conhecido como o Golpe do 18 de Brumário de 1799, assinala o início de
uma nova etapa da Revolução Francesa.
O período napoleônico

- Em 1779, com um golpe militar, Napoleão Bonaparte tomou o poder da França.


Logo em seguida foi instituído o Consulado, e ele se tornou primeiro-cônsul. Em
1804, foi proclamado cônsul vitalício e, finalmente, imperador. Nos quinze anos que
se manteve no poder, Napoleão desejava transformar a França na maior potência
mundial. Governando de forma ditatorial, arrastou grande parte da Europa à guerra.
Em 1810, já controlava quase toda a porção ocidental do continente, faltando
apenas a Inglaterra.
- Internamente, Napoleão conseguiu restabelecer a estabilidade política e criou
infraestrutura capaz de impulsionar os negócios burgueses na França.
A ascensão de Napoleão

- Passados dez anos do início da revolução, a França estava longe da estabilidade


política, econômica e social desejada. Para completar o cenário, vários países
europeus conspiravam e guerreavam para pôr fim ao regime revolucionário na
França. Em meio a essa confusão, despontava vitorioso no campo de batalha um
jovem oficial chamado Napoleão. Ele estudou na Academia Militar francesa e
conseguiu projeção após a Revolução de 1789. Seu prestígio se consolidaria entre
1796 e 1797, período em que combateu a península Itálica e no Egito os inimigos
externos da revolução.
- Com a fama que alcançou, Napoleão representava a alternativa política ideal para
solucionar os problemas franceses. Era visto como um herói. Com tanta
popularidade, comandou em 1799 um golpe de Estado contra o Diretório e tomou o
poder. Como ainda vigorava o calendário revolucionário, o episódio ficou conhecido
como Golpe de 18 de Brumário.
A ascensão de Napoleão

- Um mês depois de Napoleão assumir o poder, entrou em vigor uma nova


constituição e foi criado o Consulado, um governo republicano com aparência
democrática, mas que na prática se revelou ditatorial. Com apoio e grandes poderes
que adquiriu, Napoleão procurou reestabelecer a ordem interna, reorganizar a
administração pública e reduzir a inflação. Com isso, a economia voltou a crescer.
Normalizou também as relações com a Igreja, rompidas desde 1790. Outra medida
foi a criação do CÓDIGO CIVIL (OU CÓDIGO NAPOLEÔNICO), reunindo princípios do
Direito romano, das ordens reais e da legislação civil e criminal vigente durante a
revolução.
- No plano externo, Napoleão conseguiu estabelecer a paz por meio de vitórias
militares e de negociações diplomáticas, neutralizando os adversários da França. O
ponto alto do governo, por exemplo, foi o tratado de paz assinado em 1802 com a
Inglaterra, que pôs fim a anos de conflitos, o que aumentou ainda mais o seu
prestígio. Em 1804, Napoleão, que dois anos antes tinha se tornado cônsul vitalício,
por meio de um plebiscito, tornou-se imperador.
O Império de Napoleão

- A paz firmada com a Inglaterra durou pouco. Em 1803, a maior potência marítima
e comercial do continente aliou-se à Rússia e à Áustria para combater a França.
Dois anos depois, Napoleão organizou uma grande expedição para invadir o
território inglês, mas as forças navais francesas foram derrotadas na batalha de
Trafalgar. Em terra, porém, o exército francês venceu as forças russas e austríacas,
em Austerlitz, em 1806.
- As guerras napoleônicas geraram numerosas mudanças no mapa da Europa. As
vitórias dos franceses no norte, por exemplo, provocaram o fim do Sacro Império
Romano-Germânico, que existia desde o século X. Em seu lugar instituiu-se a
Confederação do Reno.
O Império de Napoleão

- A Inglaterra continua sendo a principal oponente da França. Com uma poderosa


marinha e uma economia desenvolvida, resistia aos ataques de Napoleão. Tentando
minar as forças do maior adversário, em 1806 Napoleão impôs o BLOQUEIO
CONTINENTAL, que decretava o fechamento dos portos europeus ao comércio
inglês. Para cumprir o bloqueio, Napoleão pôs em prática um política de
intervenções e anexações. Em 1807, ordenou a intervenção militar na península
Ibérica, começando pela Espanha, em cujo trono colocou seu irmão José Bonaparte.
No mesmo ano, Napoleão tentou invadir Portugal, aliado inglês que havia se
recusado a aceitar o bloqueio. O que resultou na vinda da família real para o Brasil.
O Império Napoleônico ameaçado

- Na própria França, o prestígio de Napoleão estava abalado em todas as camadas


sociais em consequência do despotismo do regime e da continuidade das guerras.
Não só as baixas eram grandes, como milhares de jovens tentavam escapar do
serviço militar. Quanto mais se intensificavam as manifestações de oposição, mais o
governo recorria à censura aos jornais e aos livros e à repressão policial.
- No plano externo, a França não conseguia vencer a resistência dos ingleses, que
frequentemente encabeçavam coligações formadas om outros países adversários,
como a Áustria e a Prússia. O bloqueio continental também era cada vez mais
desrespeitado. Em 1810, o czar russo rompeu o acordo com a França e promoveu
uma reaproximação com a Inglaterra; em represália, Napoleão e suas tropas
invadiram a Rússia, em 1812.
O Império Napoleônico ameaçado

- Apesar de terem tomado Moscou, os franceses não conseguiram a vitória. Logo na


chegada, depararam com a cidade deserta e em chamas, não conseguiram abrigo
para descansar nem alimentos para repor as forças das tropas e dos animais
famintos. Também não encontraram os inimigos. Os russos haviam utilizado a
estratégia da TERRA ARRASADA. A derrota dos franceses fortaleceu a Inglaterra e
seus aliados. Arruinado, Napoleão teve de renunciar, em 1814 e foi exilado na ilha
de Elba. Os vitoriosos ocuparam a França, restabeleceram a monarquia dos
Bourbon e conduziram ao trono Luís XVIII, irmão do rei guilhotinado em 1793. Ao
mesmo tempo, os países vitoriosos decidiram se reunir e traçar os destinos da
Europa, organizando-se no CONGRESSO DE VIENA.
O governo dos cem dias

- O restabelecimento da monarquia dos Bourbon na França foi seguido do retorno


dos nobres que haviam fugido do país no início da revolução. Ao voltar, os exilados
tentaram recuperar os antigos privilégios e reaver seus bens, o que gerou grande
insatisfação popular. Nesse momento, Napoleão consegue fugir de Elba e, em março
de 1815, retomou o poder. O novo governou durou apenas 100 dias. Napoleão foi
definitivamente vencido na batalha de WATERLLO, na Bélgica, em junho de 1815.
Dessa vez, os ingleses o enviaram para um local distante, a ilha Santa Helena, em
pleno oceano Atlântico, onde morreu em maio de 1821.
O Congresso de Viena

- Após a derrota definitiva de Napoleão, os países retomaram seus encontros para


decidir sobre o destino da Europa, para refazer o mapa do continente e restabelecer
os governos anteriores às conquistas de Napoleão. As monarquias resolveram
tomar medidas para inibir futuros movimentos revolucionários, por isso, criaram a
Santa Aliança, uma força militar formada pelos exércitos monárquicos para garantir
ordem no continente e também nas colônias europeias. Na verdade, tratava-se de
uma tentativa de voltar à situação anterior a 1789.
- Apesar de o cenário recomposto pelo Congresso de Viena ter recebido o nome de
Restauração, já não era o mesmo dos tempos do Antigo Regime: os governantes,
por exemplo, foram obrigados a adotar Constituições. De todo modo, porém, a
“nova ordem” ignorava os anseios propagados pelas revoluções burguesas e,
justamente por essa razão, não conseguiria durar muito tempo.
HISTÓRIA
GERAL

NIL
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O pensamento e a ideologia no século XIX

O Idealismo Romântico

- Romantismo: é um movimento filosófico, cultural e artístico. Enfatizava o “eu”, a


criatividade, a imaginação e o valor da Arte. O movimento se opõe ao Racionalismo
e ao Empirismo da era anterior – a Era da Razão – representando a mudança do
objetivo para o subjetivo. O universo empírico deixava pouco espaço para a
liberdade e a criatividade do espírito humano. A ênfase romântica na Arte e na
imaginação é uma reação direta e crítica ao Empirismo.
- A visão do Romantismo é que a razão falsifica a realidade ao quebrá-la em
entidades desconectadas e inorgânicas, e que a melhor maneira de perceber a
realidade é por meio de sentimentos subjetivos e pela intuição. Dessa forma,
participa-se do assunto de nosso conhecimento em vez de o enxergar como algo
externo. A Natureza é uma experiência – não algo a ser manipulado e estudado.
Por meio da experiência, o indivíduo se torna mais consciente de seus sentimentos
e é isso que o faz criar valores morais.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O Idealismo Romântico
- As origens do Romantismo se encontram na Alemanha. Alguns dos filósofos e
escritores associados ao movimento Romântico foram Johann Wolfgang von Goethe
(1749-1832), Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling (1775-1854) e George Wilhelm
Friedrich Hegel (1770-1831), na Alemanha; Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) e
William Wordsworth (1770-1850), na Grã-Bretanha.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O Idealismo Romântico
-O Idealismo é a doutrina de que ideias e pensamentos constituem a realidade
fundamental. Essencialmente, é qualquer corrente filosófica que defenda a ideia de
que a única coisa verdadeiramente concebível é a consciência (ou o conteúdo da
consciência) e que não se pode ter certeza a respeito da existência de qualquer coisa
do mundo externo. Portanto, as únicas coisas reais são entidades mentais, não
físicas, pois estas existem apenas à medida que são percebidas.
A teoria de Kant sustentava a ideia de que não enxergamos as coisas por si só:
apenas compreendemos o mundo por meio de nosso ponto de vista humano. Os
Idealistas alemães que deram continuidade à filosofia de Kant – adaptando e
ampliando sua obra por meio de suas interpretações sobre o Idealismo – podem ser
considerados Românticos. Os mais importantes desses filósofos foram Johann
Gottlieb Fichte, Friedrich Schelling, Georg Wilhelm Friedrich Hegel e Arthur
Schopenhauer.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O Socialismo Utópico e o Socialismo Científico

- Ambos saem do berço teórico comum chamado "socialismo".

- No socialismo utópico se tem um pensamento de uma sociedade ideal que fosse


implementada de forma gradual, o socialismo científico tinha como base fazer uma
análise crítica ao capitalismo.

- O socialismo utópico foi elaborado por Conde de Saint-Simon, François-Charles


Fourier e Robert Owen. Para eles, esta sociedade ideal era possível e para chegar
nela não precisaria de força física ou luta armada. A sociedade por si só iria, de
forma pacífica, se organizar de forma a diminuir as desigualdades sociais.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O Socialismo Utópico e o Socialismo Científico

- Os fundadores do socialismo científicos são Karl Marx e Friedrich Engels. O termo


científico tem como base no fato de ser necessário realizar uma análise científica da
sociedade, ao contrário da sociedade utópica.

- Este pensamento surge no século 19, em meio à revolução industrial. Neste


período a sociedade enfrentava muitas dificuldades, principalmente no que se referia
às diferenças de classes. É em meio a esta revolução que é lançado em 1948 o
“Manifesto do Partido Comunista” por Marx e Engels. Esta obra analisou a história
das lutas entre as classes burguesas e proletárias.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O Cartismo

Recebe o nome de cartismo o primeiro movimento de massa das classes operárias da Inglaterra, ocorrido entre as décadas de 30
e 40 do século XIX, e que basicamente exigia melhores condições para os trabalhadores na indústria. Durante vários anos os
cartistas realizaram comícios e manifestações por todo o país, nos quais participaram milhões de operários e artesãos.

O nome do movimento tem sua origem na carta escrita pelo radical William Lovett, em maio de 1838, a chamada Carta do Povo,
na qual estavam registradas todas as reivindicações que os participantes do movimento desejavam ver implementadas.

A carta continha seis exigências:

voto universal;
igualdade entre os distritos eleitorais;
voto secreto por meio de cédula;
eleição anual;
pagamento aos membros do Parlamento;
abolição da qualificação segundo as posses para a participação no Parlamento;
O pensamento e a ideologia no século XIX

A doutrina social da Igreja

- Doutrina Social da Igreja é o conjunto de ensinamentos contidos na doutrina da


Igreja Católica, consoante ao Magistério da Igreja Católica e constante de dezenove
encíclicas e de pronunciamentos papais inseridos na tradição multissecular, que versa
sobre a dignidade humana e sobre o bem comum na vida em sociedade.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O liberalismo

- O liberalismo surgiu no século XVII como um conjunto de teorias políticas que


sustentaram uma luta estrutural e política contra o Antigo Regime, ou seja, contra a
monarquia absolutista. Como teoria econômica, o liberalismo surgiu no século XVIII
para conferir uma estrutura conceitual ao novo movimento econômico que surgiu
com a alta industrialização iniciada nesse século e consolidada no século seguinte.
Os principais teóricos do liberalismo clássico são Adam Smith, Alexis de Tocqueville e
Benjamin Constant. Já no liberalismo do século XX, adaptado às novas demandas de
mercado, temos teóricos como Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, representantes
da Escola Austríaca de Economia, que originaram o neoliberalismo e o
libertarianismo.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O anarquismo

- Filosofia política que se opõe ao Estado e ao Capitalismo. Valorizam a ação direta, a


liberdade, a igualdade e demais estratégias baseadas nesses princípios. Se opõem a
organização dos oprimidos na fórmula partido. Defendem o livre desenvolvimento
das potencialidades humanas e espaços verdadeiramente democráticos.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O evolucionismo
- Evolucionismo é um termo usado para denotar a teoria da evolução. Seu
significado exato mudou ao longo do tempo à medida que o estudo da evolução
progrediu. No século 19, foi usado para descrever a crença de que os organismos
deliberadamente melhoraram a si mesmos por meio de mudanças herdadas
progressivas.
O pensamento e a ideologia no século XIX

O positivismo
- O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século
XIX. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores Auguste Comte
e John Stuart Mill. Esta escola filosófica ganhou força na Europa na segunda metade
do século XIX e começo do XX. É um conceito que possui distintos significados,
englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do
século XX. Para Comte, o positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política.
Surgiu como desenvolvimento sociológico do iluminismo, das crises social e moral do
fim da Idade Média e do nascimento da sociedade industrial, processos que tiveram
como grande marco a Revolução Francesa (1789-1799). Em linhas gerais, ele propõe
à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente a
teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma filosofia da história).
O pensamento e a ideologia no século XIX

O positivismo
- O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de
conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar
que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos
válidos. Os positivistas não consideram os conhecimentos adquiridos através de
crenças religiosas, superstição ou qualquer outro, do campo espiritual, intuitivo ou
transcendente, que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o
progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.

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