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2011
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof. Manoel José Fonseca Rocha
Prof. Anderson Nereu Galcowski
980
R672h Rocha, Manoel José Fonseca
História da América / Manoel José Fonseca Rocha; Anderson
Nereu Galcowski. Indaial : UNIASSELVI, 2011.
192 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-391-4
Impresso por:
Apresentação
Prezado(a) acadêmico(a)!
Um grande abraço.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS......................... 1
VII
3 A ESTRUTURA COLONIAL............................................................................................................... 63
4 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO............................................................................................. 65
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 66
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 67
VIII
UNIDADE 3 – A AMÉRICA NO SÉCULO XX.................................................................................. 127
IX
X
UNIDADE 1
A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS
PRIMEIROS TEMPOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em seis tópicos. Em cada um deles, você encontrará
atividades que contribuirão para a apropriação dos conteúdos.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A colonização da América está atrelada às transformações econômicas e
políticas ocorridas na Europa a partir do século XII. Neste sentido, consideramos
relevante analisar, mesmo que brevemente, tais transformações.
2 O FEUDALISMO
Considerando a crise do sistema feudal, fator preponderante para o
processo de expansão marítima e imperialista europeia no final da Idade Média,
nos parece coerente iniciar nossa leitura relembrando e até mesmo aprofundando
nossa reflexão acerca das principais características pertinentes ao feudalismo.
3
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
Assim,
4
TÓPICO 1 A CRISE DO SISTEMA FEUDAL E O ACHAMENTO DE NOVAS TERRAS
E sobre isto Perry Anderson nos alerta para que de fato não foi o “simples”
advento de novas tecnologias voltadas à produção agrícola que estimularam
esse emergente sistema social. Somente após a consolidação do sistema feudal,
ou seja, as configurações das relações sociais de produção é que esses elementos
associados foram amplamente implementados.
5
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
Clero
Nobreza
Camponeses e Servos
NOTA
6
TÓPICO 1 A CRISE DO SISTEMA FEUDAL E O ACHAMENTO DE NOVAS TERRAS
7
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
NOTA
3 A CRISE DO FEUDALISMO
É comum encontrarmos sites e até mesmo livros didáticos descreverem de
maneira pragmática as causas do esfacelamento do sistema feudal, porém vários
debates historiográficos já denunciaram as dificuldades de padronização desses
conceitos. Durante o período medieval, o sul da Europa ocidental apresentou
traços peculiares que diferenciavam essa região das áreas mais centrais e daquelas
situadas ao norte.
8
TÓPICO 1 A CRISE DO SISTEMA FEUDAL E O ACHAMENTO DE NOVAS TERRAS
Esses fatos revelam o clima de insegurança que por sua vez propiciava
o desmantelamento de um sistema financeiro fragilizado pelas constantes
mutações monetárias impostas pelos soberanos. Sempre necessitados de
dinheiro, os monarcas diminuíam a proporção de metal precioso das moedas
e mantinham seu valor nominal, cunhando assim um maior número de peças
com a mesma quantidade de metal nobre. Mas dessa forma recebiam impostos
em moeda desvalorizada, o que os levava a efetuar nova desvalorização, e assim
sucessivamente. Para lembrar apenas o caso francês, entre 1330 e 1380, o Gros
perdeu 80% de seu valor real. (FRANCO JÚNIOR, 2006, p. 47).
9
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
10
TÓPICO 1 A CRISE DO SISTEMA FEUDAL E O ACHAMENTO DE NOVAS TERRAS
11
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
NOTA
12
TÓPICO 1 A CRISE DO SISTEMA FEUDAL E O ACHAMENTO DE NOVAS TERRAS
Neste sentido,
13
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
Por outro lado, o próprio europeu deverá aqui ser analisado a partir da
sua concepção antropológica pertinente ao período em questão, sem vulgarizá-
lo, julgá-lo, desmerecê-lo ou enaltecido. Houve nesse período uma convergência
de culturas, de seres distintos e concepções a respeito da própria existência
completamente antagônicas.
14
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
15
AUTOATIVIDADE
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Os países situados atualmente na América Latina e que foram colonizados
por espanhóis revelam suas origens nas civilizações pré-colombianas. Assim, a
proposta deste tópico é analisar as origens dos povos situados nesta região no
período anterior ao estabelecimento dos mexicas (astecas), em seguida verificar as
particularidades dos próprios mexicas, além de fazer uma observação da região
durante o período imediatamente anterior à chegada dos primeiros europeus.
2 OS PRIMÓRDIOS DA MESOAMÉRICA
Embora seja corrente, os testemunhos acerca da presença humana em
território ocupado pelo atual México a partir de 20.000 a.C. e até mesmo antes
disso, por volta de 35.000 a.C. chegando neste Continente através do estreito de
Bering, os fósseis encontrados no sítio arqueológico de Tepexpan, situado a cerca
de 40 quilômetros da Cidade do México, datam de no máximo 9.000 a.C.
17
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
18
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
19
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
20
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
21
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
22
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
LEITURA COMPLEMENTAR 1
23
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
FONTE: León-Portilla, Miguel. A conquista da América Latina vista pelos índios. Petrópolis:
Vozes, 1984. p. 16-18.
3 SOCIEDADES ANDINAS
Há indícios que revelam o interesse e incursões de europeus estabelecidos
na mesoamérica à região Andina anos antes da chegada de Pizarro no início do
século XVI. Nesta ocasião, este território era descrito como rico, próspero e assim
sendo, atendia aos interesses dos invasores espanhóis. Porém, esses relatos, como
outros concernentes ao período são fragmentados e não encontram na arqueologia
contemporânea o suporte necessário para serem analisados e interpretados em
sua totalidade.
24
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
Amazon R.
Tumbes
Cajamarca
Lima Cuzco
Titicaca Valley
Pacific
Ocean
25
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
A religião, prática recorrente entre eles, destacava o deus Sol como sua
principal figura divina. Outros animais como o condor e o jaguar também eram
considerados sagrados e consequentemente cultuados.
26
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
27
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
28
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
LEITURA COMPLEMENTAR 2
29
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
Os dominados
De certa maneira, poderíamos dizer que viviam fora dos quadros sociais,
que não dependiam, como os Llacta Runa, dos funcionários ou clérigos e que
eram simplesmente propriedade de determinadas pessoas. Não eram escravos
ou servidores para a produção, mas servidores domésticos. Não durou muito
tempo e muitos deixaram essa condição, passando a fazer parte das famílias às
quais serviam. Excepcionalmente, alguns alcançavam méritos ou mostravam
condições que os elevaram a altas posições. Não faziam parte dos censos, talvez
por serem considerados menos humanos, no entanto, ao que tudo indica, seu
destino foi menos árduo que o dos escravos nos impérios espanhol e português.
FONTE: Adaptado de: POMER, Léon. Os incas. In: História da América hispano-indígena. São
Paulo: Global, 1983. p. 32-34.
30
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
31
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
32
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
33
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
34
TÓPICO 2 | A AMÉRICA ANTES DOS EUROPEUS
35
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu:
36
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com Bethell (2004), como era vista Tenochtitlán tanto pelo
conquistador europeu quanto pelos povos que se localizavam às margens
de seu território?
37
38
UNIDADE 1
TÓPICO 3
AMÉRICA PORTUGUESA
1 INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a)! Nos dois primeiros tópicos, analisamos
respectivamente as conjecturas políticas, sociais e econômicas na Europa que
propiciaram à busca por novos mercados consumidores e fornecedores e as
características dos povos nativos do Continente batizado posteriormente de
América.
2 AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Pero Vaz de Caminha, ao concluir sua célebre carta em 1º de maio de 1500,
expressava sua satisfação em relação às terras recém encontradas. Considerada
por Capistrano de Abreu como “a certidão de nascimento do Brasil”, tornou-se
pública em 1790.
39
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
40
TÓPICO 3 | AMÉRICA PORTUGUESA
Senhor,
posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães
escrevam a Vossa Alteza a notícia do achamento desta Vossa terra nova, que se
agora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta a
Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que – para o bem contar e falar
– o saiba pior que todos fazer!
Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual
bem certo creia que, para aformosentar nem afear, aqui não há de pôr mais do
que aquilo que vi e me pareceu.
[...]
E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-
feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de
terra, estando da dita Ilha - segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas -
os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam
botelho, e assim mesmo outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira
seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam furabuchos.
[...]
E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito,
segundo disseram os navios pequenos que chegaram primeiro.
Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam
arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E
Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas
não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse pôr o mar quebrar
41
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
[...]
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés
uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao
pescoço. E Sancho de Tovar, e Simão de Miranda, e Nicolau Coelho, e Aires Corrêa,
e nós outros que aqui na nau com ele íamos, sentados no chão, nessa alcatifa.
Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem
de falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e
começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como
se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal
de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como
se lá também houvesse prata!
42
TÓPICO 3 | AMÉRICA PORTUGUESA
Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam
pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.
Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos
passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa,
logo a lançavam fora.
Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram
dele nada, nem quiseram mais.
[...]
Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saíra de Belém, a
qual esteve sempre bem alta, da parte do Evangelho.
[...]
43
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
E bem creio que, se Vossa Alteza aqui mandar quem entre eles mais
devagar ande, que todos serão tornados e convertidos ao desejo de Vossa Alteza.
E por isso, se alguém vier, não deixe logo de vir clérigo para os batizar; porque
já então terão mais conhecimentos de nossa fé, pelos dois degredados que aqui
entre eles ficam, os quais hoje também comungaram.
Entre todos estes que hoje vieram não veio mais que uma mulher, moça,
a qual esteve sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse; e
puseram-lho em volta dela. Todavia, ao sentar-se, não se lembrava de o estender
muito para se cobrir. Assim, Senhor, a inocência desta gente é tal que a de Adão
não seria maior -- com respeito ao pudor.
Creio, Senhor, que, com estes dois degredados que aqui ficam, ficarão
mais dois grumetes, que esta noite se saíram em terra, desta nau, no esquife,
fugidos, os quais não vieram mais. E cremos que ficarão aqui porque de manhã,
prazendo a Deus fazemos nossa partida daqui.
Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos,
até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista,
será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. Traz
ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas, e outras
brancas; e a terra de cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta
a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista
do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e
arvoredos – terra que nos parecia muito extensa.
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa
de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares
frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo
d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal
maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa
das águas que tem!
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar
esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve
lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para
essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir
e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!
44
TÓPICO 3 | AMÉRICA PORTUGUESA
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra
vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe. Porque o desejo que tinha de Vos
tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo.
E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra
qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito
bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de
São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d’Ela receberei em muita mercê.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro
dia de maio de 1500.
45
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
46
TÓPICO 3 | AMÉRICA PORTUGUESA
47
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu:
48
AUTOATIVIDADE
49
50
UNIDADE 1
TÓPICO 4
AMÉRICA ESPANHOLA
1 INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a)! Neste tópico, objetivamos analisar os motivos
que ocasionaram o envio das primeiras frotas espanholas com destino às terras
localizadas na região da mesoamérica e mais tarde na região andina.
51
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
52
TÓPICO 4 | AMÉRICA ESPANHOLA
53
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
● Mita: de origem inca, essa modalidade de trabalho era baseada em sua origem
na utilização de alguns homens pertencentes a comunidades dominadas na
exploração das minas por aproximadamente quatro meses, após esse período,
recebiam seu pagamente e novos trabalhadores eram sorteados para uma
mesma jornada.
54
TÓPICO 4 | AMÉRICA ESPANHOLA
Neste sentido:
55
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
NOTA
56
TÓPICO 4 | AMÉRICA ESPANHOLA
57
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu:
58
AUTOATIVIDADE
59
60
UNIDADE 1
TÓPICO 5
AMÉRICA INGLESA
1 INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a)! Neste tópico, nosso objetivo é analisar os
motivos pelos quais os ingleses manifestaram seu interesse pelas terras ao norte
do Continente Americano, bem como as características desses colonizadores e
os métodos utilizados no povoamento e colonização dessa região. Sem menos
importância, consideramos fundamental observar as relações entre ingleses e
nativos.
61
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
62
TÓPICO 5 | AMÉRICA INGLESA
3 A ESTRUTURA COLONIAL
As treze colônias inglesas implantadas na América do Norte eram
independentes umas das outras, submetendo-se politicamente diretamente ao
governo inglês. Diferentemente do modelo adotado por portugueses e até mesmo
por espanhóis em terras americanas, as colônias foram concebidas a partir da
iniciativa privada, culminando no desenvolvimento de uma acentuada autonomia
até mesmo em relação à própria metrópole.
63
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
64
TÓPICO 5 | AMÉRICA INGLESA
4 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
As características climáticas contribuíram para a definição do modelo
econômico de cada região, o clima tropical no sul e temperado no centro-norte,
no entanto, foi determinante o tipo de sociedade e de interesses existentes. Na
região Centro-norte a colonização foi efetuada por um grupo caracterizado por
homens que pretendiam permanecer na colônia (ideal de fixação), sendo alguns
burgueses com capitais para investir, outros trabalhadores braçais, livres,
caracterizando elementos do modelo capitalista, onde havia a preocupação do
sustento da própria colônia, uma vez que havia grande dificuldade em comprar
os produtos provenientes da Inglaterra.
65
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você viu que:
66
AUTOATIVIDADE
67
68
UNIDADE 1
TÓPICO 6
A AMÉRICA FRANCESA
1 INTRODUÇÃO
A colonização americana não se restringiu apenas a portugueses,
espanhóis, ingleses ou holandeses. Os franceses, assim como os demais,
promoveram a colonização da América disputando territórios e estabelecendo-se
principalmente ao norte das terras ocupadas pelos ingleses. Isso não significa sua
ausência nos demais territórios, pois foi costumeira a presença francesa na costa
do atual Brasil, assim como os holandeses, porém sua ocupação predominante
localizou-se no território do atual Canadá.
69
UNIDADE 1 | A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA: OS PRIMEIROS TEMPOS
casas e igrejas e levantou o forte de São Luís, que deu origem à cidade de São
Luís do Maranhão. Quase 21 anos depois, os franceses foram atacados por
forças portuguesas saídas de Pernambuco, sob o comando de Jerônimo de
Albuquerque. Derrotados, os invasores deixaram o Maranhão em 1615.
70
RESUMO DO TÓPICO 6
71
AUTOATIVIDADE
72
UNIDADE 2
DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA
DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA
DO PARAGUAI
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A presente unidade de ensino está dividida em quatro tópicos. No final de
cada um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a apropriação
dos conteúdos.
73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! É comum, ainda hoje, os livros didáticos tratarem
a independência das colônias americanas como sendo resultado de atos heroicos
e isolados do contexto sócio-histórico universal. Atualmente, faz-se necessário
desmistificar essas afirmações, pois nenhum fato histórico encontra resposta,
ou razões em si mesmo. Nesse sentido, nosso objetivo, nesse tópico, será o de
apresentar a Independência das treze colônias inglesas como sendo resultado
de um processo que encontra reflexos nas transformações econômicas, sociais e
intelectuais que a Europa vivia.
Assim, convido você a conhecer como surgiu uma das maiores potências
econômicas, culturais e bélicas do mundo – os Estados Unidos da América.
2 AS INFLUÊNCIAS EXTERNAS
Conforme já mencionamos, a independência das treze colônias inglesas
na América do Norte foi resultado de um processo que encontra origens dentro e
fora da América. Em geral, os historiadores costumam justificar a independência
dos Estados Unidos a partir dos seguintes fatores externos:
A Guerra dos Sete Anos (1756 a 1763): esse conflito ocorreu entre ingleses
e franceses, e encontra origens na disputa de terras no norte da América.
Ingleses e franceses discutiam questões de fronteiras territoriais. A Inglaterra,
embora vitoriosa, saiu falida do conflito, e como forma de engordar seus cofres,
resolveu apertar os laços mercantilistas com as treze colônias.
75
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
UNI
DICAS
SUGESTÃO DE FILME
3 AS ETAPAS DA INDEPENDÊNCIA
Os Estados Unidos da América tornaram-se independentes em 4 de julho
de 1776. Neste sentido, convido você a conhecer os fatos que propiciaram a
independência deste país nesta data.
● a partir de 1756, foi proibida a fabricação de tecidos, fato que atrasou e atrofiou
o processo de industrialização nas colônias do Centro-Norte;
● a partir de 1765, os soldados ingleses poderiam alojar-se nas colônias, fato que
evidenciou que a Inglaterra não estava disposta a perder o controle sobre as
riquezas da colônia;
● outras leis, como a Lei do Selo e a Lei do Açúcar, também foram sancionadas
pela metrópole. A primeira obrigava a selagem de todos os documentos oficiais,
jornais etc. que circulavam pela colônia. A segunda tinha por objetivo impedir
que os colonos americanos comercializassem seus produtos com outras regiões.
Esse conjunto de leis não foi bem recebido pelos colonos americanos, pois,
além de limitar os lucros e aumentar os impostos, elas também subordinavam
radicalmente as colônias à política metropolitana. Muitos colonos se rebelaram e
boicotaram tais leis.
77
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
78
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA INGLESA
79
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
80
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA INGLESA
81
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
LEITURA COMPLEMENTAR
O MANIFESTO DA AMÉRICA
“Possa ela [a declaração] ser para o mundo o que acredito será - algumas
partes mais cedo, outras mais tarde, mas, finalmente, para todos - o sinal para o
despertar dos homens a fim de que rompam os grilhões, nos quais a ignorância
simiesca e a superstição os persuadiram a acorrentar-se, e colham as bênçãos e
segurança do autogoverno”. - Jefferson a A. R. C. Weightman, 24.06.1826.
Repressão e resistência
82
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA INGLESA
O grande redator
83
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
Um sincero democrata
Mas o mais excepcional nele, para alguém criado na elite sulista, dono
de terras e de escravos, refinado, quase um renascentista pela abrangência dos
seus interesses e conhecimentos, é que Jefferson era um sincero admirador da
democracia. Estranhavam que alguém que tinha todos os aparamentos para
ser um conservador empedernido, um esnobe, um bon vivan, inclinava-se com
todo o seu afeto e simpatia para o homem comum. Jefferson acreditava que a
democracia era o único regime que permitia fazer com que os homens andassem
permanentemente de cabeça erguida, sem ter que inclinar-se ou rastejar-se para
ninguém. De certa forma, ele era a revivescência do antigo tribuno da plebe dos
tempos dos romanos: um nobre patrício que aderia às causas populares. Que
tais sentimentos fossem expressos por um senhor de escravos (aliás, quando
ele redigiu a constituição da Virgínia, tentou colocar uma cláusula abolindo a
servidão) é uma das mais notórias contradições da vida de Jefferson.
A embaraçosa escravidão
A aprovação
84
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA INGLESA
O significado da Declaração
A Declaração da Independência
85
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
da terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do
Deus da natureza, o respeito digno às opiniões dos homens exige que se declaram
as causas que os levaram a essa separação.
86
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você pôde:
87
AUTOATIVIDADE
88
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico, o objetivo será de apresentar o processo que desencadeou
a independência das colônias espanholas na América. A partir desse momento,
você terá condições de perceber os fatores responsáveis pelo processo de
emancipação das colônias, o porquê da América Espanhola ter-se fragmentado
em diversos países e conhecer a atuação política dos principais líderes do
processo de independência.
2 AS INFLUÊNCIAS EXTERNAS
Os fatores que desencadearam o processo de independência das colônias
espanholas na América não foram muito distintos daqueles pertinentes às
treze colônias inglesas. As influências foram tanto internas quanto externas.
Em suma, as colônias espanholas, da mesma forma que as inglesas, viviam
insatisfeitas com a opressão metropolitana, porém um fator acirrava ainda mais
este descontentamento, ou seja, as rivalidades entre Chapetones e Crioulos. Os
Chapetones eram colonos espanhóis que viviam na América e recebiam tratamento
diferenciado, ocupando cargos administrativos e influindo politicamente;
já os Crioulos, espanhóis nascidos na América, eram discriminados social e
politicamente pela Espanha. A origem do conflito está no fato de ambos fazerem
parte da elite colonial espanhola.
“Além disso, à medida que a defesa do império passou a ser confiada cada
vez mais à milícia colonial, cujos oficiais, mioria [sic], eram criollos, a Espanha
inventava uma arma que no final se voltaria contra ela própria. Mesmo ante de
chegarmos a esse ponto, a milícia já criava problemas se segurança interna”.
(BETHELL, 2004b, p. 27-28).
89
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
NOTA
90
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
ATENCAO
91
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
92
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
93
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
NOTA
Caro(a) acadêmico(a)! Por que será que o sonho de Bolívar não se tornou
realidade? Será que fatores externos aos interesses americanos, mais precisamente a América
espanhola, fizeram-se outra vez mais fortes?
94
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
UNI
Você não pode esquecer que as colônias foram, durante muito tempo, os
sustentáculos econômicos das monarquias europeias. Sem as colônias, os cofres das realezas
europeias ficariam vazios. Consegue imaginar então porque tanto desejo de retomar as
colônias.
95
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
96
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
LEITURA COMPLEMENTAR
Érica Turci
O contexto da luta
97
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
O “imbróglio diplomático”
A aliança com a França foi uma catástrofe para os espanhóis. A derrota dos
franceses e seus aliados em Trafalgar, em 1805, aniquilou a marinha espanhola,
dificultando a comunicação entre a Espanha e suas colônias da América. Ao mesmo
tempo, a maciça presença de militares franceses em solo espanhol fragilizou a
coroa, a ponto de Napoleão Bonaparte forçar a abdicação do rei Carlos 4º e de seu
filho Fernando 7º, e impor seu irmão, José Bonaparte, como rei da Espanha.
98
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
99
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
100
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você pôde:
101
AUTOATIVIDADE
3 Explique por que, para a Inglaterra, era mais vantajoso uma América
espanhola dividida do que unida.
102
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, gostaríamos de observar que quando utilizamos a expressão
“Guardiães da América” é para caracterizar a atitude dos Estados Unidos de
salvaguardar a América para os seus interesses econômicos.
2 A DOUTRINA MONROE
Em algum momento de sua vida escolar, você deve ter ouvido a expressão
“A América para os americanos”. Pois é, essa expressão está diretamente associada
à Doutrina Monroe.
UNI
103
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
Foi uma política proclamada pelos Estados Unidos em 1823, quando este
país afirmava que não toleraria medidas recolonizadoras do Velho Mundo nas
antigas colônias.
[...] a suspeita de que a França pudesse estar pensando numa intervenção
militar na América espanhola; a certeza de que a Inglaterra se opunha a
tal intervenção; e as pretensões destas e de outras potências europeias
de decretar o destino da América espanhola – que deram origem a
determinados trechos da mensagem presidencial de dezembro de 1823
ao Congresso dos Estados Unidos, que ficou conhecida como Doutrina
Monroe. Esta enfatizou a diferença entre o sistema político europeu
e o da América e declarou que qualquer interferência europeia com
o objetivo de oprimir ou controlar os governos independentes no
hemisfério ocidental podia ser considerada a expressão de uma atitude
inamistosa para com os Estados Unidos. (BETHELL, 2004b, p. 251).
UNI
104
TÓPICO 3 | OS ESTADOS UNIDOS: “OS GUARDIÃES DA AMÉRICA”
105
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
LEITURA COMPLEMENTAR
ESTADOS UNIDOS
Em meio aos tumultos que explodiam por toda a América Latina a partir
de 1810 - ocasionados pelas insurreições nativistas que buscavam a independência
das suas regiões do domínio do império espanhol e do português -, surgiu um
documento, aprovado pelo Congresso norte-americano em 1823, que fez história
- a Doutrina Monroe. Ela tornou-se o pilar das relações dos Estados Unidos para
com o mundo daquela época e para com os seus vizinhos. Mas, com o passar do
tempo, ela serviu como pretexto para os mais variados intervencionismos norte-
americanos no continente e áreas contíguas.
106
TÓPICO 3 | OS ESTADOS UNIDOS: “OS GUARDIÃES DA AMÉRICA”
O propósito norte-americano
107
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
3 O BIG STICK
Essa conduta política deve ser analisada a partir do contexto expansionista
dos Estados Unidos e da Doutrina Monroe.
● Corolário Onley (1825): seu objetivo era afirmar que Washington não toleraria
nenhuma intervenção europeia na América, sem ser previamente consultado.
108
TÓPICO 3 | OS ESTADOS UNIDOS: “OS GUARDIÃES DA AMÉRICA”
110
AUTOATIVIDADE
3 O que foi a política do Big Stick? Você acha que os Estados Unidos, hoje,
fazem uso de políticas como essa? Explique.
111
112
UNIDADE 2
TÓPICO 4
GUERRA DO PARAGUAI
1 INTRODUÇÃO
Até aqui estudamos o processo de independência das colônias americanas
e o surgimento de políticas que atrelaram à América Latina aos interesses
econômicos e políticos da Inglaterra e dos Estados Unidos. Nesse tópico,
iremos estudar a Guerra do Paraguai. Pode parecer um retorno, do ponto de
vista cronológico da História, se comparada às políticas imperialistas inglesas
e estadunidenses tratadas anteriormente, mas na verdade nosso interesse será
caracterizar a guerra a partir desses interesses.
● A Bacia do Rio da Prata era uma região disputada pelos governos, sobretudo
brasileiros e argentinos, porém passou também a ser disputada pelos paraguaios.
O rio, além de ser de boa navegação, permitia o intercâmbio econômico entre
esses países, fortalecendo suas economias.
113
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
E
IMPORTANT
114
TÓPICO 4 | GUERRA DO PARAGUAI
● Outro fato que acirrou a guerra foi a pilhagem promovida por proprietários
rurais uruguaios em fazendas e estâncias na fronteira gaúcha, situação
que levou o Brasil a invadir o Uruguai em 1851 para derrubar o governo
de Manuel Oribe e, em 1852, invadir o território argentino para destituir o
ditador Manuel Rosas.
115
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
116
TÓPICO 4 | GUERRA DO PARAGUAI
117
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
UNI
Mas você deve estar se perguntando: onde entra o Paraguai nessa história?
● Quase todas as crianças iam à escola, onde as melhores iam estudar, por conta
do governo paraguaio, em escolas europeias. Muitos voltavam engenheiros,
químicos, professores etc.
● Era o único país da América Latina que não se encontrava sob a égide do capital
inglês, isto é, não tinha dívidas com a Inglaterra.
● Estava em franca expansão industrial, portanto, não era um país calcado numa
economia essencialmente agrícola, diferente de seus vizinhos. A escravidão e o
latifúndio não faziam parte do cenário socioeconômico do Paraguai.
118
TÓPICO 4 | GUERRA DO PARAGUAI
UNI
Caro(a) acadêmico(a)! Você consegue imaginar por que o Paraguai não era bem
visto pelos seus vizinhos e pela Inglaterra?
119
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
● Cerca de 40% do seu território foi dominado pela Argentina e pelo Brasil.
● O Paraguai teve que pagar uma grande dívida de guerra, que no caso do Brasil
foi perdoada no Estado Novo de Getúlio Vargas.
120
TÓPICO 4 | GUERRA DO PARAGUAI
LEITURA COMPLEMENTAR
GUERRA DO PARAGUAI
Renato Cancian
O Grande Paraguai
121
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
O estopim do conflito
122
TÓPICO 4 | GUERRA DO PARAGUAI
Vitória brasileira
Consequências da guerra
123
UNIDADE 2 | DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA COLONIAL À GUERRA DO PARAGUAI
124
RESUMO DO TÓPICO 4
No Tópico 4, você pôde:
● Perceber que o Paraguai era uma grande potência no século XIX, e que
representava uma ameaça aos interesses imperialistas dos Estados Unidos e
da Inglaterra.
125
AUTOATIVIDADE
2 Explique por que o Paraguai não era um bom exemplo para seus países
vizinhos.
126
UNIDADE 3
A AMÉRICA NO SÉCULO XX
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A presente unidade de ensino está dividida em quatro tópicos. Em cada um
deles, você encontrará atividades que contribuirão para a apropriação dos
conteúdos.
127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1
A ARGENTINA E O PERONISMO
1 INTRODUÇÃO
Embora nosso objetivo aqui seja o de mostrar a Argentina nos tempos do
peronismo, acreditamos que não seria correto deixar de levar até você, caro(a)
acadêmico(a), uma breve comparação, em nível econômico e político, entre Juan
Domingo Perón e Getúlio Vargas, dois estadistas que influenciaram e influenciam
até hoje a história da América Latina.
Por fim, iremos nos deter exclusivamente à vida política de Juan Perón,
descrevendo o período que compreende o seu primeiro mandato até a sua queda.
Vamos lá?
129
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
Por outro lado, o trigo é uma cultura anual e a pecuária, embora não
tendo ciclo tão rápido como o trigo, igualmente não é uma cultura
perene. Em resumo, nos momentos de retração do mercado externo,
a Argentina sempre teve a vantagem de poder, mais facilmente que o
Brasil, planificar a oferta de seus produtos exportáveis. (LOPES, 1986,
p. 144).
NOTA
Pense bem! Em tempos de crise, se você tivesse que optar entre o café, o trigo
e a carne, qual produto que você deixaria de consumir?
130
TÓPICO 1 | A ARGENTINA E O PERONISMO
NOTA
Vale destacar que o operariado argentino era mais politizado que o operariado
brasileiro.
Para Lopes (1986), isso se deve ao fato de os imigrantes que foram para a
Argentina possuírem origem urbana, ao contrário das populações de imigrantes
que vieram para o Brasil, que em sua maioria eram oriundos de regiões agrícolas.
No Brasil, pelo fato da indústria ser ainda muito incipiente, não apresentava
um operariado muito expressivo e tampouco organizado em sindicatos ou
associações.
Durante as primeiras três décadas do século XX, o Brasil ainda era uma
República de Coronéis e as leis que regulamentavam o trabalho nas fábricas ainda
estavam longe de serem implementadas.
131
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
DICAS
3 A ASCENSÃO DO PERONISMO
Nossa preocupação até aqui foi mostrar rapidamente o cenário que
contribuiu para o surgimento de Perón e Vargas. Agora trataremos exclusivamente
do período da história política de Perón, de sua ascensão à sua queda.
FIGURA 28 – PERÓN
132
TÓPICO 1 | A ARGENTINA E O PERONISMO
133
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
ATENCAO
Até aqui você já deve ter percebido uma grande semelhança entre os objetivos
políticos de Perón e de certa forma deve lembrar-se de Getúlio Vargas. Por isso, fizemos
questão de registrar, no início desse tópico, a semelhança social, econômica e política de
dois países em transformação. A partir de agora, nossa intenção é a de descrever como se
sucederam os dois mandatos exercidos por Perón.
134
TÓPICO 1 | A ARGENTINA E O PERONISMO
UNI
Está explicado por que a economia Argentina ia bem? Cabe registrar que
as exportações brasileiras de gêneros primários também cresceram nesse período
(o Brasil vivia o Estado Novo de Vargas – o processo de industrialização estava a
todo vapor).
135
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
Arturo Frondizi foi o presidente eleito logo após a queda de Perón. Sua
política desagradou profundamente os nacionalistas, pois abriu a Argentina
para o capital estrangeiro. Se comparado ao Brasil, pode-se dizer que adotou
uma política muito semelhante à do seu conterrâneo Juscelino Kubitschek, isto
é, permitiu a ampla instalação de empresas estrangeiras na Argentina, sobretudo
empresas especializadas na exploração de petróleo.
136
TÓPICO 1 | A ARGENTINA E O PERONISMO
Por ironia do destino, Frondizi, assim como havia ocorrido com Perón, foi
derrubado com um golpe militar em 1963.
137
RESUMO DO TÓPICO 1
● Perceber que Juan Perón tinha projetos nacionalistas para a Argentina e que
procurou diminuir a influência do capital estrangeiro no país.
● Perceber que Juan Perón e Getúlio Vargas eram muito próximos politicamente,
pois possuíam sentimentos nacionalistas.
● Perceber que a Argentina após Perón tomou rumos políticos e econômicos que
contrariavam a época do peronismo.
138
AUTOATIVIDADE
139
140
UNIDADE 3
TÓPICO 2
A REVOLUÇÃO CUBANA
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico, convido você a conhecer a Revolução Cubana, uma
significativa revolução ocorrida na América durante o século XX.
141
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
UNI
Além disso, havia interesses econômicos, pois não podemos esquecer que
a ilha possui um clima tropical, portanto capaz de produzir gêneros primários
não produzidos nos Estados Unidos.
142
TÓPICO 2 | A REVOLUÇÃO CUBANA
NOTA
143
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
144
TÓPICO 2 | A REVOLUÇÃO CUBANA
145
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
ATENCAO
[...] Quando caiu Batista, Cuba vendia quase todo seu açúcar nos Estados
Unidos. Cinco anos antes, um jovem advogado havia profetizado corretamente,
ante aqueles que o julgavam pelo assalto ao quartel Moncada, que a história
o absolveria: havia dito em sua vibrante defesa: “Cuba continua sendo uma
feitoria de matéria-prima. Exporta-se açúcar para importar caramelos...”
Cuba comprava nos Estados Unidos não só automóveis e máquinas, produtos
químicos, papel e roupa, mas também arroz e feijão, alhos e cebolas, banha,
carne e algodão. Vinham sorvetes de Miami, pães de Atlanta e até jantares
de luxo de Paris. O país do açúcar importava cerca da metade das frutas e
verduras que consumia, embora só a terça parte de sua população ativa tivesse
trabalho permanente, e a metade das terras das centrais açucareiras fossem
extensões baldias onde as empresas não produziam nada. Treze engenhos
norte-americanos dispunham de mais de 47% da área açucareira total e
ganhavam por volta de 180 milhões de dólares em cada safra. A riqueza do
subsolo - níquel, ferro, cobre, manganês, cromo, tungstênio - formava parte das
reservas estratégicas dos Estados Unidos, cujas empresas apenas exploravam
os minerais de acordo com as variáveis exigências do exército e da indústria do
norte. Havia em Cuba, em 1958, mais prostitutas registradas do que operários
mineiros. Um milhão e meio de cubanos sofria o desemprego total ou parcial,
segundo as investigações de Seuret y Pino que cita Nuñez Jiménez.
146
TÓPICO 2 | A REVOLUÇÃO CUBANA
147
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
148
TÓPICO 2 | A REVOLUÇÃO CUBANA
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
Desde o início dos anos 60, Cuba passou a receber ajuda financeira, política
e econômica da URSS. Esta relação gerou um desconforto excessivo nos Estados Unidos,
pois Cuba, com a ajuda do Leste Europeu, passou a representar uma ameaça aos interesses
capitalistas estadunidenses nos países americanos.
NOTA
Você sabia que Cuba foi o primeiro Estado socialista da América Latina?
DICAS
Sugiro que você assista ao filme “Diários de Motocicleta”. Direção de Walter Salles
(EUA, 2004). O filme lhe possibilitará conhecer a pessoa de Ernesto Guevara e a origem da
sua simpatia pelas causas socialistas da América Latina. Bom filme!
149
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
Após ter ficado um tempo no governo cubano, Che retorna às suas raízes de
guerrilheiro e passa a defender a extensão das ideias revolucionárias pela América
Latina. Ao mesmo tempo, passa a condenar os rumos do socialismo cubano
e a interferência do socialismo russo em Cuba. Che acreditava que Cuba estava
progressivamente se tornando dependente da União Soviética. Estaria errado?
150
TÓPICO 2 | A REVOLUÇÃO CUBANA
NOTA
151
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
Para ficar mais claro, vale registrar que em 1989 o então governante
soviético Mikhail Gorbatchev visitou Cuba com o intuito de alertar Fidel Castro
que eram tempos de abertura econômica, a chamada Perestroika, e que a União
Soviética vivia uma crise econômica interna bastante acentuada. Portanto, não
poderia continuar investindo os costumeiros milhões de dólares por ano (cerca
de 5 milhões). Gorbatchev sugeriu a Fidel que liberasse gradualmente o país ao
capital internacional, porém Fidel não se mostrou sensível às ideias reformistas.
NOTA
UNI
152
TÓPICO 2 | A REVOLUÇÃO CUBANA
153
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
LEITURA COMPLEMENTAR
Eduardo Galeano
Josefina, filha de Claridad Rodríguez, que estuda numa sala onde seu pai
foi preso e torturado antes de morrer; Antonio Bastidas, o negro de setenta anos
que uma madrugada deste ano pendurou-se com ambos os punhos na alavanca
da sirena porque o engenho tinha ultrapassado a meta e gritava: “Caralho!
Cumprimos, caralho!”, e não houve quem tirasse a alavanca das mãos crispadas
enquanto a sirena, que havia despertado o povoado, estava despertando toda
Cuba; histórias de expulsões, de subornos, de assassinatos, a fome e os estranhos
ofícios que o desemprego obrigava: caçador de grilos nas semeaduras, por
exemplo. Penso que a desgraça tinha o ventre inchado, agora se sabe. Não
morreram em vão os que morreram: Amâncio Rodríguez, por exemplo, alvejado
a tiros pelos fura-greves numa assembleia, que havia rechaçado furioso um
cheque em branco da empresa e quando seus companheiros foram enterrá-lo
descobriram que não tinha cuecas nem meias para levar ao caixão; ou, por
exemplo, Pedro Plaza, que aos vinte anos foi detido e conduziu o caminhão dos
soldados às minas que ele mesmo tinha semeado e voou com o caminhão e os
soldados. E tantos outros nesta localidade e nas demais: “Aqui as famílias amam
os mártires - disse-me um velho canavieiro -, mas depois de mortos. Antes eram
puras queixas.” Penso não ser casual que Fidel Castro recrutasse as três quartas
partes de seus guerrilheiros entre os camponeses, homens do açúcar, nem que a
província do Oriente fosse, ao mesmo tempo, a maior fonte de açúcar e sublevações
de toda a história de Cuba. Explico-me o rancor acumulado: depois da grande
154
TÓPICO 2 | A REVOLUÇÃO CUBANA
safra de 1961, a Revolução optou por vingar-se do açúcar. O açúcar era a memória
viva da humilhação. Era também, o açúcar, um destino? Converteu-se depois em
penitência? Pode ser agora a alavanca, a catapulta do desenvolvimento econômico?
Sob a influência de uma justa impaciência, a Revolução abateu numerosos
canaviais e quis diversificar, num abrir e fechar de olhos, a produção agrícola:
não caiu no tradicional erro de dividir os latifúndios em minufúndios
improdutivos, porém cada fazenda socializada partiu de cara para culturas
excessivamente variadas. Era preciso realizar importações em grande escala para
industrializar o país, aumentar a produtividade agrícola e satisfazer muitas
necessidades de consumo que a Revolução, ao redistribuir a riqueza, acrescentou
enormemente. Sem as enormes grandes safras de açúcar, de onde obter as divisas
necessárias para essas importações? O desenvolvimento da mineração, sobretudo
do níquel, exige grande inversões, que estão sendo realizadas, e a produção
pesqueira multiplicou-se por oito, graças ao crescimento da frota, o que também
exigiu inversões gigantes; os grandes planos de produção de cítricos estão em
execução, porém os anos que separam a semeadura da colheita exigem paciência.
A Revolução descobriu, então, que havia confundido o punhal com o assassino.
O açúcar, que tinha sido o fator de subdesenvolvimento, converteu-se num
instrumento do desenvolvimento. Não houve mais remédio que utilizar os frutos
da monocultura e a dependência, nascidos da incorporação de Cuba ao mercado
mundial, para quebrar o espinhaço da monocultura e da dependência. Porque as
rendas que o açúcar proporcionava já não são utilizadas para consolidar uma
estrutura da submissão 34. As importações de maquinarias e de instalações
industriais cresceram em 40% desde 1958 excedente que o açúcar gera é mobilizado
para desenvolver as indústrias básicas e para que não fiquem ociosas as terras,
nem os trabalhadores condenados ao desemprego. Quando caiu a ditadura de
Batista, havia em Cuba cinco mil tratores e 300 mil automóveis. Hoje há 50 mil
tratores, embora boa parte seja desperdiçada pelas graves deficiências de
organização; daquela frota de automóveis, em sua maioria modelos de luxo, não
sobram senão alguns exemplares dignos do museu da sucata. A indústria de
cimento e as usinas de eletricidade ganharam um assombroso impulso; as grandes
fábricas de fertilizantes criadas pela Revolução possibilitaram que hoje se utilizem
cinco vezes mais adubos do que 1958,35 e avançaram com botas de sete léguas as
áreas de irrigação. Novos caminhos, abertos por toda Cuba, quebraram a
incomunicabilidade de muitas regiões que pareciam condenadas ao isolamento
eterno. Para aumentar a magra produção de leite do gado zebu, trouxeram para
Cuba touros da raça Holstein, com os quais, mediante a inseminação artificial,
fizeram nascer 800 mil vacas de cruza. Grandes progressos foram realizados na
mecanização do corte e levantamento da cana, em boa medida com base em
investigações cubanas, embora ainda sejam insuficientes. Um novo sistema de
trabalho se organiza, com dificuldades, para ocupar o lugar do velho sistema
desorganizado pelas mudanças que a Revolução traz consigo. Os macheteros
profissionais, presidiários do açúcar, são em Cuba uma espécie extinta: também
para eles a Revolução implicou a liberdade de eleger outras profissões menos
pesadas e, para seus filhos, a possibilidade de estudar, através de bolsas, nas
155
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
156
TÓPICO 2 | A REVOLUÇÃO CUBANA
FONTE: GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1990. p. 52-55.
157
RESUMO DO TÓPICO 2
158
AUTOATIVIDADE
3 Fidel Castro assumiu o poder em 1959. Sua bandeira de luta era a justiça
social e política. No entanto, desde a revolução, Fidel não deixou o poder e,
nos anos de Guerra Fria, mesmo com a abertura do mundo soviético, não
abriu o socialismo cubano. A doença que assolou recentemente Fidel Castro
tem levado Cuba às manchetes de revistas e jornais do mundo. Baseado
nessas notícias e no que você leu até aqui, responda:
159
160
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), o assunto que trataremos aqui talvez possa lhe
trazer lembranças desagradáveis, ou até mesmo um certo sentimento de angústia,
pois afinal iremos descrever um pouco as características de algumas ditaduras
que se instalaram pela América Latina. Para muitos, esse período não deve
ser lembrado, pois faz parte das páginas negras de nossa história. Porém, não
podemos nos furtar de conhecer esse momento.
2 CARACTERÍSTICAS
Não deve ser novidade para você que toda ditadura se estabelece em
nome “da Ordem Nacional”. A Ordem Nacional, na verdade, é uma desculpa
para manter as instituições democráticas livres das ameaças de “totalitarismos
de esquerda”.
E
IMPORTANT
Você lembra o golpe militar deflagrado em 1964 no Brasil e que levou à queda
de João Goulart? Pois bem, golpe foi uma articulação com o intuito de garantir a “ordem
nacional”. Lembra também o que foi preciso para garantir essa ordem?
161
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
NOTA
162
TÓPICO 3 | AS DITADURAS DA AMÉRICA LATINA
163
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
FIGURA 41 – PLACA NUMA ESTRADA DA PROVÍNCIA ARGENTINA DE ENTRE RÍOS COM OS DIZERES :
“AS MALVINAS SÃO ARGENTINAS ”. (A IMAGEM É DE 2005)
164
TÓPICO 3 | AS DITADURAS DA AMÉRICA LATINA
FIGURA 42 – PINOCHET
UNI
165
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
166
TÓPICO 3 | AS DITADURAS DA AMÉRICA LATINA
167
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
NOTA
168
TÓPICO 3 | AS DITADURAS DA AMÉRICA LATINA
LEITURA COMPLEMENTAR 1
Eduardo Galeano
Negócios livres como nunca, gente presa como nunca: na América Latina,
a liberdade empresarial e incompatível com as liberdades públicas. Liberdade
de mercado? Desde o princípio de 1975 o preço do leite, no Chile, é livre. O
resultado não se fez por esperar. Duas empresas dominam o mercado. O preço
do leite aumentou imediatamente (para os consumidores) em quarenta por cento,
enquanto o preço para os produtores baixava em vinte e dois por cento.
A mortalidade infantil, que havia sido bastante reduzida durante o
governo da Unidade Popular deu um salto dramático a partir de Pinochet. Quando
Letelier foi assassinado numa rua de Washington, um quarto da população do
Chile, não recebia nenhum salário e sobrevivia graças à caridade alheia ou à
própria obstinação e esperteza.
169
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
Os três países do sul são agora uma chaga do mundo, uma má notícia
ininterrupta. Torturas, sequestros, assassinatos e exílios converteram-se em fatos
cotidianos. Estas ditaduras são tumores a serem extirpados de organismos sãos
ou são o pus que revela a infecção do sistema?
Creio que sempre existe uma relação íntima entre a intensidade da ameaça
e a brutalidade da resposta. Creio que não se pode entender o que ocorre hoje no
Brasil e na Bolívia sem se levar em conta a experiência dos regimes de Jango
Goulart e Juan José Torres. Antes de cair, estes governos haviam posto em prática
uma série de reformas sociais e haviam levado adiante uma política econômica
nacionalista, ao longo de um processo (interrompido) em 1964 no Brasil, e em
1971 na Bolívia.
FONTE: GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1990. p. 189-191.
170
TÓPICO 3 | AS DITADURAS DA AMÉRICA LATINA
NOTA
171
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
172
TÓPICO 3 | AS DITADURAS DA AMÉRICA LATINA
LEITURA COMPLEMENTAR 2
Eduardo Galeano
174
TÓPICO 3 | AS DITADURAS DA AMÉRICA LATINA
FONTE: GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1990. p. 137-139.
175
RESUMO DO TÓPICO 3
● Perceber
que a atual situação econômica do Paraguai encontra raízes no longo
governo de Alfredo Stroessner.
176
AUTOATIVIDADE
177
178
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Os blocos econômicos existentes atualmente traduzem uma tendência
crescente rumo à regionalização das economias. Na sua essência, os blocos
surgiram com a finalidade de atender às constantes transformações do sistema
capitalista, isto é, atender aos interesses econômicos correspondentes aos países-
membros dos blocos frente a uma economia globalizada e competitiva. O Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL), o NAFTA, a União Europeia e a ALCA surgiram
com essa finalidade.
NOTA
179
UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
2 BLOCOS ECONÔMICOS
2.1 O NASCIMENTO
Você já deve ter ouvido falar do NAFTA (Acordo Norte-Americano de
Livre Comércio), ou North American Free Trade Agreement. Esse acordo de
livre comércio foi assinado antes da ALCA e seu objetivo era romper as barreiras
alfandegárias entre os países membros, nesse caso, o México, o Canadá e os
Estados Unidos.
NOTA
2.2 OBJETIVOS
Como foi dito anteriormente, a ideia de criar a Área de Livre Comércio
das Américas surgiu em 1994, e entre os principais objetivos podemos citar:
● fazer
da ALCA um bloco com Produto Interno Bruto (PIB) de quase 11 trilhões
de dólares, e uma população de 823 milhões de habitantes. Tornar-se-ia maior
que a União Europeia (UE).
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UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
3 O MERCOSUL
3.1 O NASCIMENTO
Com frequência, ouvimos comentários negativos a respeito do
MERCOSUL: “Ah, esse bloco não vai dar certo... os países são muito fracos”,
ou “O MERCOSUL é uma criança que já nasceu morta!”. Na verdade, tais
comentários não estão, no seu todo, desprovidos de verdade, pois as economias
dos países-membros, pelo menos até o momento, não são suficientemente fortes
para fazerem do MERCOSUL um bloco sólido a ponto de competir por igual com
blocos mais hegemônicos.
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TÓPICO 4 | OS BLOCOS ECONÔMICOS AMERICANOS
3.2 OBJETIVOS
Convido você a conhecer os objetivos que norteiam o MERCOSUL, e ao
mesmo tempo convido-o também a refletir sobre eles.
ATENCAO
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UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
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TÓPICO 4 | OS BLOCOS ECONÔMICOS AMERICANOS
LEITURA COMPLEMENTAR
O NAFTA
Eduardo de Freitas
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UNIDADE 3 | A AMÉRICA NO SÉCULO XX
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RESUMO DO TÓPICO 4
187
AUTOATIVIDADE
188
REFERÊNCIAS
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. São Paulo:
Brasiliense, 2004.
LOPES, Luiz Roberto. História da América Latina. 2. ed. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1986.
189
MERCOSUL. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/NAFTA#Pa.
C3.ADses_Membros>.
Acesso em: 7 jan. 2007.
PINSKY, Jaime et al. (Org.). História da América através de textos. 10. ed. São
Paulo: Contexto, 2007.
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ANOTAÇÕES
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