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IX SEPOPE – Simpósio de Especialistas em Planejamento da Operação

e Expansão Elétrica

23 a 27 de Maio – 2004
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil

Modelagem de Capacitor Série com Proteção MOV em Programas Modernos de


Simulação de Curtos-Circuitos

Sergio Porto Roméro * Juan Rossi Fernando Hevelton Duarte Oliveira


CEPEL - Brasil CEPEL - Brasil CONENERGIA - Brasil

1. SUMÁRIO Óxido Metálico (Metal-Oxide Varistors, MOVs),


elementos não lineares que protegem os bancos com
O presente trabalho apresenta aspectos e resultados da melhor desempenho e maior confiabilidade, sendo
implementação de um modelo de Proteção MOV de também de mais fácil manutenção. Quando da ocorrência
capacitores série em um programa de análise de curtos- e eliminação de uma falta, permitem a reinserção
circuitos com metodologia moderna (método geral de praticamente instantânea dos capacitores, sendo esta a
solução de faltas simultâneas). A dificuldade da sua principal vantagem. No Sistema Interligado
implementação reside na não linearidade deste tipo de Brasileiro já há um número considerável destes
proteção, e estudos feitos sem nenhuma modelagem dos varistores em operação, em especial na Interligação
MOVs são trabalhosos e podem levar a resultados Norte-Sul, e outros mais estão em fase de implantação.
distantes da realidade. Proposições anteriores são
O comportamento não linear dos MOVs é o que permite
adaptadas ao algoritmo geral de solução e,
que estes protejam os bancos de capacitores com
adicionalmente, é proposto um método de solução para
grandes vantagens sobre os gaps centelhadores. No
casos não convergentes.
entanto, isto também torna sua representação, em
análises de curto-circuito ou de estabilidade transitória,
1.1. Palavras-chave
muito complexa. Análises de curto-circuito em sistemas
de potência fazem uso, costumeiramente, de modelos de
Capacitor série protegido por MOV, simulação de
impedância constante para representar os equipamentos
elementos não lineares, programa de curto-circuito,
presentes (máquinas síncronas, etc). A relação linear
compensação série.
entre os fasores Tensão (V) e Corrente (I) é dada por V
= ZI, onde Z é a impedância do equipamento em
2. INTRODUÇÃO
questão, e, assim, tensão senoidal implica corrente
também senoidal. Isto não é válido para os varistores.
A compensação série capacitiva de linhas longas tem se
Uma tensão senoidal aplicada a um MOV não só não
mostrado uma alternativa cada vez mais atraente para
implica corrente senoidal como também leva a uma
elevar a capacidade de transmissão e melhorar a
relação entre os valores de pico de V e de I não
estabilidade transitória de sistemas de potência. Permite,
constante.
entre outras coisas, utilizar de foma mais eficiente
corredores de passagem já existentes, evitando o Em estudos de curtos-circuitos feitos sem nenhum tipo
impacto ambiental de novas instalações. de modelagem de MOVs, as linhas compensadas são
representadas ou com a compensação presente, nas
Uma das principais considerações no projeto e
chamadas faltas externas, ou sem a compensação, para
instalação de capacitores série é a sua proteção contra
as faltas internas (fazendo o by-pass do capacitor),
sobretensões que possam danificá-los. Gaps
obtendo valores de correntes de falta respectivamente
centelhadores convencionais utilizados com essa
pessimistas e otimistas em relação ao valor real. Isto
finalidade vêm sendo substituídos por Varistores de

*CEPEL – C.P. 68007 – Cidade Universitária – Ilha do Fundão – Rio de Janeiro – RJ – email: spr@cepel.br
torna os estudos muito trabalhosos e pouco fiéis à Portanto, quando da ocorrência de uma falta próxima a
realidade, tendo em vista que os valores pessimistas um conjunto capacitor-MOV que faça a tensão no
podem ultrapassar o dobro dos otimistas, o que justifica capacitor (produto Xc I) ultrapassar o nível de proteção
a busca de um modelo para a representação adequada do varistor, a cada meio ciclo a corrente se divide entre o
destes equipamentos. capacitor e o MOV, como se pode ver na Figura 2. No
entanto, a soma dessas parcelas permanece
Na literatura técnica foi proposto, inicialmente, um
essencialmente senoidal, o que sugere a representação
modelo para tratamento apenas de faltas trifásicas em
do conjunto por uma impedância linear.
programas convencionais de cálculo de curtos-circuitos
(programas baseados em colunas da matriz Zbus), fazendo
uso de um método iterativo [1]. Posteriormente foi [kA]
10.5 Capacitor
sugerida uma forma de tratar faltas desbalanceadas,
através de fontes controladas de tensão para representar 7.0
o comportamento do conjunto capacitor-MOV durante a MOV
ocorrência de curtos assimétricos [2]. 3.5

Neste trabalho é apresentada a implementação do 0.0


método iterativo encontrado na literatura em um
programa moderno de simulação de faltas (programa com -3.5

método geral de solução de faltas simultâneas).


-7.0
Programas modernos apresentam uma etapa
intermediária da solução em que as características -10.5
Total
trifásicas de um pequeno conjunto de barras são
-14.0
restabelecidas, permitindo o acesso a virtualmente
16.670 22.225 27.780 33.335 38.890 44.445 [ms] 50.000
qualquer elemento do sistema, o que dispensa o
tratamento por fontes fictícias de tensão mencionado. Figura 2 – Correntes no capacitor e no MOV (MOV em
Além de aspectos da implementação, são apresentados condução) e corrente total
resultados de estudos feitos a partir de um caso real do
Sistema Brasileiro e um método de solução para casos 4. PROPOSTA ORIGINAL
que não convergem espontaneamente com o processo
iterativo. Em [1], Goldsworthy faz algumas proposições:

3. PROTEÇÃO POR MOV 4.1. Modelo linear

A Figura 1 mostra um arranjo típico de capacitor série Apesar de o varistor ter comportamento não linear, o
protegido por MOV: conjunto capacitor-MOV pode ser considerado como
uma impedância linear, cujo valor depende da corrente
passante:
Linha de Transmissão
Z eq (I ) = Req ( I ) − jXeq ( I ) (1)

Através de simulações computacionais, Goldsworthy


Capacitor Série chegou às seguintes expressões normalizadas para a
impedância equivalente:
Circuito de Varistor Xc
Req
Amortecimento
= 0, 0745 + 0 , 49 e − 0 , 243 I − 35 ,0 e −5 , 0 I − 0 ,6 e −1, 4 I (2)
Xc
Gap
X eq
= 0,1010 − 0, 005749I + 2,088e − 0 ,8566 I (3)
Xc

By-pass
Nas expressões acima, Xc é a reatância nominal do
Figura 1 – Arranjo de cap. série protegido por MOV capacitor e I = I total / I pr . A corrente de proteção Ipr é a

A não linearidade do varistor permite que este, em corrente no capacitor que o faz atingir a tensão de
tensões normais de operação, se comporte como um proteção, levando o varistor a conduzir.
circuito aberto, com condução desprezível de corrente,
mas que tenha impedância progressivamente menor a A impedância equivalente, em função da corrente
partir de determinado nível de tensão (normalmente a passante, é ilustrada na Figura 3:
tensão a partir da qual se deseja que o MOV proteja o
capacitor).

2
4 é mostrado um fluxograma simplificado do processo já
1 Xeq / Xc adaptado:
0.9
Req -jXeq
0.8
Curto é calculado ignorando
Limite de condução do MOV: I = 0,98 . I
pr
efeitos dos varistores
0.7 I Xc I
Xeq / Xc e R eq / Xc

0.6

0.5 Verificação da corrente de cada


0.4 fase de cada capacitor-MOV
0.3

0.2
Algum I > Ipr ?
0.1
Re q / Xc
Não
0 Sim
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I /I
to t al pr

Figura 3 – Impedância normalizada em relação a Xc Barras terminais de MOVs


em condução incluídas
É importante destacar que para I < 0,98Ipr, o MOV não
conduz. Assim, Zeq é a impedância do capacitor.
Curto é calculado ignorando
efeitos dos varistores
4.2. Processo iterativo

Como a impedância equivalente do conjunto capacitor-


MOV depende da corrente passando por ele e esta, por Cálculo de Zeq de cada fase
sua vez, depende do valor da impedância, Goldsworthy de cada MOV em condução
sugere um processo iterativo para chegar à solução de
faltas trifásicas:
Curto é calculado com novas
1) Calcula-se o curto-circuito desconsiderando a impedâncias equivalentes
presença de varistores.
2) Se a corrente de algum conjunto capacitor-MOV
exceder sua Ipr, deve-se incluí-lo no processo ∆Imáx < Tol
iterativo. e ∆Zmáx < Tol ? Não
3) De posse da corrente passando pelo conjunto, Sim
calcula-se Z eq, através da Equações (2) e (3).
4) Com o novo Zeq, calcula-se novamente o curto- Checar correntes de capacitores-
circuito. MOV sem condução anterior
5) Se a variação de corrente for maior que uma
determinada tolerância, retorna-se ao passo 3. Caso
contrário, o processo converge. Algum I > Ipr ?
Sim
Não
4.3. Extensão para faltas desequilibradas
Fim do processo
Em [2], Coursol e outros propõem o uso de fontes
controladas de tensão para estender o processo iterativo
Figura 4 – Fluxograma representando a implementação
de Goldsworthy às faltas desequilibradas, em programas
de caráter geral
baseados em colunas da matriz Zbus. Para cada tipo de
falta se faz necessária uma análise separada. No entanto, Inicialmente, calcula-se o curto desconsiderando os
em programas com método geral de solução de faltas MOVs, como em [1]. A partir daí, verifica-se a corrente
simultâneas [3], este artifício se torna desnecessário, em cada fase de cada conjunto capacitor-MOV do
devido à etapa intermediária da solução que restaura sistema, buscando as que tenham superado sua Ipr. As
características trifásicas de algumas barras do sistema, barras terminais dos MOVs que ultrapassarem sua
como será visto a seguir. corrente de proteção passam a ser incluídas no pequeno
conjunto de barras que têm suas características
trifásicas restauradas. Estes capacitores-MOVs precisam
ter suas impedâncias equivalentes calculadas pelo
5. IMPLEMENTAÇÃO GERAL processo iterativo, e isto é feito tratando de forma
independente cada fase de cada conjunto.
A proposta básica deste trabalho é a adaptação do
Calcula-se novamente o curto. Com as correntes de
processo proposto por Goldsworthy e Coursol ao
contribuição em mãos, calcula-s e Zeq de cada fase de
método geral de solução de faltas simultâneas. Na Figura
3
cada capacitor-MOV. Novamente o curto é calculado, gráfico de I x Xeq. Alterna-se sempre entre um valor
com os valores atualizados das impedâncias acima da solução final e outro abaixo, já que a
equivalentes. Se a variação de corrente ou impedância compensação série equivalente cresce e diminui
de ao menos uma fase de um capacitor-MOV incluído no sucessivamente.
processo iterativo for maior que a tolerância adotada,
este não converge, e é necessário calcular novamente as
impedâncias equivalentes de todos os conjuntos. Isto se
repete até que todas as fases de todos os capacitores -
MOVs tenham variações entre uma iteração e a seguinte
inferiores à tolerância, atingindo a convergência.
Figura 5 – Curto-cirtuito trifásico na SE Colinas
O cálculo por fase é o que permite ao mesmo tempo dar
caráter geral ao processo de [1], permitindo aplicá-lo a Tabela 1: Processo iterativo
qualquer tipo de falta, e tornar desnecessária a
Pontos
abordagem por fontes controladas de tensão [2].
Iter I(A) I / Ipr no Xeq / Xc Zeq(%)
Gráfico
5.1. Tolerância para convergência
0,0000
0 --- --- --- 1,0000
Em [1] é recomendado observar variações de corrente -j0,9500
para fazer a verificação de convergência. Outros autores 0,3154
1 4940 1,6144 1 => 2 0,6155
recomendam observar variações de impedância. Podem- -j0,5847
se adotar os dois critérios simultaneamente, tendo em 0,2857
2 4195 1,3709 3 => 4 0,7384
vista que um não interfere no outro. -j0,7015
0,2971
Correntes de proteção costumam ser de alguns 3 4386 1,4333 5 => 6 0,7043
-j0,6691
quiloampères. Uma tolerância de 10-4 por unidade de Ipr
0,2941
permite precisão de décimos de ampère, o que costuma 4 4330 1,4150 7 => 8 0,7141
-j0,6784
ser suficiente. A tolerância adotada para variações de
Xeq e Req é também de 10-4 por unidade de Xc . 0,2950
5 4346 1,4203 9 => 10 0,7113
-j0,6757
5.2. Checagem de MOVs inicialmente sem condução 0,2947
6 4341 1,4186 11 => 12 0,7121
-j0,6765
Ao fim do processo iterativo, variações de impedância 0,2948
7 4343 1,4193 13 => 14 0,7118
de alguns MOVs podem levar outros que inicialmente -j0,6762
não conduziam a entrar em condução. Como é mostrado 0,2948
8 4342 1,4190 15 => 16 0,7119
na Figura 4, caso isto aconteça, deve-se incluir estes -j0,6763
MOVs adicionais no conjunto de barras citado 0,2948
9 4342 1,4191 17 => 18 0,7119
anteriormente e refazer os cálculos, a fim de obter -j0,6763
resultados realistas. 1
L i m i t e d e c o n d u ç ã o d o M O V : I = 0 . 9 8 . I

0.9

5.3. Descontinuidade 0.8


4
p r

6
0.7
2

Foi constatada uma descontinuidade nas Equações (2) e 0.6


X
c
/

0.5
e q

(3), de Goldsworthy, em torno de I = 0,98Ipr. Estas


X

0.4

descontinuidades podem levar alguns casos a não 0.3

convergir. Para resolver o problema, foram adotadas as 0.2

seguintes correções: 0.1

3 7 5 1
0
Req −35( I −0, 98)
0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7

= Equação(3 ) − 0,047875290 e It o / pI r

(4) ta l

Xc
X eq Figura 6 – Processo iterativo
= Equação(4 ) + 0,002742769 e −35( I −0,98) (5)
Xc 7. CASOS NÃO CONVERGENTES

6. CONVERGÊNCIA DO MÉTODO Em alguns casos, o processo iterativo não converge.


Quando isto acontece, alterna-se indefinidamente entre
A convergência do processo iterativo tem caráter um valor acima e outro abaixo da solução final, mas esta
oscilatório. Na Figura 5 é mostrado o diagrama utilizado não é alcançada. Para obtê-la, pode-se utilizar um dos
na simulação de uma falta trifásica na SE Colinas, na métodos de restrição de passo a seguir, ou, ainda, uma
Interligação Norte-Sul do Sistema Brasileiro, com dados combinação dos dois.
de um MOV protegendo o capacitor desta subestação.
A Tabela 1 mostra valores de corrente e de Zeq a cada
iteração, e a Figura 6 o percurso do processo em um
4
exemplo, se o processo tender a ir de I = 0,50 para I =
1
8,50, deve-se utilizar o valor (8,50 - 0,50).0,5 + 0,50 = 4,50
0.8 para o cálculo de Zeq nesta iteração.
/ X
c

0.6

7.3. Avaliação da convergência


eq
X

0.4

0.2
Deve-se levar em conta, na avaliação da convergência, a
Variação normal

Variação com limitação de passo


diferença entre a corrente da iteração anterior e a
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
It ot al / Ipr
corrente para onde o processo iterativo tende a ir, e não
a corrente para onde efetivamente foi. Assim, evita-se
Figura 7 – Restrição de passo
que a restrição de passo implique convergência
prematura para algum valor incorreto.
7.1. Redução Progressiva de Passo (RPP)
8. RESULTADOS
Restringe-se progressivamente o passo de corrente
permitido. Devem-se guardar os valores de corrente
Foram feitos estudos a partir de um caso de curto-
normalizada de uma iteração, calcular a impedância
circuito do Sistema Brasileiro, produzido pelo ONS,
equivalente de cada fase de cada capacitor-MOV com
acrescido de dados de 9 MOVs da Interligação Norte-
base nestes valores e, com estas impedâncias, calcular
Sul, com o objetivo de verificar a relevância das
as correntes para onde o processo tende a ir, como é
diferenças de resultados obtidos considerando ou
sugerido na Figura 7. Se esta variação, em módulo, for
desconsiderando a presença das proteções por MOV e
maior que um dado limite, restringe-se o passo. Por
de verificar o comportamento dos métodos de restrição
exemplo, se o processo tender a ir de I = 0,50 para I =
de passo.
8,50, com passo máximo igual a 4,00, então o passo será
restringido e a impedância equivalente será calculada
8.1. Variação do Nível de Curto-Circuito
com base em uma corrente de 4,00 + 0,50 = 4,50 e não
8,50. Se tender a ir de I = 3,50 para I = 2,50, com passo
Foi feita a análise das variações nas correntes de curto
máximo igual a 5,00, não haverá restrição.
em faltas trifásicas e monofásicas da maior parte das
São sugeridos os seguintes parâmetros para a RPP: barras da Interligação Norte-Sul. As que apresentaram
maiores variações entre o caso sem nenhuma
• Passo Máximo Inicial: 10,00 por unidade de Ipr.
representação das proteções MOV e o caso com a
• Iteração para ativação da RPP: 3 (só haverá restrição
modelagem de [1] e [2] são mostradas na Tabela 2. Há
de passo, quando superado o limite permitido, a
variações de até 88%. Em alguns casos, destacados em
partir da 3a iteração)
negrito, há variação negativa, o que contraria a
• Número de Iterações para Divisão (NID): 3 (a cada 3
tendência geral. Estes casos têm Zkk de sequência
iterações, o passo máximo é dividido por VD,
positiva com ângulo negativo. Assim, a redução das
parâmetro ótimo obtido matematicamente).
compensações série capacitivas provocada por MOVs
• Valor de Divisão (VD): 3 (a cada NID iterações, o
em condução os leva à redução do módulo de Zkk.
passo máximo é dividido por 3). É importante que
VD seja igual a NID, para garantir que a solução Tabela 2: Variação de nível de curto-circuito em barras
seja sempre alcançada. da Interligação Norte-Sul.

7.1.1. Parâmetros ótimos para a RPP Correntes Correntes


Barra
sem MOVs com MOVs Redução (%)
em
Pode-se variar NID e VD para chegar ao menor passo (pu) (pu)
curto
possível no mesmo número de iterações. Tem-se que: 3F 1F 3F 1F 3F 1F
3407 1181 182 135 87 88,5 52,3
PASSOMÁXIM O
PASSOFINAL = 3404 1168 191 135 89 88,4 53,4
(
NÚMERODEITERAÇÕES
)
(6)
NID 3403 962 212 138 90 85,6 57,6
NID
Variando apenas o valor de NID, o menor Passo Final se 4016 242 308 111 100 54,1 67,4
dá quando NID = base neperiana. Como NID deve ser 294 219 305 115 126 47 58,5
um número inteiro, deve-se optar entre 2 e 3. Adota-se 3 4014 303 577 447 698 -47,8 -20,9
por resultar em um Passo Final menor que com 2. 4015 194 163 111 98 42,9 39,7
4652 95 38 59 38 37,3 <1
7.2. Aplicação de Freio 4602 112 101 71 70 36,3 30,2
2308 160 138 102 91 36,1 34
A partir de determinado número de iterações, multiplica-
297 95 37 79 37 17,2 <1
se a variação de corrente pretendida por um valor entre 0
e 1. Sugere-se adotar 0,5 com base em comparações 4650 74 35 63 35 14,4 <1
experimentais com outros valores (0,6, 0,4 etc.). Por 4651 75 36 64 36 14,2 <1

5
4105 656 423 589 410 10,2 3,1 elevação das correntes de curto quando da condução de
4013 142 208 150 221 -5,9 -6 proteções MOVs, fato este difícil de prever. Esta
296 70 33 67 33 5,3 <1 implementação torna as análises muito mais simples e
precisas.
295 67 33 63 33 5 <1
4600 74 63 71 63 3,8 <1 A implementação por fase permite simular qualquer tipo
4106 244 193 239 193 2,1 <1 de ocorrência e simplifica os cálculos na medida em que
dispensa abordagens como a de criar fontes fictícias de
8.2. Restrição de Passo tensão, e os métodos de restrição de passo permitem
não só solucionar casos não-convergentes, como
A Figura 8 mostra a comparação entre a RPP com também acelerar consideravelmente o processo iterativo
parâmetros ótimos e o método com freio usando da maioria dos casos.
multiplicador 0,5. Pode-se ver o número de iterações
necessárias até a convergência para 68 faltas de 10. REFERÊNCIAS
diferentes tipos (FT, FF, FFT, FFF), aplicadas em barras
da Interligação Norte-Sul, que apresentam condução de [1] D. L. Goldsworthy, “A Linearized Model for MOV-
MOVs. Em geral, o segundo método tende a ser mais Protected Series Capacitors”, IEEE Transactions on
rápido e mais robusto que o primeiro. No entanto, alguns Power Systems, Vol. PWRS-2, Nº 4, November 1987.
valores adotados como multiplicador (entre 0,8 e 0,9) [2] - M. Coursol, C. T. Nguyen, R. Lord, X. D. Do,
fizeram com que determinados casos não convergissem. “Modeling MOV-Protected Series Capacitors for Short-
A RPP, no entanto, chega à solução independentemente Circuits Studies”, IEEE Transactions on Power Delivery,
dos valores adotados para NID e VD. Assim, seria Vol. 8, Nº 1, January 1993.
interessante utilizar uma combinação dos dois métodos.
Inicialmente aplica-se o freio, e, se ultrapassado [3] - Bradwajn, W. F. Tinney, “Generalized Method of
determinado limite de iterações, alterna-se-se para a RPP. Fault Analysis”, IEEE Transactions on Power Apparatus
45
and Systems, Vol. PAS-104, Nº 6, pp. 1301-1306, June
40 1985.
35

[4] - F. L. Alvarado, S. K. Mong, M. K. Enns, “A Fault


Número de iterações

30

25
RPP
Program with Macros, Monitors and Direct
FREIO
20 Compensation in Mutual Groups”, IEEE Transactions on
15
Power Apparatus and Systems, Vol. PAS-104, Nº 5, pp.
10

5
1109-1120, May 1985.
0
[5] - F. Hevelton, “Análise da Viabilidade de Implantação
13

17

21

25

29

33

37

41

45

49

54

58

62

66
1

Número do caso da Modelagem de Bancos De Capacitores Série


Figura 8 – Número de iterações até a convergência, RPP Protegidos por Metal-Oxide Varistor – MOV no
e FREIO. Programa para Cálculo de Curto-Circuito ANAFAS”.
[6] - S. P. Roméro, P. A. Machado, “ANAFAS: Programa
9. CONCLUSÕES
de Análise de Faltas Simultâneas”, IV STPC, Fortaleza,
maio de 1993.
Apesar de haver na literatura técnica um número
considerável de artigos abordando a modelagem dos
MOVs, não foram encontradas referências significativas
aos aspectos da sua implementação propriamente dita
em programas de solução de curtos-circuitos, e nenhuma
à sua implementação no método geral de solução de
faltas simultâneas, usado em programas modernos.
As discrepâncias entre os resultados com ou sem a
modelagem de MOVs podem chegar a 88%. Assim,
pode-se ver a importância da representação deste tipo
de proteção de modo a obter resultados mais realistas.
Considerando as complexas interações entre MOVs
situados próximos uns dos outros, como é o caso na
Interligação Norte-Sul, a prática costumeira de ignorar a
proteção ou by-passar os conjuntos capacitor-MOV
torna-se extremamente trabalhosa e imprecisa quando
não há ferramentas que permitam representá-los
adequadamente. Deve-se considerar também a enorme
distância que pode haver entre os resultados obtidos da
primeira forma ou da segunda, e a possibilidade de
6

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