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TRABALHOS ESCOLARES

Feudalismo SÉC. V a XV

Surgimento do feudalismo

Com a decadência do Império Romano do Ocidente, por volta do


século V, devido as inúmeras invasões dos povos bárbaros e das
más políticas econômicas dos imperadores, várias regiões da Euro-
pa passaram a apresentar baixa densidade populacional e pequeno
desenvolvimento urbano. Isso ocorria devido às mortes provocadas
Monge escriba medieval
pelas guerras, às doenças e à insegurança existentes logo após o fim
do Império Romano, fazendo com que nobres e humildes camponeses
passassem a viver na área rural, pois as cidades eram alvos fáceis de bárba-
ros.
A Idade Média pode ser dividida entre Alta Idade Média, período entre a
queda do Império Romano Ocidental e início das Cruzadas (século XI), que
corresponde ao momento de desenvolvimento de novas técnicas, fim das
invasões bárbaras e retomada do crescimento urbano. A partir disto, muitos
historiadores consideram esse cenário de mudanças o início de um novo
momento, classificado como Baixa Idade Média. A reurbanização e retoma-
da comercial trouxe desenvolvimento para diversas regiões da Europa.
Esse período também foi marcado por grandes surtos de epidemia como
a peste negra e por extensos períodos de fome – mesmo com o desenvolvi-
mento das técnicas agrícolas. Foi durante a Baixa Idade Média que ocorre-
ram as maiores guerras desse período como a Guerra dos Cem Anos (França
x Inglaterra) e a Guerra das Duas Rosas (York x Lancasters).
Politicamente, o feudalismo foi um período histórico marcado pela des-
centralização do poder do rei, economia agrária para autos-suficiência, po-
Roma sendo saqueada por bár- der econômico, político e religioso controlado pela Igreja Católica e a
baros, de Heinrich Leutemann Nobreza.

2- Divisão Social
A sociedade feudal estava dividida entre:

Clero: integrantes da Igreja Católica que tinham como função oficial os


ritos católicos. Na prática, exerciam grande poder político sobre uma so-
ciedade bastante religiosa. Por meio da confissão (obrigatória a todos)
os integrantes da Igreja Católica exerciam o controle sobre os campo-
neses e servos. Durante a Baixa Idade Média, a Igreja Católica ampliou
o poder e protagonizou as Cruzadas – expedições militares e religiosas
para tomar a cidade de Jerusalém.

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HISTÓRIA

A nobreza: cabia aos nobres a função de fornecer proteção a servos e


camponeses que viviam dentro de seus respectivos feudos. Além disto,
por meio de pactos de suserania e vassalagem, prestavam serviços mi-
litares ao rei ou a outro nobre superior, ajudando no enfrentamento de
inimigos.
Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa,
eles eram presos à terra e prestavam serviços à nobreza, além de pagar
tributos para o senhor feudal (nobre dono do feudo) e para a Igreja
Católica. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senho-
res, assim como entre nobres e reis, juravam-lhe fidelidade e trabalho.
(servidão).

Feudo

Feudo era um benefício ou uma propriedade que um nobre doava


a outro em troca de favores. Uma propriedade feudal é aquela na
qual servos e senhores viviam e extraiam boa parte dos produtos
necessário a todos. Gravura medieval representando
As terras eram divididas entre: o feudalismo

• Manso senhorial (domínio): uso exclusivo do senhor feudal.


• Manso servil: arrendada aos servos e dividida em tenências.
• Manso comunal: terras comuns (pastos, bosques, florestas).

Servos e os tributos
Os servos eram obrigados a pagarem os seguintes tributos:

• Corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor em alguns dias


da semana.
• Talha: parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre.
• Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do
feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes.
• Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça).
• Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à
Igreja, utilizados na manutenção da capela local.
• Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em
dinheiro, à nobreza.
• Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julga-
dos no tribunal do nobre.

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• Formariage: quando o nobre resolvia se casar , todo servo era obriga-


do a pagar uma taxa para ajudar no casamento, era também válida para
quando um parente do nobre iria casar.
• Mão Morta: era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo
da família servil, em caso do falecimento do pai da família.
• Albermagem: obrigaçao do servo em hospedar o senhor feudal

Economia

A produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia


agrária de pequena circulação monetária e cada feudo era basicamente au-
tossuficiente, comercializando poucos produtos. A propriedade feudal per-
tencia a uma camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos
dignitários da Igreja (o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais
germânicos. As estimativas de renda per capita da europa feudal a colocam
em um nível muito próximo ao minímo de subsistência.
Devido ao caráter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia
estimulado a aumentar a produção com inovações tecnológicas, uma vez
que tudo que produzia de excedente era tomado pelo senhor. Por isso, o de-
senvolvimento técnico foi pequeno, limitando aumentos de produtividade.
A principal técnica adaptada foi a de rotação trienal de culturas, que evitava
o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra.

A Igreja Católica

Durante a Idade Média a Igreja Católica conquistou e manteve grande


poder, principalmente econômico. Influenciava nas decisões políticas dos
reinos, interferia na elaboração das leis e estabelecia padrões de comporta-
mento moral para a sociedade. Como religião única e oficial, o catolicismo
não permitia opiniões e posições contrárias aos seus dogmas, aqueles que
desrespeitavam ou questionavam as decisões da Igreja eram perseguidos
Galileu sendo confrontado
pelo tribunal da Inquisição e punidos. Diante disso, criou-se o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição)
no século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica).
A Inquisição prendeu, torturou e mandou para a fogueira milhares
de pessoas que não seguiam às ordens da Igreja ou que fossem ao
menos suspeitas disto.
Por outro lado, alguns integrantes da Igreja Católica foram ex-
tremamente importantes para a preservação da cultura. Os monges
copistas dedicaram-se à copiar e guardar os conhecimentos das ci-
vilizações antigas, principalmente, dos sábios gregos.
Enquanto parte do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais) pre-

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HISTÓRIA

ocupava-se com as questões políticas e econômicas, muitos integrantes da


Igreja Católica colocavam em prática os fundamentos do cristianismo. Os
monges franciscanos, por exemplo, deixaram de lado a vida material para
dedicarem-se aos pobres.
A cultura na Idade Média foi muito influenciada pela religião católica. As
pinturas, esculturas e livros eram marcados pela temática religiosa. Os vi-
trais das igrejas traziam cenas bíblicas, pois era uma forma didática e visual
de transmitir o evangelho para uma população quase toda formada por anal-
fabetos. Neste contexto, o papa São Gregório criou o canto gregoriano. Era
uma outra forma de transmitir as informações e conhecimentos religiosos
através de um instrumento simples e interessante: a música.

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