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TRABALHOS ESCOLARES

O Absolutismo ou Antigo Regime

Principais Características

Os primeiros governos absolutistas surgiram a partir do século


XIII e se estenderam até o século XIX. Uma das razões do seu surgi-
mento foi às intensas invasões bárbaras na Idade Média, a forte cri-
se econômica no setor agrária provocada por condições climáticas e
administrativas o sentimento da centralização do poder por parte
da nobreza. Ou seja, o absolutismo caracterizava-se pela concen-
tração de toda a autoridade política na pessoa do soberano tendo
sua origem no processo de formação do estado moderno, portanto
um período de transição do feudalismo ao capitalismo.
As principais características deste sistema é a ampla centraliza-
ção administrativa na figura do rei, na qual vários teóricos salien-
Luís XIV de Bourbon, francês Louis XIV tavam que esse governante estava acima da lei ou ele era a lei. O rei
(1638 – 1715), conhecido como "Rei- intervinha na economia, política, sociedade ou outra área do seu
Sol", foi o maior monarca absolutista da reino conforme seus interesses. O exército foi uma instituição mui-
França, e reinou de 1643 a 1715 sendo
considerado um dos ícones do poder ab- to importante para a formação e consolidação dos Estados Nacio-
solutista europeu nais, tinha por função proteger os reinados do ataque dos inimigos
e ainda auxilia sob o comando da nobreza nas guerras travadas por
motivos políticos e econômicos.
As unificações da moeda e da língua identificam o antigo regime, ao ado-
tar um único idioma e sistema monetário, facilitava a comunicação, as práti-
cas comerciais e criava em vários indivíduos o sentimento de pertencimento
aquela região. E por último, a implementação de uma burocracia, que per-
mitia ao rei organiza o Estado em termos administrativo, e assim criar uma
metodologia para cobrança de impostos, fiscalização do reino, elaboração de
leis e outras medidas para sua pacifica governabilidade.
O rei absolutista possuía o apoio do clero (quase sempre possuía cargos
administrativos junto a nobreza), e para legítima sua condição social e sua
escolha para estar a frente de uma nação, a Igreja Católica divulgava a dou-
trina direito divino dos reis. Está tese dizia que determinado governante
está com o poder centralizado em seu poderio, uma vez que esta era uma
escolha divina para administrar seu povo. Isto é, o fato de ser coroado rei,
não diz respeito a uma ordem e querer pessoal e sim uma ordem divina, se-
ria uma espécie de representante de Deus na terra para guiar seu povo.

Divisão Social

A sociedade absolutista estava dividida por estamentos, ou seja, em


segmentos sociais. O primeiro estado ou estamento é a nobreza, com a
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HISTÓRIA

finalidade de proteger e administrar o reino e estava representada por


reis, condes, duques. O segundo estado seria o clero, formado por bispos,
padres e diáconos, controlando o poder religioso e alguns cargos públicos;
por último tínhamos o restante da população formado por servos, campo-
neses, artesões e a classe comercial. Essa última possuía um importante
poder aquisitivo, adquirido por meio do comércio. Em troca de um Estado
protecionista, pagavam altos impostos.
Podemos citar alguns exemplos de reis absolutismo que a frente das gran-
des nações europeia conseguiram ampla acumulação primitiva de capital,
fortalecer a burguesia em seu território e ampliar as colônias:

• Henrique VIII - Dinastia Tudor: governou a Inglaterra no século


XVII.
• Elizabeth I - Dinastia Stuart – rainha da Inglaterra no século XVII.
• Luis XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como Rei Sol - governou
a França entre 1643 e 1715.
• Fernando e Isabel - governaram a Espanha no século XVI.

O Mercantilismo

Definimos mercantilismo como conjunto de práticas econômicas, adota-


das pelos estados modernos, que visavam enriquecer esses estados e con-
sequentemente fortalecer o poder absoluto dos reis. Para isto, era muito
comum a intervenção direta do Estado na escolha da forma de conduzir a
economia. Diferentemente do absolutismo, que tinha uma teoria política,
o mercantilismo variou de acordo com as particularidades de cada estado.
Principais práticas mercantilistas:
Metalismo ou Bulionismo: consistia no entesouramento de metais pre-
ciosos (ouro e prata), em geral adotada por países que tinham colônias
fornecedoras. EX.: Portugal e Espanha. Os paises metalistas não se pre-
ocupavam em investir na produção, gerando uma dependência de outras
nações. Podemos enternder que a colonização portuguesa e espanhola
na América baseou-se nesta forma mercantil.
Balança comercial favorável: consistia em aumentar as exportações na
busca de um superávit. ex.: Inglaterra, com acordos de comércio, tráficos
de escravos, companhias de navegação, promoveu uma grande acumula-
ção primitiva de capital (mercantilismo inglês é chamado de comercia-
lismo). Para isto os reis tinham por meta exporta mais e importa menos,
e com diversificação da s ua produção em todos os setores e consequen-
temente da economia.

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Protecionismo alfandegário: elevar as taxas de exportação, evita a


evasão de riqueza e favorece o desenvolvimento no mercado interno,
ajuda no superávit comercial. Enfim, proteger a produção interna da
concorrência externa e assim promover alta arrecadação tributária.
Colonialismo: objetivo de conquistar colônias fornecedoras de metais
ou de produtos tropicais. A colônia não poderia ser concorrente de me-
trópole (economia complementar), as relações entre metrópole/colônia
eram regulamentadas pelo pacto colonial.
Colbertismo: Na França primavam pela exportação de produtos manu-
faturados de luxo para a burgueria, clero e nobreza. Podemos citar jóias,
móveis, tecidos, anéis, etc...

Alguns teóricos daquele período escreveram extensas obras sobre o ab-


solutismo, podendo ser ou não sustentação para esta forma de poder ou
críticas severas. Um deles foi Nicolau Maquiavel, principal obra O prínci-
pe dedica a Lourenço de Médici, governante de Florença. Sua obra foi um
tratado para governar. O governante deve manter o poder usando todos os
artifícios necessários, fazendo prevalecer às razões do Estado. As principais
idéias do autor são: não admitir qualquer forma de parlamento (limites ao
poder do governo), critica a igreja, porque era a responsável pela fragmenta-
ção política da Itália. O ideal é que o governante seja amado e temido, como
é praticamente impossível ser amado e temido ao mesmo tempo, era mais
prudente ser temido, defesa de um governo desprovido de valores éticos,
morais, religiosos.

Outro autor muito importante foi Thomas Hobbes, escreveu O


Leviatã, figura mitológica que representa o monstro do caos, de-
sordem. Neste texto, Hobbes defendia que nos princípios da huma-
nidade, o homem vivia no estado de natureza, não tinha limites, foi
um período de um homem rude, egoísta, cruel. O homem era o lobo
do próprio homem capaz de destruir a si próprio. E para se auto-
preservar o homem abriu mão de sua liberdade e transferiu o poder
de governar à um monarca, de forma absoluta, poder de coerção do
estado. (impor limites)

Capa da edição original do Leviatã.

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