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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO -

2023/1

Professoras: Dra. Liliane Barros de Almeida

ROTEIRO DE ESTUDO

Nome: Antônio Carlos dos Santos

Data da aula: 12/04/2023

Referência do material estudado:

ANDERY, Maria Amália. et al. Para Compreender a Ciência: uma perspectiva


histórica. 16 ed. Rio de Janeiro: Garamond; São Paulo: EDUC, 2012. p. 131-160.

Visão geral sobre o material:

A autora inicia o texto delimitando o período histórico em que se


compreende como a Idade Média (século V ao XV) e que esse período é marcado
por diferentes organizações sociais. O Império Romano em decadência causada
pelos ataques bárbaros estava aqui dividido entre Império Romano Ocidental e
Oriental.

O Império Romano Ocidental contava com a civilização Bizantina


baseada numa sociedade religiosa sob a luz do cristianismo com uma igreja ligada
diretamente ao Rei/Estado. A influência suprema do catolicismo monopolizava o
conhecimento e este não era difundido.

No Império Romano Oriental os povos muçulmanos tinham como


base a religião do islamismo abrangendo a Ásia Oriental onde o poder era
organizado de forma centralizada. A igreja não exercia o monopólio do
conhecimento que então era disseminado. O conhecimento era basicamente em
função do desenvolvimento da vida rural – principal meio de produção de bens de
consumo e organização inicial da vida em sociedade.

A transição do Escravismo para o Feudalismo ocorreu


gradativamente em função da decadência do Império Romano frente às constantes
invasão e ataques dos povos Bárbaros e assim ocorreu a fragmentação e
autossuficiência dos territórios que agora não dependiam tanto dos poderes e
organização do reino. Clero, nobres e servos eram agora “classes sociais” com suas
funções e estatus bem definidos: o clero unia a sociedade pela fé e seus dogmas; os
nobres serviam ao rei que estabelecia o conceito de estado organizado sendo
protegidos e pagando impostos; e, os servos eram os que trabalhavam em troca de
proteção.

Assim os pequenos proprietários estavam sofrendo as maiores


mazelas sociais em função das tensões desse modelo de produção que desde então
onerava o que eu poderia chamar aqui de “a base da pirâmide social” da época.

A ruralização da sociedade do Império Romano ocorreu em função


da necessidade de ocupação produtiva dos territórios, mas isso aconteceu de tal
forma que os camponeses (servos) foram muito explorados pelos senhores (nobres)
em razão do vínculo que então coexistia entre ambas as partes favorecendo sempre
o grande proprietário das terras, em especial, por obrigações assumidas que os
assolavam financeiramente e socialmente.

A igreja católica exerce nesse período um grande poder de


influência e controle da sociedade ao lado do rei, por fim, conquistando dinheiro e
poder. Essa tem em si concentrada a produção e o uso do conhecimento que não é
disseminado. A igreja foi fundada num momento em que dá àquela sociedade um
alívio às mazelas sociais do escravismo, contudo após se estabelecer e expandir de
forma hegemônica o seu poder passa a agir de forma muito conservadora mantendo
suas raízes nos valores sociais opressores e dominadores da época do escravismo.

Santo Agostinho, nascido e falecido em território africano, o que


denota aqui um destaque (grifo meu) a esse território como também um espaço
denominado de “berço do conhecimento”, converteu-se ao cristianismo tardiamente
– decerto após estudar e analisar à fundo a religião, o estado e como funcionava o
sistema. Esse período de decadência do Império Romano foi muito bem delineado
pelo conhecimento agostiniano que colocava “Deus” no centro do mundo.

Do ponto de vista filosófico isso determinou as condições da vida


humana colocando o homem como o ser supremo em relação à tudo que há na terra
devido à sua capacidade de raciocínio, segundo Agostinho.

O surgimento das cidades ocorreu principalmente com organização


social que favoreceu a ação dos artesãos realizando intercâmbios com maior
facilidade num espaço específico organizado para o surgimento do comércio
demarcando a transição da relação do valor de uso x valor de troca dos bens
produzidos. Mas, mesmo com toda essa moderna organização social a produção
científica era limitada a conceitos práticos em detrimento a ciência.

Argumentos centrais do texto

A autora explicita que a decadência do Império Romano relatando a


sua decadência em função da dificuldade do Império em manter seu território contra
os ataques e invasões dos bárbaros.

A grande e soberana influência da igreja católica que se alinhava ao


rei a concentrava poder e conhecimento.
O surgimento das cidades como centros de promoção ao comércio.

Conceitos tratados no texto

O período da Idade Média ficou conhecido como Idade das Trevas


em função da Igreja Católica dominar o conhecimento e não o disseminar senão
para conhecimentos práticos. Os movimentos em busca da razão colocando o
homem no centro e não deus, não sobressairam significativamente e o
desenvolvimento foi apenas insignificante para todo esse grande período.

A arquitetura, as artes, as nevegações e as técnicas agrícolas foram


as áreas em que mais houve crescimento científico – o que favoreceu em grande
parte a expansão comercial e conquista de territórios pela Europa.

O surgimento das cidades favoreceu a criação do comércio.

Questionamentos e/ou comentários:

1. Durante o período denominado como Feudalismo houve forte marcação do


modelo de produção: saindo do escravismo para a servidão. Dentre todas as
características desse período denominado como “Idade das Trevas” questionamos
se houve produção e disseminação massiva do conhecimento nesse período
histórico?

2. Santo Agostinho se converteu tardiamente e após tal feito foi um dos principais
contribuintes para a criação / instituição do Cristianismo (que estava atrelado ao
reino / governo). Estaríamos errados em compreender que o Santo foi audacioso
contribuindo para a criação de um sistema auxiliar de governo / controle da
sociedade com o estabelecimento das doutrinas e dogmas católicos?

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