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Resolução das atividades adicionais

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Idade Média: feudalismo


1. O feudalismo foi um sistema socioeconômico que estruturou a Europa durante grande parte
do Período Medieval. Suas características básicas foram a fragmentação política e a ruralização.
Desse modo, as invasões bárbaras contribuíram para a formação do feudalismo ao afugentar
as populações das cidades, fortalecendo o poder dos grandes proprietários de terras, que pas-
saram a controlar cada vez mais suas propriedades (feudos) de modo autônomo.
2. Politicamente, o feudalismo era marcado por apresentar grande fragmentação: havia um
“senhor dos senhores”, que era o rei; este, porém, tinha apenas poder nominal, uma vez
que quem mandava dentro das propriedades nas quais estava dividido o território euro-
peu eram os senhores feudais. Desse modo, não havia um poder centralizado forte, mas
poderes locais autônomos e que entravam em guerra facilmente.
3. A imagem é uma iluminura publicada em um livro de orações medieval chamado As mui
ricas horas do Duque de Berry. Nela, podem-se observar dois planos: a plantação – à frente – e
o castelo – ao fundo, denotando poder sobre o resto da imagem. Em primeiro plano, há
um camponês com um arado e seus respectivos bois, e ao fundo há outros camponeses
executando diversos trabalhos agrícolas.
4. Os personagens presentes são camponeses, muitos deles – provavelmente – servos. A fun-
ção dessa parte da terceira camada da sociedade (o chamado Terceiro Estado) era traba-
lhar de modo que as outras camadas pudessem usufruir desse trabalho para que lhes fosse
possível exercer suas funções (a do clero era rezar, e a dos nobres era guerrear).
5. As relações de suserania e vassalagem eram estabelecidas entre nobres e se baseavam
em uma troca de favores e apoio. Um nobre (suserano) doava um feudo para outro nobre
(vassalo) em troca de favores militares e apoio econômico e político. Esse tipo de relação
era muito comum à época, e só os nobres tinham o direito (e as possibilidades) de fazê-lo,
motivo pelo qual os camponeses (personagens da imagem) ficavam impossibilitados de
participar delas.
6. b O texto afirma que existem elementos estranhos à dinâmica do Ocidente Medieval que
contribuíram para o surgimento do feudalismo.
7. c O texto se refere a uma característica da organização social do feudalismo, qual seja, a di-
visão entre clero, nobreza e população trabalhadora – especialmente camponesa.
8. b Segundo o texto, o sistema de orientação mais preciso para se compreender a cristandade
medieval são as noções de baixo e alto: “[...] o Aqui, esse ‘mundo’ imperfeito e marcado
pelo Pecado Original”; e “[...] o céu, morada de Deus”.

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9. b O texto referido é uma conhecida descrição do historiador francês Marc Bloch acerca do
juramento de fidelidade e obediência entre nobres, conhecido como relação de suserania
e vassalagem (homenagem), fundamental para a obtenção de domínios feudais e para a
formação de exércitos pessoais na sociedade feudal europeia durante a Idade Média.
10. e Jacques le Goff destaca o estabelecimento do sistema feudal como resultado – e não causa –
do colapso do poder real centralizado, em meio às grandes invasões dos séculos IX e X e às
disputas sucessórias entre os herdeiros carolíngios.
11. e De acordo com o texto, o feudalismo foi uma “resposta improvisada ao desafio colocado
pela ineficiência da autoridade central”.
Idade Média: Igreja e heresias

12. A visão dos bispos acerca do ambiente em que estão inseridos é a pior possível: eles o
caracterizam como arruinado, um lugar em que não prospera a bondade humana, mas a
ganância e a pobreza.
13. a) Porque naquela época a Igreja representava o poder supranacional ao qual todos os
demais poderes deveriam estar subordinados. O Estado estava subordinado à Igreja.
b) Na época de Napoleão, a Igreja estava subordinada ao Estado, e o império era considera-
do não expressão da vontade de Deus ou da Igreja, mas resultado do mérito de Napoleão,
daí ele próprio coroar-se.
Observação: ressalva-se que, na coroação de Napoleão, o papa estava presente.
14. A Igreja exercia uma função de controle social e político. Servia de guia para os homens desde
seu nascimento até sua morte. Tinha um papel educativo no que diz respeito a comporta-
mentos adequados às normas e valores que ela mesma veiculava por meio dos sermões. Ao
mesmo tempo, era através da paróquia que as pessoas tinham acesso à informação.
No plano político, a paróquia constituía um órgão de governo local e administrava a coleta
e a distribuição de esmolas aos pobres. Como as paróquias tinham contato direto com
seus fiéis, frequentemente os governantes utilizavam os pregadores para dizerem exata-
mente o que era de interesse do governo.
15. b No paralelo estabelecido pelo autor, a cristandade se desenvolveu em espaços tomados às
florestas (clareiras), enquanto o Islã se estabeleceu nos raros espaços amenos em meio aos
desertos. Em ambos os casos, essas civilizações medievais teriam se desenvolvido tangen-
ciando os domínios da natureza.
16. a O excerto afirma a importância da Igreja Católica na Idade Média como instituição res-
ponsável pela continuidade da civilização da Antiguidade e ponte entre duas épocas, a
Antiguidade e a Época Moderna.
17. b Uma vez que a Igreja possuía poder político e as críticas “heréticas” se voltavam contra a
junção dessas duas faces da instituição, pode-se entender que as heresias eram acusadas
de romper com a ordem social vigente.
18. c A Igreja se tornou uma das instituições mais poderosas na Europa Medieval, e era comum a
doação de bens materiais em troca de serviços religiosos ou como forma de demonstração
da fé.

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19. e Entre os diversos papéis exercidos pela Igreja durante a Idade Média, podemos citar o
combate a desvios da doutrina (heresias), o combate à prática da usura (emprestar dinhei-
ro cobrando juros) e a preservação, tradução e cópia de obras consideradas fundamentais
no campo do saber.
20. c A Querela das Investiduras consistiu num conflito entre o papa e o imperador com relação à
nomeação de bispos, representando as tensões entre o poder espiritual e o poder temporal.
Idade Média: Cruzadas e cultura medieval

21. A “ordem de Deus” na Terra era a ordem estamental. Em primeiro lugar, todos deveriam
seguir a palavra divina transmitida pelos clérigos. Além disso, deveriam cumprir suas
funções sociais, que já estavam determinadas antes de nascerem: existia uma sociedade
estamental onde cada ordem, segundo a Igreja, possuía um tipo de obrigação social.
22. De acordo com o texto, a Peste Negra foi vista pelos seus contemporâneos como um castigo
divino.
23. a) A cerimônia descrita no texto é a sagração do cavaleiro, também conhecida como ho-
menagem. Entre os versos do texto que contêm elementos religiosos, podemos destacar:
“E então o papa a benzeu”, “Que Deus te dê coragem e ousadia”, “E grande vitória sobre os
infiéis” e “Deus mo conceda, pelo seu digno comando”.
b) A relação entre o rei e Rolando é conhecida como suserania e vassalagem. No contexto
do feudalismo, era uma relação que se dava entre os membros da nobreza: o suserano en-
tregava o feudo ou sagrava o cavaleiro, que, em troca, prestava o serviço militar.
24. a) Nas formações urbanas anteriores às metrópoles modernas, como as da Antiguidade
e do Período Medieval, as muralhas serviam principalmente para promover a defesa de
seus habitantes, procurando, dessa forma, afastar os possíveis inimigos, evitando invasões
e saques, tornando-se, assim, um importante instrumento de proteção nos períodos de
guerras e conflitos, além de servirem para controlar o acesso de pessoas e mercadorias ao
interior dos núcleos urbanos.
b) Nas metrópoles modernas, é possível constatar um quadro de segregação espacial, se-
parando a população de maior poder aquisitivo dos mais pobres. As populações de bai-
xa renda vivem em áreas com imensas dificuldades de acesso à moradia, ao sistema de
transporte, à saúde, à educação, à cultura e ao saneamento básico. Ao mesmo tempo, em
regiões mais ricas são construídos condomínios fechados (murados) que buscam isolar
esse grupo social. “Muralhas invisíveis” estão presentes, ainda, em shopping centers, clubes
e espaços públicos transformados em espaços privados.
25. a) Esperava-se que as mulheres no Ocidente europeu medieval fossem filhas dóceis, es-
posas clementes e fecundas e que, na velhice, expressassem alguma forma de santidade.
Observa-se, entretanto, que as mulheres de estratos sociais inferiores também estavam
ligadas às atividades produtivas.
b) Existe uma homologia entre a estrutura da sociedade medieval e a relação entre homens
e mulheres no Ocidente europeu medieval. Essa homologia se expressa, entre outros aspec-
tos, pelo fato de que ambas as relações (entre homens e mulheres, e entre estratos da socie-
dade medieval) eram altamente hierarquizadas, apresentavam pouca mobilidade social e
comportavam estruturas de dominação (dos estratos superiores – clero e nobreza – sobre o
estrato inferior – Terceiro Estado – e dos homens sobre as mulheres).

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Tanto as relações entre homens e mulheres quanto as relações entre os estratos da socie-
dade medieval comportavam um caráter sagrado, verificado na santidade esperada das
mulheres na velhice e na disposição da sociedade medieval, dividida entre os que oravam
(o clero), os que guerreavam (a nobreza) e os que trabalhavam (o Terceiro Estado).
26. a) As Cruzadas, ocorridas entre os anos de 1096 e 1270, foram motivadas por interesses
econômicos, como a conquista de territórios e os saques em regiões do Oriente Médio
(então sob o domínio muçulmano) e em áreas do Império Bizantino, e por interesses polí-
ticos, já que a Igreja e o papa buscavam ampliar sua influência no Oriente, assim como os
cristãos em geral tentavam impedir a expansão turco-muçulmana em direção à Europa.
b) As Cruzadas foram idealizadas pelo papa Urbano II, que convocou os cavaleiros cristãos
a retomarem o Santo Sepulcro em Jerusalém, sob o domínio muçulmano. O cronista iden-
tifica o apoio de Deus ao empreendimento cruzadístico como um “justo e admirável jul-
gamento de Deus, que quis que este lugar recebesse o sangue daqueles que blasfemaram
contra Ele durante tanto tempo”.
27. e Durante a Idade Média, a lepra e outras doenças atingiram fortemente o continente euro-
peu e, dentro de uma mentalidade influenciada pela fé religiosa, foram entendidas como
resultado da ação divina, devido aos pecados dos homens.
28. c No Ocidente europeu medieval, a maioria da população não era letrada, de forma que o
uso de imagens tinha por finalidade educar os fiéis por meio do olhar.
29. e Os textos remetem a aspectos da doutrina católica que buscam mostrar a harmonia entre
fé e razão.
30. b O discurso religioso foi importante, no contexto do catolicismo medieval, para justificar
diversos componentes da ordem social estabelecida (como a própria divisão em três es-
tados, encimada pelo clero). No texto, enfatiza-se a referência a Adão e Eva como raiz da
condição de inferioridade feminina.
31. c A arte medieval foi caracterizada, de modo geral, pelo emprego da bidimensionalidade
nas iluminuras. Já no período da Renascença, que marca a passagem da Idade Média para
a Idade Moderna, os artistas passaram a utilizar a técnica da perspectiva, conferindo mais
realismo às cenas retratadas. A valorização da racionalidade foi fundamental para o con-
junto das transformações artístico-culturais.
32. b O texto faz referência ao papel das mulheres como damas em seus castelos, e de seus ma-
ridos como senhores responsáveis pela defesa dessas fortalezas, indicando os espaços que
cada um ocupava no Ocidente europeu medieval.
33. d As universidades medievais, centros de pensamento, estudo e difusão cultural, surgiram
em um contexto de urbanização e fortalecimento da burguesia.
34. a No contexto das Cruzadas (ao longo do século XII), surgiram numerosas ordens de cavalaria
de caráter religioso – como a dos hospitalários, a dos teutônicos e a dos famosos templá-
rios –, cujos membros faziam os mesmos votos monásticos das abadias europeias e assu-
miam o compromisso da luta contra os muçulmanos na Terra Santa como missão pessoal.
35. d O calendário em questão estabelece uma relação muito evidente entre cada um dos me-
ses retratados e as estações do ano, suas características próprias e os tipos de trabalho que,
no campo, poderiam ser desenvolvidos em cada um desses momentos. Essa é uma forma
de entender e representar o tempo totalmente associada à natureza e seus fenômenos.

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36. b Parte do grande conjunto que compõe o mito arturiano, consolidado numa única narrati-
va apenas por Thomas Mallory, na transição da Época Medieval para a Moderna, o episódio
de Percival acrescenta a busca do Graal (o cálice sagrado da Santa Ceia) ao heroísmo dos
cavaleiros do Rei Arthur.
37. a Segundo o texto, as Cruzadas fortaleceram a identidade e as instituições da cristandade.
Idade Média: monarquias da Europa Ocidental

38. Na França, o poder político estava muito fragmentado nas mãos dos senhores feudais,
mas, aos poucos, vinha sendo centralizado nas mãos da Dinastia dos Capetos. Já no Sacro
Império Romano-Germânico, apesar da existência de um monarca centralizado (o impera-
dor), as decisões eram tomadas pelos príncipes, em reuniões realizadas constantemente, e
cada unidade local acabava por tomar as decisões que quisesse.

39. João Sem-Terra, rei da Inglaterra, praticou uma política externa desastrosa, perdeu guerras
e territórios, inclusive para a França, e isso irou a nobreza de seu país, que o forçou a assinar
uma carta de princípios chamada de Magna Carta. Essa carta passou a nortear as relações
entre o rei e a nobreza. Por meio dela, a nobreza poderia colocar suas vontades em prática,
uma vez que suas opiniões deveriam ser levadas em conta na hora da tomada de decisões.

40. Na história da Inglaterra, a Magna Carta foi importante para criar uma tradição de consulta às
opiniões de parte da população na hora da tomada de decisões, controlando o poder do rei.
Certamente essa consulta não abrangia a todos, mas foi expandida com o passar do tempo.
41. d Diferentemente de muitos governos monárquicos ao longo da história, o título imperial
no Sacro Império não era hereditário, mas determinado por meio de eleição, o que servia
como uma espécie de limitação ao poder do imperador.
42. b Ao garantir o direito a julgamento entre os pares, a Magna Carta estabelecia limites ao
poder real.
43. d A Magna Carta dava aos ingleses garantias de ordem individual e política, resultando numa
limitação do poder real.
44. a Luís IX estabeleceu uma paz honrosa que pôs fim às disputas entre Capetos e Plantagenetas,
o que colaborou para seu fortalecimento político.
45. c A Magna Carta, apesar de assegurar privilégios à nobreza, criou uma tradição de consulta
à população na Inglaterra.
46. b O desmembramento do Império Franco por meio do Tratado de Verdun está na origem da
formação do Sacro Império Romano-Germânico no século seguinte.
América Portuguesa e a crise do Antigo Sistema Colonial

47. a) A Revolução Industrial na Inglaterra determinou a crise do Antigo Sistema Colonial. A


produção em escala industrial exigia grandes e constantes suprimentos de matérias-pri-
mas e, ao mesmo tempo, amplos mercados de consumo para os produtos manufaturados.
A liberdade de comércio tornou-se um lema importante para a economia industrial bri-
tânica e se chocava com o sustentáculo do Antigo Sistema Colonial, a saber, o regime de

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monopólios em que se fundavam as relações metrópole-colônia, o qual se tornou um obs-
táculo para a livre circulação de pessoas e de mercadorias. Nesses termos, tornou-se com-
preensível que as primeiras colônias a se tornarem independentes tenham sido as colônias
inglesas da América do Norte. Não que a economia britânica estivesse prescindindo de
colônias, mas todo o mundo colonial estava se tornando “colônia” da produção industrial
britânica: deveriam fornecer matérias-primas e consumir os manufaturados britânicos.
Acrescenta-se a esses aspectos o fato de as colônias inglesas da América do Norte possuí-
rem instituições de autogoverno e se chocarem com os interesses políticos e econômicos
da metrópole, que estava interessada, naquela conjuntura, em anular antigas franquias e,
especialmente, em aumentar a arrecadação de impostos.
b) A Inglaterra industrial patrocinava uma política de liberdade de comércio – livre-cam-
bismo – que tinha por finalidade garantir a livre circulação de pessoas e mercadorias, pois
estava interessada em conseguir uma ampliação de mercados consumidores e fornecedo-
res de matérias-primas.
As elites coloniais das Américas Espanhola e Portuguesa deram-se conta das vantagens do
livre-cambismo sobre o regime de monopólios. As metrópoles ibéricas, ameaçadas eco-
nômica e politicamente, por sua vez, procuraram reforçar os laços de dependência me-
trópole-colônia – aumento do rigor fiscal e punição rigorosa aos movimentos de rebeldia
nas colônias –, que, no entanto, realimentam o processo no qual ficam cada vez mais mar-
cantes as diferenças de interesses entre os colonos e as metrópoles. É nessa conjuntura de
tensões e conflitos que ocorrem as Guerras Napoleônicas, que desencadeiam a crise do
Antigo Sistema Colonial. As tropas napoleônicas invadiram a Espanha e depois Portugal.
Napoleão colocou no trono espanhol seu irmão, José Bonaparte. Instaurou-se uma crise de
autoridade. Nas áreas coloniais, lutou-se contra as autoridades impostas pela metrópole e,
ao mesmo tempo, pela emancipação política.
No caso de Portugal, a família real transferiu-se para o Brasil, que se tornou a sede do Im-
pério Colonial português. As medidas adotadas pelo príncipe-regente D. João – Abertura
dos Portos e tratados de comércio com a Inglaterra, por exemplo – aceleraram a crise que
culminou com a emancipação política do Brasil.
48. O processo de emancipação política na América Latina pertence, na sua maior parte, a um
contexto de grandes transformações desencadeadas pela Revolução Industrial iniciada na
Inglaterra e pelos movimentos políticos influenciados pelas ideias liberais, como a inde-
pendência dos EUA e a Revolução Francesa de 1789.
49. A dependência de Portugal ante a Inglaterra acentuou-se após a Restauração portuguesa
(1640). Uma série de tratados vinculou o apoio político inglês a uma dependência econô-
mica de Portugal à Inglaterra. No que diz respeito às colônias portuguesas, a Inglaterra
passou a pressionar para dispor de direitos de comércio, o que pressupôs a quebra das
relações de monopólio metrópole-colônia.
Durante a expansão napoleônica, Portugal passou a ser pressionado para que aderisse ao
Bloqueio Continental à Inglaterra; a indefinição portuguesa resultou na invasão francesa a
Portugal (fins de 1807). Com a invasão, a família real portuguesa fugiu para o Brasil, acele-
rando o processo de desarticulação do Sistema Colonial português no Brasil.
50. e O texto menciona as principais características da colonização de exploração na Época Mo-
derna, que seguia os princípios da política econômica mercantilista.

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51. d Entre as diversas transformações ocorridas no Brasil com a vinda da família real, costu-
mam-se citar a Abertura dos Portos do Brasil (1808), os acordos comerciais com a Inglaterra
(1810) e o estabelecimento da Imprensa Régia (1808) para a publicação dos documentos
oficiais.
52. b O estabelecimento da família real portuguesa no Brasil em 1808 pertence ao contexto das
Guerras Napoleônicas.
53. c A independência política do Brasil integra o contexto da crise do Antigo Sistema Colonial e
do Antigo Regime, do qual fazem parte a independência dos EUA e a Revolução Francesa
de 1789 e que se caracteriza pela difusão de princípios liberais em oposição ao absolutis-
mo monárquico e às práticas mercantilistas.
54. c A Revolução Industrial foi um importante fator da crise do Antigo Sistema Colonial, na me-
dida em que despertou novos interesses econômicos e ajudou a difundir as teorias liberais
em oposição ao mercantilismo.
55. e Os ideais da Ilustração pertencem ao contexto das Revoluções Francesa e Americana, ex-
plícitos, sobretudo, na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França) e na De-
claração de Independência dos Estados Unidos.
Criou-se, com esses ideais, a possibilidade de um Estado republicano e democrático, ainda
que limitado (por exemplo, pela manutenção da escravidão).
Governo joanino no Brasil (1808-1820)
56. A ideia de “interiorização” da Metrópole está associada ao fato de que, com a vinda da fa-
mília real, a América Portuguesa (periferia) se tornou o centro do Império Português.
Várias medidas tomadas pelo príncipe-regente D. João ilustram o processo de “interiori-
zação da Metrópole”. Nesse sentido, podemos distinguir o ato de Abertura dos Portos às
Nações Amigas, que rompia com o regime de monopólios da Metrópole. Com relação à
Colônia, nessa mesma direção, pode também ser citada a assinatura dos tratados de 1810
com a Inglaterra, que abria o mercado da Colônia para os produtos ingleses, prescindindo
da mediação da Metrópole. Em 1815, a América Portuguesa perdia oficialmente o seu
status de Colônia, pois era elevada à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.
57. a) No final do século XVIII, ocorreu o esgotamento das jazidas de ouro, criando um cenário
de declínio para a região das minas. “Mas não se deve imaginar um cenário de decadência”,
pois a região não dependia exclusivamente do ouro; havia “uma diversificação econômica”,
com atividades importantes, como o comércio, a produção de alimentos e a criação de
rebanhos bovinos e muares.
b) Os tropeiros desempenharam um papel de destaque na integração do Sudeste, pois eram
os responsáveis pelo transporte das diversas mercadorias que abasteciam a região, além de
levarem as notícias de interesse político e social para as populações que viviam na região.
58. Para o Brasil, significava o rompimento do monopólio Metrópole-Colônia e o deslocamen-
to do eixo político da Metrópole para o Brasil.
Para a Inglaterra, significava, principalmente, o franqueamento dos mercados consumidor
e fornecedor que representava o Brasil.
Para Portugal, significava a perda de sua posição política e econômica como Metrópole e
o consequente descontentamento dos setores de classe interessados na manutenção da
política de monopólio. No entanto, era a única alternativa para a Coroa portuguesa man-
ter-se no poder.

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59. d O processo de independência da América Espanhola ocorreu no início do século XIX.
O texto do jornalista alerta para a possibilidade de o mesmo acontecer ao Brasil, à época
governado por D. João VI. Sua recomendação era a de que o monarca permanecesse nos
trópicos, caso contrário não poderia “tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de
coisas deve ocasionar na América”.
60. b A questão refere-se à transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808, resultado
das pressões por conta do Bloqueio Continental decretado por Napoleão Bonaparte con-
tra a Inglaterra em 1806.
A aproximação estratégica entre Portugal e Inglaterra resultou na Abertura dos Portos Bra-
sileiros às Nações Amigas (1808) e na assinatura dos tratados de Aliança e Amizade e de
Comércio e Navegação (1810). Como resultado de tais medidas de abertura comercial, o
Pacto Colonial (ou “exclusivo metropolitano”) foi extinto.
61. a No curto prazo, os acordos com a Inglaterra trouxeram inúmeros benefícios para o Brasil,
como o maior acesso a produtos manufaturados. Entretanto, no longo prazo houve um
aprofundamento do déficit comercial e o consequente aumento da dependência econô-
mica externa.
62. b A mudança da Corte portuguesa resultou em medidas que alteraram profundamente as
relações entre Brasil e Portugal, como o fim do regime de monopólio comercial metropo-
litano e o estabelecimento da cidade do Rio de Janeiro como a nova sede do Império.
63. c Um importante efeito da liberdade de comércio externo no Brasil a partir de 1808 foi o
aumento da influência britânica na economia brasileira, principalmente por meio de pro-
dutos manufaturados.
64. d A Revolução Pernambucana de 1817 reuniu diversos setores da população local descon-
tentes com a situação econômica e com a política da Corte, instalada no Rio de Janeiro.
Governo joanino no Brasil e o rompimento político com Portugal (1820-1822)

65. a) Durante o período do Brasil Colonial, a Coroa portuguesa proibia a presença da impren-
sa na Colônia. Em 1808, com a chegada da família real ao Brasil, foi instalada a Imprensa
Régia, permitindo a edição de jornais, livros e periódicos, de forma que, na época da Inde-
pendência, em 1822, a imprensa podia ser considerada “uma novidade”.
b) O processo de independência do Brasil foi marcado por mudanças e permanências que
marcaram “o início da edificação da ordem nacional”, entre as quais podemos destacar:
„ Na política, ocorreu a ruptura com a Metrópole portuguesa, porém a monarquia foi preser-
vada como forma de governo e o Brasil continuava sendo governado por um membro da
Dinastia de Bragança.
„ A sociedade ganhou novos contornos desde a instalação da Corte na Colônia: surgiu um
grupo importante de comerciantes beneficiados pela Abertura dos Portos (jan./1808), e
a aristocracia rural brasileira ganhou projeção, sendo um dos principais articuladores da
independência. Porém a escravidão foi mantida, não havendo, com a independência, mu-
dança de condição para os escravos.

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No âmbito econômico, ocorreu o fim do monopólio Metrópole-Colônia e um aumento da
„ 

influência britânica sobre o país, mas a economia continuou baseada na permanência do


modelo primário-exportador.
Culturalmente, com a chegada da família real, além da instalação da imprensa, foram fun-
„ 

dadas escolas de Ensino Superior e ocorreu a vinda da Missão Artística Francesa. Porém
essas novidades culturais não atingiram o conjunto da população, que continuava predo-
minantemente analfabeta.
66. O estabelecimento da família real e do governo português no Rio de Janeiro (1808) repre-
sentou um fato inédito em toda a história da América colonial. Pela primeira vez, a Colônia
tornava-se o centro político de todo um Império, o que alguns denominaram “inversão bra-
sileira”. Fala-se, nesse sentido, de “um processo de independência singular”, na medida em
que, por força das circunstâncias apontadas, é o próprio Estado monárquico-absolutista o
promotor da colonização e o autor de reformas que rompem com a antiga situação colonial.
A Abertura dos Portos (ruptura com o regime de monopólios), a livre-iniciativa industrial, a
elevação da Colônia à categoria de reino (Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves) e outras
medidas fazem parte desse processo, além da solução monárquica.
67. Na charge, podem-se identificar representantes dos comerciantes portugueses, da aristocra-
cia rural, dos escravos, dos interesses ingleses e dos trabalhadores rurais não escravos. Para
os comerciantes portugueses, segundo a charge, havia o temor do que poderia advir com a
separação de Portugal (a perda de seus antigos privilégios). Para a aristocracia rural, segundo
a charge, “chegara a sua vez”, isto é, seria ela a beneficiar-se da nova situação. Para os escra-
vos, segundo a charge, “a história é velha”, ou seja, não extrairiam da independência qualquer
benefício, pois a escravidão continuaria como era antes. Para os ingleses, significativamente
em pé de igualdade com a figura do futuro imperador, a independência era o coroamento
de seus interesses, pois, sem laços de dependência com Portugal, não haveria qualquer en-
trave ao livre-comércio inglês na antiga Colônia. Entre os trabalhadores rurais não escravos,
segundo a charge, havia um alheamento sobre o que estava se passando, podendo significar
a não participação popular naquele acontecimento.
68. b O texto destaca a peculiaridade do processo de independência política do Brasil, deter-
minado pelos desdobramentos da instalação da Corte portuguesa no hemisfério Sul, em
1808, como a Abertura dos Portos ao Comércio Internacional e a elevação do Brasil a Reino
Unido a Portugal em 1815.
69. a Ao submeter-se à negação exterior de sua condição feminina para poder engajar-se nas
tropas em luta pela independência, Maria Quitéria demonstrava os limites estreitos do
modelo patriarcal então dominante.
70. c O intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra e sua época de publica-
ção corresponde à primeira metade do século XIX (enredo: Período Joanino, 1808-1821; e
publicação: 1852-1854); portanto corresponde à época da emancipação política do Brasil e
da formação do Estado Nacional.
71. e A emancipação política do Brasil em relação a Portugal consolidou a liberdade de comércio
externo, em oposição ao antigo regime de monopólios conhecido como Pacto Colonial.

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72. c De acordo com o cartum, a emancipação política brasileira favorecia principalmente os
ingleses, como no caso das relações comerciais.
73. b O processo de emancipação política do Brasil teve um caráter liberal, na medida em que
consolidou a liberdade de comércio externo e resultou na criação de um regime cons-
titucional. Por outro lado, o fenômeno teve um caráter conservador se considerarmos a
preservação da economia agrário-exportadora apoiada no latifúndio monocultor e no
trabalho de africanos escravizados.
Primeiro Reinado (1822-1831): organização do Estado Nacional brasileiro

74. A Constituição de 1824 concentrou muitas funções nas mãos do imperador. No caso do
Legislativo, o imperador nomeava senadores vitalícios e podia dissolver a Câmara dos
Deputados. O imperador também nomeava os presidentes de províncias. Atuava no Poder
Judiciário, podendo nomear juízes. O imperador acumulava dois poderes: o Executivo e
o Moderador. Este último era definido como a chave de toda a organização política do
Império, encarregado de zelar pelo equilíbrio e harmonia dos demais poderes.
75. a) O catolicismo era a religião oficial da Monarquia. Havia uma união entre a Igreja e o
Estado que se concretizava de várias maneiras, como a designação de bispos (feita pelo
imperador com a confirmação do papa) e a atuação do clero na educação, nos cemitérios
e nos registros de nascimentos, casamentos e mortes.
b) As demais religiões, de acordo com a Constituição de 1824, só podiam atuar em cultos
domésticos ou particulares, não sendo permitidos cultos abertos.
76. a) Podem-se identificar:
„ como características da Constituição de 1824, a divisão em quatro Poderes de Estado,

a instituição do regime monárquico, o voto censitário e indireto, a subordinação entre


Igreja e Estado, entre outras;
„ como características da Constituição de 1988, a instauração de uma república federativa,

a existência de três Poderes de Estado, o voto universal direto, a separação entre Igreja e
Estado, entre outras.
b) Segundo a Constituição de 1824, o Poder Moderador era a chave da organização políti-
ca do Estado imperial, pois sua função era promover e garantir o equilíbrio entre os outros
Poderes de Estado. Nessa qualidade, o Poder Moderador, privativo do imperador, permi-
tia a ele, entre outras atribuições, dissolver a Câmara dos Deputados. Assim, numa certa
medida, o Poder Moderador ampliava as atribuições do imperador como chefe do Poder
Executivo, estabelecendo possibilidades de intervenção no funcionamento do Legislativo
e do Judiciário.
77. b No processo de emancipação política, existiram sérios conflitos no momento da definição
das características dos novos Estados Nacionais. De maneira geral, uma das razões desses
conflitos esteve associada a forças opostas: grupos favoráveis a uma concepção unitária e
grupos favoráveis a uma concepção federalista de Estado.
78. b O Estado brasileiro formado após a Independência seguia preceitos liberais. Organizava-se
através de uma Constituição, possuía instância de representação política e garantia liber-
dades individuais, apesar de contradições como o escravismo.

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79. b Durante o processo de independência do Brasil, algumas províncias – como Maranhão,
Grão-Pará, Bahia e Cisplatina – tornaram-se palco de confrontos armados de proporções
significativas, conhecidos como “guerras de independência”.

80. c A Assembleia Constituinte discutia um projeto de Constituição que procurava, entre ou-
tros aspectos, restringir o poder do imperador D. Pedro I e evitar uma possível tentativa de
retorno ao status do Brasil como um reino unido a Portugal. D. Pedro dissolveu a Assem-
bleia Constituinte e outorgou uma Constituição (25.03.1824) que estabeleceu a centraliza-
ção político-administrativa. Em 1824, eclodiu um movimento revoltoso em Pernambuco,
a Confederação do Equador, que se posicionou contra a dissolução da Constituinte e a ou-
torga da Constituição. Os revoltosos propuseram a formação de uma república de estados
confederados do Nordeste. No entanto, o movimento foi duramente reprimido.

81. a O Poder Moderador, exercido pelo imperador, foi definido como a chave de toda a orga-
nização política da nação para velar sobre a harmonia dos demais Poderes, tendo como
funções:
„ nomear senadores;

„ convocar assembleias extraordinárias;

„ sancionar decretos;

„ aprovar ou suspender resoluções das províncias;

„ prorrogar, adiar e dissolver a Câmara dos Deputados;

„ nomear e demitir ministros e magistrados;

„ comutar penas e conceder anistias.

82. d A Constituição de 1824 estabelecia o critério censitário, como explicitado no parágrafo V


do artigo citado no enunciado. Tal medida mantinha o poder entre proprietários de terras
e comerciantes, que, além de possuírem a renda suficiente para votar, também se candi-
datavam a cargos públicos.

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