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1ª Série História 1
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9. b O texto referido é uma conhecida descrição do historiador francês Marc Bloch acerca do
juramento de fidelidade e obediência entre nobres, conhecido como relação de suserania
e vassalagem (homenagem), fundamental para a obtenção de domínios feudais e para a
formação de exércitos pessoais na sociedade feudal europeia durante a Idade Média.
10. e Jacques le Goff destaca o estabelecimento do sistema feudal como resultado – e não causa –
do colapso do poder real centralizado, em meio às grandes invasões dos séculos IX e X e às
disputas sucessórias entre os herdeiros carolíngios.
11. e De acordo com o texto, o feudalismo foi uma “resposta improvisada ao desafio colocado
pela ineficiência da autoridade central”.
Idade Média: Igreja e heresias
12. A visão dos bispos acerca do ambiente em que estão inseridos é a pior possível: eles o
caracterizam como arruinado, um lugar em que não prospera a bondade humana, mas a
ganância e a pobreza.
13. a) Porque naquela época a Igreja representava o poder supranacional ao qual todos os
demais poderes deveriam estar subordinados. O Estado estava subordinado à Igreja.
b) Na época de Napoleão, a Igreja estava subordinada ao Estado, e o império era considera-
do não expressão da vontade de Deus ou da Igreja, mas resultado do mérito de Napoleão,
daí ele próprio coroar-se.
Observação: ressalva-se que, na coroação de Napoleão, o papa estava presente.
14. A Igreja exercia uma função de controle social e político. Servia de guia para os homens desde
seu nascimento até sua morte. Tinha um papel educativo no que diz respeito a comporta-
mentos adequados às normas e valores que ela mesma veiculava por meio dos sermões. Ao
mesmo tempo, era através da paróquia que as pessoas tinham acesso à informação.
No plano político, a paróquia constituía um órgão de governo local e administrava a coleta
e a distribuição de esmolas aos pobres. Como as paróquias tinham contato direto com
seus fiéis, frequentemente os governantes utilizavam os pregadores para dizerem exata-
mente o que era de interesse do governo.
15. b No paralelo estabelecido pelo autor, a cristandade se desenvolveu em espaços tomados às
florestas (clareiras), enquanto o Islã se estabeleceu nos raros espaços amenos em meio aos
desertos. Em ambos os casos, essas civilizações medievais teriam se desenvolvido tangen-
ciando os domínios da natureza.
16. a O excerto afirma a importância da Igreja Católica na Idade Média como instituição res-
ponsável pela continuidade da civilização da Antiguidade e ponte entre duas épocas, a
Antiguidade e a Época Moderna.
17. b Uma vez que a Igreja possuía poder político e as críticas “heréticas” se voltavam contra a
junção dessas duas faces da instituição, pode-se entender que as heresias eram acusadas
de romper com a ordem social vigente.
18. c A Igreja se tornou uma das instituições mais poderosas na Europa Medieval, e era comum a
doação de bens materiais em troca de serviços religiosos ou como forma de demonstração
da fé.
21. A “ordem de Deus” na Terra era a ordem estamental. Em primeiro lugar, todos deveriam
seguir a palavra divina transmitida pelos clérigos. Além disso, deveriam cumprir suas
funções sociais, que já estavam determinadas antes de nascerem: existia uma sociedade
estamental onde cada ordem, segundo a Igreja, possuía um tipo de obrigação social.
22. De acordo com o texto, a Peste Negra foi vista pelos seus contemporâneos como um castigo
divino.
23. a) A cerimônia descrita no texto é a sagração do cavaleiro, também conhecida como ho-
menagem. Entre os versos do texto que contêm elementos religiosos, podemos destacar:
“E então o papa a benzeu”, “Que Deus te dê coragem e ousadia”, “E grande vitória sobre os
infiéis” e “Deus mo conceda, pelo seu digno comando”.
b) A relação entre o rei e Rolando é conhecida como suserania e vassalagem. No contexto
do feudalismo, era uma relação que se dava entre os membros da nobreza: o suserano en-
tregava o feudo ou sagrava o cavaleiro, que, em troca, prestava o serviço militar.
24. a) Nas formações urbanas anteriores às metrópoles modernas, como as da Antiguidade
e do Período Medieval, as muralhas serviam principalmente para promover a defesa de
seus habitantes, procurando, dessa forma, afastar os possíveis inimigos, evitando invasões
e saques, tornando-se, assim, um importante instrumento de proteção nos períodos de
guerras e conflitos, além de servirem para controlar o acesso de pessoas e mercadorias ao
interior dos núcleos urbanos.
b) Nas metrópoles modernas, é possível constatar um quadro de segregação espacial, se-
parando a população de maior poder aquisitivo dos mais pobres. As populações de bai-
xa renda vivem em áreas com imensas dificuldades de acesso à moradia, ao sistema de
transporte, à saúde, à educação, à cultura e ao saneamento básico. Ao mesmo tempo, em
regiões mais ricas são construídos condomínios fechados (murados) que buscam isolar
esse grupo social. “Muralhas invisíveis” estão presentes, ainda, em shopping centers, clubes
e espaços públicos transformados em espaços privados.
25. a) Esperava-se que as mulheres no Ocidente europeu medieval fossem filhas dóceis, es-
posas clementes e fecundas e que, na velhice, expressassem alguma forma de santidade.
Observa-se, entretanto, que as mulheres de estratos sociais inferiores também estavam
ligadas às atividades produtivas.
b) Existe uma homologia entre a estrutura da sociedade medieval e a relação entre homens
e mulheres no Ocidente europeu medieval. Essa homologia se expressa, entre outros aspec-
tos, pelo fato de que ambas as relações (entre homens e mulheres, e entre estratos da socie-
dade medieval) eram altamente hierarquizadas, apresentavam pouca mobilidade social e
comportavam estruturas de dominação (dos estratos superiores – clero e nobreza – sobre o
estrato inferior – Terceiro Estado – e dos homens sobre as mulheres).
38. Na França, o poder político estava muito fragmentado nas mãos dos senhores feudais,
mas, aos poucos, vinha sendo centralizado nas mãos da Dinastia dos Capetos. Já no Sacro
Império Romano-Germânico, apesar da existência de um monarca centralizado (o impera-
dor), as decisões eram tomadas pelos príncipes, em reuniões realizadas constantemente, e
cada unidade local acabava por tomar as decisões que quisesse.
39. João Sem-Terra, rei da Inglaterra, praticou uma política externa desastrosa, perdeu guerras
e territórios, inclusive para a França, e isso irou a nobreza de seu país, que o forçou a assinar
uma carta de princípios chamada de Magna Carta. Essa carta passou a nortear as relações
entre o rei e a nobreza. Por meio dela, a nobreza poderia colocar suas vontades em prática,
uma vez que suas opiniões deveriam ser levadas em conta na hora da tomada de decisões.
40. Na história da Inglaterra, a Magna Carta foi importante para criar uma tradição de consulta às
opiniões de parte da população na hora da tomada de decisões, controlando o poder do rei.
Certamente essa consulta não abrangia a todos, mas foi expandida com o passar do tempo.
41. d Diferentemente de muitos governos monárquicos ao longo da história, o título imperial
no Sacro Império não era hereditário, mas determinado por meio de eleição, o que servia
como uma espécie de limitação ao poder do imperador.
42. b Ao garantir o direito a julgamento entre os pares, a Magna Carta estabelecia limites ao
poder real.
43. d A Magna Carta dava aos ingleses garantias de ordem individual e política, resultando numa
limitação do poder real.
44. a Luís IX estabeleceu uma paz honrosa que pôs fim às disputas entre Capetos e Plantagenetas,
o que colaborou para seu fortalecimento político.
45. c A Magna Carta, apesar de assegurar privilégios à nobreza, criou uma tradição de consulta
à população na Inglaterra.
46. b O desmembramento do Império Franco por meio do Tratado de Verdun está na origem da
formação do Sacro Império Romano-Germânico no século seguinte.
América Portuguesa e a crise do Antigo Sistema Colonial
65. a) Durante o período do Brasil Colonial, a Coroa portuguesa proibia a presença da impren-
sa na Colônia. Em 1808, com a chegada da família real ao Brasil, foi instalada a Imprensa
Régia, permitindo a edição de jornais, livros e periódicos, de forma que, na época da Inde-
pendência, em 1822, a imprensa podia ser considerada “uma novidade”.
b) O processo de independência do Brasil foi marcado por mudanças e permanências que
marcaram “o início da edificação da ordem nacional”, entre as quais podemos destacar:
Na política, ocorreu a ruptura com a Metrópole portuguesa, porém a monarquia foi preser-
vada como forma de governo e o Brasil continuava sendo governado por um membro da
Dinastia de Bragança.
A sociedade ganhou novos contornos desde a instalação da Corte na Colônia: surgiu um
grupo importante de comerciantes beneficiados pela Abertura dos Portos (jan./1808), e
a aristocracia rural brasileira ganhou projeção, sendo um dos principais articuladores da
independência. Porém a escravidão foi mantida, não havendo, com a independência, mu-
dança de condição para os escravos.
dadas escolas de Ensino Superior e ocorreu a vinda da Missão Artística Francesa. Porém
essas novidades culturais não atingiram o conjunto da população, que continuava predo-
minantemente analfabeta.
66. O estabelecimento da família real e do governo português no Rio de Janeiro (1808) repre-
sentou um fato inédito em toda a história da América colonial. Pela primeira vez, a Colônia
tornava-se o centro político de todo um Império, o que alguns denominaram “inversão bra-
sileira”. Fala-se, nesse sentido, de “um processo de independência singular”, na medida em
que, por força das circunstâncias apontadas, é o próprio Estado monárquico-absolutista o
promotor da colonização e o autor de reformas que rompem com a antiga situação colonial.
A Abertura dos Portos (ruptura com o regime de monopólios), a livre-iniciativa industrial, a
elevação da Colônia à categoria de reino (Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves) e outras
medidas fazem parte desse processo, além da solução monárquica.
67. Na charge, podem-se identificar representantes dos comerciantes portugueses, da aristocra-
cia rural, dos escravos, dos interesses ingleses e dos trabalhadores rurais não escravos. Para
os comerciantes portugueses, segundo a charge, havia o temor do que poderia advir com a
separação de Portugal (a perda de seus antigos privilégios). Para a aristocracia rural, segundo
a charge, “chegara a sua vez”, isto é, seria ela a beneficiar-se da nova situação. Para os escra-
vos, segundo a charge, “a história é velha”, ou seja, não extrairiam da independência qualquer
benefício, pois a escravidão continuaria como era antes. Para os ingleses, significativamente
em pé de igualdade com a figura do futuro imperador, a independência era o coroamento
de seus interesses, pois, sem laços de dependência com Portugal, não haveria qualquer en-
trave ao livre-comércio inglês na antiga Colônia. Entre os trabalhadores rurais não escravos,
segundo a charge, havia um alheamento sobre o que estava se passando, podendo significar
a não participação popular naquele acontecimento.
68. b O texto destaca a peculiaridade do processo de independência política do Brasil, deter-
minado pelos desdobramentos da instalação da Corte portuguesa no hemisfério Sul, em
1808, como a Abertura dos Portos ao Comércio Internacional e a elevação do Brasil a Reino
Unido a Portugal em 1815.
69. a Ao submeter-se à negação exterior de sua condição feminina para poder engajar-se nas
tropas em luta pela independência, Maria Quitéria demonstrava os limites estreitos do
modelo patriarcal então dominante.
70. c O intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra e sua época de publica-
ção corresponde à primeira metade do século XIX (enredo: Período Joanino, 1808-1821; e
publicação: 1852-1854); portanto corresponde à época da emancipação política do Brasil e
da formação do Estado Nacional.
71. e A emancipação política do Brasil em relação a Portugal consolidou a liberdade de comércio
externo, em oposição ao antigo regime de monopólios conhecido como Pacto Colonial.
74. A Constituição de 1824 concentrou muitas funções nas mãos do imperador. No caso do
Legislativo, o imperador nomeava senadores vitalícios e podia dissolver a Câmara dos
Deputados. O imperador também nomeava os presidentes de províncias. Atuava no Poder
Judiciário, podendo nomear juízes. O imperador acumulava dois poderes: o Executivo e
o Moderador. Este último era definido como a chave de toda a organização política do
Império, encarregado de zelar pelo equilíbrio e harmonia dos demais poderes.
75. a) O catolicismo era a religião oficial da Monarquia. Havia uma união entre a Igreja e o
Estado que se concretizava de várias maneiras, como a designação de bispos (feita pelo
imperador com a confirmação do papa) e a atuação do clero na educação, nos cemitérios
e nos registros de nascimentos, casamentos e mortes.
b) As demais religiões, de acordo com a Constituição de 1824, só podiam atuar em cultos
domésticos ou particulares, não sendo permitidos cultos abertos.
76. a) Podem-se identificar:
como características da Constituição de 1824, a divisão em quatro Poderes de Estado,
a existência de três Poderes de Estado, o voto universal direto, a separação entre Igreja e
Estado, entre outras.
b) Segundo a Constituição de 1824, o Poder Moderador era a chave da organização políti-
ca do Estado imperial, pois sua função era promover e garantir o equilíbrio entre os outros
Poderes de Estado. Nessa qualidade, o Poder Moderador, privativo do imperador, permi-
tia a ele, entre outras atribuições, dissolver a Câmara dos Deputados. Assim, numa certa
medida, o Poder Moderador ampliava as atribuições do imperador como chefe do Poder
Executivo, estabelecendo possibilidades de intervenção no funcionamento do Legislativo
e do Judiciário.
77. b No processo de emancipação política, existiram sérios conflitos no momento da definição
das características dos novos Estados Nacionais. De maneira geral, uma das razões desses
conflitos esteve associada a forças opostas: grupos favoráveis a uma concepção unitária e
grupos favoráveis a uma concepção federalista de Estado.
78. b O Estado brasileiro formado após a Independência seguia preceitos liberais. Organizava-se
através de uma Constituição, possuía instância de representação política e garantia liber-
dades individuais, apesar de contradições como o escravismo.
80. c A Assembleia Constituinte discutia um projeto de Constituição que procurava, entre ou-
tros aspectos, restringir o poder do imperador D. Pedro I e evitar uma possível tentativa de
retorno ao status do Brasil como um reino unido a Portugal. D. Pedro dissolveu a Assem-
bleia Constituinte e outorgou uma Constituição (25.03.1824) que estabeleceu a centraliza-
ção político-administrativa. Em 1824, eclodiu um movimento revoltoso em Pernambuco,
a Confederação do Equador, que se posicionou contra a dissolução da Constituinte e a ou-
torga da Constituição. Os revoltosos propuseram a formação de uma república de estados
confederados do Nordeste. No entanto, o movimento foi duramente reprimido.
81. a O Poder Moderador, exercido pelo imperador, foi definido como a chave de toda a orga-
nização política da nação para velar sobre a harmonia dos demais Poderes, tendo como
funções:
nomear senadores;
sancionar decretos;