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UNIVERSIDADE FEDERAL

Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas


Departamento de História
História Medieval II
Professor: Sinval Gonçalves
Aluno: fulano de tal
A CIVILIZAÇÃO FEUDAL: do ano mil à colonização da América
Autor: Jérôme Baschet
Capítulo II: ORDEM SENHORIAL E CRESCIMENTO FEUDAL
2006(2004)

FICHAMENTO 02: FEUDALIDADE E ORGANIZAÇÃO DA ARISTOCRACIA

1.Num primeiro olhar, podemos caracterizar a aristocracia, classe dominante no Ocidente medieval, sendo aquela que
tem poder de comando sobre os homens, poder sobre a terra e da atividade guerreira.
2.Joseph Morsel opta por uma noção de aristocracia que deve ser construída pelo historiador a noção que dá ênfase a
uma dominação social de uma minoria.
3. Nobreza é a forma consolidada tardiamente da aristocracia medieval.
4. Aristocracia x nobreza: A aristocracia tem o papel relevante na distinção de uma minoria que exerce dominação. A
nobreza tem papel relevante na distinção de uma minoria que se distingue dos demais pela superioridade.

“Nobreza” e “cavalaria”

1. Entre os historiadores considera-se comumente que aristocracia medieval dos séculos XII e XIII é o resultado da
convergência de dois grupos distintos: Aristocracia definida por suas origens reais ou principescas condais e ducais,
que para Georges Duby perpetua um “modelo real degradado”, pois atua na defesa da ordem pública que remonta a
um passado cada vez mais distante. E os milites grupo em ascensão clara no final do século XI e durante o séculos XII,
a medida que recebem terras em recompensa de seus serviços.
2. Há, portanto distinção entre os grandes (magnates) que reivindicam altas atribuições e os simples cavaleiros
(milites) que prestam serviços em castelões.
3. No grupo aristocrático experimenta uma significativa redefinição, trata-se da qualificação do Miles, pois acontece
uma celebração para alcançar o título de cavaleiro .
4. Acontece uma intensa fusão entre antiga linhagem e a cavalaria, de forma que os termos nobilis e miles passam a
ser sinônimos.
4.1 Passou a ser mais difícil reclamar a posição de nobre sem ser cavaleiro. O título de miles passa a ter mais valor que
a terminologia nobilis ou princips.
5. A existência de cavaleiros servos na Alemanha é o indicativo que o ritual de adubamento não torna
necessariamente nobre. Mesmo assim, aos filhos dos nobres é reservado o acesso a cavalaria, conforme as
constituições de Melfi, de 1231 e Aragão, 1235.
6. A aristocracia feudal está fundamentada pelo nascimento, inserção herdada e por cavalaria que ganha importância
e se identifica como nobreza, inserção adquirida.
7. A Igreja participa na estruturação da ideologia cavaleiresca. No século XII, o ritual de adubamento passa a ser
cristianizado.

As formas de poder aristocrático

1. Entre os séculos X e XII “A castelanização do Ocidente” é a principal característica da reorganização da aristocracia


(Joseph Morsel. O castelo torna-se um dos fundamentos do poder aristocrático, “o termo miles, serve, agora para
categorizar o conjunto daqueles que realizam direta e exclusivamente a dominação social de um espaço organizado
pelos castelos”.
Os castelos tem a função de proteger e simbolizam o poder do seu dono. “O castelo, domina assim, o território, como
o senhor domina seus habitantes”. O castelo é o símbolo da hegemonia aristocrática.
As guerras:
2. Não se deve entender as guerras no mundo medieval com uma onda de violência sem limites e de desordem
feudal.
2.1 As guerras estão respaldadas no código de honra, o dever de vingança aos crimes de sangue e ataque contra os
bens (Dominique Barthélemy). A guerra tem regulamentação e obedecem a códigos (faide).
“A faide é menos o sinal de um caos social incontrolável do que uma prática que permite a reprodução do sistema
senhorial.

Ética cavaleiresca e amor cortês

1. Corresponde a código de valores entre cavaleiros.


2. Na primeira metade do século XII, os cavaleiros são exaltados por seus feitos em canções de gesta, através de
narrativas épicas e por trovadores que cantavam nas cortes.
3. Um cavaleiro é exaltado por sua coragem e habilidade no combate (proezas), e por possuir honra e fidelidade na
presença da sociedade feudal.
4. Um cavaleiro é notável quando pratica a prodigalidade.
5. A Igreja condenou violência guerreira dos cavaleiros quando foi ameaçada por ela e aprovou quando serviu aos seus
interesses.
5. A Igreja exerceu papel importante na estruturação da cavalaria, e sua unificação em torno de um mesmo ideal.
Transmitiu aos cavaleiros os valores de justiça e de paz.
6. “ O fin’amors é a afirmação de uma arte refinada de amor, que contribui para marcar a superioridade dos nobres e
distingui-los dos dominados...”(p. 120).

As relações feudo-vassálicas e o ritual de homenagem

1. A vassalidade, traço mais característico da sociedade medieval, correspondiam cerca de 1% a 2% da população.


Portanto as relações feudo-vassálicas atingiam um nível bem baixo das populações. Robert Fossier qualificou as
relações vassalicas de “epifenômeno negligenciavel”.
2. Outros vários tipo de laços como pactos de amizade, juramentos de fidelidade, associações entre senhores laicos e
monastérios, asseguram a solidariedade e distribuição de poder no seio da sociedade feudal (Joseph Morsel).
3. O ritual de homenagem era constituído em três partes:
a)O engajamento verbal do vassalo que se declara homem do senhor, seguido do gesto immixtio manuum.
b)Fidelidade juramentada sobre a Bíblia seguido de um beijo entre o senhor e o vassalo, podendo nas mãos ou
ósculo.
c) A Investidura do feudo era expressa mediante a entrega de um objeto do senhor ao vassalo.

Disseminação e ancoragem espacial do poder

1. As relações feudo-vassálicas, acompanharam o processo de disseminação da autoridade.


2. “A norma da lógica feudal consiste assim, em uma, disseminação da autoridade até os níveis mais locais da
organização social” (p.127)
3. Os poderes locais e de feição privada mantinham o equilíbrio social e político, antes do surgimento do Estado
moderno (Dominique Barthélemy).
5. Para Joseph Morsel a “ancoragem espacial de poder” permitiu o desenvolvimento no Ocidente Medieval

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