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O termo , visto que esse longo período corresponderia a

um estágio intermediário entre a grandeza da Antiguidade Clássica e o Mundo Moderno.


Essa percepção surgiu durante a Idade Moderna, com a
crescente valorização dos ideais humanistas no contexto do
Renascimento e se consolida sob as influências do Iluminismo.
A partir do século XIX, no entanto, a Idade Média passou a ser
revalorizada e revista. O Romantismo – que se opunha ao
Racionalismo Moderno – que resgata o medievo e o
considera o formador das nacionalidades europeias.
Os historiadores do século XX passaram a perceber o Período Medieval a partir de suas
especificidades. Destacaram seus aspectos econômicos, sociais e, especialmente, culturais.
“A Idade Média não é o período dourado que certos românticos quiseram imaginar, mas também
não é, apesar das fraquezas e aspectos dos quais não gostamos, uma época obscurantista e
triste, imagem que os humanistas e os iluministas quiseram propagar.”
Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 18
= Povos fora das fronteiras (sem cultura
greco-romana).
– principal grupo (suevos, lombardos,
teutônicos, francos, godos, visigodos, ostrogodos,
vândalos, burgúndios, anglos, saxões...).
 Economia agropastoril.
 Ausência de comércio e moeda / Ausência de escrita.
 Inicialmente eram politeístas.
 Inicialmente sem propriedade privada (tribos e clãs)
 Poder político = casta de guerreiros.
 Direito Consuetudinário (tradição).
 Comitatus (laços de dependência entre guerreiros).
Século V Aliança com a Igreja cristã Contenção da expansão
Fundação do Reino Iniciada sob Clóvis (466-511), islâmica na Europa pelos
Franco na Gália, na o primeiro rei germânico francos na Batalha de
região da atual França. convertido ao cristianismo. Poitiers (732).

Criação dos Estados Século VIII - Vitória dos


Pontifícios – Em troca, francos sobre os lombardos
Expansão dos domínios
legitimação da dinastia e entrega de terras da Itália francos juntamente com
carolíngia pelo papa. central ao papa Estevão II. a expansão da fé cristã.
Coroação do rei Continuidade da Afirmação da autoridade de Deus sobre
franco Carlos expansão franca e os homens e da Origem Divina do
Magno pelo papa cristianização das Poder do Rei (elaboração da crença no
Leão III, em 800 d.C. terras conquistadas. “Poder Taumaturgo” dos reis)

Renascimento Carolíngio Unidade da Igreja com o


Formação cultural e imperador do Ocidente,
intelectual nos mosteiros e descredenciando o
no palácio. Império Bizantino.
Apesar da expansão territorial e do apogeu do
reinado franco, a centralização política sob
Carlos Magno não foi efetiva.
O poder imperial foi fragilizado pelas relações
de vassalagem, nas quais o rei doava terras
ou outros benefícios e tornava-se senhor de
seus servidores, chamados vassalos, em
troca de auxílio militar ao reino.
Com o tempo, os vassalos reais tornaram-se
também senhores e o poder real foi
pulverizado. Após a morte de Carlos Magno,
surgiram vários pequenos reinos, e a unidade
política do império se desfez.
Invasões estrangeiras Disseminação do
Avanço de vikings, Contrato Feudo
húngaros e árabes Vassálico.
provocou medo e Ruralização da
insegurança pela Europa. Formação de alianças
sociedade baseadas na dependência
Isolamento no campo e pessoal entre aristocratas.
construção de castelos e O vassalo jurava
Enfraquecimento do rei
fortalezas para proteção. fidelidade e proteção ao
Descentralização política
suserano, que em troca
e incapacidade de
lhe doava o feudo, em
garantir a segurança.
geral terras ou castelos.
o mundo rural supera o mundo urbano.
produção de subsistência (ñ de mercado)
inexistência do poder
centralizado, reforçado pelos laços de suserania e vassalagem.
transferência da autoridade para o poder local
(senhores feudais/ aplicação da justiça, tributos, proteção, etc)
a autoridade reside na tradição cristã. a Igreja
Católica é a referência política, ideológica e social da Europa.
divisão da sociedade em categorias sociais permanentes
condição social definida pelo nascimento.
A maioria dos livros de história retrata a divisão desta
sociedade segundo as palavras do Bispo Adalberon de
Laon: "Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e
outros trabalham, onde todos formam um conjunto
inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos
outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio
aos outros".
 CAVALEIROS Hierarquia da nobreza:
NOBREZA  NOBRES • Duque; • Marquês; • Conde;
 SENHORES • Visconde; • Barão
 SERVOS Principais Obrigações Servis:
TRABALHADORES  VILÕES • Talha; • Corveia; • Banalidade;
 ESCRAVOS • Mão Morta; • Tostão de Pedro
O deriva da palavra feudo, que significa “bem dado em troca”,
posse ou domínio. Foi um sistema tipicamente europeu e desenvolveu-se entre os séculos X
e XI, mas atingiu seu auge no século XII, quando começou a entrar em decadência.
A era a atividade econômica fundamental,
envolvendo praticamente toda a sociedade, de forma direta ou
indireta, com o trabalho desenvolvido de acordo com as
estações do ano.

O , a unidade básica de produção, era


praticamente autossuficiente. Produzia tudo ou quase tudo
de que tivesse necessidade. O que não era produzido pelo
senhorio, era adquirido nos pequenos mercados das aldeias.
Até por volta dos anos 1970, os historiadores se voltavam às
ações políticas e militares, conduzidas na maioria das
sociedades por homens.
A partir dessa década, desenvolveu-se um novo modo de fazer
história, voltado à inclusão dos diferentes grupos sociais, que
dá importância também ao
A construção da Cidade das Mulheres, ilustração da obra A cidade
.
das Senhoras, da escritora medieval Cristina de Pisano, século XV.

No período medieval, a Igreja associava a mulher à narrativa bíblica do pecado original, condenando-a
a viver sob a tutela masculina. Entretanto, nem todos concordavam com essa visão, e algumas mulheres
conseguiram se destacar por sua independência.
Leonor de Aquitânia (séc. XII): casou-se com um Mulheres dos mosteiros cistercienses Cristina de Pisano (séc. XIV): primeira mulher
rei francês e depois com um inglês, estudou femininos (sécs. XII-XIII): em Leão e Castela, escritora, produziu poemas e textos sobre
astronomia e matemática e falava oito línguas. mulheres nobres fundaram abrigos livres da política, moral e educação. Sua obra mostrava
Instigou uma rebelião dos filhos contra seu marido ingerência masculina, onde podiam adquirir que a condição inferior da mulher não era natural,
e acabou presa. propriedades territoriais. mas social.
Na Idade Média, ocorreu um intenso sincretismo entre o
conhecimento clássico e as crenças religiosas. De fato,
uma das principais preocupações dos filósofos medievais
foi a de fornecer argumentações racionais, espelhadas
nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas
Verdades Reveladas do cristianismo, tais como a da
existência de Deus, a imortalidade da alma etc.

Trata-se de um período de expansão e consolidação do Cristianismo na Europa. Nesse


sentido, filosofia medieval tentou conciliar a religião com a filosofia, ou seja, a
Consciência Cristã com a Razão Filosófica e científica. Isto pode parecer paradoxal em
nossa época, mas naquele tempo era perfeitamente compreensível.
Para os teólogos medievais, o fato de o cristianismo
representar “ ” era um dado inquestionável.
A questão era saber se os homens deveriam
simplesmente acreditar na revelação cristã ou se
também deveria haver uma compreensão dessas
verdades por meio da razão.

Existiria uma relação entre os filósofos gregos e a Bíblia? Haveria uma contradição entre a
revelação de Deus aos homens, representada pela Bíblia e pela interpretação da Igreja, e a
razão, representada pela filosofia, ou ambas poderiam conviver em harmonia?
Este é o desafio que representou a grande questão medieval
Esta é uma fase inicial de desenvolvimento da sociedade medieval, quando o Cristianismo
está concentrado no Oriente e vai se expandindo pela Europa. Por isso, a maioria dos
filósofos eram também teólogos e o tema principal era a
Os Padres da Igreja precisavam explicar conceitos como imortalidade da alma, existência de
um só Deus, e dogmas como a Santíssima Trindade, a partir da filosofia grega. Dentre os
Padres da Igreja destacam-se Santo Irineu de Lyon, Santo Inácio de Antioquia, São João
Crisóstomo, Santo Ambrósio de Milão, entre muitos outros.

Santo Agostinho realizou a primeira grande sistematização do


pensamento cristão, incorporando as ideias de Platão ao cristianismo. Seu
sofisticado pensamento serviu como base para toda a teologia cristã
ocidental.
Sendo a mente humana mutável e falível, como atingir, a partir dela, a Verdade eterna?
Para Santo Agostinho, a filosofia antiga, apesar de pagã, seria uma preparação da alma, muito
útil para a compreensão da verdade revelada.

Afinal, sem o intelecto o homem é incapaz de compreender


as Sagradas Escrituras. Entretanto, tal como o olho necessita
da luz do sol para enxergar, o ser humano necessita da luz
divina para chegar ao conhecimento completo, não sendo
suficiente (apesar de importante) o uso da razão.

A verdadeira sabedoria, com a qual vem a


, não se encontra neste mundo, mas tão-somente em
Deus, que é o arx philosophiae (ápice da filosofia). “É preciso compreender para crer, e crer para
compreender” e “a fé precede a razão” são
algumas de suas mais famosas máximas.
Diante da perfeição de Deus, há um problema para esses
primeiros teólogos do cristianismo: se Deus é todo-poderoso,
criador de tudo, ele também seria criador do mal? Se Deus criou o
mal, como defender sua bondade infinita? Se ele é onipotente,
seria ele responsável pela miséria e infelicidade do mundo?
Para Santo Agostinho, o mal não tem realidade metafísica: todo o
, a ausência da obra divina. Ou, para ser mais preciso, o mal não é algo que
foi criado, não é algo físico – o mal é o “não ser”. Agostinho argumenta em favor da supremacia
do espírito sobre o corpo e a matéria;
A alma teria sido criada Quando o corpo se torna Submissão do
por Deus para reinar Ser livre é servir a
mais importante, assume o espírito à matéria,
sobre o corpo, Deus, pois o prazer de
dirigindo-o para a governo da alma da essência à
pecar é escravidão.
prática do bem. (surge a ideia de pecado); aparência;

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