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Universidade Joaquim Chissano

Escola Superior de Relações Internacionais


Curso de Relações Internacionais e Diplomacia
1º Ano Laboral
Filosofia

Tema:
As Origens do Pensamento Grego

Discentes: Docente:

Célia Eduardo Uanicela Dra. Berta Solomone

Dercilia Elisa Sithoy

Edgar Simião Banze

Edson Almeida Bandze

Gizélia Francisco Soquiço

Ilka de Cláudia Gove

Riyad Valgy Gopal

Sharon Balbina Parruque

Maputo, Março de 2023


Índice

Introdução..................................................................................................................................1

I Capítulo: O Quadro Histórico..................................................................................................2

II Capítulo: A Realeza Micênica................................................................................................3

Organização Social.................................................................................................................4

Características da Realeza......................................................................................................4

III Capítulo: A Crise da Soberania.............................................................................................5

IV Capítulo: O Universo Espiritual da Polis..............................................................................6

V Capítulo: A Crise da Cidade e os Primeiros Sábios...............................................................7

VI Capítulo: Organização do Cósmos Humano.........................................................................8

VII Capítulo: Cosmogonias e Mitos de Soberania.....................................................................9

VIII Capítulo: A Nova Imagem do Mundo..............................................................................10

Conclusão.................................................................................................................................12

Referências...............................................................................................................................13
Introdução
No presente trabalho iremos abordar as origens so pensamento grego, como o pensamento
grego se desenvolveu desde a decifração do linear B que foi oque modificou todo o quadro
em que se colocava o problema das origens do pensamento grego helênico.

Veremos o por quê da reflexão da Grécia mudar introduzindo um sistema mais democrático,
no lugar do rei cuja onipotência se exerce sem controle. No lugar das antigas cosmogonias
associadas a rituais reais e a mitos de soberania, um pensamento novo procura estabelecer a
ordem do mundo.

A viragem do século VIII ao século VII em que a Grécia toma um novo rumo e explora as
vias que lhe são próprias: época de mutação decisiva que lança os fundamentos de regime da
polis e assegura por essa laicização do pensamento político o advento da filosofia.

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I Capítulo: O Quadro Histórico

No começo do II milênio, o mediterrâneo não marca ainda em suas duas margens, uma
separação entre o oriente e ocidente. O mundo egeu e a pinínsula grega se ligam sem
discontinuedade como povoação e como cultura e do outro lado pelo planalto anatólio, pela
série das cicládes e das esporades e por outro rhodes pela cilícia e por chipre e costa norte da
síria, com a mesopotâmia e o irão.

Quando a creta abondada a civilização cicládica no decorrer denomiam relações com


anatólia, foi quando construíram em festos, mália e cnossos a sua primeira civilização
palaciana em 200-1700. Entre 2000-1900 sugre uma nova população na grécia continental.
Os mínios edificaram suas casas, suas sepulturas, seus utensílios, seus machados de guerras,
suas armas de bronze e sua cerâmica.

A invasão dos povos mínios manifestou-se de forma paralela na grécia continental e do outro
lado com a chada dos hititas povos "Indos europeus" que foram se instalando na costa da
grécia. No litoral da Troade a continuedade cultural que se manteve quase um milênio da
Tróia I à Tróia V foi repentinamente interrompida.

O povo que edifica a Tróia VI(1900) uma cidade principesca, a mais rica e poderosa que
nunca que fabricava a mesma cerâmica cinzenta, era vizinha dos mínios.

Foi com os homens da Tróia VI que surgiu o cavalo na Troade "rica em cavalos". A fama dos
cavalos não demorou para chegar aos ouvidos dos aqueus que já tinham interreses em aquelas
regiões, imediatamente iniciaram uma expedição de guerra destruindo a Tróia VII que
encontrava-se como obstáculo.

Nesta época, os mínios da Troade, os da grécia conheciam o cavalo deviam ter praticado a
sua domesticação antes da sua chegada a Grécia, onde tinham permanecido.

Os primeiros documentos que esclarecem a respeito datam do século XVI: em estelas


funerárias descobertas no círculo dos túmulos de fossas de micenas, figuram um guerreiro de
pé em seu carro puxado por um cavalo a galope. Os mínios entraram em contacto com a creta
minóica, que lhes reveleu um modo de vida diferente e um pensamento novo. Mas o carro de
guerra, carro leve puxado por dois cavalos não foi da contribuição da creta minoíca para o
seu surgimento.

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O uso do carro revela ainda as analogias entre o mundo micênico ou aqueu a constituir-se o
reino dos hititas, que adota no século XVI essa tática de combate em seu benefício, tomando-
a de seus vizinhos. O carro e o cavalo interessaram a corte assim exigindo uma aprendizagem
difícil, a técnica de carro deve ter reforçado na especialização de actividades guerreira,
agricultura, jogos, passeios, etc.

A necessidade se dispor de uma reserva numerosa de carros para concentrá-los em campos de


batalhas supõe um centralizado suficientemente extenso e poderoso, em que os homens dos
carros quaisquer que sejam os seus privilégios são submetidos a uma autoridade única.

A expansão micênica que prossegue do século XIV ao XII, leva os aqueus a tomarem o lugar
no mediterrâneo oriental, o lugar dos crenteses que eles substituem mais ou menos por toda
parte. No princípio do século XIV os micênicos se instalaram a força em chipre e constroem
em enkomi uma fortaleza igual às da Argolída.

Na época Alalakh, sobre o oronte porta de eufrate e da mesopotâmia torna-se um centro


aqueu importante, mais ao sul os aqueus penetraram até fenícios, biblos e palestina, todas
essas regiões elabora-se uma civilização comum cipro-micênica em que os minóicos
micênicos e asiáticos estão juntos e que dispõe de uma escrita derivada, como o silabário
micênico do linear A.

II Capítulo: A Realeza Micênica

Povo micénico diz respeito a uma parte da Grécia (parte central) com uma extensão territorial
pequena e em expansão, estava extremamente virado para guerra, comercio internacional e
tinha como principal actividade a domesticação do trabalho.

Na realeza micénica o rei era detentor do poder palaciano, ou seja, ele tinha o domínio do
Poder económico, social, religioso administrativo e militar e esse domínio era feito por
Intermedio de escribas. Era um estado extremamente intervencionista, não abria espaço para
Existência de comercio privado.

A vida social da realeza micénica aparece centralizada em torno do palácio, e apenas o


Palácio era fortificado porque havia necessidade da proteção do rei, dos seus tesouros e dos
Seus arquivos tudo era feito a favor do palácio. Como citado acima o poder palaciano era
exercido por intermedio de escribas.

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Escribas: ser escriba naquela época era grau privilegiado, era uma profissão que apenas era
transmitida de geração em geração, eles tinham a função de contabilizar nos seus arquivos o
que concerne ao gado agricultura e tudo relacionado ao rei.

Em todos os graus da administração palaciana, é com efeito um vinculo de submissão que


une o rei aos diversos servidores do palácio. Não eram funcionários a serviço do estado, mas
servidores do rei encarregados de manifestar em toda parte onde a sua confiança os colocou.

A divisão da terra era feita de dois modos: A terra como propriedade pertencente a pessoas
directamente ligadas ao palácio e as terras arrendadas para prestação de serviços e era feita
por uma figura chamada besileus.

Organização Social

• ÁNAX: O Rei no qual estavam centrados todos poderes palacianos (económico,


politico, social, religioso e administrativo).

• LAWAGETAS: representava o chefe dos laos (grupo de guerreiros com vestimenta


própria).

• EQUITAS: eram unidades que faziam o contacto entre a corte e diferentes grupos
socias.

Nota: Existiram na realeza alguns grupos socias privilegiados mas sem muita relevância.

Características da Realeza

• Seu aspecto bélico: o ánax apoia-se numa aristocracia guerreira, os homens dos
carros, sujeitos à sua autoridade, mas que formam no corpo social e na vida militar do reino,
um grupo privilegiado com seu estatuto particular, seu gênero de vida próprio.

• As comunidades rurais: não estão numa dependência tão absoluta em relação ao


palácio que não possam subsistir independentemente dele. Alimentam os reis e ricos homens
do lugar, por meio de remessas, presentes e prestações mais ou menos obrigatórias.

• A organização do palácio: as técnicas de contabilidade e de controle, sua


regulamentação estrita da vida económica e social, apresenta um caráter de plágio. Todo o
sistema repousa no emprego da escrita e na construção de arquivos.

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Para os monarcas da Grécia, o sistema palaciano representava um notável instrumento de
poder. Permitia estabelecer um controle rigoroso do estado sobre um território extenso.
Atraiu para acumulá-la em suas mãos toda a riqueza do país e concentrava, sob sua direção
única, recursos e forcas militares importantes. Além do sistema de economia palaciana, ao
lado da agricultura os micênios desenvolveram uma indústria artesanal, organizada em
guildas sob modelo oriental.

A invasão Dórica: rompe por longos séculos, os vínculos da Grécia com o Oriente. Abatida
Micenas, o mar deia de ser um caminho de passagem para se tornar uma barreira. Isolado,
voltado para si mesmo o continente grego retorna a uma economia puramente agrícola. O
sistema palaciano desaba completamente. Abolido o reino do ánax, não se encontra mais
traço de um controle organizado pelo rei, de um aparelho administrativo de classe de
escribas. A escrita desaparece como desfeita nas ruínas dos palácios.

Por fim do século IX, na mão dos fenícios, a escrita não é mais especialmente de uma classe
de escribas, mas o elemento de uma cultura comum, que vai permitir divulgar, colocar
igualmente sob olhar de todos, os diversos aspectos da vida social e política.

III Capítulo: A Crise da Soberania

A queda do poder micênico, a expansão dos dórios no Peloponeso, em Creta e até em Rodes
inauguraram uma nova era na civilização grega. Na esfera económica, houve a passagem da
Idade do Bronze para para a Idade do Ferro. Mas a queda da realeza micênica não resultou
somente em mudanças de aspecto belicoso, já que as armas metalúrgicas eram mais
resistentes do que as de bronze. também sofreu profundas transformações. As ilustrações de
animais e vegetais em objectos de cerâmica, deram lugar a novos desenhos em formas
geométricas.

Outra mudança significativa neste período foi a rejeição da figura do Ánax (o rei) pela nova
forma de organização grega. A ordem política, econômica, social e religiosa não mais estaria
concentrada na figura de um rei, mas sim dividida conforme suas funções sociais. Ou seja,
enquanto que na sociedade micênica a soberania era monopólio de um indivíduo, na Grécia
pós-micênica ela se fragmenta nas mãos de líderes sacerdotais, generais militares e aldeões.
Esta divisão faz nascer um período marcado pela desordem, uma reflexão moral e
especulações políticas que irão definir uma primeira forma de “sabedoria” humana.

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A cidade então se centraliza na Ágora, um espaço publico onde se debatem os problemas de
interesse de toda a população da pólis. Tal quadro urbano acaba por reflectir também no
espaço mental, fazendo-se descobrir um novo horizonte espiritual. O debate de contradições,
a discussão e a argumentação ganham um espaço cada vez maior para o desenvolvimento do
raciocínio do cidadão da pólis. Neste sentido, surgiram os chamados filósofos, que
insatisfeitos com as respostas dadas pelos mitos, procuravam outras respostas para várias
indagações.

O homem grego passou assim a ter consciência da separação entre o passado e o presente,
entre o mundo dos mortos e o dos vivos (através da introdução da cremação dos mortos, o
que passou a simolizar a sua separação com a terra), e entre o humano e o divino. Assim, a
queda do império micênico significou o abandono da mitologia para explicar os fenómenos
da realidade grega. Esta separação e a nova forma de organização social fizeram surgir uma
nova forma de sophia, que significa “sabedoria”, que procurava estudar o mundo dos
homens.

IV Capítulo: O Universo Espiritual da Polis

Desde o seu advento no séc VIII e VII constituí um grande acontecimento no pensamento
grego.O sistema da polis trouxe o predomínio da palavra sobre todos os outros instrumentos
do poder, a palavra era usada como um meio de comando e de domínio.

A palavra foi transformada em divindade a Peithó a deusa da persuasão e a Themis a deusa


guardiã dos juramentos dos homens e da lei. Todas as questões ligadas a arqué de interesse
geral que só o soberano tinha a função de regularizar passam para o debate público, arte da
oratória

Entre a política e logos ha uma relação recíproca. A política é o exercício da linguagem e


logos é a arte de persuadir uma audiência usando argumentos lógicos a sufista e a retórica. A
polis dava plena publicidade as manifestações mais importantes da vida social. A lei da polis
era oposta ao poder absoluto do monarca. A escrita fornece no plano intelectual uma
completa divulgação dos conhecimentos reservados, a escrita e a língua falada tornam-se o
bem comum dos cidadãos.

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O alfabeto grego que surge no séc VIII mostra que não é mais um saber especializado
reservado a escribas mas de técnicas reservadas ao público, porém a um regime que usa
formas misteriosas e sobrenaturais, a Esparta usava a forma de hierarquia. no Estado
Espartano a sociedade já não se forma como nos reinos Micênicos, uma pirâmide cujo o rei
tomava as decisões e os privilégiados eram os militares treinados. A unidade da polis era para
que os gregos só os semelhantes podem encontrar se na mutuamente unidos pela philia -
amizade.

V Capítulo: A Crise da Cidade e os Primeiros Sábios

Aristóteles envocava os grandes cataclismas que periodicamente destroem a humanidade.


Num terceiro estado prosseguia Aristóteles:"Dirigiram seus olhares para a organização da
pólis, inventaram leis e todos os vínculos que reúnem as partes de uma cidade". E essa
intervenção, nomearam-na sabedoria. É desta sabedoria que foram providos os sete sábios
que precisamente inventaram as virtudes próprias do cidadão, nos sete sábios temos os
seguintes: Salon, Epimênedes, Bias, Periandro, Pítaco e Míson. Dos sete mencionados
falaremos de dois:

Sólon: Poeta elegíaco, árbitro das lutas atenienses, recusando a tirania.

Epimenedes: O tipo de mago inspirado, do Theios aner, alimentava-se de malva e asfodelo.

Pode -se dizer que o ponto de partida da crise é de ordem económica. Ela revistiu-se na
origem a forma de uma esfervencia relegiosa. Ao mesmo tempo que social, todavia que nas
condições próprias da cidade, levá-nos ao nascimento de uma reflexão moral política, de
carácter laico que o enfrenta de uma forma positiva os problemas da ordem e desordem no
mundo humano.

Uma observação de Aristóteles, breve mais sugestiva, permite-nos melhor aprender como
nessa viagem da história da cidade. O religioso, o jurídico e o social podem achar-se
associados num mesmo esforço de renovação. Aristóteles quer demonstrar o carácter natural
da pólis que é como uma família ampliada, pois que se forma agrupando aldeias que por sua
vez reúnem núcleos familiares.

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VI Capítulo: Organização do Cósmos Humano

Diante do quadro de perturbação religiosa, surge não só o Direito, mas também a reflexão
moral orientada por anseios políticos. A sociedade é tomada pelo desejo da justiça e
realização da boa moral; renunciando de forma recomendada em certos agrupamentos
religiosos o desenvolvimento do comércio, a ostentação religiosa, a brutal insolência dos
ricos, contribuindo assim para fazer uma imagem nova a areté (virtude). Nesses
agrupamentos religiosos a areté desfez-se do seu aspecto guerreiro tradicional; tornou-se
fruto de uma longa e penosa àskesis (renúncia do prazer), de uma disciplina dura e severa, a
meleté (meditação); torna-se épiméléiu (controle sobre si, uma atenção sem descanso para
escapar às tentações do prazer, entre outros). Estabelece-se de uma lado a nova areté e o ideal
da Sophrosyne e de outro a Habrosyne ou hybris do rico.

Na Habrosyne: A riqueza substitui todos os valores aristocráticos: honras, casamento,


reputação, privilégios, poder. Daí em diante, é o dinheiro que conta, que faz o homem; a
riqueza é ilimitada, porque o homem a ambiciona cada vez mais e isso transforma os seus
valores e consequentemente gera a injustiça, a oposição, a dynamia (ilegalidade).

Em contraste com a Habrosyne, tem-se o ideal da Sophrosyne que é a justa medida. O


surgimento da classe média (os mesoi) tem como finalidade equilibrar as classes extremas,
sendo assim o mediador da riqueza e da pobreza. Promove a união dos grupos e então Sólon
será o árbitro empregando um cosmos harmonioso na Pólis. A Sophrosyne coloca equilíbrio
entre os conflitos, devendo aplicar uma lei ou dike (justiça), sendo igual para todos afim de
acabar com os conflitos. Desta forma Sólon vai trazer uma ensinamento que expõe aos olhos
de todos os cidadãos.

Essa justa medida deveria quebrar a arrogância dos ricos, fazer cessar a escravidão, sem ceder
à subversão. Esse ensinamento podia ser desconhecido ou até mesmo rejeitado, mas Sólon
era um homem que confiava no tempo, acreditando assim que cedo ou tarde esse
ensinamento chegaria aos ouvidos dos Atenienses e seria executado.Na Sophrosyne vão
aparecer dois elementos opostos: A Thymós (afectividade as emoções, as paixões) e a
prudência do racional. Com a cura da sede pela riqueza a Sophrosyne é capaz de equilibrar o
Thymós.

Numa instituição como a agogé (rigoroso regime obrigatório de educação e treinamento) a


Sophrosyne aparece com um carácter essencialmente social. É um comportamento marcado

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pelo "comedimento" que o jovem devia observar em todas as circunstâncias comedimento em
seu andar, em seu olhar, diante das mulheres, em relação às bebida, aos prazeres, aos mais
velhos. Esse comedimento no comportamento exterioriza uma atitude moral, uma forma
psicológica, que se impõe como obrigação: O futuro cidadão deve ser exercido em dominar
suas paixões, emoções e seus instintos.

É necessário referir-se a reformas constitucionais como as de Sólon. Estas criam um espaço


para a igualdade, a isotes, que será um dos fundamentos da concepção da ordem, mas trata-se
de uma igualdade hierárquica, não existe direito igual a todas as magistraturas nem a
propriedade territorial. A igualmente se encontra nas leis que são as mesmas para todos e a
população pode participar da assembleia.

As duas correntes, a aristocrática e a democrática reclamam a igualmente a equidade, a isotes.


A primeira acha que a cidade é composta por partes diferentes, mantidas por lei, numa ordem
hierárquica. Para ela as camadas inferiores sofrem injustiças, pois a igualdade é proporcional
ao mérito (eunomia). E a segunda define todos os cidadãos, como tais, sem consideração de
fortuna, nem virtude, como "iguais" que têm os mesmos direitos de participar de todos os
aspectos da vida pública. Tal é o ideal de isonomia.

VII Capítulo: Cosmogonias e Mitos de Soberania

Oque de facto é cosmogonia?

Cosmogonia é o conjunto de teorias, doutrinas e princípios que se dedicam sobre a origem do


universo.

O presente capítulo aborda as teorias e os mitos que estão em volta das origens do
pensamento grego.

Vemos que no início do século VI nasce a mãe de todas ciências, a filosofia. Ela surge com
homens da Mileto Jônico, Tales, Anaximandro, Anaxímes. Os primeiros filósofos trazem
uma reflexão concernente a natureza, eles se distanciam da mitológia, pois, nesta nova fase
eles querem usar o seu pensamento.

"Os filósofos Jônicos abriram os caminhos que a ciência só teve que seguir" escreve Burnet,
foram os primeiros filósofos que deram os primeiros passos para que hoje pudesse haver
ciência. F.M.Conford dismente essa interpretação, dizendo ele que a primeira filosofia

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aproxima-se mais de uma construção mítica do que de uma teórica científica, na sua visão
para que as coisas acontecessem tinha que haver algum deus. Temos os exemplos dos deuses
atuantes na natureza, o Zeus, Hades, Posidão.

É verdade que a física de antes não tem nada haver com oque chamamos ciência hoje, ainda
assim a física jônica não era fruto de uma reflexão ingênua e espontânea da razão sobre a
natureza.

VIII Capítulo: A Nova Imagem do Mundo

O autor deixa claro que o pensamento grego tal qual conhecemos hoje foi inspirado
fortemente por outros povos que tiveram contacto com os gregos durante as batalhas por
ocupação de mais territórios assim como de consolidação, como é o caso dos povos orientais,
especialmente a Babilônia. Contudo, a ciência grega desde o início se diferenciou dos outros
povos, sobretudo no que respeita a sua organização geográfica. Para o autor, essa organização
constituiu o início de um pensamento racional e explicação dos fenômenos do universo
despida da tradição mitica.

A organização que dá origem ao pensamento lógico-racional na ilustração do autor é a


explicação de Anaximadro, segundo a qual, o Cosmos está situado num espaço matematizado
constituído por relações puramente geométricas. Sentença que descarta todas as explicações
baseadas nos mitos agrupados nas obras de Hesíodo e Homero.

Na racionalidade de Anaximandro a terra não precisa mais de um suporte, raizes


contrariamente às narrativas mitológicas. Também Anaximandro vai negar a compreensão de
Tales de Mileto que imaginava o Cosmos flutuando sobre a água, elementos pelo qual teria se
originado e muito menos que ele se apoiava sobre o ar no pensamento de Anaximenes, o
mesmo que acreditava que assim como a alma alma domina o corpo, a terra precisa de
repousar no ar que a domina. Se ao andar sobre a terra os homens não sofrem a queda livre
como acontece com os objetos que estão se movimentando no ar, então está claro que a terra
está num espaço bem firme.

Anaximandro entende que nenhum elemento singular poderia dominar as demais. No Cosmos
ordenado há simetria e Igualdade entre os diversos poderes. Esses argumentos levaram o
filósofo a negar determinar um único elemento que fosse arché. Daí que ele afirma que a
substância primordial que originou todos os elementos do Cosmos e o Apeiron, uma

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substância infinita e imortal que envolve e governa todas as coisas. Trata-se de uma realidade
a parte distinta de todos os elementos.

Aristoteles é defensor dessa teoria, pois segundo ele, se um dos elementos possuísse essa
infinidade que pertence ao ápeiron, os outros seriam destruídos por ele, pois os elementos
definem-se por sua oposição recíproca.

Dessa forma, entende-se que para Anaximandro, a Monarquia que era o modelo de governo
na literatura mitica, ou seja, o monarca que estabelecia a ordem e a sustentava não passava de
responsável da desordem. O modelo de reinado destrói a ordem pelo facto de permitir que
apenas um se sobreponha aos outros e reduza aos outros cidadãos a máquinas de produção
para a segurança do palácio real. No pensamento de Anaximandro se exclui a possibilidade
de um elemento apenas governar e confere a ordem igualitária a todos os elementos que
compõem Cosmos. Portanto, o capítulo VIII apresenta-no surgimento da democracia
enquanto nova forma de organização político administrativa da polis, onde todos são iguais e
podem discutir em assembleia e nas praças públicas questões relacionadas a vida social. Na
polis não deve existir hierarquia, pois os indivíduos ocupam posições simétricas.

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Conclusão

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Referências

Pierre, Vernant Jean (2008), As Origens do Pensamento Grego, 17ª Ed. Tradução de Ísis
Borges B. da Fonseca. Difel: 2008.

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