Você está na página 1de 4

dade Antiga 

ou Antiguidade, na periodização das épocas históricas da humanidade, é


o período que se estende desde a invenção da escrita (de 4 000 a 3 500 a.C.) até à queda
do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). Embora o critério da invenção da escrita como
balizador entre o fim da Pré-história e o começo da História propriamente dita seja o mais
comum, estudiosos que dão mais ênfase à importância da cultura material das sociedades
têm procurado repensar essa divisão mais recentemente. Também não há entre os
historiadores um verdadeiro consenso sobre quando se deu o verdadeiro fim do Império
Romano e início da Idade Média, por considerarem que processos sociais e econômicos
não podem ser datados com a mesma precisão dos fatos políticos.[1]
Também deve-se levar em conta que essa periodização está relacionada à História da
Europa e também do Oriente Próximo como precursor das civilizações que se
desenvolveram no Mediterrâneo, culminando com Roma. Essa visão se consolidou com
a historiografia positivista que surgiu no século XIX, que fez da escrita da história uma
ciência e uma disciplina acadêmica. Se repensarmos os critérios que definem o que é a
Antiguidade no resto do mundo, é possível pensar em outros critérios e datas balizadoras.
[2]

No caso da Europa e do Oriente Próximo, diversos povos se desenvolveram na Idade


Antiga. Os sumérios, na Mesopotâmia, foram a civilização que originou a escrita e a
urbanização, mais ou menos ao mesmo tempo em que surgia a civilização egípcia. Depois
disso, já no Primeiro milénio a.C., os persas foram os primeiros a constituir um
grande império, que foi posteriormente conquistado por Alexandre, o Grande. As
civilizações clássicas da Grécia e de Roma são consideradas as maiores formadoras
da civilização ocidental atual. Destacam-se também os hebreus (primeira
civilização monoteísta), os fenícios (senhores do mar e do comércio e inventores
do alfabeto), além dos celtas, etruscos e outros. O próprio estudo da história começou
nesse período, com Heródoto e Tucídides, gregos que começaram a questionar o mito, a
lenda e a ficção do fato histórico, narrando as Guerras Médicas e a Guerra do
Peloponeso respectivamente.
Na América, pode-se considerar como Idade Antiga a época pré-colombiana, onde
surgiram as avançadas civilizações dos astecas, maias e incas. Porém, alguns estudiosos
considerem que em outras regiões, como no que hoje constitui a maior parte do território
do Brasil, boa parte dos povos ameríndios ainda não havia constituído similar nível de
complexidade social e a classificação de Pré-história para essas sociedades seria mais
correta. Na China, a Idade Antiga termina por volta de 200 a.C., com o surgimento
da dinastia Chin, enquanto que no Japão é apenas a partir do fim do período Heian, em
1185, que podemos falar em início da "Idade Média" japonesa. Algumas religiões que
ainda existem no mundo moderno tiveram origem nessa época, entre elas o cristianismo,
o budismo, confucionismo e judaísmo.

Antiguidade oriental
Civilização Egípcia
Ver artigo principal: Antigo Egito
Mapa do Antigo Egito
O Antigo Egito (atual República Árabe do Egito), atravessado pelo imenso rio Nilo, com 6
500 km e 6 cataratas, limitado por dois desertos (da Líbia e da Arábia), estava localizado
no nordeste da África. Ao norte, o mar Mediterrâneo possibilita a viagem marítima e
a atividade comercial com as demais civilizações. A leste, o mar Vermelho constituía outra
via de transporte.[3]
O rio Nilo constituía o berço da existência dos antigos egípcios, os quais se dedicavam
principalmente à lavoura. Entre junho e setembro, no tempo das enchentes, as chuvas
intensas transbordavam o rio; este ultrapassava as margens e inundava imensas áreas de
terras que as beiravam. Essas águas tornavam mais fértil o solo, uma vez que
continham limo e matéria orgânica, que era transformada em adubo de excelente
qualidade. Além de adubos, o rio continha muitos peixes e oferecia oportunidades à
navegação de milhões de embarcações.[3]
Na hipótese dos egípcios, o rio Nilo era realmente abençoado pelos deuses. Quer dizer, o
mesmo rio era conhecido como santo. No entanto, o Egito não era exclusivamente essa
dádiva do Nilo. Eram necessários homens experientes, trabalhadores, aplicados e
organizados.[3] Na época da estiagem, enquanto cooperavam para juntar forças e conjunto,
os egípcios desfrutavam das águas do rio para regar inclusive terras longínquas ou
erguer diques para conter as enchentes.[3]
Depois das enchentes, as águas diminuíam, desfazendo os limites das fazendas. Dessa
forma, a cada ano que passava, a necessidade do homem trabalhador para a medição e o
cálculo desenvolveu a geometria e a matemática. Esse trabalho frequente e a unidade
geográfica possibilitaram um governo centralizador e único.[3]
Períodos históricos do Egito
O vale do rio Nilo foi povoado a partir do paleolítico. Temporalmente, nasceram
comunidades livres e estruturadas denominadas nomos. Os nomos foram incorporados em
dois reinos (do Norte e do Sul) e em torno de 3200 a.C. foram todos agrupados pelo faraó
Menés em um único reino. Como ele, iniciaram-se as grandes dinastias (famílias reais que
administraram o Egito por quase três mil anos).[3]
A História do Egito é habitualmente dividida na periodização de quatro grandes etapas:[3]

 Antigo Império (entre 3200 a.C. e 2200 a.C.)


 Médio Império (entre 2200 a.C. e 1750 a.C.)
 Novo Império (entre 1580 a.C. e 1085 a.C.)
 Época Baixa (entre 653 a.C. e 332 a.C.)
No fim do Médio Império, ocorreu uma enorme imigração pacífica de hebreus ao Egito,
que acabaram perdendo a liberdade e foram finalmente libertados para que retornassem à
sua pátria de procedência. Após os hebreus, os hicsos dominaram o Egito, ali se
domiciliando por duzentos anos. Implantaram os carros de guerra, ignorados pelos
egípcios, e seu desalojamento caracterizou o início do Reino Novo.[3]
No fim do Reino Novo, aconteceu um desmantelamento do Egito e seu declínio favoreceu
para o domínio e a invasão por parte de diversas outras civilizações,
como persas, gregos, romanos e muçulmanos. Nos tempos modernos, o Egito foi
conquistado administrativamente pelos franceses e ingleses, até se fazer independente em
1962, como Estado moderno.[3]
Sociedade egípcia
No Egito, a sociedade se subdividia em certos níveis, cada um com suas funções bem
determinadas. Nesta sociedade, a mulher possuía enorme influência e poder.[3]

O faraó significava a própria vida que passava no


Egito. Era monarca e deus vivo. Fruto de adoração, reverência. Seu direito era o de ter
uma grande variedade de esposas, a maior parte delas sendo familiares, para que o
sangue real em família fosse garantido. Mas, apenas uma utilizava o título de rainha e
dela ocorria o nascimento do herdeiro
No ponto mais alto da pirâmide encontrava-se o faraó, sem limites de poderes, porque o
faraó era considerado uma santidade, divindade e admitido como um herdeiro de deus ou
como o verdadeiro deus. Constitui o que se denomina teocracia, ou seja, governo em favor
de deus.[3]

 O faraó era um monarca todo-poderoso, dono de todo o país. Os campos, os desertos,


as minas, os rios, os canais, os homens, as mulheres, o gado e os animais — tudo se
encontrava sob seu domínio.[3] Ele era, simultaneamente, rei, juiz,
sacerdote, tesoureiro, general. Era ele quem determinava e liderava tudo, porém, não
podendo se encontrar em todos os locais, entregava funções a mais de cem
servidores que o ajudavam na governança do Egito. Os egípcios consideravam no
faraó sua mera existência e a certeza de sua alegria.[3]

 Os sacerdotes possuíam grande importância e autoridade, tanto religiosa como


financeira, porque controlavam os produtos e as fortunas dos vastos e
abundantes templos. Eram ainda os eruditos do Egito, guardiães dos segredos
espirituais relativos aos seus numerosos deuses.[3]

 A nobreza era constituída por familiares do faraó, funcionários de primeiro escalão e


abastados fazendeiros.[3]

 Os escribas, oriundos das famílias abastadas e influentes, eram alfabetizados e se


ocupavam do registro, da documentação e da contabilidade de documentos e
atividades da vida do Egito.[3]

 Os artesãos e os comerciantes. Os artesanatos se dedicavam principalmente aos


monarcas, à nobreza e aos templos. Fabricavam lindas peças de adorno,
utensílios, máscaras funerárias. Lidavam melhor com madeira, cobre, bronze, ferro,
ouro e marfim. Já os comerciantes se ocupavam do comércio em favor dos reis ou em
benefício próprio, adquirindo, comercializando ou permutando produtos com as demais
civilizações, como cretenses, fenícios, povos da Somália, da Núbia, etc. O comércio
encorajou a montagem dos imensos barcos de carga.[3]

 Os camponeses constituíam a maioria da população.[3] Os servidores do faraó


organizavam e controlavam os trabalhos agrícolas, porque todas as terras pertenciam
ao governo, então os agricultores não tinham o direito de propriedade. As enchentes
do Nilo, a irrigação, semeadura, colheita e armazenamento dos grãos forçavam os
camponeses a trabalhar arduamente e receber pouco dinheiro. Em geral, o crédito era
realizado com uma pequena parte dos produtos cultivados e somente o necessário
para a sua subsistência. Moravam em cabanas precárias e trajavam-se
modestamente. Os camponeses trabalhavam também nas terras dos fidalgos e nos
templos. A principal atividade econômica do Egito era a agricultura, devido à falta de
terreno e da escassez de vegetação para a criação de mais rebanhos. Em virtude da
miséria dos camponeses, eram plantados cevada, trigo, lentilhas, árvores frutíferas e
videiras. Fabricavam pão, cerveja e vinho. O Nilo trazia muitos peixes.[3]

 Os escravos eram, na maior parte, perseguidos dentre os derrotados nas guerras.


Foram severamente obrigados a trabalhar nas importantes obras, como as
grandes pirâmides, por exemplo.[3]

Você também pode gostar