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HISTÓRIA DAS CIVILIZAÇÕES PRÉ-CLASSICAS (31048)

Ao longo da história e desde o seu primórdio que o Homem, tem demonstrado a sua necessidade de
possuir algo, de conquistar e de coabitação com outros indivíduos formando consequentemente uma
sociedade.
A civilização egípcia não é exceção e é sem dúvida uma das culturas mais magníficas. Formou
estados, conquistou, erigiu monumentos grandiosos que perduram na história e como tantas outras
utilizou a religião na fortificação da coesão social. O povo egípcio emergiu duma miscelânea de
povos nativos que convergiam aos terrenos férteis circundantes do rio Nilo, com o propósito de
aproveitar a abundancia de água e a sua subsequente riqueza, visto ser um bem limitado por aqueles
solos áridos.
As balizas cronológicas analisadas, comprovadas e documentadas por eruditos e historiadores
apontam que a civilização egípcia tenha o seu início em 3000 a.C., quando o rei Menés agregou o
Alto e Baixo Egipto, territórios ao longo do rio Nilo, a sul e a norte respetivamente. E o seu término
por volta de 30. a.C. causado pela deflagração de sucessivas invasões por parte de persas, assírios,
romanos e macedónios.
No topo da pirâmide social, o faraó e a sua família ocupavam o lugar de destaque na estratificação
social, a posição de faraó era conseguida por hereditariedade, transmitida de pais para filhos e salvo
algumas exceções tal não aconteceu. Seguindo-se o vizir (o intendente geral) a personagem mais
importante a seguir ao rei pois era nele que recaia as funções de administrador do reino. As classes
privilegiadas seriam compostas pelos sacerdotes, as famílias mais abastadas –os nobres- sempre
próximos do faraó ocupando uma posição de relevo e na base desta “classe” estariam os escribas.
Menos distinta mas com igual relevância no crescimento da sociedade, sendo esta a classe laboral e
a mais populosa, ocupava o lugar de fundo na hierarquia, constituída por pequenos comerciantes,
artesãos, os camponeses e por fim os escravos, prisioneiros de guerra nos quais recaia o trabalho
mais duro desde o trabalho nas terras, pedreiras e minas.
A mobilidade social era quase inexistente na sociedade egípcia, na qual a classe de procedência de
cada individuo seria a mesma até ao final de sua vida. Embora as famílias apresentassem um
caracter monogâmico havia casos em que a esposa legitima convivia com varias concubinas e
servas sendo o seu número espelho da riqueza que cada família detinha, contrapondo em parte sobre
o ideal de fidelidade e harmonia familiar que era apregoado na sociedade egípcia, havendo indícios
de eventuais casos de bigamia, casamentos entre irmãos e divórcios.
Sem duvida alguma que o rio Nilo teve um papel extremamente importante para o desenvolvimento
desta sociedade, as suas inundações anuais possibilitavam a agricultura nas suas margens, mesmo
quando estas estavam rodeadas por terrenos áridos e desérticos, tendo esta naturalmente, se tornado
a base da economia egípcia.
A geografia das margens beneficiou o desenvolvimento das tecnologias de irrigação e o
aperfeiçoamento da técnica de plantio permitindo o cultivo em grande escala, de linho, cevada e
trigo e possibilitando a criação de gado. Também as trocas comerciais que eram maioritariamente
entre o alto e o baixo Egipto dependiam quase exclusivamente do rio Nilo e os seus canais pois sem
vias de circulação terrestes o Nilo tornava-se no único e no preferencial meio de circulação. A par
do cultivo, a pesca e a exploração do solo foram importantes para a economia, usufruindo este povo
de todos os bens que o solo e o mar tinham para oferecer.
Como na maioria das monarquias observadas a civilização egípcia não era diferente estando a
economia centralizada numa pessoa, enfraquecendo ao longo do tempo e indicando certas
limitações estimuladas pelos seus conselheiros e as famílias mais abastadas, conseguindo por vezes
interferir e debilitar o seu trono. O rei, que inicialmente proprietário dos terrenos de cultivo
receberia grande parte dos produtos no palácio real ficando lá armazenados. Facto que ao longo dos
tempos se foi alterando pela perda de terrenos por parte do rei como consequência da conceção dos
mesmos a nobres por favores prestados e posteriormente à privatização dos terrenos, a partir da IV
dinastia.
As particularidades desta grandiosa e admirável civilização assentavam numa religião politeísta que
obedecia a rituais litúrgicos, excetuando o episódio passageiro de Akhenaton que defendia a
adoração de um só deus, Aton. O faraó, o descendente de Hórus, filho de Osíris, o detentor do poder
sobre todos os indivíduos, era o elo de ligação entre o deuses e o povo, era símbolo de poder divino
e venerado como um deus por isso a todos lhe deviam tributos –impostos- utilizando-os como lhe
aprazesse, na construção de palácios e monumentos. O culto aos mortos era tão importante como a
devoção aos deuses pois este estava associado à crença da vida eterna, sendo a morte o ritual de
passagem.
A adoração aos deuses por parte do povo egípcio era mais do que uma religião, era culto, era
crença, era coesão social.

Bibliografia:
TAVARES ,António Augusto, Civilizações Pré-Clássicas, Lisboa, Universidade Aberta, 1995.
KINNAER,Jacques, The Ancient Egypt Site, [em linha] 1997, [Consult. 14.Nov.2012]
Disponivel na Internet: http://www.ancient-egypt.org/

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