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Egito Antigo

O Egito Antigo foi uma das mais importantes civilizações da Antiguidade.

A vida egípcia estava regulada pelas cheias do rio Nilo. Quando as águas voltavam ao leito normal
deixavam o solo recoberto com um limo que fertilizava a terra para a agricultura.

Para melhor aproveitá-lo, os egípcios desenvolveram sistemas de medida e escrita baseada nos
hieroglifos.

Quanto à religião eram politeístas e no seu panteão cultuavam o deus do Sol, Rá e o deus dos Vivos,
Hórus, entre vários outros.

História do Antigo Egito


O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários
clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem
pequenos Estados independentes.

Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto
Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto
Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.

Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos
grandes faraós.

Sociedade egípcia
A antiga sociedade egípcia estava dividida de maneira rígida e nela praticamente não havia
mobilidade social.

No topo da sociedade encontrava-se o Faraó e sua imensidão de parentes. O faraó era venerado como
um verdadeiro deus, pois era considerado como o intermediário entre os seres humanos e as demais
divindades. Por isso, era uma monarquia teocrática, ou seja, um governo baseado nas ideias religiosas.

Abaixo do faraó e de sua família vinham as camadas privilegiadas como sacerdotes, nobres e
funcionários. Na base da pirâmide social egípcia estavam os não privilegiados que eram artesãos,
camponeses, escravos e soldados.
Os sacerdotes formavam, junto com os nobres, a corte real. Tanto a nobreza como o sacerdócio eram
hereditários compondo a elite militar e latifundiária.

Os escribas estavam a serviço do Estado para planejar, fiscalizar e controlar a economia. Por isso,
sabiam ler e escrever e eram eles que anotavam os feitos do faraó durante o seu reinado. Estes textos
seriam colocados nos seus túmulos quando morressem.

Já o exército era constituído por jovens que eram convocados em tempo de guerra e soldados
mercenários estrangeiros contratados pelo Estado.

Por sua parte, os artesãos eram trabalhadores assalariados que exerciam diferentes ofícios como
cortadores de pedra, carpinteiros, joalheiros, etc. Os camponeses formavam a maior parte da
população, trabalhavam na agricultura, na criação de animais e deviam pagar altos impostos.

Na sociedade egípcia, as mulheres tinham uma posição de prestígio. Podiam exercer qualquer função
política, econômica ou social em igualdade com os homens de sua categoria social. Isto significava,
inclusive, que poderiam ser faraós, como foi o caso de Cleópatra.
Civilização egípcia
A civilização egípcia foi extremamente sofisticada e suas marcas estão entre nós até a atualidade.

Os egípcios, como todos os povos da Antiguidade, eram ótimos astrônomos e observando a trajetória
do sol dividiram o calendário em 365 dias e um dia em 24 horas, que é usado até hoje pela maioria
dos povos ocidentais.

Na medicina, os egípcios escreveram vários tratados sobre remédios para cura das doenças, cirurgias e
descrição do funcionamento dos órgãos. Também existiam os médicos especialistas e seus ajudantes,
equivalentes aos atuais enfermeiros.

Na escrita, a sociedade egípcia desenvolveu a escrita pelos hieroglifos. Estes eram figuras de animais,
partes do corpo ou objetos do cotidiano que era utilizado para registrar a história, os textos religiosos,
a economia do reino, etc.

Cultura egípcia
A principal arte desenvolvida no Egito Antigo foi a arquitetura. Profundamente marcada pela
religiosidade, as construções voltaram-se principalmente para a edificação de grandes templos como
os de Karnac, Luxor, Abu-Simbel e as célebres pirâmides de Gizé, que serviam de túmulos aos faraós,
entre as quais se destacam Quéops, Quéfren e Miquerinos.

A pintura egípcia era muito peculiar, pois representava o corpo de frente, mas a cabeça estava sempre
de perfil, caso o retratado estivesse de pé. No entanto, se estivesse sentado, tanto o corpo como a
cabeça estariam de perfil. Pintavam-se as paredes dos palácios, templos e especialmente, as tumbas
destinadas aos faraós.

A pintura representava cenas familiares e do cotidiano do reino, como procissões, nascimento e morte,
mas também, o cultivo e a colheita. Hoje, as pinturas nos permitem reconstruir o dia a dia dos
egípcios.

A escultura egípcia, de grande porte, retratava as esfinges, criaturas fantásticas, deuses e faraós.
Merece atenção as obras de pequeno tamanho como os sarcófagos, de pedra ou madeira, nos quais os
artífices procuravam reproduzir as feições do morto, para ajudar a alma a encontrar o corpo. Alguns,
inclusive, chegavam a incrustar pupilas de cristal nos olhos.

Veja também: Arte Egípcia


Economia egípcia
O rio Nilo era responsável por mover a economia, pois após as cheias, quando a terra estava fértil,
plantavam-se trigo, cevada, frutas, legumes, linho, papiro e algodão. De igual maneira, o Nilo servia
para pesca e garantia a unidade política ao antigo Egito, porque era uma via utilizada para comunicar
os dois pontos do território.

Para melhor aproveitar o rendimento do terreno, os egípcios desenvolveram sistemas de medida e


contagem. Afinal, os impostos eram pagos conforme o tamanho da área cultivada e era preciso anotar
com exatidão as quantidades cobradas.

A terra pertencia ao faraó e os camponeses eram obrigados a dar parte de seus produtos para o Estado
em troca do direito de cultivar o solo. No entanto, a construção de diques, reservatórios e canais de
irrigação era tarefa do Estado, que empregava tanto mão de obra livre quanto escrava para fazê-lo.

Civilização Egípcia
A Civilização Egípcia foi uma das mais importantes civilizações que se desenvolveram na região do
Crescente Fértil.

Instalada no extremo nordeste da África, numa região caracterizada pela existência de desertos e pela
vasta planície do rio Nilo.

A Civilização Egípcia formou-se a partir da mistura de diversos povos, entre eles, os hamíticos, os
semitas e os núbios, que surgiram no Período Paleolítico.

Os primeiros núcleos populacionais só começaram a se formar durante o Período Neolítico, onde as


comunidades passaram a se dedicar mais à agricultura do que a caça ou a pesca.

Por volta de 4000 a.C., os antigos núcleos deram lugar a pequenas unidades políticas, os nomos,
governados por nomarcas, que se reuniram em dois reinos, um do Baixo Egito, ao norte e outro do
Alto Egito, ao sul.

Por volta de 3200 a.C., Menés, o governante do Alto Nilo, unificou os dois reinos e tornou-se o
primeiro faraó, dando origem ao período dinástico, que pode ser dividido em três momentos distintos:
Antigo Império, Médio Império e Novo Império.
Antigo Império (3200 – 2300 a.C.) – época em que foi concluída a unificação do Egito. A capital
egípcia passou a ser Tínis e depois transferida para Mênfis, na Região do Cairo (capital atual do
Egito).

O faraó, considerado uma divindade, governava com poder absoluto. Entre 2700 e 2600 a.C., foram
construídas as pirâmides de Guizé, atribuídas aos faraós Quéopes, Quéfren e Miquerinos.

Médio Império (2000 – 1580 a.C.) - nessa fase os faraós reconquistaram o poder que estava
enfraquecido por ação dos nomarcas. Na Palestina conquistada, foi encontrada mina de cobre, e na
Núbia, mina de ouro.

Entre 1800 e 1700 a.C.), os hebreus retirando-se da Palestina, chegaram ao Egito. Os hicsos, povo
nômade, de origem asiática, invadem o pais, permanecendo na região até 1580 a.C.)

Novo Império (1580 – 525 a.C.) – foi marcado pela expulsão dos hicsos, pelo grande
desenvolvimento militar e pela conquista de um vasto território. Os hebreus foram escravizados e por
volta de 1250 a.C., sob a liderança de Moisés, os hebreus conseguiram fugir do Egito, no episódio que
ficou conhecido como Êxodo e está registrado no Antigo Testamento da Bíblia.

O auge da civilização egípcia foi atingido durante o longo governo do faraó Ramsés II (1292 – 1225
a.C.), que derrotou vários povos asiáticos.

Após seu reinado, as lutas entre os sacerdotes e os faraós enfraquecem o Estado, o que estimulou
novas invasões. Em 525 a.C., os persas comandados por Cambires, derrotaram os egípcios na Batalha
de Pelusa e conquistaram definitivamente a região.

A partir de então, o Egito deixaria de ser independente por pelo menos 2500 anos, período em que se
tornaria sucessivamente, província dos persas, território ocupado por macedônios, romanos, árabes,
turcos e finalmente ingleses.
As invasões constantes exerceram grande influência na cultura egípcia, sobretudo o domínio
macedônico que permitiu a penetração das ideias gregas.

Esse domínio instaurou uma dinastia de origem macedônica, chamada ptolomaica ou lágida, à qual
Cleópatra pertenceu.

Seu filho com o imperador romano Júlio César foi o último rei ptolomaico. Em seguida, a região caiu
sob o domínio romano e mais tarde árabe Nesse período foram introduzidos elementos culturais
cristãos e muçulmanos sucessivamente.

Religião na Civilização Egípcia


A sociedade egípcia era marcada por uma profunda religiosidade. Politeístas, adoravam diversos
deuses: Amon-Ra, protetor dos faraós; Ptah, protetor dos artesãos; Thot, deus da ciência e protetor dos
escribas; Ambis, protetor dos embalsamentos; Maat, deusa da justiça, entre outros.

Acreditavam em vida após a morte e no retorno da alma ao corpo, cultuavam os mortos e


desenvolviam técnicas de mumificação, para conservar os corpos.

Ciências na Civilização Egípcia


Os egípcios desenvolveram o estudo da matemática e da geometria, voltada principalmente para a
construção civil. Usaram a raiz quadrada e as frações; calculavam também a área do círculo e do
trapézio.

A preocupação com as cheias e vazantes do Nilo estimulou o desenvolvimento da astronomia.


Observando os astros, localizaram planetas e constelações.

O dia era dividido em 24 horas. A semana tinha dez dias e o mês, três semanas. O ano de 365 dias era
dividido em estações agrárias: cheia, inverno e verão.

O desenvolvimento da prática da mumificação permitiu o maior conhecimento da anatomia humana,


tornando possível a realização de cirurgias no crânio. Tratavam de doenças do estômago, coração e de
fraturas.

A escrita desenvolveu-se de três formas:


● Hieroglífica – a escrita sagrada dos túmulos e templos; a mais antiga, anterior a 3000 a.C.,
composta por mais de 600 caracteres.

● Hierática – uma simplificação da hieroglífica. Seu uso estava ligado à religião e ao poder;

● Demótica – era a escrita popular, formada por cerca de 350 sinais, usada nos contratos
redigidos pelos escribas.

Mitologia Egípcia

Daniela Diana

Professora licenciada em Letras

A mitologia egípcia reúne diversos mitos, lendas e histórias que fizeram parte do imaginário religioso
no Egito Antigo até a chegada do Cristianismo.

Lembre-se que na Antiguidade a religião egípcia era baseada no politeísmo, ou seja, o culto a vários
deuses que ocorriam geralmente nos templos dedicados a eles.

As lendas disseminadas tinham como temas, a origem do mundo, da natureza, dos homens e dos
deuses. Elas explicavam fenômenos ainda desconhecidos pela ciência, sendo, portanto, de grande
importância para a construção do imaginário dos egípcios.

Deuses Egípcios
Ilustração dos Principais Deuses Egípcios
Os deuses egípcios possuíam características humanas, sendo que muitos deles possuíam poderes de
transformação.

Assim, o zoomorfismo (formas de animais) ou antropomorfismo (formas de animais e homens) são


dois conceitos que caracterizavam os deuses egípcios.

Os deuses ou os princípios cósmicos eram chamados de Neteru os quais foram divididos em:

Neterus Primordiais:
São os deuses mais importantes os quais estão associados com o mito de criação (origem do
universo):

● Nun (Nu ou Ny): simbolizava a água ou o líquido cósmico que deu origem ao Universo.

● Atum (Atum-Rá, Tem, Temu, Tum e Atem): representa a transformação de Nun, sendo
considerado aquele que deu origem a explosão do Universo (semelhante ao Bing Bang) e
que gerou os diversos corpos celestes, separando assim, o céu e a Terra.

● Amon (ou Amun): esposa de Mut, ele é considerado o rei dos deuses.
● Aton (Aton ou Aten): relacionado ao sol, ele foi o deus do atomismo que estava relacionado
com o disco solar.

● Rá (ou Ré): deus da criação, sendo um dos principais deuses do Egito.

● Ka: força mística que representava a alma dos deuses e dos homens.

● Ptah: marido de Sekhmet e de Bastet, representava o deus criador e protetor da cidade de


Mênfis. Além disso, era considerado deus dos artesãos e arquitetos.

● Hu: representava a palavra de criação do Universo.

Neterus Geradores:
● Shu: filho de Atum e deus do ar.

● Tefnut: filho de Atum e deusa da umidade.

● Geb: filho dos irmãos Shu e Tefnut, Geb é do deus da terra.

● Nut: filha dos irmãos Shu e Tefnut, Nut é a deusa dos céus.

Neterus da Primeira Geração:


● Osíris: filho mais velho do casal Geb e Nut, Osíris foi o primeiro faraó do Egito assassinado
por seu irmão Set passando a ser juiz dos mortos no mundo subterrâneo.

● Ísis: esposa-irmã de Osíris e filha de Geb e Nur, é deusa do amor, da maternidade, da


fertilidade e da magia. É protetora da natureza e considerada modelo de mãe e esposa.

● Seth (ou Set): deus da tempestade, do caos e da violência. Foi ele quem matou seu irmão
Osíris.

● Néftis (ou Nephthys): irmã-esposa de Seth e de Osíris e muito parecida com sua irmã Ísis,
sendo considerada outra deusa mãe na mitologia egípcia.

Neterus da Segunda Geração:


● Hórus: filho de Osíris e Ísis, Hórus é o deus do céu quem matou seu tio Seth por vingança.

● Hator: esposa de Hórus, deusa das festas, do vinho e da alegria. É considerada guardiã das
mulheres e protetora dos amantes.

● Tot (ou Thoth): deus da sabedoria.

● Maat: mulher de Toth, deusa da justiça, da verdade e da ordem.

● Anúbis: filho de Osíris e Néftis, Anúbis é o deus dos mortos e do submundo, era ele que
guiava os mortos após sua morte.
● Anuket (ou Anukis): deusa da fertilidade a qual estava relacionada com a água.

● Bastet: filha de Maat, é a deusa da fertilidade e do parto, protetora das mulheres.

● Sokar (Seker ou Sokaris): relacionado com a morte, era um deus funerário.

● Sekhmet: filha de Rá e por isso, reflete o aspecto destrutivo do sol.

Deuses Egípcios

Thiago Souza

Professor de História

Os Deuses Egípcios são divindades que fazem parte da mitologia do Egito Antigo. Essas divindades,
onipresentes e metamórficas, influenciavam os elementos e controlavam a natureza.

O culto mais conhecido era o de Ísis e Osíris. Os egípcios acreditavam que eles povoaram todo o
Egito e instruíram os camponeses com as técnicas de agricultura.

Religião no Egito Antigo


No Egito Antigo a religião era politeísta, ou seja, diversos deuses eram cultuados. Essas divindades
tinham papéis e características variadas, sendo adoradas no Egito e em outros locais, inclusive na
Europa.

Os deuses egípcios têm muito em comum com os homens: podem nascer, envelhecer e morrer, além
de possuírem um nome, sentimentos e corpo que deve ser alimentado.

No entanto, estes aspectos humanos escondem uma natureza excepcional: seu corpo, composto de
matérias preciosas, é dotado de um poder de transformação e suas lágrimas podem originar outros
seres ou minerais.

Existem aspectos destes deuses em várias combinações: totalmente humanas, inteiramente animais,
com corpo de homem e cabeça de animal, com o animal inteiro no lugar da cabeça (o escaravelho, por
exemplo) ou com cabeça humana.
Interessante destacar que haviam guerras entre cidades egípcias que possuíam deuses rivais.

Principais deuses egípcios e seus significados

Ilustração com os principais deuses egípcios. Crédito: Charis Estelle (shutterstock)


Rá-Atum
Primeiro deus do panteão, Rá-Atum é o responsável pela criação do mundo.
Representado pelo Sol, ele é descrito de diversas formas, sendo a mais comum
com a face de uma ave de rapina. Os egípcios acreditavam que seu rei (o Faraó)
era a encarnação de Rá.
Osíris
Descendente de Rá, Osíris é o filho mais velho do casal Geb e Nut. Ele reinou sobre a Terra
como o primeiro Faraó do Egito. É representado como um faraó com pele esverdeada, para
indicar que, na verdade, está mumificado.

Considerado o deus do julgamento dos mortos e da vegetação, é conhecido também como Usir ou
Ausar.

Ísis
Esposa-irmã de Osíris, Ísis era protetora, piedosa e estava relacionada à magia. Com Osíris teve o
filho Hórus.

Também foi chamada de Sait, Ist, Iset, Aset ou Ueset e sua simbologia está relacionada à fertilidade e
maternidade. É representada de variadas formas, associando-se à vaca e ao escorpião.

Set
Deus do caos e da guerra, Set é responsável pelos conflitos e por toda a escuridão. Com a forma do
porco-formigueiro, ele matou seu irmão: Osíris.

Nephthys
Irmã-esposa de Set. Após a morte de Osíris, separou-se de seu esposo e juntou-se à sua irmã Ísis em
luto. Está relacionada ao culto dos mortos, sendo representada como uma mulher, sem características
animais, que se coloca ao lado dos sarcófagos.

Hórus
Filho de Osíris e Ísis, Hórus é representado com cabeça de falcão e corpo de homem. É o protetor dos
faraós e das famílias. Lutou contra Set pelo trono do principal deus do Egito após o assassinato de seu
pai, Osíris.

Hathor
Deusa guardiã das mulheres gestantes e protetora dos amantes. Hathor é esposa de Hórus, sendo
representada com a cabeça ou as orelhas de uma vaca.

Anúbis
Com cabeça de chacal, Anúbis nasceu da união de Osíris e Nephthys. Foi responsável pela
mumificação ao embalsamar o corpo do pai. Assim, também é uma divindade importante no que diz
respeito à morte e passagem para outra vida.

Thoth
Alguns textos evocam-no como filho de Rá, enquanto outros, como de Set. Patrono da Lua, da
sabedoria e da cura, Thoth possui a cabeça de uma ave, a íbis.

Bastet
Ligada à fertilidade, Bastet é a deusa da fertilidade, sexualidade e do parto. Descrita com a cabeça de
gato e corpo de humano, ela é considerada a protetora das mulheres. A deusa é filha do deus Rá.
Sekhmeth
Deusa com cabeça de leoa, Sekhmeth é filha de Rá e reflete o aspecto destrutivo do Sol. Ela recebeu a
incumbência de seu pai de castigas a humanidade.

Ámon
Deus do "oculto", é padroeiro de Tebas, cidade egípcia. Nos primórdios da mitologia egípcia, esse
deus era ligado ao Sol, depois fundiu-se com Rá, se tornando Ámon-Rá.

É representado com cabeça de carneiro e liga-se à fertilidade.

Mut
Esposa de Ámon. Está relacionada à proteção e à libertação das almas. É vista como a "grande mãe" e
usa duas coroas na cabeça para representar o Alto e Baixo Egito.

A divindade está ainda ligada a deusa Hator, que também é relacionada à simbologia da "mãe divina".

Wadjet
Seu papel era proteger o faraó. Simbolizada como uma serpente, sua imagem era frequentemente
inserida na insígnia real para mostrar a superioridade do rei e defendê-lo dos inimigos.

Maat
Deusa da harmonia, da justiça e da verdade, Maat é equilibrada e pacífica, se opondo ao caos. Sua
representação é feita através da figura de uma mulher que carrega uma pena de avestruz na cabeça.

Ammit
Entidade devoradora, Ammit comia os corações das almas que em vida haviam cometido pecados.
Assim, está ligada à justiça e ao julgamento final.

Figura assustadora, é representada com a cabeça de crocodilo e corpo metade hipopótamo e metade
leopardo.

As Pirâmides do Egito

Juliana Bezerra
Professora de História

As pirâmides do Egito são túmulos construídos em pedra para abrigar os corpos dos faraós.

Há 123 pirâmides catalogadas, no entanto, as três mais conhecidas são Quéops, Quéfren e
Miquerinos, na península de Gizé.

Este conjunto arquitetônico é guardado pela Esfinge, um ser mitológico com corpo de leão e a cabeça
de um faraó.

História das Pirâmides do Egito

A construção das pirâmides começou na Primeira Dinastia


As pirâmides foram construídas em um período em que florescia no Egito uma civilização rica e
poderosa.
Sua edificação começou no Antigo Império (por volta de 2686 a 2181 a.C.) e perdurou até o século IV
d.C., mas o auge das construções é registrado entre a Terceira e a Sexta Dinastia, em torno do ano de
2325 a.C.

Nesse período, o Egito vivia sob estabilidade política e prosperidade econômica. Por sua vez, os
faraós acreditavam ser uma espécie de divindade escolhida para serem os mediadores entre deuses e
humanos.

Por isso, após a morte física, os egípcios acreditavam que o espírito do rei, que era conhecido como
Ka, permanecia no corpo e necessitava de cuidados especiais. Assim, seus cadáveres eram
mumificados.

No processo de mumificação, o corpo do faraó era cuidadosamente tratado com óleos e envolto em
faixas a fim de que não sofresse com desgaste do tempo. Alguns órgãos, como o intestino e o fígado,
eram retirados, mas colocados em urnas especiais junto ao sarcófago.

Além disso, o faraó era enterrado com tudo o que necessitaria depois da morte, como seus tesouros,
alimentos e até móveis. Familiares, sacerdotes e funcionários também eram sepultados junto ao faraó.

As Primeiras Pirâmides
Até o início da Primeira Dinastia, 2950 a.C., as tumbas eram esculpidas em rocha ou eram edificadas
estruturas denominadas "mastabas". Estas tinha uma forma piramidal, mas pareciam quadrados
empilhados em cima do outro e não eram tão altas.

A primeira pirâmide usou como modelo de mastaba e foi feita por volta de 2630 a.C., pelo rei Djoser,
o qual pertencia à Terceira Dinastia.

Os egípcios escolheram a forma de pirâmide para facilitar a ascensão do faraó aos céus, onde seria
acolhido por Rá, a divindade mais poderosa na mitologia egípcia.

Essa pirâmide exibe seis degraus de pedra que, juntos, somam 62 metros de altura. Era o túmulo mais
alto da época e foi cercado de santuários e templos para o soberano Djoser desfrutar na sua vida após
a morte.

A pirâmide de Djoser estabeleceu um parâmetro para os enterros reais. Entre os monarcas que
viveram tempo suficiente para coordenar a construção de seu próprio túmulo com as mesmas
dimensões estava Sneferu, que viveu entre 2631 a.C. e 2589 a.C.
Veja também: Egito Antigo

Características das Pirâmides do Egito


As pirâmides recebem os nomes dos faraós cujos corpos estão sepultados em seu interior. Cada uma
delas representa a grandeza do mandatário para povo e para os deuses.

Essas edificações fazem parte de um complexo funerário que era utilizado pelos faraós e altos
funcionários. As três pirâmides mais famosas são Queóps, Quéfren e Miquerinos.

Vamos conhecê-las?

Pirâmide de Queóps

Aspecto da maior pirâmide do Egito


O pirâmide de Quéops é a maior túmulo do mundo com 230 metros de largura na base e sua altura é
de 174 metros.

Três pequenas pirâmides foram construídas em alinhamento ao túmulo de Quéops e serviram para
abrigar os corpos das rainhas. Há, ainda, uma tumba com o sarcófago da rainha Hetepherés, mãe de
Quéops, e outras pirâmides menores e mastabas para abrigar os funcionários do rei.
A pirâmide de Quéops é constituída por 2,3 milhões de blocos de pedra que pesam cerca de 2,5 a 60
toneladas cada. O trabalho de construção teria durado 20 anos e contou com a força de 100 mil
homens.

Veja também: Faraó

Pirâmide de Quéfren

Na Esfinge, a cabeça do homem simboliza a inteligência e o corpo de leão, a força do faraó.


A segunda maior pirâmide na península de Gizé foi edificada para abrigar o corpo do faraó Quéfren,
com 143 metros de altura. Quefrén era filho do faraó Queóps e, por respeito ao pai, fez sua pirâmide
10 metros mais baixa.

Ao lado dela está a Esfinge de Gizé, a maior do mundo antigo, com 200 metros de comprimento e 74
de altura.

Veja também: Esfinge de Gizé

Pirâmide de Miquerinos
Visão da Pirâmide de Miquerinos ao lado de duas mastabas
Já a menor deste grupo de três pirâmides foi construída para o corpo de Miquerinos, que reinou entre
2532 e 2503 a.C., filho de Quéfren e, portanto, neto de Queóps. Tem 65 metros de altura e uma base
de 105 metros.

No seu interior se repete a mesma arquitetura de câmaras, corredores íngremes e falsas passagens a
fim de despistar os ladões de túmulos.

Infelizmente, esta providência não adiantou muito, pois praticamente todos os tesouros das pirâmides
foram saqueados.

Veja também: As Sete Maravilhas do Mundo Antigo

Fim da Era da Construção de Pirâmides


À medida em que o poder e a riqueza dos reis do Egito diminuíam, o ritmo das construções de
pirâmides caiu. Ao longo da quinta e sexta dinastias, as edificações foram ficando cada vez menores.

No túmulo do rei Unas, que viveu entre 2375 e 2345 a.C., é possível contemplar pinturas relativas ao
seu reinado. Essas são as primeiras composições que permitem o conhecimento do Egito antigo.
O último dos grandes construtores foi o faraó Pepi II, segundo soberano da Sexta Dinastia e que viveu
entre 2278 e 2184 a.C. Após a sua morte, o Egito entrou em colapso e, somente na 12ª Dinastia, a
edificação de pirâmides foi retomada, mas sem a grandiosidade anterior.

Veja também: Civilização Egípcia

Como as Pirâmides do Egito Foram Construídas ?


A construção das pirâmides está entre os maiores mistérios da engenharia. Sabe-se que os egípcios
faziam cálculos matemáticos baseado em suas crenças religiosas e isto acabava por determinar a
altura e largura dessa edificações.

A mão de obra consistia tanto em escravos quanto trabalhadores livres. Isso tudo, desde estrangeiros
escravizados, passando por camponeses egípcios que trabalhavam durante o regime de cheias do Nilo.

Igualmente, eram empregados inúmeros artesãos e pintores que fabricavam os objetos que seriam
colocados para servir ao faraó na outra vida.

Para transportar as pedras calcárias que compunham as pirâmides, existem várias teorias. Há,
inclusive, aqueles que acreditam que foram erguidas com a ajuda de extraterrestres.

Contudo, no fim de 2014, cientistas holandeses apresentaram a última das hipóteses aceitas e que
implicaria o uso de água para mover os blocos de pedra.

A teoria surgiu a partir da observação de imagens de uma pessoa jogando água à frente do que seria
um trenó onde estava assentada uma pedra puxada por pelo menos 150 trabalhadores.

Os egípcios também aproveitavam as cheias do rio Nilo para transportar as pedras pelo seu leito.

Veja também: Arte Egípcia

Curiosidades sobre as Pirâmides do Egito


● As pessoas mais humildes também queriam partilhar da glória do faraó. Assim, em 2010,
pesquisadores descobriram uma vala com 400 corpos de pessoas desnutridas perto de uma
das pirâmides.

● A expressão "obra faraônica" advém das construções no Egito Antigo e está relacionada
com a grandeza das edificações.
● A pirâmide de Quéops foi o prédio mais alto do planeta até o século XIV, quando foi
construída a Catedral de Lincoln, na Inglaterra.

Egito Antigo: história e características


gerais
Publicado por Eudes Bezerra 01/03/2018 , atualizado em 11/02/2022

Egito Antigo, a mística e intrigante terra dos Faraós, de Cleópatra e dos deuses
antropozoomórficos. Créditos: autoria desconhecida.
Egito Antigo, a mais intrigante e famosa civilização da Antiguidade que se tem
notícia. Terra dos poderosos faraós (autoproclamados deuses vivos). Região
da única das Sete Maravilhas do Mundo ainda existente, das incríveis
pirâmides e da Grande Esfinge.

Cortado pelo rio mais longo do planeta, o rio Nilo, o místico Egito Antigo
durou milênios e seus mistérios e curiosidades nos cativam, sendo muitos
ainda desconhecidos.

TÓPICOS SOBRE O EGITO ANTIGO


1. Região, rio Nilo e os primórdios do Egito
2. Unificação do Egito: Menés e o nascimento da nação

⠀⠀2.1 Alto Egito x Baixo Egito


3. Política do Egito Antigo
4. Antigo, Médio e Novo Império

⠀⠀4.1 Antigo Império (3.200–2.300 a.C)

⠀⠀4.2 Médio Império (2000–1580 a.C)

⠀⠀4.3 Novo Império (1580–525 a.C)


5. Economia egípcia
6. Sociedade egípcia

⠀⠀6.1 Escravos no Egito Antigo

⠀⠀6.2 Primeira greve registrada na história


7. Religião egípcia
Referências

1. REGIÃO, RIO NILO E OS PRIMÓRDIOS DO EGITO


Localizado no nordeste da África, nasceu e floresceu o Egito, a terra dos místicos
faraós e da eterna e última rainha egípcia, Cleópatra VII. Região desértica e com
clima agressivo e desafiador, mas que já possuía um fator que ainda hoje em dia
favorece o estabelecimento humano na região: o poderoso rio Nilo.

O estabelecimento humano na região abençoada pelo Nilo, simplesmente o mais


extenso rio do planeta, ocorreu há centenas de milhares de anos e diferentemente
dos rios mesopotâmicos Tigres e Eufrates, que possuíam enchentes
imprevisíveis e muitas vezes terríveis, o Nilo era um rio de ciclos constantes e fácil
controle.

Com a facilidade de permanência e abundância proporcionada pelo rio para a


prática da agricultura e do pastoreio, os “egípcios” conseguiram se organizar,
criando subdivisões administrativas chamadas de nomos (“povoados”).
Cada nomo era chefiado por um nomarca. Nessa época os egípcios ainda não
formavam uma civilização unificada, mas um conglomerado de nomos que
compartilhava a “mesma” cultura.

A dádiva do Egito Antigo, o rio Nilo (em destaque azul). Créditos: www.d-maps.com

2. UNIFICAÇÃO DO EGITO: MENÉS E O


NASCIMENTO DA NAÇÃO
Por volta do ano 3.200 a.C., um líder político chamado Menés (ou Narmer ou Men
ou ainda Meni) conseguiu a façanha de unificar o Alto e o Baixo Egito numa só
nação, dando início ao período faraônico no qual o próprio se transformou, sob a
proteção divina, no primeiro faraó.

Os registros históricos que marcam esse importante momento de unificação da


civilização egípcia se encontram numa paleta encontrada no sítio arqueológico de
Hierakonpolis. Trata-se de um monumento de apenas 63 cm de altura, mas
extremamente simbólico e divisor de eras para o povo egípcio:

A paleta, em xisto verde, está decorada na frente e atrás. As cenas encontram-


se distribuídas em três registros sobrepostos. No alto, duas cabeças de vaca
simbolizam a deusa Hathor, divindade cósmica cujo nome significa “morada de
Hórus”. Por ser a principal designação do faraó, o rei representado no
monumento coloca-se, assim, sob uma proteção divina e celeste.

O anúncio da unificação das duas partes do território egípcio é feito de maneira


simples e clara: na frente, o soberano usa a coroa branca do Alto Egito, nas
costas usa a coroa vermelha do Baixo Egito. É o primeiro faraó a reinar sobre o
Sul e o Norte. O Egito dinástico entra na História. (JACQ, 2007, p. 51)
As coroas individuais do Alto (branca) e do Baixo (vermelha) Egito, seguidas da coroa da
unificação egípcia. Créditos: autoria desconhecida.

2.1 Alto Egito x Baixo Egito


Termos aparentemente simples, mas causadores de alguma confusão. O rio Nilo
tem sua foz ao norte, no mar Mediterrâneo, “descendo” para o interior do continente
africano e quanto mais ao sul maior o relevo do solo, inclusive com pequenas
montanhas (Alto Egito por conta dessa elevação).

A parte mais próxima do Mediterrâneo é marcada por planícies, diferentemente da


mais afastada que se caracteriza pela elevação do solo. Isto é, Alto Egito por conta
da elevação do solo, encontrando-se na parte sul do país, e Baixo Egito se
encontrando ao norte devido às suas planícies.
Alto e
Baixo Egito. Créditos: autoria desconhecida.

3. POLÍTICA DO EGITO ANTIGO


Extremamente centralizada, a política dos egípcios era profundamente
simbolizada pelo poder faraônico. O faraó, que era considerado um deus vivo,
mantinha-se no poder e governava devido ao poder teocrático, visto o abrangente
caráter religioso de sua sociedade.

O título de faraó, deixando de lado a suposta parte divina, era o equivalente ao


status rei. Portanto, o Egito Antigo era caracterizado como uma monarquia. Pelo seu
forte caráter religioso, também se tem a teocracia como marca distintiva, que é
quando a religião intervém diretamente na política estatal.

De acordo com os registros históricos conhecidos, o Egito Antigo teria sido


governado por 404 faraós distribuídos em 31 dinastias, o suficiente para durar
impressionantes milênios.

⠀⠀

4. ANTIGO, MÉDIO E NOVO IMPÉRIO


4.1 Antigo Império (3.200–2.300 a.C)
Após a sua unificação sob a liderança do faraó Menés, a capital do Egito passou a
ser Tinis e posteriormente Mênfis (atualmente região do Cairo, a capital do Egito
moderno).

Esse período ficou marcado por uma relativa estabilidade duradoura e construções
imponentes. A população egípcia era obrigada ao trabalho e sem sombra de dúvida
o mais importante exemplo fica no Complexo de Gizé, sendo as impressionantes
pirâmides de Queóps, Quéfren e Miquerinos. Atualmente é a única das Sete
Maravilhas do Mundo ainda existente e são protegidas pela Grande Esfinge de
Gizé.

O Antigo Império entrou em declínio por volta de 2.300 a.C, quando as cheias do rio
Nilo diminuíram, desestabilizando a vital agricultura. Fome, pestes e revoltas
internas e externas contribuíram para seu fim. Os nomarcas, durante essa fase,
tiveram expressivo aumento de poder diminuindo a força do faraó.
As grandes pirâmides do Egito de Quéops (146,5 metros de altura), Quéfren (143 metros) e
Miquerinos (61 metros), na Necrópole de Gizé, são protegidas pela Grande Esfinge de Gizé.
Créditos: autoria desconhecida.
A Grande Esfinge de Gizé, a protetora eterna do descanso dos deuses (faraós). Créditos:
autoria desconhecida.

4.2 Médio Império (2000–1580 a.C)


Sob a liderança do faraó Mentuhotep II, os nomarcas foram derrotados e o poder
faraônico restabelecido com grande força. Contudo, parte da nobreza continuou
desafiando o faraó em busca da descentralização do poder imperial.

A servidão coletiva foi restabelecida, proporcionando grandes obras hidráulicas.


Durante este período, por volta de 1800 a.C, os hebreus começaram a chegar ao
Egito, passando a trabalhar nas mais diferentes atividades e pagando impostos,
sem, contudo, serem escravizados.

O Médio Império entrou em declínio com a invasão dos hicsos que dominaram o
Egito por quase dois séculos. O exército hicso era muito mais avançado, versátil e
tecnológico, contando com armamentos de melhor qualidade, cavalaria em larga
escala e carros de guerra (bigas; “carroças” puxadas por cavalos).

4.3 Novo Império (1580–525 a.C)


Os egípcios aprenderam as técnicas hicsas e mudaram sua forma de guerrear,
conseguindo por fim expulsar os invasores. O faraó Amósis I fez da cidade de
Tebas a nova capital.

O Novo Império representou o auge do império egípcio, tendo faraós famosos e


guerreiros como Ramsés II, também conhecido como Ramsés, o Grande. As
fronteiras do Egito Antigo se expandiram até a atual Síria ao norte e ao sul até o
Sudão. Além das guerras, Ramsés também ordenou a construção do magnífico
Templo do Sol, Abu Simbel.
Estátua de Ramsés, o Grande. Créditos: Alberto Loyo / Shutterstock.
Seria neste período que ocorreu a escravidão e fuga dos hebreus do Egito em
direção à Terra Prometida. Porém, as diferentes datas e controvérsias
impossibilitam um apontamento mais detalhado.

O Novo Império encontrou seu fim nas espadas e lanças dos ferozes assírios, tendo
o Egito posteriormente passado para o domínio persa, macedônico e romano. A
conquista macedônica se deu pela liderança de Alexandre, o Grande, um dos
maiores conquistadores da história.

5. ECONOMIA EGÍPCIA
A principal atividade econômica era a agricultura. A imensa produção de cereais
possibilitou o comércio com outros povos para a aquisição de mercadorias
inexistentes ou de baixa qualidade na região.

O Egito era administrado de acordo com o modo de produção asiático, embora se


encontrasse no continente africano. Neste modo de produção, que incita a
desigualdade social, o Estado é o dono de absolutamente todos os bens da
sociedade, incluindo casas, comida, ferramentas e até roupas, e os distribui de
acordo com a sua vontade.

6. SOCIEDADE EGÍPCIA
Igualmente como na Mesopotâmia, a sociedade egípcia era caracterizada por ser
estamental. Ou seja, cada egípcio desempenhava uma função que havia sido
herdada dos seus antepassados e que seria igualmente transmitida aos seus
descendentes.

No topo da hierarquia social se encontravam o faraó, sacerdotes e nobreza. Na


parte intermediária os escribas, militares, comerciantes e talvez artesãos. A parte
mais baixa era composta pelos camponeses e escravos.
A Pedra de Roseta descoberta durante expedição de Napoleão Bonaparte em 1799. Essa
peça se mostrou fundamental para a compreensão dos hieróglifos egípcios e
consequentemente o funcionamento da sua sociedade. Créditos: autoria desconhecida.

6.1 Escravos no Egito Antigo
Importante ressaltar o baixíssimo número de escravos no Egito Antigo. Um mito
muito noticiado é a construção das pirâmides por escravos, quando, na verdade,
foram construídas por trabalhadores remunerados.

Povos que usaram escravos em larga escala foram os gregos e os romanos.

6.2 Primeira greve registrada na história


Um fato curioso é que no Egito ouve a primeira greve registrada da história, tendo
ocorrido durante o reinado do faraó Ramsés III.

Costumeiramente apontado como o mais antigo registro de greve da história, ainda


que tal instituto ainda não existisse, conta-se que durante o reinado do faraó
Ramsés III (1187 – 1156 a.c.).

Os trabalhadores egípcios cruzaram os braços por causa das más condições de


trabalho e a falta de pagamento (comida, vestuário e afins).

Ramsés III, considerado o último grande faraó do Império Novo, não pagou no dia
e a greve pouco tempo depois foi instaurada, mas logo um funcionário do alto
escalão egípcio teria convencido os grevistas a encerrar a greve e retornar às
atividades, que o pagamento seria normalizado sem mais protelação.

Todavia, a promessa também não foi cumprida pelo patrão (o faraó) e os operários
revoltados — que não eram escravos — teriam invadido e ocupado um templo
sagrado (possivelmente, tenha sido o túmulo mortuário destinado ao descanso do
próprio faraó).

O pagamento só teria sido finalmente executado após dois meses de disputas


trabalhistas.
Trabalhadores e trabalhadores no Egito Antigo. Créditos: autoria desconhecida.

7. RELIGIÃO EGÍPCIA
Eram politeístas, acreditando em uma infinidade de deuses antropozoomórficos
(mistura de homens e mulheres com animais). Ao longo do tempo deuses e deusas
ganharam ou perderam influência sobre os egípcios. Entre os deuses mais famosos,
encontram-se Osíris, Ísis, Hathor, Hórus, Set e Anúbis.

Outro importante aspecto da religiosidade egípcia era a crença na vida após a


morte. Homens, mulheres e animais eram mumificados em um ritual de preparação
para a reencarnação.

A mumificação deu aos egípcios um amplo conhecimento sobre a anatomia


humana, possibilitando grande acúmulo de estudos médicos e até cosméticos (as
maquiagens, muito além de embelezar, tinham a função de proteger e cuidar da
pele).

Egito Antigo
O Egito Antigo foi uma das civilizações que mais conseguiram
estruturar sua forma de organização social ao longo do tempo.

A civilização egípcia foi uma das mais


impressionantes e duradouras da Antiguidade
Na história da humanidade, variadas civilizações e culturas, com suas
respectivas singularidades, enriqueceram o manancial de toda a nossa
experiência existencial. Uma das civilizações mais importantes que
irromperam na Antiguidade, há cerca de 4.000 anos antes de Cristo, foi a
civilização egípcia. O Egito Antigo desenvolveu-se às marges do rio Nilo, no
Nordeste da África, nas regiões chamadas de Vales Férteis, em virtude dos
compostos orgânicos presentes nas terras próximas ao rio citado.

A antiga civilização egípcia fez-se presente no seio das grandes civilizações


que se desenvolveram na Europa, no Médio Oriente e na Península Arábica.
São vários os relatos de povos antigos sobre o Egito, desde hebreus e
fenícios até gregos e romanos. As grandes pirâmides do Vale de Gizé
(localizadas perto da cidade do Cairo) e os hieróglifos, ou a escrita
hieroglífica, são, até os dias de hoje, exaustivamente estudados por
especialistas. As pirâmides perpassaram por muitos momentos históricos,
como a batalha de Napoleão Bonaparte travada próximo a elas nos fins do
século XVIII.

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Tradicionalmente, a história do Egito Antigo é estudada em seis fases
principais.

● Período Pré-Dinástico: começou por volta de 4000 a.C., quando os


nomos (pequenos estados) foram estabelecidos em torno da
econômica agrícola, artesanato e uso de metais.
● Período do Antigo Império: teve início em 2780 a.C e ficou marcado
pela unificação política do império sob a égide dos faraós.
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● Período intermediário: quando houve a recuperação do poder pelos
nomos.
● Médio Império: estendeu-se até 1.785 a.C.
● Novo período intermediário: caracterizou-se pela invasão dos
hicsos, que se estabeleceram no delta do Nilo até por volta de 1580
a.C.
● Alto Império: de 1580 a 1200 a.C., foi marcado tanto pela expulsão
dos hicsos quanto pela guerra intensa com diversos povos.

Todas essas fases foram marcadas por personalidades específicas e


eventos singulares, como o cativeiro dos hebreus. Depois, houve o Período
Helenístico, marcado pela expansão e domínio da civilização grega
comandada por Alexandre, o Grande.

Após o domínio Helenístico, o Egito não teve mais um desenvolvimento


autônomo, sendo subordinado por outras civilizações, como ocorreu na
época de Cleópatra, em que o Egito tornou-se uma província dos romanos.

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