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A Expansão Marítima, também conhecida como Era dos Descobrimentos, foi um

período de grande exploração e expansão territorial por parte das nações europeias,
principalmente entre os séculos XV e XVI. Esse movimento foi impulsionado por
uma combinação de fatores econômicos, políticos, religiosos e tecnológicos.

O que foi a Expansão Maritima


Expansão Marítima é o nome dado ao fenômeno ocorrido entre os séculos XV e
XVII, quando inúmeras expedições partiram das grandes potências européias na
busca por alcançar as terras no Extremo Oriente.

Seus objetivos eram retomar o comércio direto de especiarias, encontrar novas


fontes de metais preciosos e converter populações nativas ao cristianismo.

Esse foi um processo fundamental não só para história das potências monárquicas,
mas também para o contexto global, uma vez que foi a expansão marítima que
possibilitou a conquista de territórios até então desconhecidos pelos europeus.

Para compreender esse fenômeno, precisamos adentrar nas transformações


estruturais políticas, culturais e econômicas pelas quais a Europa passava desde o
fim da Idade Média.

Contexto Histórico: como começou a Expansão


Maritima
Motivações econômicas
A passagem da Idade Média para a Idade Moderna, decorrente das crises do
feudalismo, significou a transição de uma economia de subsistência para uma
economia baseada nas transações comerciais.

É neste momento que o sistema capitalista ascende em sua primeira fase: o


Mercantilismo.

Nessa nova política econômica, o sucesso das monarquias nacionais estava


atrelado à quantidade de metais preciosos que estas possuíam (metalismo). Por
isso, quando passaram por um momento de escassez desses metais, as potências
europeias decidiram enfrentar os mares em busca de ouro e prata.

Além disso, é também nesse período que se inaugura a ideia da chamada balança
comercial favorável, que tinha como princípio o esforço para que a exportação da
nação fosse sempre maior que a importação, impulsionando a busca por novos
mercados de consumo.

Outro fator econômico essencial para o começo da expansão marítima foi a busca,
de nações como Portugal e Espanha, pela retomada do lucrativo comércio com o
Oriente.
Se durante a Idade Média esse comércio pôde acontecer com mais facilidade, no
século XV eram as cidades independentes de Gênova e Veneza que comandavam
a navegação do mediterrâneo.

Além disso, quando, em 1453, os turcos otomanos conquistaram Constantinopla, a


rota para o Oriente pela região do Golfo Pérsico também ficou inviável.

A saída para os reinos europeus, acabou sendo uma empreitada marítima na busca
de rotas alternativas que permitissem o comércio com as Índias sem a mediação
dos italianos ou muçulmanos.

Motivações culturais
A crise do período medieval e a transição para Idade Moderna foram também
marcadas por uma profunda revolução intelectual, o chamado Renascimento
Cultural.

Nesse período, a instituição da Igreja Católica passou por uma intensa crise,
possibilitando as reformas religiosas protestantes e, posteriormente, a própria
contra-reforma católica. Esse fenômeno provocou certas mudanças nos valores
fundamentais da intelectualidade européia moderna, que vieram a se entrelaçar com
os da época feudal.

O teocentrismo (Deus no centro das explicações sobre o mundo), por exemplo, dá


lugar ao antropocentrismo (o homem no centro das explicações). O surgimento do
antropocentrismo incentivou a expansão marítima ao valorizar o homem como
alicerce central da sociedade e, por isso, responsável por seu desenvolvimento.

Outra característica do Renascimento Cultural, o racionalismo, proporcionou o


desenvolvimento da ciência e de instrumentos fundamentais para a navegação,
como as caravelas de vela triangular, e o aperfeiçoamento de instrumentos de
localização, como a bússola e o astrolábio.

O surgimento da cartografia foi outro fator importante, já que deu maiores precisões
às medidas e orientações geográficas necessárias para o deslocamento pelo mar.

Além disso, como consequência dessa crise institucional da Igreja Católica e das
reformas protestantes, a Igreja perdeu um número significativo de fiéis.

Sendo assim, a expansão marítima configurou-se também a partir de uma


justificativa religiosa: tornou-se necessário desbravar novos territórios a fim de
catequizar populações nativas e, assim, provocar o aumento do número de fiéis.
Essa missão foi atribuída aos jesuítas.

Motivação social e política


Outro fator fundamental para a realização da expansão marítima foi o fato de que,
ainda na Baixa Idade Média, acontece a formação de Portugal e a formação da
Espanha, importantes monarquias nacionais que centralizaram o poder no Estado.
Essas nações proporcionaram recursos humanos e financeiros suficientes para a
expansão. Além disso, a ascensão da burguesia nestes reinos foi também
determinante, uma vez que esse grupo social pressionou seus reis na direção da
ampliação das rotas comerciais e da busca por metais preciosos.

A expansão
Portugal foi o reino pioneiro da expansão marítima, lançando seus primeiros navios
ao mar ainda no século XV.

A tomada de Ceuta, marco da expansão marítima portuguesa, data de 1415. Isso,


porque além de sua posição geográfica privilegiada, sua formação como Estado
centralizado aconteceu de forma precoce, ainda na Idade Média.

A Espanha se insere nessa empreitada no final do século XV, estendendo sua


expansão por todo século XVI. Em seguida, Holanda e Inglaterra inauguraram as
expansões marítimas tardias, durante o século XVII.

É na busca pelas rotas até a Índia que a Espanha acaba por descobrir a América; e
Portugal, por chegar ao Brasil.

Até o final do Século XVI, tanto Portugal quanto Espanha continuaram a explorar os
oceanos e a colonizar territórios. Esse processo acabou por mudar o eixo
econômico do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, fundando um complexo
sistema colonial escravista e proporcionando o fortalecimento econômico e político
dos reinos europeus

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