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EXPANÇÃO MARÍTIMA

- Fenômeno ocorrido entre os séculos XV e XVII, quando inúmeras


expedições partiram das grandes potências europeias na busca por
alcançar as terras no Extremo Oriente.

- OBJETIVOS:  retomar o comércio direto de especiarias, encontrar


novas fontes de metais preciosos e converter populações nativas
ao cristianismo.

Contexto Histórico
- A passagem da Idade Média para a Idade O mercantilismo foi o modelo
Moderna, decorrente das crises do feudalismo, de política econômica
predominante dos Estados
significou a transição de uma economia de
Modernos europeus entre os
subsistência para uma economia baseada séculos XV e XVIII. o
nas transações comerciais. É neste momento que mercantilismo é comumente
o sistema capitalista ascende em sua primeira identificado como um período
fase: o Mercantilismo. de transição entre
o feudalismo e o capitalismo
- Nessa nova política econômica, o sucesso liberal, que se consolidaria
das monarquias nacionais estava atrelado à
quantidade de metais preciosos que estas possuíam (metalismo). Por isso,
quando passaram por um momento de escassez desses metais, as potências
europeias decidiram enfrentar os mares em busca de ouro e prata

- Nesse período que se inaugura a ideia da chamada balança comercial


favorável, que tinha como princípio o esforço para que a exportação da
nação fosse sempre maior que a importação, impulsionando a busca por
novos mercados de consumo.

- Outro fator econômico essencial para o começo da expansão marítima foi


a busca, de nações como Portugal e Espanha, pela retomada do
lucrativo comércio com o Oriente. Se durante a Idade Média esse
comércio pôde acontecer com mais facilidade, no século XV eram as
cidades independentes de Gênova e Veneza que comandavam a navegação
do mediterrâneo. Além disso, quando, em 1453, os turcos otomanos
conquistaram Constantinopla, a rota para o Oriente pela região do Golfo
Pérsico também ficou inviável.

Motivações culturais
- A crise do período medieval e a transição para Idade Moderna foram
também marcadas por uma profunda revolução intelectual, o
chamado Renascimento Cultural. Nesse período, a instituição da Igreja
Católica passou por uma intensa crise, possibilitando as reformas
religiosas protestantes e, posteriormente, a própria contrarreforma
católica. Esse fenômeno provocou certas mudanças nos valores
fundamentais da intelectualidade europeia moderna, que vieram a se
entrelaçar com os da época feudal.

- O teocentrismo (Deus no centro das explicações sobre o mundo), por


exemplo, dá lugar ao antropocentrismo (o homem no centro das
explicações). O surgimento do antropocentrismo incentivou a expansão
marítima ao valorizar o homem como alicerce central da sociedade e, por
isso, responsável por seu desenvolvimento. Outra característica do
Renascimento Cultural, o racionalismo, proporcionou o desenvolvimento
da ciência e de instrumentos fundamentais para a navegação, como as
caravelas de vela triangular, e o aperfeiçoamento de instrumentos de
localização, como a bússola e o astrolábio.

- O surgimento da cartografia foi outro fator importante, já que deu


maiores precisões às medidas e orientações geográficas necessárias para o
deslocamento pelo mar. Além disso, como consequência dessa crise
institucional da Igreja Católica e das reformas protestantes, a Igreja perdeu
um número significativo de fiéis. Sendo assim, a expansão marítima
configurou-se também a partir de uma justificativa religiosa: tornou-se
necessário desbravar novos territórios a fim de catequizar populações
nativas e, assim, provocar o aumento do número de fiéis. Essa missão foi
atribuída aos jesuítas.

Motivação social e política

- Outro fator fundamental para a realização da expansão marítima foi o


fato de que, ainda na Baixa Idade Média, acontece a formação de Portugal
e a formação da Espanha, importantes monarquias nacionais que
centralizaram o poder no Estado. Essas nações proporcionaram recursos
humanos e financeiros suficientes para a expansão. Além disso,
a ascensão da burguesia nestes reinos foi também determinante, uma vez
que esse grupo social pressionou seus reis na direção da ampliação das
rotas comerciais e da busca por metais preciosos.
A expansão
- Portugal foi o reino pioneiro da expansão marítima, lançando seus
primeiros navios ao mar ainda no século XV. A tomada de Ceuta, marco
da expansão marítima portuguesa, data de 1415. Isso, porque além de
sua posição geográfica privilegiada, sua formação como Estado
centralizado aconteceu de forma precoce, ainda na Idade Média.

- A Espanha se insere nessa empreitada no final do século XV, estendendo


sua expansão por todo século XVI. Em seguida, Holanda e
Inglaterra inauguraram as expansões marítimas tardias, durante o século
XVII. É na busca pelas rotas até a Índia que a Espanha acaba por
descobrir a América; e Portugal, por chegar ao Brasil.

- Até o final do Século XVI, tanto Portugal quanto Espanha continuaram a


explorar os oceanos e a colonizar territórios. Esse processo acabou
por mudar o eixo econômico do Mar Mediterrâneo para o Oceano
Atlântico, fundando um complexo sistema colonial escravista e
proporcionando o fortalecimento econômico e político dos reinos
europeus. 

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