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1 - Contexto histórico

O renascimento surgiu na Europa entre os séculos XV e XVI e teve


seu desenvolvimento ligado a uma série de mudanças sociais,
políticas e econômicas que ocorreram no final da História Medieval.

Após a queda de Constantinopla, os antigos bizantinos se


instalaram na Itália, onde desenvolveram a cultura clássica. Esse
fato, associado ao passado de Roma, possibilitou o
desenvolvimento do classicismo presente no renascimento.

Durante os séculos XIV e XV, houve o renascimento urbano na


Europa, onde surgiram novas cidades, que foram povoadas por
nobres, artistas, artesãos, trabalhadores de diversas áreas e pela
nova classe social que surgira: a burguesia.

No cenário político e econômico, houve o declínio do feudalismo, o


fortalecimento do poder dos reis e o surgimento das Monarquias
Nacionais. Esses aspectos possibilitaram liberdade econômica e
comercial.

O crescimento da atividade comercial, por sua vez, guarda relação


com as Cruzadas - expedições de caráter religioso, militar e
econômico, ocorridas entre os séculos XI e XIII que, entre outros
objetivos, visavam recuperar o domínio cristão sobre Jerusalém.

As Cruzadas causaram profundos efeitos econômicos, abrindo


novas rotas comerciais e recuperando o domínio ocidental sobre
antigos territórios, contribuindo com a recuperação comercial vivida
pela Europa.

Acompanhado das mudanças sociais e políticas, surgiram


transformações de ordem religiosas. Nesse período, a Igreja
Católica perdeu com os movimentos de contestação que deram
origem à reforma religiosa.

Assim, passou a haver um conflito entre fé e razão, de modo que


Deus deixou de ser o centro de tudo e o homem passou a ser
valorizado, dando origem ao período de transição entre o
teocentrismo medieval e o antropocentrismo renascentista. Foi
nesse contexto que surgiu o movimento renascentista.
Características do Renascimento

Antropocentrismo, racionalismo, valorização da antiguidade


clássica, cientificismo, individualismo. Essas são algumas
características do renascimento. Durante toda a Idade Média, Deus
era tido como o centro do universo. A partir do renascimento, surgiu
o antropocentrismo que se opunha ao modelo teocêntrico,
defendendo a ideia do homem como centro do universo.
Nesse período, diversos aspectos do ser humano foram valorizados
e o homem passou a ter uma posição de destaque. Assim, tornou-
se o principal responsável pela condução da história da
humanidade. Essa ideia foi reforçada, sobretudo, com as
descobertas científicas da época.

Principais Características
1. Humanismo
O movimento humanista surge como mote para a valorização do ser
humano e da natureza humana, onde o antropocentrismo (homem
no centro do mundo) foi sua principal característica.

O humanismo foi uma corrente intelectual que se destacou na


filosofia e nas artes e que desenvolveu o espírito crítico do ser
humano.

2. Racionalismo
Ao defender a razão humana, essa corrente filosófica foi importante
para desenvolver diversos aspectos do pensamento renascentista
em detrimento da fé medieval.

Com ele, o empirismo ou a valorização da experiência, foram


essenciais para a mudança de mentalidade no período do
renascimento. Esta corrente afirmava que os fenômenos humanos e
da natureza deveriam ser comprovados diante de experiências
racionais.

Note que o racionalismo está intimamente relacionado com a


expansão científica, de forma que busca uma explicação para os
fatos, baseada na ciência. Em outras palavras, a razão é o único
caminho para se chegar ao conhecimento.

3. Individualismo
Representou uma das importantes características do renascimento
associados ao movimento humanista.
O homem é colocado em posição central e passa a ser regido, não
somente pela igreja, mas também por suas emoções e escolhas.
Assim, ele torna-se um ser crítico e responsável por suas ações no
mundo.

4. Antropocentrismo
Em detrimento do pensamento teocêntrico medieval, onde Deus
estava no centro do mundo, o antropocentrismo (homem como
centro do mundo) surge para valorizar diversos aspectos do ser
humano.

A razão torna-se o instrumento pelo qual o ser humano deve pautar


suas ações. Ainda que a religião continue a ter muita importância, a
inteligência humana foi exaltada diante das diversas descobertas
científicas da época.

Desta maneira, reforçado pelo individualismo, o homem passa a ter


uma posição centralizada e isso o impulsiona a ousar no
aprendizado e em descobertas científicas ou de novas terras.

5. Cientificismo
Numa época de efervescência, o conceito do cientificismo foi de
suma importância para mudar a mentalidade do homem e trazer à
tona questões sobre o conhecimento do mundo.

6. Universalismo
Foi desenvolvida sobretudo, na educação renascentista
corroborada pelo desenvolvimento do conhecimento humano em
diversas áreas do saber.

O homem renascentista busca ser um "polímata", ou seja, aquele


que se especializa em diversas áreas. O maior exemplo de figura
polímata do renascimento foi sem dúvida, Leonardo da Vinci.

Vale ressaltar que no período renascentista, houve uma expansão


de escolas, faculdades e universidades, bem como a inclusão de
disciplinas relacionadas às humanidades (línguas, literatura,
filosofia, dentre outras.)

7. Antiguidade Clássica
A retomada dos valores clássicos foi essencial para o estudo dos
humanistas. Um dos fatos que facilitou muito o estudo dos clássicos
foi a invenção da imprensa, uma vez que a rápida reprodução das
obras auxiliou na divulgação do conhecimento.

Segundo os estudiosos da época, a filosofia e as artes


desenvolvidas durante a Grécia e a Roma antiga possuíam grande
valor estético e cultural, em detrimento daquelas da Idade Média.

2 - Renascimento comercial e urbano

O renascimento comercial e urbano foi resultado de mudanças


significativas que aconteceram na Europa durante a Baixa Idade
Média. Elas resultaram no crescimento das cidades, fazendo com
que algumas delas chegassem a um número significativo de
habitantes. Além disso, o crescimento urbano influenciou e foi
influenciado pelo renascimento comercial, que implicou a ampliação
da circulação de mercadorias e a retomada na utilização da moeda.

 Renascimento urbano

A cidade de Lübeck, na Alemanha, é um exemplo de cidade que


surgiu no processo de renascimento urbano na Europa medieval.
O renascimento urbano foi resultado direto do aumento
populacional decorrente do aumento da produção de alimentos, e
também da melhoria no clima nos séculos X e XI. O aumento
populacional e a existência de um quadro social de grande
opressão, a servidão, levavam muitos camponeses a fugirem das
suas terras.

O objetivo desses camponeses era livrarem-se das obrigações


feudais, e assim as cidades foram os locais que receberam uma
quantidade grande deles. Nelas os camponeses buscavam por
formas de sobrevivência, o que gerou diversidade de ofícios. Nas
cidades houve também diversificação dos grupos sociais, e o centro
do poder migrou dos bispos para os habitantes dos burgos, os
burgueses, grupo que enriqueceu por meio do comércio ou de
outros ofícios.
As cidades, no entanto, ainda eram dependentes das zonas rurais,
uma vez que os alimentos que garantiam a sobrevivência nela
vinham do campo. É importante considerar que o crescimento
urbano não pode ser superestimado, uma vez que a população
citadina durante a Idade Média nunca ultrapassou 20% de toda a
população da Europa Ocidental.

O crescimento das cidades foi impulsionado ao mesmo tempo que


impulsionou o desenvolvimento do comércio. Ele atraiu
comerciantes que se instalavam nos arredores delas e vendiam
suas mercadorias.

 Renascimento comercial

Além das cidades, o comércio na Europa fortaleceu-se a partir da


Baixa Idade Média e proporcionou uma série de mudanças, como o
estabelecimento de uma nova classe social, a criação de colônias
sob a esfera de influência de cidades italianas e o uso da moeda. O
aumento na produção agrícola foi o ponto de partida que deu força
ao comércio europeu, pois o que sobrava dela passou a ser
comercializado.

O primeiro destaque a respeito do comércio é que o seu


crescimento permitiu a sua sedentarizarão. Isso porque essa
atividade, a princípio, itinerante trazia muitos riscos e custos. As
estradas eram ruins e perigosas, e existiam locais que cobravam
impostos pesados dos comerciantes.

Na medida em que as cidades cresciam, uma demanda contínua


por diferentes mercadorias dava possibilidade para que os
comerciantes se fixassem nos arredores da cidade. Eles vendiam
itens de luxo, itens essenciais para o estilo de vida urbano e
também itens básicos para a sobrevivência, como alimento.

Muitos comerciantes preferiam seguir a vida itinerante por meio da


navegação fluvial, não obstante, o crescimento do comércio e a
localização geográfica de muitas cidades contribuíram para que
muitos outros investissem em rotas marítimas. A abertura do
comércio oriental, por meio das Cruzadas, garantiu acesso a
mercadorias de luxo e intensificou o enriquecimento da classe
mercantil das cidades italianas.

O comércio marítimo ficou marcado pelo desenvolvimento de dois


grandes polos comerciais. Ao sul da Europa, na região
mediterrânea, o domínio era dos italianos; ao norte da Europa, por
sua vez, o domínio era da Liga Hanseática, uma aliança de cidades
mercantis que surgiu na Alemanha e estabeleceu rotas que ligavam
Londres a Novgorod (na Rússia).

Além disso, o crescimento comercial gerou a demanda pela


cunhagem de moedas, que passaram a ser largamente usadas a
partir do século XIII.

3- Renascimento artístico

O Renascimento Artístico representou uma das vertentes do


período renascentista com a profusão de diversas obras.

Lembre-se que o Renascimento foi um movimento artístico,


intelectual e cultural que teve início no século XV na Itália.

Foi com o declínio do sistema feudal e de diversas caraterísticas


associadas ao período medieval, que surgiu a Renascença, um
período de efervescência cultural, artística e científica que se
espalhou pela Europa.

Leonardo da Vinci foi um dos mais importantes artistas italianos do


período renascentista.

Os estudiosos da Renascença reconhecem nele talvez a figura


mais significativa de seu tempo.

Foi o que se pode chamar de gênio, dedicando-se aos estudos em


diversos campos da arte e do conhecimento em uma época em que
ocorriam intensas transformações que guiavam o mundo rumo à
modernidade.

 Obras de Da Vinci

Da Vinci deixou um grande legado artístico, principalmente, no que


diz respeito às suas obras. Criou técnicas que até então nunca
tinham sido utilizadas e transformou o mundo das artes. Ele
aperfeiçoou o uso do sombreamento, o chamado sfumato, em suas
pinturas.

Já na escultura, utilizava o uso da perspectiva para modelar objetos


em superfícies bidimensionais e até tridimensionais. Nas artes
plásticas, foi um dos primeiros italianos a usar a técnica de óleo
sobre tela. Geralmente, retratava em suas pinturas temas religiosos.
Em sua trajetória como artista, da Vinci criou mais de 30 obras,
contudo, nem todas foram concluídas, é o caso de “A adoração dos
magos”, “São Jerônimo no deserto” e a “Batalha de Anghiari”.
Inúmeros desenhos, esboços e páginas de notas foram
encontradas após sua morte.

Catalogamos as principais obras de Leonardo da Vinci em ordem


cronológica. Confira:

“Anunciação”: 1475-1480
“Adoração dos Magos”: 1481
“A última ceia”: 1498
“Mona Lisa ou La Gioconda”: 1503-1505
“A Virgem e o Menino com Santa Ana”: 1510
“São João Batista”: 1514

Michelangelo foi um renomado artista italiano do período


renascentista, conhecido por ser um dos maiores artistas do
Ocidente e possuir algumas das obras mais famosas da arte
ocidental. Ele teve formação humanista e foi fortemente influenciado
pela cultura clássica, produzindo pinturas e esculturas sob essa
influência.

O artista ficou muito conhecido por suas esculturas e por suas


pinturas, mas realizou trabalhos como arquiteto e também escrevia
sonetos. Entre alguns de seus trabalhos mais conhecidos estão
Pietà, Davi e os afrescos que ele fez no teto da Capela Sistina.

 Obras mais importantes de Michelangelo

Em 1499, Michelangelo criou Pietà, uma escultura que retrata a


Virgem Maria lamentando abraçada sobre o corpo morto de Jesus
Cristo. A estátua foi criada como um pedido de um cardeal francês
para Michelangelo e atualmente está exposta no Vaticano. Esse é
considerado até hoje um dos principais trabalhos do artista
renascentista.

Escultura de uma mulher, a Virgem Maria, segurando o corpo


morto de Jesus em seu colo.
Em 1499, Michelangelo retornou a Florença, porque recebeu um
pedido para trabalhar em uma escultura para a Catedral de
Florença. A encomenda demandava uma escultura de Davi,
personagem bíblico. Foi iniciado aqui um dos grandes trabalhos da
vida de Michelangelo. A construção de Davi estendeu-se de 1501 a
1504 e deu origem a uma obra de grandes dimensões.

A escultura criada por Michelangelo possui mais de cinco metros de


altura e foi considerada um trabalho artístico de tamanha qualidade
que não foi colocada na catedral da cidade, mas, sim, na frente do
Palácio dos Priores. Atualmente, a escultura está na Galeria de
Belas Artes de Florença e é uma das obras mais conhecidas desse
artista.

Michelangelo também recebeu grande destaque por trabalhos na


pintura, apesar de preferir trabalhar com esculturas. Em 1508,
Michelangelo foi designado pelo papa Júlio II a realizar os afrescos
no teto da Capela Sistina. Michelangelo realizou o trabalho contra a
sua vontade e dedicou-se a ele entre os anos de 1508 e 1511.

Selo postal do Vaticano mostrando detalhe da pintura dos afrescos


da Capela Sistina em que Deus e Adão estão representados.
Entre os trabalhos mais conhecidos de Michelangelo estão os
afrescos no teto da Capela Sistina.
Este também foi um dos principais trabalhos artísticos feitos por
Michelangelo, e os afrescos pintados por ele se tornaram algumas
das imagens mais reproduzidas de todos os tempos. O destaque é
a imagem de Deus flutuando com o braço e o dedo esticados
tentando alcançar o dedo de Adão. Os afrescos pintados por
Michelangelo reproduzem cenas do Antigo Testamento e causaram
algum desconforto pela quantidade de pessoas nuas.

4- A crise do feudalismo resultou de várias transformações que


ocorreram na Europa, entre elas, estão:
Novos acordos comerciais impulsionados pelas Cruzadas. Com as
expedições, a Europa voltou a se relacionar com o Oriente;
Desenvolvimento dos centros urbanos. No feudalismo houve o
êxodo urbano (saída em direção ao campo), quando o sistema
entrou em crise, ocorreu o movimento contrário, as pessoas saíram
em direção às cidades.
A crise do feudalismo também foi causada pela emancipação dos
servos, que compraram sua liberdade ou fugiam para trabalhar nas
cidades.
Aumento da circulação de moedas.
Surgimento de novas classes sociais. Antes os senhores feudais
tinham todo o prestígio, com a queda do sistema, o comércio
passou a ser dominado pela burguesia, classe com alto poder
econômico.
Expedições marítimas e descoberta de novas terras.

REFERÊNCIAS

1- Contexto histórico
https://www.educamaisbrasil.com.br 30 de agosto de 2023 as:
23:05
https://querobolsa.com.br
30 de agosto de 2023 as: 23:10
https://www.todamateria.com.br 23:15

2- Renascimento comercial e urbano


https://mundoeducacao.uol.com.br 30 de agosto de 2023 as:
23:20

3- Renascimento artístico
https://www.todamateria.com.br 30 de agosto de 2023 as:
23:25

https://www.todamateria.com.br 04 de setembros de 2023 as:


22:50 Leonardo

https://mundoeducacao.uol.com.br 04 de setembro de 2023


as: 22:55 Leonardo

https://mundoeducacao.uol.com.br 04 de setembro de 2023


as: 23:05 Michelangelo

4- Transformações na Europa
https://www.educamaisbrasil.com.br 04 de setembro de 2023
as: 23:15

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