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RENASCIMENTO CULTURAL

O renascimento cultural foi um dos principais fenômenos da transição da Idade


Média para a Idade Moderna, transformando a vida cultural europeia da época.
Foi o movimento de ascensão artística e cultural de caráter urbano que
ocorreu na Europa, com destaque para Península Itálica, na região dos Países
Baixos e outras regiões do norte europeu por volta dos séculos XV e XVI. Esse
processo era identificado como a quebra de pensamentos medievais e cristãos
para a abertura de uma nova forma pensar, voltada ao retorno à tradições
greco-romanas. Entretanto, isso não é verdade.

O Renascimento, em seu âmbito cultural, ocorreu em meio urbano,


acompanhando o também chamado “Renascimento Comercial” europeu.
Cidades italianas como Pisa, Gênova e Veneza passaram a ter um grande
protagonismo no fluxo comercial do Mar Mediterrâneo a partir do século XVI,
pois os muçulmanos que controlavam o comércio mediterrâneo já haviam sido
derrotados nas Cruzadas, provocando uma abertura comercial maior no sul
europeu. As cidades, também chamadas de burgos, tiveram que ser ampliadas
para suportar um grande número de pessoas, que vinham de todo o Velho
Mundo, em especial do Oriente.
Muitos elementos da tradição clássica, como poesia, textos científicos antigos,
textos de teatro, técnicas de artes plásticas e de arquitetura, eram preservados
por intelectuais que viviam nos arredores de Constantinopla – que durante
muito tempo o centro do Império Bizantino, herdeiro da tradição clássica greco-
romana e que estava localizado na Anatólia, a meio caminho entre a Ásia e a
Europa ocidental. O aumento do fluxo comercial e o crescimento da estrutura
urbana nas cidades italianas passaram a atrair muitos intelectuais e artistas
bizantinos. Aos poucos, as heranças culturais cristãs da Idade Média, como o
gótico cristão, passaram a se mesclar com essa tradição bizantina.
No caso do Renascimento no Norte, ocorrido na Holanda e em alguns
principados alemães, o impulso foi semelhante ao ocorrido no Mediterrâneo: o
fluxo comercial do Mar do Norte e do Mar Báltico, organizado em torno da Liga
Hanseática.
O que “renasceu” no período do Renascimento, portanto, não foi a cultura
clássica pagã pura e simplesmente. O que renasceu foi a cultura urbana, a
cultura ligada às cidades, com amplo comércio, vida intelectual e apreciação
artística, como ocorria nas cidades-estado da Antiguidade Clássica. Contudo, o
Renascimento não rompeu com o cristianismo, pelo contrário, o resgate dos
elementos da cultura clássica deu mais vigor à tradição cristã.
FASES DO RENASCIMENTO
Essas fases estão intimamente relacionadas com o renascimento artístico e
cultural que começou na Itália no século XIV, mais precisamente na cidade de
Florença.
Ainda que elas apresentem características em comum, por exemplo, o
humanismo e a inspiração na arte clássica, se diferem em alguns aspectos.
Vejamos abaixo as características de cada período.

-TRECENTO:
A primeira fase do renascimento recebe esse nome uma vez que foi
desenvolvido nos anos 1300 em Florença, Itália.
É um momento de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna em que se
nota o despontar de questões humanistas, além das inspirações clássicas.
Além disso, na pintura a tridimensionalidade marca essa ruptura com o estilo
anterior: o estilo gótico. Os artistas mais proeminentes dessa fase foram: o
pintor Giotto, e os literatos Dante Alighieri, Francesco Petrarca e Giovanni
Bocaccio.

-QUATROCENTO:
O segundo período do renascimento foi desenvolvido durante os anos de 1400,
daí surge seu nome.
É uma fase de consolidação das artes, com a difusão de diversas obras e artistas,
dos quais se destacam Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Filippo
Brunelleschi e Massacio.
Representa o auge do renascimento artístico e cultural na Itália e por isso, pode
ser chamado de Alta Renascença.
Cada vez mais, outros países europeus começam a aderir ao movimento,
produzindo obras que aproximem do renascimento italiano.
Além do aprofundamento dos aspectos que envolvem o humanismo
renascentista, a busca da beleza e da perfeição das formas, inspirados na
cultura greco-romana, são uma marca do período.
Ainda que os temas explorados estejam relacionados a religião, muitos artistas
dessa fase utilizaram a mitologia e outros temas pagãos para expressar nas
obras.
Os mecenas, ricos (reis, príncipes, condes, duques, bispos, nobres e burgueses)
que financiavam as artes, foram essenciais para o desenvolvimento da arte
renascentista desse período.

-CINQUECENTO:
O terceiro período do renascimento se desenvolveu durante os anos de 1500, e
por isso recebe esse nome.
Nessa fase, os artistas já começam a se distanciar dos temas religiosos e assim,
notamos a mescla dos temas religiosos e profanos nas obras.
Nessa época, o estilo renascentista se consolida em diversas partes do
continente europeu: Portugal, Espanha, França e Alemanha.
Destacam-se os artistas Rafael Sanzio e Michelangelo e na literatura, Erasmo de
Roterdã e Nicolau Maquiavel.
Note que, nesse período, o movimento renascentista começa a entrar em
decadência e já começam a surgir obras no estilo maneirista e barroco.

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