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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
II. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................................... 2
1. Conceito de Renascimento ................................................................................................... 2
1.1 Principais Características .............................................................................................. 2
1.2 Fases do Renascimento ................................................................................................. 4
2. Principais Modalidades de Renascimento ........................................................................... 6
2.1 Renascimento Cultural ................................................................................................. 6
2.2 Renascimento Urbano................................................................................................... 6
2.3 Renascimento Comercial .............................................................................................. 7
2.4 Renascimento Científico............................................................................................... 8
2.5 Renascimento Artístico............................................................................................... 10
3. Humanismo ........................................................................................................................ 10
3.1 Características do Humanismo ................................................................................... 11
3.2 O Humanismo Renascentista ...................................................................................... 12
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................... 14
ANEXO......................................................................................................................................... 15

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I. INTRODUÇÃO

O Renascimento foi um movimento cultural, económico e político, surgido na Itália no século


XIV e se estendeu até o século XVII por toda a Europa. Inspirado nos valores da Antiguidade
Clássica e gerado pelas modificações económicas, o Renascimento reformulou a vida medieval e
deu início à Idade Moderna

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II. DESENVOLVIMENTO

1. Conceito de Renascimento

O termo Renascimento foi criado no século XVI para descrever o movimento artístico que
surgiu um século antes. Posteriormente acabou designando as mudanças económicas e políticas
do período também e é muito contestado hoje em dia.

O conceito "Renascimento" carrega a ideia de que esse período trouxe profundas e


drásticas mudanças para o contexto europeu. Porém, apesar de ter sido um momento de alterações
consideráveis para o velho continente, não houve uma total ruptura com as características
existentes na Idade Média.

Afinal, mesmo considerando as mudanças urbanas e no comércio, as cidades nunca


desapareceram totalmente e os povos não deixaram de comercializar entre si, nem de usar moeda.
Houve, sim, uma diminuição dessas atividades durante a Idade Média. Observamos, porém, que
na Península Itálica várias cidades como Veneza, Gênova, Florença, Roma, dentre outras, se
beneficiaram do comércio com o Oriente.

Estas regiões enriqueceram com o desenvolvimento do comércio no Mar Mediterrâneo,


dando origem a uma rica burguesia mercantil. A fim de se afirmarem socialmente, estes
comerciantes patrocinavam artistas e escritores - uma prática chamada de mecenato - que
inauguraram uma forma de fazer arte. A Igreja e nobreza também foram mecenas de artistas como
Michelangelo, Domenico Ghirlandaio, Pietro della Francesa, entre muitos outros.

O Renascimento (ou Renascença) foi um período de transição entre a Idade Média e a


Idade Moderna, ocorrido entre os séculos XIV e XVII. Surgido na Itália, o Renascimento ganha
esse nome no século XVI, de maneira a sugerir que antes do período, na Idade Média, a ciência e
a arte estavam extintas, o que não é o caso.

1.1 Principais Características

➢ Humanismo

O movimento humanista surge como mote para a valorização do ser humano e da natureza
humana, onde o antropocentrismo (homem no centro do mundo) foi sua principal característica.
O humanismo foi uma corrente intelectual que se destacou na filosofia e nas artes e que
desenvolveu o espírito crítico do ser humano.

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➢ Racionalismo

Ao defender a razão humana, essa corrente filosófica foi importante para desenvolver
diversos aspectos do pensamento renascentista em detrimento da fé medieval. Com ele, o
empirismo ou a valorização da experiência, foram essenciais para a mudança de mentalidade no
período do renascimento. Esta corrente afirmava que os fenómenos humanos e da natureza
deveriam ser comprovados diante de experiências racionais.

O racionalismo está intimamente relacionado com a expansão científica, de forma que


busca uma explicação para os fatos, baseada na ciência. Em outras palavras, a razão é o único
caminho para se chegar ao conhecimento.

➢ Individualismo

Representou uma das importantes características do renascimento associados ao


movimento humanista. O homem é colocado em posição central e passa a ser regido, não somente
pela igreja, mas também por suas emoções e escolhas. Assim, ele torna-se um ser crítico e
responsável por suas ações no mundo.

➢ Antropocentrismo

Em detrimento do pensamento teocêntrico medieval, onde Deus estava no centro do


mundo, o antropocentrismo (homem como centro do mundo) surge para valorizar diversos
aspectos do ser humano. A razão torna-se o instrumento pelo qual o ser humano deve pautar suas
acções. Ainda que a religião continue a ter muita importância, a inteligência humana foi exaltada
diante das diversas descobertas científicas da época.

Desta maneira, reforçado pelo individualismo, o homem passa a ter uma posição
centralizada e isso o impulsiona a ousar no aprendizado e em descobertas científicas ou de novas
terras.

➢ Cientificismo

Numa época de efervescência, o conceito do cientificismo foi de suma importância para


mudar a mentalidade do homem e trazer à tona questões sobre o conhecimento do mundo.
Destacam-se como grandes pensadores e cientistas desse período:

❖ Nicolau Copérnico: astrônomo e matemático;


❖ Galileu Galilei: astrônomo e físico;
❖ Johannes Kepler: astrónomo e matemático;

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❖ Andreas Vesalius: médico, “pai da anatomia”;
❖ Francis Bacon: filósofo e cientista;
❖ René Descartes: filósofo e matemático;
❖ Leonardo da Vinci: artista, cientista, matemático, inventor;
❖ Isaac Newton: astrônomo e cientista.

➢ Universalismo

Foi desenvolvida sobretudo, na educação renascentista corroborada pelo desenvolvimento


do conhecimento humano em diversas áreas do saber. O homem renascentista busca ser um
"polímata", ou seja, aquele que se especializa em diversas áreas. O maior exemplo de figura
polímata do renascimento foi sem dúvida, Leonardo da Vinci.

Vale ressaltar que no período renascentista, houve uma expansão de escolas, faculdades e
universidades, bem como a inclusão de disciplinas relacionadas às humanidades (línguas,
literatura, filosofia, dentre outras.).

➢ Antiguidade Clássica

A retomada dos valores clássicos foi essencial para o estudo dos humanistas. Um dos fatos
que facilitou muito o estudo dos clássicos foi a invenção da imprensa, uma vez que a rápida
reprodução das obras auxiliou na divulgação do conhecimento. Segundo os estudiosos da época,
a filosofia e as artes desenvolvidas durante a Grécia e a Roma antiga possuíam grande valor
estético e cultural, em detrimento daquelas da Idade Média.

1.2 Fases do Renascimento

As fases do renascimento reúnem três momentos: Trecento (século XIV) Quatroccento


(século XV) Cinquecento (século XVI).

Essas fases estão intimamente relacionadas com o renascimento artístico e cultural que
começou na Itália no século XIV, mais precisamente na cidade de Florença. Ainda que elas
apresentem características em comum, por exemplo, o humanismo e a inspiração na arte clássica,
se diferem em alguns aspectos. Vejamos abaixo as características de cada período.

• Trecento

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A primeira fase do renascimento recebe esse nome uma vez que foi desenvolvido nos anos
1300 em Florença, Itália. É um momento de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna em
que se nota o despontar de questões humanistas, além das inspirações clássicas.

Os artistas mais proeminentes dessa fase foram: o pintor Giotto, e os literatos Dante
Alighieri, Francesco Petrarca e Giovanni Bocaccio.

• Quatrocento

Monalisa de Leonardo da Vinci O segundo período do renascimento foi desenvolvido


durante os anos de 1400, daí surge seu nome. É uma fase de consolidação das artes, com a difusão
de diversas obras e artistas, dos quais se destacam Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Filippo
Brunelleschi e Massacio.

Além do aprofundamento dos aspectos que envolvem o humanismo renascentista, a busca


da beleza e da perfeição das formas, inspirados na cultura greco-romana, são uma marca do
período. Ainda que os temas explorados estejam relacionados a religião, muitos artistas dessa fase
utilizaram a mitologia e outros temas pagãos para expressar nas obras.

Os mecenas, ricos (reis, príncipes, condes, duques, bispos, nobres e burgueses) que
financiavam as artes, foram essenciais para o desenvolvimento da arte renascentista desse período.

• Cinquecento

Madona do Prado de Rafael Sanzio O terceiro período do renascimento se desenvolveu


durante os anos de 1500, e por isso recebe esse nome. Nessa fase, os artistas já começam a se
distanciar dos temas religiosos e assim, notamos a mescla dos temas religiosos e profanos nas
obras. Nessa época, o estilo renascentista se consolida em diversas partes do continente europeu:
Portugal, Espanha, França e Alemanha.

Destacam-se os artistas Rafael Sanzio e Michelangelo e na literatura, Erasmo de Roterdã


e Nicolau Maquiavel. Note que, nesse período, o movimento renascentista começa a entrar em
decadência e já começam a surgir obras no estilo maneirista e barroco.

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2. Principais Modalidades de Renascimento

2.1 Renascimento Cultural

O Renascimento Cultural foi um movimento que se iniciou na Península Itálica no século


XIV e se estendeu por toda a Europa até o século XVI. Esta fase coincide com a prosperidade das
cidades da Península Itálica, especialmente, onde a riqueza permitiu investimentos na produção
de obras de arte. Os artistas e pensadores renascentistas expressavam em suas obras a nova visão
de mundo trazida com o Humanismo e a revalorização da Antiguidade Clássica.

No final da Idade Média, a burguesia, ou seja, os comerciantes e artesãos se enriqueceram


e se tornaram mecenas, patrocinando a construção de palácios e igrejas. Suas encomendas
poderiam ser individuais ou realizadas através dos grêmios profissionais que demandavam
esculturas e pinturas para exibir sua prosperidade.

Um elemento crucial foi o humanismo, no sentido de valorizar o ser humano, considerado


a obra mais perfeita do Criador. Daí surge o antropocentrismo renascentista, ou seja, a ideia do
homem como centro das preocupações intelectuais e artísticas.

2.2 Renascimento Urbano

O Renascimento Urbano representou uma das vertentes que formaram o movimento


Renascentista, ao lado do Renascimento Cultural e Comercial. Vale lembrar que o Renascimento
Italiano foi um movimento económico, artístico e cultura que dominou a mentalidade européia
durante séculos: do XIV ao século XVII. Assim, o Renascimento Urbano está associado ao
florescimento e desenvolvimento das cidades medievais, os “Burgos”. Cidade Medieval de
Carcassonne, França.

No último período da Idade Média, denominado Baixa Idade Média (século X ao século
XV), a Europa passava por diversas transformações nos campos político, económico e social, de
forma que a queda de Constantinopla, em 1493, representou o fim da Idade Média e o início da
Idade Moderna.

Esse período esteve marcado pela decadência do sistema feudal, formado basicamente de
dois grupos sociais: os senhores (proprietários de terras, os feudos) e os servos (trabalhavam e
viviam nos feudos). A sociedade feudal era estamental, posto que não possuía mobilidade social,
ou seja, se nasceu servo, morrerá servo.

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Acima do senhor feudal estavam o Rei, a Nobreza e o Clero, os três grupos que detinham
o poder. Dessa forma, o Rei representava o poder supremo, seguido da nobreza (importante
figuras) e o Clero, associado ao poder religioso da Igreja Católica. Esse último grupo dominante
possuía claros privilégios em relação ao povo, de modo que somente eles tinham acesso aos
assuntos políticos, econômicos e religiosos, bem como ao conhecimento dos livros, posto que
representavam a parcela mínima que sabia ler e escrever.

2.3 Renascimento Comercial

Ao lado do Renascimento Cultural e Urbano, o Renascimento Comercial foi marcado pela


intensificação das relações comerciais entre as nações, pondo fim ao sistema feudal e dando início
ao capitalismo comercial, na medida em que o crescimento dos burgos só começou a surgir quando
o comércio se expandiu, a partir das feiras-livres (encontros para realização de comércio).

O nome “burguês” e “burguesia” deriva do termo “burgos”, posto que os burgueses


passaram a ser chamados assim por serem os habitantes dos burgos. Foi nesse contexto de
efervescência comercial, cultural e urbana que os artesãos criaram as “Corporações de Ofício”
(organizações que reuniam pessoas que exerciam a mesma profissão), enquanto os comerciantes
estabeleceram as “Guildas Medievais” (associação de pessoas de diversas profissões) e as
“Hansas” (associação de comerciantes), da qual se destaca a Liga Hanseática.

O fim do sistema feudal e o surgimento do sistema capitalista foram fundamentais para


consolidar a expansão do comércio. Entretanto, foi a partir das Cruzadas (entre os séculos XI e
XIII), expedições militares de carácter económico, político e religioso, que as relações comerciais
foram fortalecidas com o Oriente.

Além disso, a abertura do Mar Mediterrâneo foi essencial para o aumento das rotas
comerciais entre os países, levando ao fim do período da Idade Média e o início da Idade Moderna.

Além desses fatores essenciais para a transformação da sociedade medieval, o


aparecimento de uma nova classe social, denominada burguesia, consolidam o novo sistema
social, económico e político.

O sistema feudal já não conseguiu suprir as necessidades de todos os seus habitantes, de


forma que uns fugiam e outros eram expulsos pelos senhores de terra. Com efeito, esse grupo de
marginalizados seguiam para as cidades (burgos) em busca de melhor qualidade de vida, sendo
que aqueles que se dedicaram ao comércio ambulante, foram aos poucos constituindo a nova classe

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social que, mais tarde, substituirá o sistema anterior, detendo os meios de produção e o acúmulo
de capital: a burguesia.

Ainda que as cidades italianas de Veneza, Florença e Gênova se destacaram com a abertura
do Mar Mediterrâneo, no século XV e XVI, posto que utilizaram o mar como rota marítima de
comércio, sobretudo de especiarias vindas do Oriente, a expansão ultramarina tornou o mar uma
nova rota comercial, substituindo, dessa maneira, o eixo comercial do Mediterrâneo para o Oceano
Atlântico, com a descobertas das terras no novo mundo.

2.4 Renascimento Científico

Chama-se Renascimento Científico o período de desenvolvimento da ciência durante os


séculos XV e XVI. Esta época foi pautada no racionalismo, no humanismo e nos conhecimentos
da Antiguidade Clássica que mudaram a mentalidade das pessoas.

A partir deste saber e descobertas dos estudiosos, esse período possibilitou o avanço de
diversos campos do conhecimento que, mais tarde, inauguraria a Ciência Moderna. Os
renascentistas estavam preocupados em estudar a natureza através da experimentação e da
segmentação de informações. Vários homens e até mulheres realizaram pesquisas e, entre tantos,
podemos citar Leonardo da Vinci. Embora tenha sido um dos nomes mais importantes do
Renascimento Cultural e Artístico, ele também se destaca no Renascimento Científico, ao lado de
Nicolau Copérnico.

Apesar de muito estendido, hoje em dia a palavra "Renascimento" é usada com ressalva.
Afinal, este vocábulo dá impressão que não se pesquisava, nem se fazia ciência durante a Idade
Média, o que é inexato.

Nesse contexto, poucos indivíduos tinham acesso ao conhecimento, o qual era transmitido
por meio dos livros e trancados nas bibliotecas, tal qual tesouros. Durante esse período de
transição, a Europa passava por diversas transformações como a expansão marítimo comercial, o
surgimento da imprensa e da burguesia.

Renascimento Científico causou grande impacto no pensamento europeu da época


e possibilitou o fim da Era Medieval e o início da Idade Moderna.

Os principais pensadores que fizeram parte do Renascimento Científico foram:

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Nicolau Copérnico (1473-1543): astónomo e matemático polonês, considerado o “Pai da
Astronomia Moderna”. Foi criador da Teoria Heliocêntrica (sol como centro do Universo),
na qual contradiz a Teoria Geocêntrica medieval (adotada pela Igreja Católica), em que a
Terra seria o centro do Universo.

Galileu Galilei (1564-1642): astrônomo, físico, matemático e filósofo italiano, Galileu foi
defensor da Teoria Heliocêntrica de Copérnico, sendo considerado um dos fundadores da
geometria moderna e da física. Além disso, aperfeiçoou o telescópio, inventou o microscópio
com duas lentes e o compasso geométrico.

Johannes Kepler (1571-1630): astrônomo, matemático e astrólogo alemão, Kepler


aprofundou suas teorias sobre mecânica celeste inspiradas no modelo heliocêntrico,
apresentando estudos sobre as eclipses lunar e solar.

Andreas Vesalius (1514-1564): médico belga, considerado o “Pai da Anatomia Moderna”,


Vesalius foi um dos precursores dos estudos sobre anatomia e fisiologia, após dissecar corpos
de humanos e escrever sua principal obra, um atlas de Anatomia Humana intitulado
“Fábrica”.

Francis Bacon (1561-1626): filósofo, político e alquimista inglês, Bacon foi o criador do
“Método Científico” (nova maneira de estudar a natureza), sistematizando o conhecimento
humano, sendo considerado o fundador da “Ciência Moderna”.

René Descartes (1596-1650): filósofo, físico e matemático francês, segundo seus estudos,
Descartes foi considerado o “Pai do Racionalismo e da Matemática Moderna” e ainda, o
fundador da Filósofo a Moderna. Sua obra mais representativa é o “Discurso sobre o
Método”, tratado filosófico e matemático propondo as bases do racionalismo.

Isaac Newton (1643-1727): filósofo, físico, matemático, astrônomo, alquimista e teólogo


inglês, Newton foi considerado o “Pai da Física e da Mecânica Modernas”, do qual
desenvolveu diversos conhecimentos nas áreas da matemática, física e filósofo a natural.

Leonardo da Vinci (1452-1519): inventor, matemático, engenheiro e artista italiano, Da Vinci


foi considerado um dos mais proeminentes gênios do Renascimento e da história da
humanidade. Avançou em diversos estudos sobre a anatomia humana, e inventou o
paraquedas, a máquina de voar, o submarino, o tanque de guerra, dentre outros.

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2.5 Renascimento Artístico

O Renascimento Artístico representou uma das vertentes do período renascentista com a


profusão de diversas obras. Lembre-se que o Renascimento foi um movimento artístico, intelectual
e cultural que teve início no século XV na Itália.

Foi com o declínio do sistema feudal e de diversas caraterísticas associadas ao período


medieval, que surgiu a Renascença, um período de efervescência cultural, artística e científica que
se espalhou pela Europa.

Para os artistas do renascimento, o contexto associado ao período medieval impossibilitou


a evolução da arte em diversos aspectos. Isso porque, o medievo esteve intimamente relacionado
a uma cultura religiosa, donde o teocentrismo (Deus no centro do Universo) regia a vida das
pessoas.

Foi a partir do avanço científico, social e cultural que surge o movimento do renascimento,
o qual foi marcado sobretudo pelo caráter humanista. Assim, o teocentrismo medieval dá lugar ao
antropocentrismo renascentista, com a chegada da Idade Moderna.

A grande contribuição da arte renascentista foi a descoberta da perspectiva e da


profundidade. Assim, do plano reto e bidimensional da arte medieval, a arte da renascença
promoveu um outro olhar.

Outros aspectos, não menos importantes, explorados pelos artistas do renascimento, foram
o equilíbrio das formas e a busca da harmonia, fundamentadas na arte clássica.

Vale lembrar que o renascimento artístico incluiu a evolução da pintura, escultura, arquitetura e
literatura, valorizando aspectos humanos e da natureza.

Ainda que muitos temas explorados pelos artistas do renascimento estejam associados ao
plano religioso e espiritual, a mudança de mentalidade da época proporcionou incluir uma
variedade de temáticas. Os assuntos abordados variavam desde os costumes, a mitologia, as
paisagens, dentre outros.

3. Humanismo

Originado na Itália durante o século XV, esse movimento ficou conhecido por criar
rupturas na forte influência da igreja católica e da lógica religiosa na Idade Média. Assim, as

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crenças de que o Deus deveria ser o centro do universo transformaram-se na aceitação de que o
ser humano é o foco de interesse de todos.

Essa transformação do paradigma social, cultural e econômico contribuiu para uma enorme
mudança nos padrões sociais da época, tanto que a população mundial passou por modificações
ao longo da transição entre a Idade.

O Humanismo é um movimento social, económico e cultural que modificou diversos


paradigmas da Idade Média e datou o início do Renascimento. Isso porque ele investiu na
transformação entre o teocentrismo — Deus como centro da nossa atenção — para o
antropocentrismo — seres humanos em foco.

Com essa grande valorização da figura humana e, por consequência, de todos os assuntos
que dizem respeito à nossa existência e formas de relação interpessoal, a maneira como a
população percebia a sociedade se modificou. Afinal, as explicações para a nossa realidade
deveriam partir da lógica racional em vez da religiosa e sobrenatural.

O movimento foi tão intenso que a ciência começou a ser desenvolvida para sustentar as
hipóteses antropocentristas, assim como as Artes e a Literatura foram afetadas a fim de separar o
contato com a religião. Assim, aos poucos a visão religiosa começou a perder sua força e a
concepção do ser humano como foco ficou fortalecida.

3.1 Características do Humanismo

O Humanismo teve como principal factor de criação os aspectos sociais e económicos da


Europa. Explicamos que a burguesia teve início nesse momento de transição entre a Idade Média
e o Renascimento e, essa nova classe revolucionou os padrões sociais.

Isso porque os comerciantes iniciaram uma disputa territorial e de poder com os nobres,
ganhando importância na região e marcando o decaimento do feudalismo. Alinhado a isso, a
Europa começou a viver uma crise de saúde pública em função da Peste Negra, que fomentou
ainda mais a oposição contra a monarquia que, inclusive, era auxiliada pela igreja católica.

É por isso que o sistema antropomórfico foi tão difundido socialmente, visto que a
população não estava satisfeita com a fome e a miséria em que vivia, enquanto os burgueses
queriam ascender socialmente a fim de fortalecer o início do seu capital. Por outro lado, a
monarquia desejava manter o seu status quo e continuar governando os países europeus.

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É aqui que surgem, então, duas características fundamentais do Humanismo:

➢ Racionalismo;
➢ Naturalismo.

Enquanto a primeira busca distanciar os dogmas religiosos e os critérios científicos e


racionais, a segunda tem como objectivo valorizar a natureza e visualizar o ser humano como parte
dela.

Isso quer dizer que todos os fenômenos físicos, biológicos e químicos precisam apresentar
uma explicação pautada na própria natureza, evitando um esclarecimento sobrenatural e, é claro,
religioso. Portanto, o racionalismo tomou força e permitiu o desenvolvimento do pensamento
científico que se consolidou na Idade Moderna.

Além desses tópicos, existem outras características fundamentais que determinam o que
foi o Humanismo e como ele contribuiu para o mundo científico que vivemos atualmente, como:
distinção entre música e poesia, marcando uma nova forma de fazer arte; descrição detalhada da
figura humana; descentralização do conhecimento e do poder, que eram controlados pela igreja e
pela monarquia após o sistema feudal.

3.2 O Humanismo Renascentista

O humanismo foi um movimento de glorificação do homem e da natureza humana, que


surgiu na Itália em meados do século XIV. O homem, a obra mais perfeita do Criador, era capaz
de compreender, modificar e até dominar a natureza.

O pensamento humanista provocou uma reforma no ensino das universidades, com a


introdução de disciplinas como poesia, história e filosofia. Os humanistas buscavam interpretar o
cristianismo, utilizando escritos de autores da Antiguidade, como Platão. O estudo dos textos
antigos despertou o gosto pela pesquisa histórica e pelo conhecimento das línguas clássicas como
o latim e o grego.

A partir do século XIV, ao mesmo tempo que os renascentistas se dedicavam ao estudo


das línguas clássicas, diferentes dialetos davam origem às línguas nacionais. Gestado nessa época,
o humanismo se tornou referência para muitos pensadores nos séculos seguintes, inclusive para os
filósofos iluministas do século XVIII.

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CONCLUSÃO

Concluímos que a o Humanismo, para além de um movimento transformador, progressivo


e sem paralelo - no espaço hoje denominado Europa -, que teve o seu proémio na Idade Média, se
consubstanciou no Renascimento, atingiu a sua maturidade no Iluminismo e originou, no seu
percurso, um rompimento gradual com o Teocentrismo Medieval, representa uma novel conspeção
sobre o homem no mundo, passando a predominar a Visão Antropocêntrica, onde o ser humano
passou a ser o centro das perscrutações e inquietações.

Constitui uma reconquista dos valores da Antiguidade Clássica, podendo ser definido,
enquanto filosofema, como um conjunto de ideais e princípios que, emanando do imo do ser
humano, orientam e valorizam as suas ações nas mais diversas áreas, através de alteados valores
doutrinais, mormente a arte, a ética, a moral, o respeito, a justiça, a honra, o amor, a liberdade e a
responsabilidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Rémond, R. (1994). Introdução à História do Nosso Tempo: Do Antigo Regime aos Nossos Dias.
Lisboa: Gradiva Publicações, S.A.

Russ, J. (1997). A Aventura do Pensamento Europeu: Uma História das Ideias Ocidentais. Lisboa:
Terramar - Editores, Distribuidores e Livreiros, Ltdª.

Machado, A. Tópicos sobre o Pensamento Europeu. [Em Linha]. Lisboa: Universidade Católica
Portuguesa.

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ANEXO

Renascimento Urbano

Renascimento Artístico (Mona Lisa)

Humanismo Renascista (Homem Vitruviano (1490) de Leonardo da Vinci)

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