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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO MÉDIO COMERCIAL DE LUANDA
CURSO DE FINANÇAS
CURSO DE FINANÇAS
Classe: 10ª.
Turma: B.
Turno: Tarde.
Integrantes:
Cândida Francisco;
Daniela Zumbi;
Délcia Luana;
Domingos de Jesus;
Domingos Leão.
Docente
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Branca Canjova.
A linha de construção da pessoa, que escolhemos seguir, dá particular ênfase à ideia de que o
que fundamentalmente define o processo de construção da pessoa é o carácter de processo
permanente da própria abertura humana à existência. A capacidade de cada um de nós para se
abrir ao mundo e aos outros depende do modo como nos posicionamos na vida, das escolhas que
fazemos, o que, por sua vez, depende dos nossos olhares sobre o que está à nossa volta e da
qualidade do modo como o interpretamos e projectamos na definição da nossa própria
existência. Será por esta via que o desenvolvimento estético se irá ligar ao desenvolvimento
pessoal.
3. Conceito de Pessoa
A pessoa jurídica apresenta características que fazem parte da rotina empresarial. Estão
classificadas como pessoas jurídicas: escolas, universidades e outros tipos de instituições de
ensino, ONGs, sociedades, partidos políticos, fundações, empresas de diversos segmentos,
prefeituras, entre outros.
No campo da filosofia, uma pessoa é um ser que possui capacidades de pensar, agir,
racionalizar, é alguém que tem autoconsciência, moralidade, entre outros. E essa pessoa também
conta com sua individualidade física e individualidade espiritual. Em alguns lugares, o termo
pessoa também pode ser usado como sobrenome, por exemplo: “Marcelo Pessoa”. Nesse caso
ela é usada com letra maiúscula. Temos como exemplo real o nome do poeta português
Fernando Pessoa.
A noção de pessoa, mais alerta para os problemas do "outro" e do mundo, permite-nos uma
compreensão mais lata do problema dos direitos humanos e, logo, da sua defesa, tal como nos
possibilitará um combate mais efectivo ao consumo excessivo que caracteriza as sociedades do
mundo mais desenvolvido, à poluição, aos desiquilíbrios ambientais, à sofisticação militar, aos
fundamentalismos, à exclusão social.
Assim, reflectir hoje sobre os sistemas educativos será, sobretudo, pensar nos direitos e
deveres da "pessoa", reformando o espírito da Escola Modernista. E pensar que um sistema que
se caracterize, antes de mais, por uma forte competitividade e selecção entre as crianças e
jovens, será necessariamente um sistema mais perto do passado do que do futuro. E, em vez
disso, pensar numa escola formativa que eduque para a cidadania, onde cada criança ou jovem,
aprenda a respeitar-se a si, aos outros e ao mundo. Um respeito indispensável para que cada um
possa encontrar o seu caminho de liberdade na construção de uma identidade própria que seja,
simultaneamente, reconhecimento da identidade do outro.
Dentro do ambiente, com o qual efectua trocas constantes, o sistema vivo faz face aos
riscos dos dois processos de desorganização, isto é, a exteriorização (redutora do meio) e a
centração (redutora do Ego). A complexificação da pessoa como sistema realiza-se através de
processos opostos, integrativos de organização, ou seja, a interiorização, que alarga o mundo
próprio, e a descentração, que gera o seu Ego (o seu «eu», o «mim» e o «si»). O
desenvolvimento dos processos integrativos de descentração e interiorização conduzem à «neg-
entropia» e à evolução (por oposição a «en-tropia», resultantes dos processos desintegrativos de
centração e exteriorização, conducentes à degradação do sistema).
À medida que a pessoa se complexifica, tende para a abstracção; assim sendo, se, por um
lado, é mais firme, unitária e autónoma, por outro lado (e precisamente por isso mesmo), torna-
se mais aberta às coisas e aos outros. Sendo a pessoa um sistema complexo, que tende para uma
crescente organização sistémica e para o enriquecimento ao longo da vida, deverá atender-se à
importância de criar condições que conduzam à possibilidade de construção da pessoa na e pela
relação com os outros, enquanto ser individual e ser relacional, autor da sua complexidade e do
seu desenvolvimento; há ainda que procurar favorecer condições que lhe permitam tornar-se
actor da sua própria aprendizagem.
Para Edgar Morin, como vimos, o homem é entendido como um sistema auto-eco-
organizador que tende para a autonomia, precisamente através das trocas que efectua com o
meio. O sujeito mantém autonomia e individualidade, sendo que quanto mais autónomo é menos
isolado está; o meio tem um papel coorganizador. Para o autor, a ideia de autonomia é
inseparável da de autoorganização. Em primeiro lugar, a autonomia a que se refere não significa
liberdade absoluta, emancipada de toda a dependência.
Trata-se antes de uma autonomia que está dependente do “environnement”, quer ele seja
biológico, cultural ou social, sendo assim a autonomia possível, não em termos absolutos, mas
em termos relacionais e relativos. Edgar Morin justifica esta ideia apresentando dois exemplos:
quem trabalha despende energia, devendo ir buscá-la ao seu meio, do qual depende; apesar de
sermos seres culturais e sociais, não podemos ser autónomos senão a partir de uma dependência
original, relativamente a uma cultura, de uma linguagem, de um saber.
O autor estabelece ainda uma ligação complexa entre indivíduo e espécie, que nos irá
conduzir, pelo mesmo processo de raciocínio, a uma relação entre indivíduo e sociedade. Assim,
diz o autor que, do ponto de vista biológico, o indivíduo é o produto de um ciclo de reprodução,
mas deste produto é ele mesmo produtor, já que é o próprio indivíduo que, ao juntar-se a um
indivíduo do sexo oposto, produz esse ciclo. Do mesmo ponto de vista se pode encarar o
fenómeno social, posto que são as interacções entre os indivíduos que produzem a sociedade,
mas a sociedade, com a sua cultura, com as suas normas, retroage sobre os indivíduos humanos,
produzindo-os enquanto indivíduos sociais dotados de uma cultura.
Chegados às definições de autonomia e de indivíduo, podemos retomar a de sujeito, que,
para Edgar Morin, não é nem essência, nem substância, mas não é ilusão, propondo-nos, deste
modo, uma concepção complexa de sujeito, que, do ponto de vista da vida social, é
potencialmente não apenas actor, mas também autor, capaz de cognição, escolha, decisão.
Para Alain Touraine (2001), a condição para se ser sujeito é ser-se capaz de
olhar de si para si. A capacidade para nos olharmos, definida como consciência, determina o
modo como construímos e conduzimos as nossas vidas, com repercussões ao nível do modo
como intervimos no social. Contudo, o sujeito só acaba por adquirir conteúdo social, quando, em
primeiro lugar, consegue intervir no processo de condução da própria vida, de forma consciente.
Devemos começar por considerar que toda a dimensão biológica necessita de uma
dimensão cognitiva, ou melhor dizendo, toda a dimensão cognitiva é condição da vida: por
exemplo, os genes constituem um património hereditário de natureza cognitiva/informacional,
sendo este património de saber que programa o funcionamento da célula; todo o ser vivo, seja
ele ou não dotado de sistema neuro-cerebral, retira informações do meio ambiente, exercendo
uma actividade cognitiva inseparável da sua prática de ser vivo. Edgar Morin considera que esta
dimensão cognitiva pode ser dita “computacional”, constituindo a computação o tratamento de
estímulos, de dados, de signos, de símbolos, de mensagens, que nos permitem agir e conhecer
tanto no universo exterior como no universo interior.
Joaquim Coelho Rosa (1998) sublinha, fundando-se em Aristóteles que “longe de ser a
medida de todas as coisas, o homem é antes medido por elas” (p. 141). O «eu» sujeito é uma
«miragem», sendo que o “eu só é e se revela no desdobramento do outro” (p. 142). O outro é-nos
constitutivo, por mais que o recalquemos e persistamos na tentativa de nos afirmarmos como
“eu”, sendo que o homem nunca pode ser um si mesmo (o outro e o mundo são-lhe
«ontologicamente constitutivos»). O que, segundo este autor, caracteriza o humano e o instaura
como “pessoa” é a sua “triplicidade constitutiva”: a conjugação da singularidade do seu corpo, a
individualidade do eu e a relacionalidade ao outro.
Daí que o ser humano não possa ser definido de acordo com uma estrutura binária do tipo
«composto corpo/alma» ou «animal racional», mas sim como um ser «triádico». Joaquim Coelho
Rosa (2001) avança que os humanos não estão sujeitos a um destino que os obriga aos
automatismos da espécie, conferindo-lhes a natureza de “poder ser” uma finalidade (uma
“destinação”), a de se construírem a si mesmos como indivíduos e como espécie, pelo que a
construção da própria espécie e humanidade depende da construção da “humanidade” de cada
um de nós.
Segundo o autor, é isto aquilo que se chama ética, sendo que “ser humano é ser ético”,
porque supõe, a cada instante a consciência de que “o universo inteiro depende do acto que
fazemos”. O que frequentemente se esquece, e isso acontece também em educação, é que, tal
como Joaquim Coelho Rosa (2001) afirma, “os humanos são pessoas, isto é, indivíduos que têm
o “outro” dentro de si mesmos”, o que aponta para a importância da compreensão.
Quer as definições para o sujeito, quer as de pessoa, aqui trabalhadas, apontam para o
aspecto da autonomia e da individualidade como condição de liberdade e de desenvolvimento.
Tanto a autonomia como a liberdade constroem-se através de processos que envolvem a relação
complexa do homem como o que o rodeia, trocas, abertura e comunicação quer a nível
biológico, quer das relações no domínio do social, quer a nível cultural. O processo de
construção da vida como processo de autoria, condição primeira do tornar-se pessoa, pressupõe a
capacidade
da pessoa para intervir nesse processo de forma consciente.
4. Cultura
Por ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no século XVIII, a cultura,
muitas vezes, se confunde com noções de: desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta
e comportamentos de elite. Essa confusão entre cultura e civilização foi comum, sobretudo, na
França e na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, onde cultura se referia a um ideal de elite.[5]
Ela possibilitou o surgimento da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre "cultura
erudita" e "cultura popular", mais bem representada nos textos de Matthew Arnold, ainda
fortemente presente no imaginário das sociedades ocidentais brasileiras.
Mais do que uma característica essencial de uma sociedade, a cultura pode ser considerada
como o elemento principal que difere uma nação de outra. Os costumes, a música, a arte e,
principalmente, o modo de pensar e agir, fazem parte da cultura de um povo e devem ser
preservados para que nunca se perca a singularidade do coletivo em questão. A palavra cultura
deriva do latim, colere, que tem como significado literal “cultivar”. Partindo desse princípio,
percebemos que se trata de uma herança acumulada ao longo dos anos, e que deve ser
preservada.
Cada pessoa pertencente a uma determinada nação agrega valores culturais, os quais a
levarão a fazer ou expressar-se de forma específica. Esse mecanismo de adaptação é um dos
principais elementos da cultura, e torna-se ainda mais importante quando se alia ao fator
cumulativo. As modificações que se desenvolveram e que foram trazidas por uma geração
passam para a geração seguinte, e se implementam ao melhorar aspectos para futuras gerações.
Durante muito tempo, o termo cultura foi estudado e acabou sendo dividido em algumas
categorias:
Além disso, a cultura possui quatro processos que têm participação ativa na influência do
indivíduo:
O Agente Cultural: Seja qual for a forma de expressão artística que ele promove, trata-se de
alguém que se sente valorizado pelo que é capaz de fazer e, mesmo na velhice, é muitas vezes
procurado para transmitir seus conhecimentos aos mais jovens.
O Propagador Cultural: É aquele que não cria, mas que valoriza e ajuda a difundir
determinados tipos de arte. Muitas vezes, dedica sua vida a esse propósito. Dentro desse grupo,
estão incluídos os indivíduos que compram e comercializam produtos culturais.
O Espectador Cultural: Grupo formado por pessoas que não criam e nem difundem a arte,
mas que são apreciadores do gênero e que se identificam com outros de pensamento semelhante.
Um exemplo do gênero e que pode ser citado é a formação dos fã-clubes, que interagem entre si
promovendo o ídolo de diversas maneiras.
O acesso à cultura depende de alguns aspectos específicos: o acesso físico permite a melhor
distribuição dos equipamentos culturais, e também possibilita o transporte de todas as pessoas,
independentemente de onde residam (periferia, subúrbio, centro); o acesso económico está
relacionado aos custos de participar dos eventos culturais de uma cidade ou comunidade,
portanto, deve-se pensar na relação custo-benefício entre a criação e o consumo artístico; e o
acesso intelectual, que é responsável pela compreensão do produto artístico, formando público e
agentes culturais.
CONCLUSÃO
MELATTI, J. (1970), O sistema social krahó. Tese de doutorado. São Paulo, Universidade de
São Paulo
ROGERS, C. (1985). Tornar-se pessoa. Lisboa: Moraes Editores (trabalho original publicado
em inglês em 1961)
SIMMEL, G. (1991) "The Problem of Style", Theory, Culture & Society 8: 63-71.