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Participantes do Grupo:

1. Lurdes Dinis nº 01

2. Arminda Henriques nº 04

3. Constância Gomes nº 07

4. Feliciana Adriano nº 12

5. Iracelma Maquete nº 17

6. Luiza Zua nº 24

7. Raquel Nimi nº 31

8. Teresa Miguel nº 32
I. Introdução

Este trabalho em grupo, trás como abordagem “A minha cultura e a


cultura dos outros”. Para isso vamos necessitar de ver o que é cultura e
posteriromente abordar propriamente o principal o tema.
II. O Que é Cultura?

Para a antropologia, cultura é uma rede de significados que dá sentido


ao mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade.
É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não
tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um
professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a
maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de
cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura?
Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição (vastos
conhecimentos científicos e literários) uma instrução vasta e variada adquirida
por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já
ouvimos“O povo não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O
povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é uma concepção equivocada a
respeito do que realmente significa o termo “cultura”.
Não podemos dizer que um cuanhama ou nganguela, por exemplo, que
não tem contato com livros, nem com música clássica, não possui cultura. Onde
ficam seus costumes, tradições, sua língua?

O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica,


podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao mundo que
cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de
diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.

Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um


indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um
contexto social, seja ele qual for. Também podemos dizer que considerar uma
determinada cultura (a cultura ocidental, por exemplo) como um modelo a ser
seguido por todos é uma visão extremamente etnocêntrica.
III. A Cultura Angolana e Outras Culturas
Angola, como a grande maioria dos países independentes da África é um
estado multi e transcultural. Isto quer dizer que abriga em seu território
diversas culturas, com línguas, costumes e origens diferentes, que muitas vezes
extrapolam as fronteiras políticas estabelecidas pelos europeus no século XIX.

O perfeito exemplo disso são os extremos norte e sul. A norte, temos


Cabinda, hoje um enclave de Angola entre o Congo-Kinshasa e o Congo-
Brazzaville, e antigamente conhecida como Congo Português. Sua população é
da etnia Kongo, que utiliza uma língua do mesmo nome. Os Kongo estão
presentes ainda na região litoral dos dois Congos e nas províncias angolanas de
Uíge e Zaire. Cabinda, por ter uma história em parte diferente da de Angola (foi
ocupada pelos portugueses só em 1885, enquanto que o litoral de Angola já era
colonizado desde o século XVII), convive com um movimento separatista, o
FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda), que luta desde os anos 60
pela independência.

No sul de Angola, em diversos bolsões estão os povos khoisan (ou


coissã), que formam um grupo à parte dos povos bantu e do restante dos
povos africanos. Seu nome é a junção do nome de dois grupos, os Khoi e os
San, conhecidos também como bosquímanos ou hotentotes. Acredita-se que os
khoisan sejam descendentes dos povos nômades que habitavam a África há
milhares de anos atrás, e foram deslocados com a ocupação bantu. As línguas
khoisan são únicas, conhecidas como "línguas do clique", caracterizada por
diversos sons inexistentes em outros idiomas, e que tem o som característico
de um clique. O filme "Os Deuses devem estar loucos" tem como protagonistas
integrantes desse grupo étnico.

Além do português, língua oficial do estado, Angola possui outros 42


idiomas regionais. O país é uma exceção dentro do continente africano, pois a
língua europeia vem conquistando cada vez mais espaço no meio cotidiano em
detrimento das línguas nacionais, o oposto do que ocorre no restante do
continente.
Na literatura, o nome de Agostinho Neto é tradicionalmente citado como
exemplo, mas Angola produziu outros importantes escritores, entre eles
Pepetela, Luandino Vieira e Viriato da Cruz. A União dos Escritores Angolanos
foi um importante grupo entre os anos 70 e 80, ajudando vários autores novos
a editarem seus livros.

A riqueza cultural de Angola manifesta-se nas mais diversas áreas. A


música já é bastante conhecida e ritmos como o kizomba, semba, rebita,
cabetula e os novos estilos como o zouk e kuduro, animamas noites africanas.
As danças tradicionais têm também um lugar de destaque, e a gastronomia é
muito variada e rica.

Na religião, a santeria cubana e a macumba brasileira são em boa parte


baseados nas crenças tradicionais religiosas de povos angolanos, segundo
alguns historiadores.

IV. Diversidade de Culturas

Valendo-se das contribuições de François Bernard (2005), podemos


elencar o conceito de diversidade cultural a partir de cinco ideias chave: ela é
diversa, e não simplesmente múltipla; cultural, para não ser confundida com
biológica; dinâmica, por não considerarmos as culturas estáticas, sem
perspectivas de mudanças por intermédio do tempo; questão e resposta por ser
principalmente uma resposta política, social, voltada à educação e, para
finalizar, uma diversidade cultural em projeto, assim, devendo ser definida e
depois transformada em lei, para poder garantir direitos.

Reconhecer o outro é papel fundamental para a diversidade, que não


enxerga só a si mesma e sim a relação que contempla a diferença e a visão de
mundo, não apenas restrita à análise de um determinado comportamento ou
reposta individual, pois a mesma está ligada a padrões que ditam nossa relação
com aquilo que nos causa estranhamento: o diferente. Limitar nosso
pensamento como único e certo de razão nos define como etnocêntricos, aquilo
que nos colocaria em destaque acerca do outro e formaria um modelo de
pensamento contrário do que buscamos aprender e valorizar hoje: o respeito à
alteridade. Mesmo sabendo que existe a zona de tensão entre o que
consideramos externo a nosso leque de conhecimento, devemos repensar a
diferença como a oportunidade ao novo, sabendo que dela podemos aprender,
mesmo no confronto ou na estranheza, um mundo melhor e maior de
experiências e trocas de diálogo, respeito e aprendizado.
V. Bibliografia

BERNARD, François de. Por uma definição do conceito de diversidade


cultural. In: BRANT, Leonardo (Org.). Diversidade Cultural. Globalização e
culturas locais: dimensões, efeitos e perspectivas. São Paulo: Escrituras Editora:
Instituto Pensarte, 2005, p.73

A particularidade cultural. Disponível em:


http://www.angola.or.jp/index.php/about_angola/culture >. Acesso em:
03 nov. 2012.

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