Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
A educação em Angola diz respeito ao conjunto de elementos formais que se somam
para formar do sistema de ensino do país, que mescla estabelecimentos de ensino
público, privado e comunitário/confessional.
Dada a característica do país, de colonização e independência tardia, o sistema
educacional angolano demorou sobremaneira para desenvolver-se, pautando-se em
ciclos de franca expansão, com períodos de praticamente dormência. A independência
da nação e sua subsequente vinculação ao bloco socialista, bem como as guerras
colonial e civil, influiu bastante no sistema de ensino da jovem nação.
Desenvolvimento histórico
Período pré-colonial
Ao chegar a bacia do congo, em 1481, Portugal encontrou uma série de Estados
africanos que dominavam a região. Esse contato deixou registrado que naqueles
territórios já havia uma educação formal[4], pelo menos voltada às cortes reais locais, aos
chefes tribais e aos indivíduos mais influentes daquelas sociedades.
No Reino do Congo os portugueses tanto se impressionaram do grau de instrução das
pessoas que ali viviam que, depois de se familiarizarem, os chamaram de "gregos de
África". Já no século XV existiam escolas de mestres em Mabanza Congo, a capital do
reino, fato que levou os portugueses a levar alguns daqueles cidadãos do Congo para
ministrar aulas de humanidades na metrópole[5]. Em contrapartida, a comitiva de Diogo
Cão, com autorização do rei João I do Congo, partiu com um grupo de nobres do Congo
"a fim de serem educados em Portugal e instruídos e baptizados na fé cristã"[6].
Período colonial antigo (1482 a 1926)
Mapa do mundo com azulejos portugueses, em uma das paredes do Edifício Liceu
Nacional Salvador Correia, sede do Magistério Mutu-ya-Kevela, em 2013.
No início do século XX, delimitado no essencial o território colonial, iniciou-se a
construção de um Estado colonial e, inclusive, de um incipiente sistema de ensino: ao
lado das escolas missionárias, criaram-se nos ambientes urbanos escolas básicas do
Estado e, pouco a pouco, alguns liceus. Em meados dos anos 1920, com o advento
do Salazarismo em Portugal, houve uma primeira sistematização deste sector, que durou
30 anos e que, no período do "colonialismo tardio", cedeu o lugar a um sistema
inteiramente reformulado. Para o período de ocupação colonial podem, portanto,
distinguir-se duas fases no domínio da educação escolar, uma de 1928 a 1958, e outra
de 1958 a 1975.[16]
O primeiro período caracteriza-se pela aplicação ao ensino de uma política de separação
por raças que chegou a ser apelidada de apartheid branda. Para o nível primário e
secundário geral foi introduzida uma distinção e separação entre escolas que obedeciam
ao modelo introduzido em 1927 em Portugal, reservados aos "civilizados" (brancos, a
maior parte dos mestiços, um ínfima parte dos negros) e escolas para "indígenas" que,
geralmente, não iam para além da segunda classe. Na primeira categoria, as escolas
eram na sua maioria estatais, mas numa parte significativa (a partir dos anos 1930)
também privadas ou de comunidades religiosas. O número de alunos do ensino primário
nesta categoria, cerca de 4000 em 1929/30, chegou a mais de 35 000 em 1959/60, sendo
pouco menos da metade brancos, perto da quarta parte mestiços, e mais da quarta parte
negros. O desenvolvimento a nível secundário foi mais lento e acentuou-se apenas nos
anos 1950. Para além de liceus em Luanda e no Lubango houve sobretudo os seminários
menores da Igreja Católica. Em 1960, o total dos alunos de nível secundário era de
cerca de 11 000, na sua grande maioria brancos.[16]
No desenvolvimento do ensino para "indígenas" podem, durante este período,
distinguir-se duas fases. De 1926 a 1941 ele teve pouca expressão: em 1929/30 contava
apenas com cerca de 2000 alunos, metade nas "escolas-oficinas", metade nas "escolas
rurais". Em 1937 estes tipos de escolas públicas foram extintos e substituídos por
"escolas elementares de artes e ofícios". Entretanto ocorreu neste domínio uma mudança
incisiva pelo facto de o Estado Português encorajar as Missões Católicas a aumentarem
a sua actividade no ensino para indígenas, permitindo o mesmo às Missões Protestantes.
Em 1929/30, havia pouco mais de 3000 alunos no ensino católico, e dez anos depois
eram cerca de 7000. Durante esta fase, o número de alunos no ensino protestante
manteve-se estável, pouco acima de 9000.
Uma situação nova dá-se com a assinatura, em 1941, do chamado Acordo
Missionário [17][18]. Este acto entrega às Missões Católicas a responsabilidade integral do
ensino para indígenas, então designado como "ensino rudimentar" (e mais tarde como
"ensino de adaptação"). As suas escolas são reconhecidas como oficiais. A manutenção
do mesmo tipo de escolas é permitida às Missões Protestantes, mas sem reconhecimento
como oficiais. O Estado retira-se desta área, exceptuando as poucas escolas de artes e
ofícios, que em 1949/50 tinham menos de 400 alunos.
Durante os anos 1940 e 1950 verifica-se nestes sectores um crescimento contínuo,
embora lento. Em 1959/60 encontram-se quase 70 000 alunos nas escolas de adaptação.
As escolas normais de adaptação, entretanto fundadas, têm mais de 300 alunos. As
escolas de artes e ofícios têm cerca de 1500 alunos. Perto de 290 000 crianças
frequentam as escolas de catequese das Missões Católicas, que não fazem parte do
sistema "oficial e oficializado" de ensino.
Expansão colonial tardia (1962 a 1975)
Médio Normal;
Superior Pedagógico.
Compreende ainda acções que se enquadram na formação permanente[28]:
Agregação Pedagógica;
Aperfeiçoamento.
No que diz respeito à melhoria da qualidade do ensino, a formação de professores é um
elemento fundamental, sendo que, no período 2008-2012, foram formados 59.525
professores. O universo de professores que lecionavam nos vários sub-sistemas de
ensino em 2012 era de 245.979. Porém, o número de professores formados em 2012
(12.854) representa apenas 5,2% do número total de professores[27].
Educação de Adultos
O subsistema de Educação de Adultos foi criado para extirpar o fantasma do
analfabetismo que pairou sobre o país, principalmente após este abandonar
a planificação socialista e adotar um sistema de mercado. Embora tenha sofrido revés na
década de 1990, vale a pena destacar que a erradicação do analfabetismo de adultos foi
muito vigorosa, pois em 1975 estimava-se que 85% da população era analfabeta, contra
apenas 33% em 2009[30]. Os piores indicadores quanto à alfabetização são registrados
nas províncias do Bengo, Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Cuando-
Cubango e Cunene, acompanhado principalmente as famílias e indivíduos em situação
de extrema pobreza[27].
A "taxa de alfabetização" permanece baixa entre os que se formam no sistema de ensino
angolano, refletindo os problemas de qualidade e terminando naquilo que é conhecido
como o analfabetismo funcional. Considerava-se, ainda, que dos cerca de 2.500.000
alfabetizados nas sucessivas etapas, cerca de 45% (maioritariamente mulheres) estivesse
nessa condição[27].
Estima-se que 58.5% dos estudantes estejam em situação de atraso escolar de pelo
menos um ano, ou seja, pode-se considerar que quase metade das crianças e jovens na
faixa etária dos 12 aos 17 anos não se encontram integrados adequadamente em
programas de ensino correspondentes a sua idade. Ou seja, cerca de 2 milhões de
pessoas estão atrasadas escolarmente. Este grupo cria um "gargalo" no sub-sistema de
ensino geral[27].
Ensino Superior
Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa
%C3%A7%C3%A3o_em_Angola#:~:text=Assim%2C
%20apenas%20em%201845%20foi%20institu
%C3%ADda%20em%20Angola,Ultramar%2C%20e
%20assinado%20pela%20rainha%20D.%20Maria
%20II.