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Introdução

O sistema bancário da Guiné-Bissau consiste em dois subconjuntos ou em dois


subsistemas: Pelo parte do governo Através do Ministério da Economia e Finanças e no
que diz respeito a concerto das nações ou da Zona Económica Monetária (UEMOA –
União Económica e Monetária da África Ocidental) no qual a Guiné faz parte, é
Controlada pelo BCEAO ( Banco Cental dos Estados da Africa Ocidental) cuja
missão é suprevisionar e controlar o sistema financeiro através dos bancos Comerciais e
emição e Supervisão da moeda, enquanto que o Ministério da Economia e Finanças tem
como a competência de Garantir a estabilidade Económica.

Desenvolvimento
O sistema bancário da Guiné-Bissau no contexto da evolução macroeconómica do
país

O sistema bancário da Guiné-Bissau tem demonstrado grandes modificações na sua


evolução nos últimos anos, mas tem ainda um longo caminho pela frente na sua
transformação num setor competitivo, equivalente ao dos outros países da UEMOA.
Neste trabalho pretende-se analisar a evolução do sistema bancário da Guiné-Bissau no
contexto da evolução macroeconómica do país. Os indicadores do crédito ao setor
privado e de taxas de juro são utilizados nesta análise. A metodologia utilizada é
baseada nos estudos de caso específicos, nomeadamente os índices de concentração (𝑐𝑘)
e IHH, para estimar o grau de concentração bancária na Guiné-Bissau. Os resultados
propõem um mercado ainda bastante concentrado, apesar de existirem evidências da
diminuição do grau de concentração ao longo do período analisado.

CARATERIZAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO

Historicamente, dois fatores determinaram as características do Direito dos mercados


financeiros. De uma parte reveste uma disciplina setorial, todavia, constitui uma parte
do Direito comercial, ainda que sujeito intensamente à influência do Direito público,
pese embora apresente características próprias variadas. De outra, um ramo de direito
em que a técnica adquire relevância jurídica e penetra na estrutura do contrato. A
estrutura de Direitos dos mercados financeiros é integrativa, ela reúne o conjunto das
normas ligadas ao Crédito (banco), Investimento (mercado de capitais) e a proteção dos
riscos (seguro). Ora, revestindo esta natureza, surge logo a necessidade de cimentar um
tratamento unitário de princípios que regem esta constelação, visando criar mercados
transparentes e com proteção dos seus intervenientes. Não obstante existir a
interpenetração entre mercados e princípios, manifestam-se também algumas nuances
i.e., as normas que regulam o funcionamento do setor bancário 23 apresentam uma
orientação preferencialmente subjetiva contrapondo-se assim ao carácter objetivo dos
Direitos dos valores mobiliários. Quanto à banca é um Direito profissional que tem
como objeto as entidades de crédito e a sua atividade. Quanto aos valores mobiliários é
tendencialmente objetivo e visa negociar ações e outros títulos de valores
maioritariamente na bolsa, tendo como objeto a regulação do mercado primário e
secundário. Portanto, estas singularidades de alguma forma denunciam a sua separação,
conquanto, continuem a dispor em comum dos aspetos nucleares, nomeadamente, o

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mercado financeiro, os instrumentos financeiros, neste caso, dinheiro e, títulos
convertidos em títulos escriturais graças a nova tecnologia e sujeitos do mercado
(entidades financeiras) dotados de estatuto jurídico com princípios essenciais comum.
Outro aspeto decorre ao nível da perspetiva contratual. As operações no mercado
financeiro são negócios complexos muitas vezes ligados ao mercado de crédito e de
títulos, o que habitualmente acontece com a compensação dos depositantes com reforço
pelo recurso ao fundo de investimento no mercado de ações. Olhando aos princípios e à
sua comunicabilidade, a Banca, os Seguros e os Valores Mobiliários, devem ter o seu
tratamento num único sistema de Direitos dos mercados financeiros. O Direito dos
mercados financeiros constitui a disciplina académica que compreende o estudo de
conjunto das normas que regulam os mecanismos que permitem garantir afetação das
poupanças para o investimento15 . É um ramo didático em progressão com princípios
próprios caraterizado pela conjunção das normas do Direito público e normas do Direito
privado confinado a cada ordenamento setorial. Pese embora, o carácter tendente em
progressão constitui também parte do Direito comercial como ramo de Direito especial.
Compõe um ordenamento que fixa princípios que presidem à aplicação eficiente do
próprio mercado, a estabilidade dos intermediários e as transferências dentro do
mercado. 15 CF. Fernando Zunzunegue, Derecho del mercado financiero, tercera
edición, ediciones jurídicas y sociales, S.A Madrid/ Barcelona, p. 21, 2005.24 A sua
especificidade estrutural distingue entre as normas de eficiência, normas prudenciais e
comportamentais sendo ainda, coordenado por um sistema de autoridade administrativas
independentes, caso do Banco Central dos Estados de África Ocidental através da
Comissão Bancaria, Conseil Régional d´Epargne Publique et des Marchés Financiers
integrando a Bourse Régional de Valeur Mobilière e Conférence Interafricaine des
Marchés D´Assurances. Determina o objeto da matéria i.e., instrumentos financeiros,
organiza os diversos mercados de instrumentos financeiros (primário e secundário),
criando estatuto profissional dos intermediários com vista à proteção da solvência
sobretudo, no subsetor bancário. Mas atenção, esta intervenção não se deve entender
como afronta ou condicionante ao exercício profissional. No ponto de vista sistemático
não aparece adequado distinguir, entre Direito público que estuda o estatuto profissional
das entidades financeiras do Direito privado que atende aos contratos celebrados nesse
mercado pois assim, se estaria a separar a empresa do contrato16 . Ainda, no exercício
da profissão comercial, a empresa e o contrato são partes integrantes do Direito
comercial, tanto assim deve se preservar essa unidade no mercado financeiro. Assim,
Direito dos mercados financeiros compreende tanto as normas que compõem o estatuto
profissional das entidades financeiras como as normas que regem os contratos
financeiros, daí compagina a unidade técnica e jurídica de matéria. Este critério define,
simplesmente, a referência ao regime de supervisão administrativa e poderes de que as
autoridades financeiras se devem revestir, fato que tornou difícil, nos outros subsetores,
delimitar o âmbito de atuação pública do privado, neste, esta tarefa se torna
acentuadamente impossível, visto que, se o Direito comercial regula a relação resultante
do exercício de atividade empresarial de um lado, do outro, o direito mobiliário
preocupa-se com atos17 empresariais relativo a emissão de valores e a sua eventual
negociação. 16 Op cit, Fernando Zunzunegui, Derecho del mercado financiero, p.32,
2005. 17 São considerados atos mobiliários, a emissão, registo, titularização,
transferência e negociação dos valores. 25 Em suma, apesar da intensa sujeição do
estatuto do empresário ao crivo público, ainda acresce a sua relevância em especial no

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mercado dos valores. Daí, a razão e a defesa do Direito dos mercados de valores quer
pelas normas que regulam a organização desse mercado quer por aquelas que regulam a
contratação. Contudo, continua vigorar o código comercial oitocentista18 , a GB já
dispõe do Acto Uniforme Geral sobre o Comércio que estabelece uma convivência
harmoniosa de normas institucionais com as normas contratuais.

MODALIDADES DO PROGRAMA E GARANTIAS DE FINANCIAMENTO


(Relatorio de FMI)

O desempenho do programa continuará a ser monitorizado semestralmente. Para 2016 e


2017, o desempenho do programa será avaliado em relação aos CD propostos para o
final de dezembro de 2016 e o final de junho de 2017, incluindo três CD contínuos,
metas indicativas para o final de março e os indicadores de referência estruturais
(MPEF, e Tabelas 2 e 3, e Tabelas 8 e 9). Os CD e as metas indicativas são definidas no
Memorando Técnico de Entendimento (MTE) original e no seu suplemento, que propõe
modificações técnicas de menor importância para: i) incluir garantias de empréstimos
internos emitidas pelo governo central para empresas públicas e fornecedores no cálculo
do CLG; ii) passar a utilizar a tabela da síntese monetária (Position Nette du
Gouvernement (PNG)) na avaliação do desempenho do CLG; iii) incluir GUINÉ-
BISSAU 16 FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL as receitas fiscais
relacionadas ao resgate bancário no fator de correção negativo do -CLG4, e iv) definir
prazos mais apertados após os quais as obrigações do serviço da dívida externa se
tornam atrasados.

Resiliência da banca guineense face à pandemia do novo coronavírus

O setor bancário tem um papel importante na economia guineense. No entanto, o peso


dos seus ativos no Produto Interno Bruto do país situa-se abaixo da média da União
Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA).

Os bancos guineenses estão mais fortes para responder à atual crise, mas tudo dependerá
da sua duração e da recuperação da economia.

A qualidade dos ativos e a liquidez são duas áreas em que a banca deverá sentir, de
forma mais significativa, o impacto da pandemia da Covid 19.

A pandemia tem estado a ter um impacto significativo a nível global e obviamente que a
Guiné-Bissau não está imune a estes impactos. A qualidade dos ativos é colocada em
causa, desde a dívida pública às próprias aplicações. Podemos ter um aumento do risco
dos devedores e isso terá um reflexo no crédito concedido. Quando a economia real
sofre, os bancos sofrem também.

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Nas situações de pandemia, as populações têm uma apetência natural para ter mais
liquidez consigo, têm tendência a querer que as suas poupanças sejam mais líquidas e
isso impacta os balanços dos bancos de uma forma directa.

A pandemia veio trazer aos cinco bancos (BAO, ORABANK, ECOBANK, BDU e
BANCO ATLANTIQUE) uma alteração profunda no paradigma de fazer negócios,
obrigando a fortes investimentos na arquitetura dos sistemas de informação e
cibersegurança, bem como na criação de condições técnicas e tecnológicas para o
regime de teletrabalho.

Apesar de os bancos disporem de planos de contingência e continuidade de negócios


para situações de crise, a magnitude dos impactos dependerá dos desenvolvimentos
futuros, os quais não podem ser previstos com fiabilidade.

Os bancos estão confrontados a um risco acrescido sobre os ativos, o que os torna


vulneráveis aos riscos de contrapartida e consequentemente a uma diminuição da
atividade.

Segue-se abaixo uma lista de alguns impactos imediatos da Pandemia da COVID 19 na


actividade bancária guineense:

·         Redução do volume de atividade com a clientela em matéria de crédito, dos


depósitos, das transferências e uma queda no Produto Líquido Bancário;

·         Aumento dos custos de exploração induzido pelas medidas de prevenção da


pandemia;

·         Aumento dos riscos de crédito, operacional, de mercado e de liquidez e,


consequentemente, diminuição significativa do resultado final do exercício;

·         Incumprimento, reescalonamento e reestruturação de dívidas, o que poderá


condicionar o risco de provisão;

·         Despesas não orçadas para fazer face à pandemia.

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Avaliação do BCEAO

Sistema bancário guineense tem mais de 28 mil milhões de francos CFA`s

A banca comercial da Guiné-Bissau tem 28 mil milhões de francos CFA em crédito mal
parado, o que irá dificultar a concessão de empréstimos aos operadores económicos nos
próximos tempos, disse esta sexta-feira uma fonte oficial.

Rómulo Pires, diretor-geral do Banco da África Ocidental (BAO), fez este anúncio aos
jornalistas num encontro promovido pela direção do Banco Central dos Estados da
África Ocidental (BCEAO) com os diretores dos bancos comerciais.

“Outro ponto que mereceu discussão foi o impacto da reforma do BASILEIA II e


BASILEIA III na atividade bancária. Como os senhores sabem, essa reforma tornou-se
efetiva em 01 de janeiro de 2018 e visa tornar o setor bancário mais resiliente para que
ele possa suportar melhor as suas perdas e vai trazer um aumento tanto dos próprios
fundos dos bancos como das normas de solvabilidade  dos rácios que os bancos têm que
respeitar ”, tranquilizou.

Neste sentido, Helena Nosolini enfatiza que o Banco Central não só está interessado que
o sistema bancário seja estável e sólido para que possa resistir à qualquer situação de
fragilidade e crise como também está preocupado com o financiamento da economia,
sobretudo do setor agrícola e outros que possam também contribuir “ fortemente”  para
o desenvolvimento do país. E lembra que semanalmente o Banco Central põe à
disposição do sistema bancário cerca de quarenta mil milhões (40.000.000.000) de
francos CFA.

Por sua vez, Rómulo Pires, diretor-geral de Banco da África Ocidental (BAO), lembrou
que em relação ao financiamento dos bancos ao setor agrícola e outros, foi discutido
com BCEAO e com o governo, através do ministro da Economia e Finanças, sobre a
necessidade de se criar fundos de garantia para diminuir os riscos dos bancos na
participação em financiamento dessasatividades.

“No caso concreto da agricultura, devo dizer que é uma atividade cujos resultados
dependem de outros fatores, neste caso, fatores climatéricos que podem ter impactos
negativos no seu rendimento e os bancos também necessitarão de outras garantias
associadas a esses financiamentos”,  esclareceu. Porém,  o também vice-presidente da
Associação Profissional dos bancos e estabelecimentos  financeiros da Guiné-Bissau
deixou claro que o financiamento dos bancos comerciais não tem setores específicos,
mas o setor de caju acaba por ser aquele que mais recursos absorve por ser a principal
atividade económica do país.
CONCLUSÕES

Os bancos podem esperar um aumento do crédito malparado, apesar de ser ainda


impossível fazer estimativas sobre a dimensão do agravamento no médio prazo;

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Espera-se uma potencial desvalorização das carteiras de dívida pública, em particular
para os segmentos bancários mais expostos a estes ativos, tendo em consideração o
aumento das necessidades de financiamento das administrações públicas;

Apesar dos riscos decorrentes desta crise terem tido uma resposta rápida da parte do
BCEAO, é preciso estar atento às vulnerabilidades que advêm sobretudo da recuperação
económica.

Portanto, deixo aqui um aviso às autoridades competentes (BCEAO e governos dos


Estados membros da UEMOA): Se a situação piorar em linha com as previsões mais
pessimistas, as autoridades têm de se preparar para mais medidas de prevenção,
nomeadamente a desalavancagem rápida e significativa da banca, o que poderá
aprofundar a recessão e atingir severamente a qualidade dos ativos e da posição de
capital do sistema financeiro.
Bibliografia:

Jornal o Democrata

O sistema bancário da Guiné-Bissau no contexto da evolução macroeconómica do país -


Iscte – Instituto Universitário de Lisboa (iscte-iul.pt)

ulfd135746_tese.pdf

Guiné-Bissau: rimeira e Segunda Avaliações no Âmbito da Facilidade de Crédito


Alargado, Pedido de Reprogramação de Desembolsos, Modificação de Critérios de
Desempenho e Avaliação das Garantias de Financiamento — Comunicado de Imprensa,
Relatório do Corpo Técnico e Declaração do Administrador para a Guiné-Bissau;
Relatório do FMI n.o 16/384; 10 de novembro de 2016 (imf.org)

RTP NOTÍCIAS

CAPITAL NEWS

Relatorio de FMI.

Mestre Aliu Soares Cassamá

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Universidade Gean Piaget Guiné-Bissau
Trabalho de Pesquisa

Agradecimentos

Há pessoas que têm o poder de transformar as nossas vidas, e você é uma


destas pessoas. Mais do que um professor, você é um mestre, uma pessoa
que nos inspira a querermos ser a melhor versão de nós mesmos.

Com você aprendemos muito mais do que teoria e sobretudo com estes
trabalhos de pesquisa foi o marco da nossa extra aprendizagem,
aprendemos valores humanos para colocarmos em prática. Você é um
mestre generoso, que tem o dom de ensinar com simplicidade. Você
consegue despertar em nós a curiosidade e a vontade de aprender sempre
mais.

Você será sempre para mim uma referência de ética e amor pela profissão.
Obrigado, querido professor, pela sua dedicação e paciência, obrigado por
transmitir todo o seu conhecimento e sabedoria conosco, obrigado por nos
fazer sonhar e acreditar em nossas capacidades!

A você, ao maravilhoso profissional e pessoa que você é e sempre foi, à sua


infinita paciência, ao seu carisma, à sua sabedoria dentro ne fora dos quatro
paredes, muito obrigado. Esta é uma homenagem em forma de
agradecimento que todos os que passaram pela sua vida profissional lhe
quereriam prestar.

Agora se abre uma nova etapa na sua vida, e ninguém mereceu mais este
descanso do que você, mas ficará para sempre a saudade de um professor
que jamais será possível substituir. Obrigado por tudo, professor!

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