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TN =
TM =
TMI =
Permilagem=
Neste tópico, vale ressaltar que apresentaremos as principais características de sistemas econômicos, ou
seja, como as sociedades se organizam do ponto de vista econômico. Não confundir com diferenças de
regimes políticos (democracia, socialismo, comunismo), que, embora afetem e sejam afetados pelas
questões econômicas, representam um campo de discussão mais amplo, mais apropriado à área da Ciência
Política.
3.1 FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
As economias de mercado podem ser analisadas por dois sistemas:
• sistema de concorrência pura (sem interferência do governo); • sistema de economia mista
(com interferência governamental).
3.1.1 Sistema de concorrência pura
Num sistema de concorrência pura ou perfeitamente competitivo, predo mina o laissez-faire:
milhares de produtores e milhões de consumidores têm condições de resolver os problemas
econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir), como que guiados por
uma “mão invisível”. Isso sem a necessidade de intervenção do Estado na atividade
econômica.
Isso se torna possível mediante o chamado mecanismo de preços, que resolve os problemas
econômicos fundamentais e promove o equilíbrio nos vá rios mercados, da seguinte forma:
• se houver excesso de oferta (ou escassez de demanda), formar-se-ão estoques nas empresas,
que serão obrigadas a diminuir seus preços para escoar a produção, até que se atinja um preço
no qual os estoques estejam satisfatórios. Existirá concorrência entre em presas para vender os
bens aos escassos consumidores;
• se houver excesso de demanda (ou escassez de oferta), formar-se-ão filas, com concorrência
entre consumidores pelos escassos bens disponíveis. O preço tende a aumentar, até que se
atinja um nível de equilíbrio em que as filas não mais existirão.
Os problemas econômicos fundamentais são resolvidos, no sistema de concorrência pura, da
seguinte forma:
• o que e quanto produzir: os produtores decidirão o que e quanto produzir de acordo com o
preço dos bens e serviços. Assim, aquele bem ou serviço cujo preço (rentabilidade) for maior
será aquela cuja produção aumentará;
• como produzir: é resolvido no âmbito das empresas (trata-se de uma questão de eficiência
produtiva); envolve a escolha da tecnologia e recursos adequados, que também é realizada a
partir da comparação com os preços de tecnologias e recursos alternativos;
• para quem produzir: é decidido no mercado de fatores de produção (pelo encontro da
demanda e oferta dos serviços dos fatores de
A primeira expressão diz que o consumo é uma função (f) da Renda Nacional (RN). A segunda
informa que, dada uma variação na Renda Nacional (ARN), tem-se uma variação diretamente
proporcional (na mesma direção) do Consumo Agregado (AC).
Para calcular numericamente essa relação, útil para previsões macroeconômicas, é preciso
coletar uma série de dados de consumo e de renda nacional, e recorrer ao cálculo estatístico, ou
seja, à Estatística Econômica e Econometria, que é a área da Economia que está voltada para a
quantificação de modelos.
Deve ser observado que, em Economia, tratamos com leis probabilísticas, não leis exatas. Por
exemplo, na relação vista anteriormente (C = f (R N)), conhecendo o valor da Renda Nacional
num dado ano, não se obtém o valor exato do consumo, mas sim uma estimativa, já que o
consumo não depende só de renda nacional, mas de outros fatores (condições de crédito, juros,
patrimônio etc.). Supõe-se que, para efeito de previsão econômica, a renda nacional seja
suficiente para obter-se uma boa aproximação do consumo esperado da coletividade.
Evidentemente, se a Economia fosse baseada em relações matemáticas, tudo seria previsível.
Entretanto, não existe no mundo econômico regularidades como, por exemplo, a de que o
comprimento da circunferência é igual a dois pi radianos (C = 2nr). Na Economia, o átomo
aprende, pensa, reage, projeta, finge. Imagine como seria a Física e a Química se o átomo
aprendesse: aquelas belas regularidades desapareceriam. Os átomos pensantes logo se
agrupariam em classes, para defenderem seus interesses; teríamos uma “Física dos átomos
proletários”, “Física dos átomos burgueses” etc.1
Entretanto, a Economia apresenta muitas regularidades, que podem ser econometricamente identificadas.
Além da relação entre consumo e renda nacional, mostraremos ao longo do livro que há
relações estáveis e regulares entre a quantidade demandada de um bem, seu preço e a renda dos
consumidores, entre exportações e importações com a taxa de câmbio, e inúmeras outras.
A Matemática e a Estatística são ferramentas de análise necessárias tanto para previsões como
para confrontar as proposições teóricas com os dados da realidade. Permitem colocar à prova
as hipóteses da Teoria Econômica. São instrumentos das ciências exatas úteis para analisarmos
os fatos econômicos, que afetam relações humanas.
Economia enquanto disciplina científica tem por objeto de estudo a sociedade, prestando
particular atenção a sua componente económica. Estudar a forma pela qual os recursos são
combinados para produzir bens capazes de satisfazer as necessidades existentes.
Para que uma disciplina possa ser considerada uma ciência, dever-se-ão verificar quatro
condições:
Agentes económicos
Agente económico é todo o interveniente na atividade económica, desempenhando, pelo
menos, uma função com autonomia de decisões.
Agentes económicos Principais funções
Famílias Consumir
Empresas não financeiras Produzir bens e serviços não financeiros
Instituições financeiras Prestar serviços financeiros
Administração Pública Garantir a satisfação das necessidades
coletivas e redistribuir o rendimento
A atividade Económica
A atividade económica é o conjunto de procedimentos ou atuação tendo finalidade a
obtenção de bens e serviços necessários a satisfação das necessidades dos individuos.
Nas cidades surgiram os primeiros mercados e a moeda para facilitação das trocas de
mercadorias, a solução natural para a falta ou excesso de produção. Também o intercâmbio e
os contatos com outros lugares provocados pelas guerras, que em tempos de paz era
dificultado pela carência de transportes, ajudaram nas atividades precursoras do comércio.
Atividade Econômica Feudal
O ser humano tem múltiplas necessidades, isto é, passa por estados de carência que
representam mal-estar e que ele precisa de resolver. Dar resposta às constantes solicitações e
problemas que vamos encontrando é, afinal, satisfazer necessidades um dos objetivos
prioritários da Economia.
Custo
Económicas Somos obrigados a despender moeda ou
outra riqueza para a satisfazer, como por
exemplo: alimentação.
Vivermos em coletividade
Consumo é o ato de suprir os estados de carência que os indivíduos sentem. Esses meios,
bens e serviços, são a “chave” para a satisfação do indivíduo.
O Ato de Consumir
O ato de consumir é um direito que traz obrigações e responsabilidades económicas, sociais,
políticas e ambientais. Este pode ainda ser encarado segundo dois pontos de vista: o
económico e o social.
Fatores Extraeconómicos
São inúmeros os fatores extraeconómicos que influenciam o consumo. Assim acontece, por
exemplo, como a moda, a publicidade, as técnicas de venda, o meio social, a tradição, a
idade dos consumidores, a localização geográfica e o meio social.
O marketing nasceu nos anos 60 da necessidade as empresas escoarem a sua produção. A
criação de clientes e a sua fidelização passa a ser a finalidade da empresa, que irá
desenvolver várias atividades: serviços de vendas e publicidade, estudos do mercado,
definição de preços, promoções, testes de novos produtos. Estas atividades baseiam-se no
conhecimento dos clientes: os seus valores, atitudes, desejos e comportamentos.
Exemplos dessas atividades são: a publicidade, a cor e a forma das embalagens… ou seja,
coisas que chamem a atenção dos consumidores.
A publicidade cria no utente a necessidade de utilizar os produtos. Esta “joga” com a
necessidade de se aceite pela coletividade, levando os consumidores a consumirem
superfluamente.
forças produtivas:
Força de trabalho: entende-se por ser a capacidade do ser humano para trabalhar, o que
lhe permite, portanto, produzir os bens e serviços de que precisa para satisfazer as suas
necessidades.
Meios de produção ou capital:
Objetos de trabalho: tudo aquilo que é alvo do trabalho humano. Entre os objetos de
trabalho, podemos considerar dois tipos de matérias: matérias-primas e matérias
subsidiárias.
Meios de trabalho: são usados pelo ser humano na transformação dos objetos de trabalho a
fim de obter produtos utilizáveis.
A determinação dos valores da produtividade é de especial importância, uma vez que nos
ajudam a decidir sobre o nível ótimo de investimento.
O investimento só é compensador se o resultado obtido for superior, a prazo, ao valor do
investimento efetuado.
Produtividade marginal do trabalho: indica o aumento da produção decorrente de um
investimento unitário (mais um trabalhador, uma hora de trabalho…), em termos do fator
trabalho.
Combinação dos fatores produtivos a curto prazo. Lei dos Rendimentos Decrescentes
O facto de um dos fatores produtivos ser fixo permite determinar a quantidade ótima de um
fator a utilizar, para, em cada momento, maximizar a produção. Esta relação permitiu
enunciar a Lei dos Rendimentos Decrescentes.
Economias de escala
Economia de escala: é uma diminuição do custo unitário médio de um bem resultante do
aumento das quantidades produzidas (a quantidade de bens produzidos a que corresponder o
menor custo unitário será a dimensão ótima da produção).
Os custos de produção
Pode dizer-se que o custo de produção tem dois elementos distintos, dois tipos de custo:
-custos fixos (matérias-primas, matérias subsidiárias)
-custos variáveis (juros dos empréstimos contraídos, rendas, alugueres)
Os custos fixos (Cf) representam despesas que uma unidade de produção tem de realizar,
independentemente das quantidades produzidas, dentro da dimensão para que a empresa foi
projetada.
Os custos variáveis (Cv) variam com a quantidade produzida, como por exemplo, os custos
das matérias-primas.
Naturalmente, os custos totais (Ct) serão o somatório dos custos fixos com os custos
variáveis.
As funções da moeda
Distinguem-se tradicinalmente três funções da moeda. Ela serve de intermediária nas trocas (é um
instrumento universal de aquisição de bens e serviços, isto é, serve de intermediária nos actos de compra e
venda. A moeda permite também liquidar imediata e definitivamente as dividas), de unidade de valor (é o
instrumento de medida de valor dos bens e serviços transaccionados. É através da moeda que se expressam
os valores dos bens e dos serviços, permitindo comparar o valor entre estes que se transaccionam no
mercado) e de instrumento de reserva de valor (a moeda pode ser retida, ou seja, a moeda permite a
poupança, não se tornando imprescindível a sua utilização imediata, podendo os seus possuidores, pelos
mais diversos motivos, optar por conservá-la durante algum tempo e utilizá-la posteriormente).
As formas da moeda
1 Esta desmaterialização não deve ser tomada no sentido amplo, quer isto dizer que, há de facto uma desmaterialização da
moeda, no entanto, esta desmaterialização da moeda faz-se através de uma troca da “moeda física” pela moeda escritural, já
que está, do ponto de vista físico, não existe.
Nas economias monetárias, todos os bens e serviços se trocam por uma certa quantidade de moeda, a qual
traduz o seu preço. O preço é, assim, a expressão monetária do valor desses bens e serviços.
O preço de venda é o valor que deverá cobrir o custo direto da mercadoria/produto/serviço, as
despesas variáveis, como impostos, comissões, etc., as despesas fixas proporcionais, ou seja, renda, água,
luz, telefone, salários, etc., e ainda, um lucro líquido adequado.
Inflação – noção e medida
O fenómeno da inflação é duma maneira geral conhecido por todos. A subida dos preços dos bens e
serviços reflecte-se no quotidiano de todos nós. Mas, a inflação não se pode confundir com uma subida
acidental dos preços dos bens e serviços como a verificada nos preços dos bens agrícolas fora da época
própria para a sua produção. Também o aumento da procura de certos bens em determinados períodos do
ano pode originar uma subida acidental dos preços. É o que acontece, por exemplo, na época do Natal.
Assim, podemos definir inflação com sendo um fenómeno que se caracteriza pelo aumento generalizado
do preço dos bens e serviços de uma dada economia, de forma contínua. No entanto, a intensidade da
inflação é variável. De facto, tanto podemos verificar inflação rastejante – em que a subida dos preços é
quase imperceptível – como também inflação galopante, em que a subida dos preços é incontrolável.
Com efeito, o aumento dos preços faz com que o consumidor compre, com o mesmo dinheiro, cada vez
menos produtos. Estes não se desvalorizam em consequência da quebra de confiança na moeda nacional.
Em geral, a qualidade de vida é inferior e para aqueles cujo rendimento é fixo, pois este é desvalorizado
progressivamente.
Na verdade, a depreciação da moeda cria nos cidadãos uma predisposição para a aquisição de bens de
consumo, o que contribui para a expansão do consumo e, consequentemente, para a elevação do nível de
preços, quando uma das formas de combater a alta do nível de preços é, exactamente, diminuir o consumo
de bens e serviços finais.
Os índices de preços no consumidor traduzem, estatisticamente, as variações dos preços dos bens e
serviços numa dada economia e num determinado período de tempo, permitindo-nos assim medir o
fenómeno da inflação.
Assim para a determinação do I.P.C. é necessário elaborar inquéritos, a fim de saber qual a
percentagem do orçamento familiar que, em média, cada agregado familiar atribui às diversas rubricas do
consumo. Estas rubricas do consumo constituem um cabaz de bens e serviços considerados representativos
do consumo de uma família média e com importância no respectivo orçamento familiar.
É com base nas variações de preços deste cabaz de bens e serviços que se determinam as variações do
índice de preços no consumidor em relação a um ano-base.
Para determinar o aumento do preço do pão do ano de 1990 em relação ao ano-base de 1985, teremos que
estabelecer a relação percentual entre os dois preços. Esta relação é designada por índices de preço no
consumidor (I.P.C.) que neste exemplo será calculado como se segue:
Com efeito, se quisermos, por exemplo, analisar a evolução do preço do pão, teremos de considerar um
ano-base que servirá de referência e que poderá ser o ano de 1985. Suponhamos que um quilograma de pão
custava nesse ano 80$00. Em 1990 o custo de um quilograma do mesmo tipo de pão foi, por exemplo, de
160$00.
80 = 100
160 x
x = 160 x 100
80
x = 200
Este valor – 200 – permite-nos concluir que o preço de cada quilograma deste tipo de pão aumentou 100%
entre 1985 e 1990.
Generalizando, podemos então dizer que:
Preços do ano y
Depois de termos definido a fórmula para calcularmos o IPC faltanos agora definir a fórmula que nos dará
a taxa de inflação. Exprime-se em termos percentuais e pode ser calculado tendo em conta o factor ano
base e o ano corrente, pode também ser calculada em termos mensais (a inflação homóloga compara a taxa
de inflação de um dado mês e o mesmo mês do ano anterior; a inflação média é calculada através da média
dos dozes meses do ano considerado). A inflação é calculada pela seguinte fórmula:
É vulgar associar-se a expressão “custo de vida” a outra, de sentido por vezes oposto, “nível de vida”.
Normalmente um aumento do custo de vida dos indivíduos corresponde a uma diminuição dos seus
hábitos e padrões de consumo, isto é, do nível de vida.
Quando falamos em nível de vida, falamos na possibilidade de efectuar determinado consumo
(alimentação, vestuário, educação, etc.). Com efeito, o nível de vida corresponde à quantidade de bens e
serviços que uma determinada população pode adquirir com o rendimento de que dispõe. São indicadores
do nível de vida todo o conjunto de elementos estatísticos relativos ao consumo. O nível de vida traduz-se
na qualidade desses bens e serviços. As condições de habitação, a saúde, instrução, o consumo de bens
duradouros, entre outros, dão, no seu conjunto, a informação sobre o nível de vida. A inflação tem reflexos
negativos no nível de vida das populações.2
s já adquiridos.
2 Suprimi a parte da inflação em Portugal e na Europa porque se sair no exame ou em qualquer teste terá acompanhado um
gráfico e a resposta resultará da interpretação tendo como base os conceitos já adquiridos.
V-UNIDADE: Procura e oferta – Mercados
1. - A LEI DA PROCURA
A procura traduz o que um indivíduo (ou grupo de indivíduos) deseja e é capaz de obter no mercado, num
determinado período de tempo, a um determinado preço, considerando todos os outros factores, além do
preço desse bem, constantes, traduzindo a condição ceteris paribus. Notemos que o simples desejo para
comprar não é por si próprio suficiente para constituir a procura, sendo necessária a existência de
suficiente poder de compra.
A quantidade procurada é a máxima quantidade que um comprador deseja comprar a um dado preço, a
qual pode não ser igual à quantidade actualmente comprada a esse preço. Menos, mas não mais,
quantidade do bem pode ser comprada.
PREÇOS RELATIVOS VERSUS PREÇOS MONETÁRIOS
O preço relativo de qualquer bem é o seu preço em termos de outro bem. O preço monetário de um bem
é o preço que é pago, correntemente, em unidades monetárias (euros, dólares, etc.).
Atendendo a esta distinção não se podem fazer, correctamente, comparações do preço monetário de bens
em distintos períodos de tempo, mas a comparação deverá ser efectuada em termos de preços relativos.
Um determinado bem, por exemplo, um carro, quantos salários médios custava há 20 anos e quantos
salários médios custa hoje? Esta é uma das perguntas que nos podem levar a evidenciar o preço relativo
dos bens ao longo do tempo e não o seu preço monetário pois, pode acontecer que o preço monetário de
um bem seja hoje várias vezes superior ao preço monetário de há vários anos e, não obstante, o seu
preço relativo seja inferior hoje.
A quantidade procurada de um bem qualquer, x, que um indivíduo deseja comprar é determinada por
vários factores, entre os quais se destacam:
- Px – o preço desse bem x;
- Ps – os preços dos bens substitutos;
- Pc - preços dos bens complementares;
- Pn - preços de outros bens;
- Y - rendimento Y;
- T - gostos;
- Pe - expectativas dos futuros preços;
- Dy - distribuição do rendimento Dy;
- B – Efeito bandwagon;
- W – riqueza;
- N - variação da população.
Salientamos a importância do efeito bandwagon que podemos traduzir por efeito movimento,
significando que a procura dos indivíduos é também determinada pela procura que outros fazem, muitas
vezes sem qualquer espírito crítico. Um bem fortemente influenciado pela moda faz com que a procura de
um indivíduo seja influenciada pelas decisões de outros, criando o efeito movimento (bandwagon effect).
Quando um indivíduo espera que uma grande quantidade do bem seja adquirida por outros, tende a existir
um aumento da procura (verificandose uma deslocação da curva da procura).
A procura é influenciada por factores externos e internos. Entre os factores externos podem
destacar-se o marketing das empresas sobre o produto, a promoção, o preço, o lugar. A cultura do
consumidor como a religião, a etnicidade, os grupos de referência a classe social.
O consumidor é também influenciado por factores internos (Fi) tais como processo psicológico
traduzido na motivação, na percepção, nas atitudes e no conhecimento das várias marcas.
A idade e o género são também factores com grande influência na procura de bens e serviços.
De forma simplificada pode formalizar-se a procura de um bem Q x através da seguinte expressão, tendo
em conta apenas alguns dos múltiplos factores que a determinam:
•
Não obstante, quando estabelecemos a relação entre a quantidade procurada e o preço de um bem,
considera-se que todos os outros determinantes, além do preço desse bem, não variam, no período de
tempo considerado, que se traduz na condição ceteris paribus. Com esta condição a quantidade
procurada apenas é determinada pelo preço do bem x, ou seja:
Qx = f (Px).
O preço da procura de um bem reflecte o benefício marginal para os compradores, sendo o mais
elevado preço que os consumidores estão dispostos a pagar pela última unidade (unidade marginal) de
uma particular quantidade do bem.
A lei da procura refere que a quantidade máxima procurada de um bem, num determinado período de
tempo, varia com a alteração do preço - diminuirá quando o preço sobe e aumentará se o preço baixar,
para bens normais e superiores, acontecendo o contrário com os chamados bens Giffen.
2 - A FUNÇÃO OFERTA
A quantidade oferecida para cada nível de preço é o máximo de bens e serviços que os vendedores
desejam e são capazes de oferecer àquele preço, durante um período de tempo mantendo os outros
factores, além do preço constante.
Tal como no caso da procura, a quantidade oferecida altera-se de acordo com uma variedade de factores.
A lei da oferta diz que a quantidade oferecida aumentará quando e preço sobe e descerá se o preço baixar,
ceteris paribus. Deste modo verifica-se uma relação directa entre o preço e quantidade oferecida, ao
contrário do que acontece no caso da procura.
A quantidade oferecida normalmente aumentará quando o preço sobe, por várias razões:
1. Um preço mais elevado tenderá a aumentar os lucros dos vendedores actuais, dados os custos de
produção, levando-os a aumentar a oferta;
2. Um maior preço atrairá novos fornecedores;
3. Para além de certo montante de produção os custos aumentam cada vez mais rapidamente.
O 1º e 3º determinante afectam a oferta no curto prazo, enquanto o 2º afecta-a no longo prazo.
- Alterações nos preços das matérias-primas e outros factores produtivos, implicando que os custos
de produção aumentarão, por exemplo, se subirem os salários reais, as taxes de juro, as rendas e
outros factores de produção;
_
- Outros factores além dos mencionados, nomeadamente variações no preço do petróleo ou
expectativas de vária ordem.
b) O maior lucro de produtos alternativos (produtos substitutos): se um produto substituto se torna mais
rendível para os produtores a sua produção aumentará com sacrifício do menos rendível.
c) A maior rendibilidade de bens produzidos conjuntamente.
d) Choques de vária natureza, como por exemplo, guerras ou a sua ameaça e acontecimentos naturais.
e) Expectativas relacionadas com os preços futuros de outros bens.
f) Número de vendedores.
Quando qualquer um destes factores se modifica haverá uma alteração da oferta, aumentando-a ou
diminuindo-a, e a curva da oferta desloca-se para a direita ou para a esquerda.
Tal como no caso da procura, há que distinguir entre as alterações na quantidade oferecida, caso em que se
relaciona a quantidade oferecida com as variações do preço do bem, mantendo-se todos os outros
determinantes constantes, e deslocações da curva da oferta que resultam de variações em qualquer
determinante além do preço.
Se um destes determinantes se altera do modo a aumentar a oferta – por exemplo, verifica-se uma
melhoria tecnológica – a curva desloca-se para a direita, o que significa que para cada preço a quantidade
oferecida aumenta, conforme é ilustrado no gráfico 4.6:
Gráfico 2.1.2 – Deslocação da curva de oferta do bem X.
Sx
S x2
0
Qx
Px
Se uma alteração de um determinante, que não o preço do bem, leva a que a oferta diminua, toda a curva
da oferta se desloca para a esquerda.
E x*
*
Px
Dx
0
Qx* Qx
O gráfico 4.7 representa o equilíbrio de mercado do bem X. Na figura acima, o ponto de equilíbrio de
mercado é dado pela intersecção das curvas da procura e da oferta, determinando o preço e a quantidade
que equilibra este mercado.
Consideremos um exemplo. Se em determinada região existirem 50 empresas oferecendo um dado bem,
cada um destes produtores enfrenta as seguintes funções de procura e oferta dos compradores e dos
produtores individuais, respectivamente:
x = 14 - 2P e x = 20 P -2,
O equilíbrio no mercado resultará da igualdade entre a procura (D) e oferta(S) globais no mercado, ou
seja, D = S. Então, igualando as duas funções da procura e oferta tem-se:
140 000 - 20 000 P = 1000 P – 100.
P = 7,36.
O que significa que a quantidade de equilíbrio poderá ser obtida tanto na curva de procura como na de
oferta. Pelo simples facto de existir, como pressuposto, a soberania do consumidor optamos por calcular a
quantidade de equilíbrio através da função de procura:
X = 140000 – 20.(7,36).
Sx
E x*
Dx
Px
7,36
Qx
Se o preço (P) de bem exceder o preço de equilíbrio (P*) haverá um excesso de oferta em relação à
procura. Pelo contrário, quando o preço do bem for inferior ao preço de equilíbrio haverá um excesso de
procura sobre a oferta.
Os preços são os mecanismos através dos quais o mercado afecta (tendencialmente de forma eficiente) os
recursos produtivos. Assim, se a oferta de um bem for superior à procura, o preço desse bem tende a
descer e, dada a lei da procura, esta tende a aumentar até que seja restabelecido o equilíbrio no mercado. A
concorrência entre os produtores no mercado leva a que o preço do bem tenda a descer. Dá-se o caso
inverso quando a procura for superior à oferta.
A repartição pessoal do rendimento permite-nos analisar como é que os rendimentos se distribuem pelos
agregados familiares de uma dada comunidade. Através da análise podemos apreciar o grau de
desigualdade dessa distribuição, as desigualdades salariais.
O rendimento pessoal disponível é um indicador do rendimento pessoal. Como sabemos, as famílias têm
por principal função consumir. Os seus recursos são constituídos, fundamentalmente, pelas remunerações
pagas pelos outros sectores institucionais.
Vamos verificar, por exemplo, quais os recursos de que dispõe a família Silva, constituída por pai, mãe,
avô e dois filhos:
Assim, o rendimento de que esta família pode dispor é constituído quer por rendimentos
primários, isto é, aqueles que provêem do capital e do trabalho (no exemplo, os salários e os juros), quer
ainda pelas prestações sociais (abono de família, reforma, subsidio de desemprego). Podemos, pois,
afirmar que o rendimento das famílias tem origem nas receitas provenientes:
- Da actividade produtiva: salários, juros, rendas, lucros;
- Das transferências internas: as prestações sociais feitas pela Administração Pública e Privada
(pensões, abonos, diversos subsídios, etc.);
- Das transferências externas: nestes têm especial relevância as remessas dos emigrantes e outras;
No entanto, as famílias têm que pagar impostos sobre o rendimento (impostos directos) e outras
contribuições sociais à Administração Pública. Deste modo, o seu rendimento ficará diminuído.
O Rendimento Disponível das Famílias é, então, constituído pelo total dos rendimentos recebidos pela
participação na actividade produtiva e pelas transferências (internas e externas) depois de subtraídos os
impostos directos e as contribuições sociais.
Rendimento Pessoal Disponível = Rendimento do Trabalho +
Rendimentos do Capital + Transferências – Impostos Directos – Contribuições Sociais
Redistribuição dos rendimentos
A repartição do rendimento pode ser analisada, quer segundo a óptica da repartição
funcional, quer ainda através da repartição pessoal. Na repartição pessoal verificamos a existência de
desigualdades de rendimentos. Para reduzir as desigualdades existentes na repartição dos rendimentos,
torna-se necessário garantir a toda a comunidade, independentemente dos rendimentos provenientes da
actividade exercida por cada um, um conjunto de prestações sociais consideradas fundamentais. Este
objectivo é atingido através da redistribuição dos rendimentos segundo um processo de transferência de
rendimentos, principalmente do Estado para a população mais carenciada (idosos, doentes, famílias pobres,
desempregados, etc.). Este processo tem como finalidades a protecção individual e a correcção das
desigualdades sociais.
O sistema de redistribuição pode intervir na economia quer através das transferências sociais
(prestações sociais e serviços gratuitos), quer também pela desigual incidência da carga fiscal, por exemplo,
ao isentar dos impostos os detentores de rendimentos mais baixos.
A redistribuição realiza-se através de diferentes instituições, como por exemplo, a Administração
Pública Central e Local, a Segurança Social e o Fundo de Desemprego e outras organizações.
Estas instituições canalizam as transferências quer para as empresas quer para as famílias, sob diversas
formas, nomeadamente:
para as famílias:
- fornecimento de bens e serviços colectivos, gratuitamente ou através de pagamento parcial;
- pensões e subsídios vários;
para as empresas:
- subsídios à produção em determinados sectores;
- isenção de impostos;
Politicas de Actuação