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MACROECONOMIA

Unidade I – Introdução à Macroeconomia

A DOCENTE: DIONÍSIA CASTRO – 2021/2022


1.1 Gênesis da Macroeconomia
- A teoria Macroeconómica nasce com John Maynard Keynes (1883-
1946), na sua obra “The general theory of employment, interest and
money” (A teoria geral do emprengo, do juro e do dinheiro) em 1936,
onde abordou que as politicas governamentais (orçamental e
monetária) podem influenciar o produto e reduzir o desemprego e
encurtar as recessões económicas (os ciclos Economicos). As sua
teorias foram aplicadas com sucesso depois da grande depressão de
1929.

Em 1929, surge a grande depressão, que derrubou a Bolsa de valores


de New York, perante subidas inesperadas das taxas de juro, reduzindo
desta forma o investimento das empresas e a produção. O aumento de
desemprego levou as familias a diminuirem o consumo, reduzindo mais
ainda o investimento e a produção das empresas, gerando assim um
ciclo de depressão económica.
Em 24 de outubro de 1929, denominada “5a feira negra” as accões na BVNY
perderam 10% do seu valor. Em 1933, a taxa de desemprego era 25%, o produto
baixou 30%.
Perante tal situação, John Keynes defendeu o aumento dos Gastos Públicos de
forma a manter os trabalhadores empregados.

Em 1937, J. Hicks lança o artigo “Mr. Keynes and the classics: a suggested
interpretation”, que se tornou a versão oficial do livro de Keynes. Este artigo
introduz o aparato conhecido como IS/LM, onde começa a ser estruturado a
chamada síntese neoclássica keynesiana (ou, simplesmente, síntese
neoclássica), que permitiu analisar a economia tanto pela hipótese de pleno
emprego (clássica ou neoclássica) como pela hipótese de desemprego
(keynesiana).
Em 1946, o Congresso Federal Americano aprovou então a Lei do
Emprego que atribuia responsabilidade ao governo federal de usar
todos os meios admissíveis e compatíveis com as suas necessidades e
obrigações, de promover o máximo de emprego, de produção e do
poder de compra com vista a:

 Promoção do crescimento do produto


Explansão de emprego
 Estabilidade dos preços

A Lei de Say, pela qual “a oferta cria sua propria procura”, os


economistas clássicos (assim rotulados por Keynes) acreditavam que o
pleno emprego da economia estivesse garantido automaticamente. Era
a filosofia do liberalismo económico, que acreditava que o mercado
sozinho, sem intervenção do Estado, levaria ao pleno emprego.
• Surge, nos anos 1950, a Curva de Phillips, que procura incorporar
movimentos da oferta agregada, pouco enfatizada em Keynes,
prevendo situações em que havia movimentos conjuntos de preços e
salários, produção e emprego, ou seja, um trade-off (relação inversa)
entre taxas de inflação e taxas de desemprego.

• A Teoria Monetária ressurgiu a partir da segunda metade dos anos


1950, liderada por Milton Friedman, da Universidade de Chicago.
Friedman também teve uma importante função nas expectativas
inflacionárias (taxa de inflação esperada), sobre a produção e o
emprego.

• Até os anos 1960, tinha-se todo o instrumento IS/LM analisando os


componentes da procura agregada acoplado à Curva de Phillips, que
retratava as condições da oferta agregada.
• À luz de todos esses movimentos, vão configurando-se quatro escolas
principais no pensamento macroeconômico: a dos keynesianos, a dos
neoclássicos, a dos novos clássicos e a dos pós-keynesianos. Tanto os
neoclássicos como os novos clássicos são denominados de monetaristas.

• Outra escola de pensamento relevante é a chamada teoria real do ciclo


econômico, que surgiu no inicio dos anos 80, propondo que o ciclo
econômico é explicado fundamentalmente pelas flutuações da oferta
agregada. Essa escola é também conhecida como “Economia do Lado da
Oferta” (Supply Side of Economics).

• Finalmente, há ainda os institucionalistas, que procuram incorporar na


análise macroeconômica a influência da estrutura das instituições do país.

• Como vimos, os diferentes modelos atuais dão ênfase ora ao papel da


oferta agregada, ora ao papel da procura agregada como fontes geradoras
das flutuações económicas.
1.2 – Macroeconomia
um dos ramos da ciência económica
Diferença entre microeconomia e macroeconomia

- Microeconomia: unidades económicas (familias, empresa, estado e o


resto do mundo).

- Macroeconomia: agregados macroeconómicos (Crescimento


Económico “PIB”, estabilidade dos preços, equidade/ distribuição da
renda, emprego/desemprego, inflação, renda nacional, produto
nacional, investimento, poupança, consumo agregado, stock de
moeda, taxas de juros, taxas de cambio, balança de pagamentos,
défice orçamental, etc.).
Diferença entre Macroeconomia e
Microeconomia
Microeconomia Macroeconomia

Perspectiva individual Perspectiva geral

Consumidores País

Análise da Produção individual Análise do PIB

Actividade do consumidor em mercados específicos Estuda a economia como um todo


1.3 – Definição e âmbito
A Macroeconomia é o ramo da económia que estuda o comportamento
da economia como um todo (ou seja, de forma agregada). Examina as
forças que afectam as empresas, consumidores e trabalhadores em
conjunto.

Nota: A Macroeconomia pode ser usada para definir políticas que fomentem o
crescimento económico, que combatam o desemprego, e que promovam a
estabilidade de preços.
ÂMBITO DA MACROECONOMIA:
O âmbito da análise macroeconómica depende do horizonte temporal
considerado.
• No curto prazo: questões conjunturais: (analise dos ciclos económicos ou
flutuações ciclicas), como:
- O desemprego (diferença entre a produção efetivamente realizada e a
produção potencial da economia, quando todos os recursos estejam
totalmente empregados)
- A inflação (aumento contínuo do nível geral de preços).

• No longo prazo: questões estruturais como:


- Desenvolvimento e crescimento económico: Melhoria da capacidade
produtiva, distribuição desigual da renda e da riqueza e condições de
vida das populações (nível de vida; países ricos vs. países pobres),
progresso tecnológico, globalização, etc.
A
Exemplos de políticas estruturais
partir do conhecimento dos factores que determinam o crescimento
económico, o sector público pode levar a cabo políticas que estimulem o
processo de crescimento económico, designadas por políticas estruturais.

Exemplos de políticas estruturais são:


1. Promoção de um nível de poupança apropriado – fixar um défice orçamental
público adequado e introduzir incentivos à poupança ou ao consumo privado.
2. Formação de capital humano – promover o ensino e formação profissional, a
saúde pública, e reter o capital humano existente (evitar a chamada “fuga de
cérebros”).
3. Apoio à inovação e difusão tecnológica – incentivar a investigação e
desenvolvimento, a inovação, a criação de redes empresariais e a divulgação da
informação.
4. Investimento em infraestruturas públicas – construir escolas, hospitais e
estradas, e fornecer bens públicos que contribuam para a competitividade das
empresas ou que reduzam os seus custos.
5. Regulação dos mercados – definir políticas de concorrência e proteger os
direitos de propriedade.
As questões relativas ao emprego e à inflação são consideradas como
conjunturais, de curto prazo, constituindo as chamadas políticas de
estabilização. As políticas de estabilização da inflação podem levar ao
aumento da taxa de desemprego, dado que tais políticas retraem a
procura de bens e serviços, produzindo uma queda da atividade
econômica e, portanto, do emprego. Essas relações inversas entre taxas
de inflação e taxas de desemprego , são denominadas de trade off.
Objectivos da Macroeconomia
Os objectivos da política macroeconômica são:

• a) Crescimento crescimento económico


• b) Nível elevado de emprego (versus níveis baixos de desemprego);
• c) Estabilidade de preços (controlo da inflação);

• d) Distribuição justa de renda;


• e) Estabilidade ou equilibrio da Balança de Pagamentos
a) Crescimento Económico
• Crescimento Económico – é o aumento da quantidade da
produção (PIB) de modo contínuo ao longo de um
determinado período, normalmente um ano.

Há um limite quanto a quantidade de bens e serviços a serem


produzidos com os recursos disponíveis. Existindo
desemprego e capacidade ociosa, então o Governo pode
aumentar o produto nacional através por meio de politicas
que estimulem a actividade produtiva. Logo , o aumento da
produtividade exigirá um aumento dos recursos ou avanço
tecnológico.
b) Desemprego
Desemprego – é o número de pessoas sem emprego mas que fazem
um esforço para obte-lo.

Taxa de desemprego – é a percentagem da população activa


desempregada.

𝑁º 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜 = 𝑋 100
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎
c) Estabilidade de preços (controlo de preços)
• Inflação – aumento contínuo do nível geral de preços.
• Inflação controlada não significa inflação é igual a zero.
• Inflação alta acarreta distorções, principalmente sobre as classes mais
baixas e sobre as expectativas.

• Consequências da inflação:
- Distorções na alocação de recursos da economia
- Perda do valor de compra
- Efeito negativo sobre o investimento e distrubuição da renda
d) Distribuição justa da renda

• A melhoria da distribuição da renda deve ser considerado como um


objectivo de política económica.

• Distribuir a renda de forma justa evita a intensificação das distorções


ou grandes diferenças entre as classes sociais.
e) Balança de pagamentos
• Relações com o resto do mundo (importações e exportações de bens e
serviços entre um país com o restantes paises).

Se as importações são maiores que as exportações, significa que o país


absorve mais recursos do que produz, e vice e versa.

A balança de pagamentos pode ser:


Deficitária: quando ela é negativa, ou seja, quando as importações
são superiores que as exportações.
Superavitária: quando ela é positiva, ou seja, quando as
exportações são superiores que as importações.
Dilemas da Macroeconomia
1º Crescimento Económico Versus Alto nível de emprego
Para acompanhar o crescimento económico as empresas existentes no
mercado precisam ser competitivas, produzindo bens e serviços de alta
qualidade e a baixo custo, ou seja, elas devem aprimorar os seus processos
de produção baixando os custos, aquisição de mais matéria prima (aumento
dos factores de produção) desenvolver novas tecnicas de produção,
implementar novas tecnologias e empregar força de trabalho capacitada ou
trocar o seu RH tecnologias de produção.

2º Estabilidade de preços versus alto nível de emprego


Um alto nível de emprego provoca um alto nível de renda e
consequentemente um aumento do nível de procura agregada.
Devido a escassez dos factores de produção, o país aproxima-se da máxima
capacidade de produção, provocando então uma pressão nos factores de
produção, o que resultará no aumento dos custos de produção, fazendo com
que os preços dos produtos tb aumentem (inflação).
Instrumentos Macroeconómicos
(ou Instrumentos de Politica Macroeconómica)

Politicas Económicas – é o conjunto de medidas


tomadas pelo governo de um país com o objectivo de:
- Promover o desenvolvimento económico;
- Fomento do Emprego;
- Garantir a estabilidade de preços (controlo da
inflação);
- Equilibrar o mercado financeiro e as transações com o
exterior;
- Promover a distribuição da riqueza e do rendimento;
Os instrumentos de politicas macroeconómicas são:
Politica Orçamental/Fiscal (ou tributária) - diz respeito as
decisões do governo com relação as despesas públicas e aos
impostos, estimulando desta forma, o nível de actividade
ecoómica.

Objectivos da Politica orçamental:


- Manter elevados os níveis de emprego
- Elevar as taxas de crescimento Económico
- Estabilidade de preços
A Política fiscal pode ser:
Politica fiscal expansionista
O Governo contribui para o aumento da procura agregada estimulando
o consumo através de:

- Aumento dos gastos públicos


- Redução da carga tributária

Assim, quanto maior forem os gastos públicos, maior será a procura e


maior será o produto.
E se a economia apresentar tendências de queda do nível de
actividade, o governo pode estimula-la, cortando os impostos e/ou
aumentar os gastos.
Politica fiscal contracionista
Consiste na redução dos gastos da sociedade através da:
- Redução dos gastos públicos
- Aumento da carga tributária

A arrecadação de impostos afecta o nível de procura,


influenciando a renda disponível que os individuos destinam
ao consumo e a poupança.

Quanto maiores forem os impostos, menor será o rendimento


disponível e consequentemente o consumo.
Em suma, pode se dizer que a politica fiscal apresenta
maior eficácia quando o objectivo for a melhoria na
distribuição do rendimento, isto é, quanto mais alto for
o rendimento do individuo, maior será o imposto a
pagar. Por outro lado, aumenta os gastos do governo
em sectores menos favorecidos.
Politica Monetária: (Banco Central)
Política monetária é uando o governo actua sobre a quantidade de
moeda em circulação, de crédito, taxas de juros, etc. É uma politica
implementada com o objectivo de estabilizar o nível geral de preços
no curto prazo.

Objectivo da política monetária :


-Controlo do volume de moeda em circulação;
-Reservas compulsórias (% sobre os depósitos dos bancos
comerciais retidos nos Bancos centrais;
-Open market (compra e venda de títulos públicos);
-Taxas de redescontos (emprestimos dos Banco Central aos bancos
comerciais);
- Regulamentação sobre créditos e taxa de juros.
A politica monetária tem como medida aquecer a economia (aumentar
a quantidade de moeda em circulação e incentivar o crescimento
económico) ou desaquecer (reduzir a quantidade de moeda e
encarecer os emprestimos no sentido de evitar o aumento de preços) a
economia.

Vantagens da Politica Monetária sobre a politica fiscal

- Efeito imediato
- Depende apenas de decisões das autoridades monetárias
- Não depende da votação da Assembleia Nacional
Outros Instrumentos de Politica Macroeconómicas
Politica cambial e comercial
Politica cambial:
-Taxa de câmbio – preço em moeda doméstica com relação a moeda
estrangeira. É a quantidade de moeda doméstica necessárias para
adquirir uma unidade de moeda estrangeira.

O objectivo do governo é de igualar o poder de compra do país em


realação aos outros com os quais mantem relações de troca. A taxa de
câmbio pode ser:

• Fixa (determinada pelas autoridades monetárias),


• Flexível ou flutuante (determinada pelo Mercado de divisas
• - Um aumento da taxa de câmbio significa um aumento no custo da
moeda estrangeira. Uma diminuição na taxa de câmbio representa
uma redução do custo da moeda estrangeira.
• Desvalorização – queda no preço da moeda doméstica.
• Valorização - aumento do preço da moeda doméstica.

• Como todo preço, a taxa de câmbio é também determinada pela lei


da procura e da oferta:
• - Se a procura é maior que a oferta, o preço do dólar em relação ao
kwanza aumenta.
• - Se a oferta é maior que a procura, o preço do dólar em relação ao
kwanza dimunui.
Politica comercial: instrumento de:
- Incentivos às exportações e/ou
- Estímulo ou desestímulo às importações

• Sejam fiscais, creditícios às exportações (isenção


de impostos).

• Seja estabelecimento de quotas, através de


controlo das importações (tarifas, barreiras sobre
importações
Politica de rendas

Conjunto de medidas que visam a redistribuição da renda e


justiça social, através de:

controle de preços e salários através de:


• Aplicação do imposto progressivo ou regressivos
• Subsídios (de reforma, sobrevivência, desemprego, etc)
Principais objectivos da politica de renda:
- Propiciar ganhos de poder aquisitivo
- Garantir a renda mínima a determinados sectores ou classes sociais
- Reduzir o nível de tensão inflacionária.

I. Dimensão patrimonial: acesso à terra, casa própria.


II. Dimensão dos rendimentos: inserção no mercado de trabalho,
carga tributária e transferencias públicas
III. Dimensão dos direitos sociais: acesso aos serviços de saúde,
segurança, transporte, educação, cultura e outros.
1.5 – Questões centrais de investigação
macroeconomica
Questões
1 – Quais são os grandes problemas macroeconómicos?
2 – Quais as questões de politicas macroeconómicas?
3 – Quais as principais correntes de pensamento macroeconómicos em
conflitos?

Respostas
1 – Taxa de desemprego elevada, abrandamento das taxas de
crescimento económico e das taxas de produtividade (PIB), inflação,
altas taxas de juro, déficet na Balança de pagamentos, instabilidades
nas taxas de câmbio, etc.
2 – Factores que explicam as flutuações que caractyerizam os ciclos
económicos, papel do estado no controlo dessas flutuações no sentido
de reduzir as taxas de desemprego, de inflação, de câmbio, o déficet
das Balança de pagamentos.

3 - Corrente Keynesiana: que defende que o sistema de economia de


mercado é instável e causa perda de bem estar irrecuperável, pelo que
o Estado intervenha de modo activo no sentido de superar tais falhas
do sistema.
Corrente Clássica (ou liberal): que defende que o sistema é estável
e que existem mecanismos capazes de assegurar uma trajetória de
pleno emprego, e que o Estado deve limitar ao mínimo a sua
intervenção na economia. Defendem também esta ideia os
Monetaristas, os economistas da Nova Macroeconomia Clássica e os do
Ciclo Económico Real.
INSTRTUMENTO DE MEDIÇÃO DA ACTIVIDADE
ECONÓMICA
PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO, é o valor monetário total de todos os
bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de um país num
determinado periodo, normalmente um ano.
O PIB é considerado como o maior barometro de medição do desempenho
de uma economia.
Vamos nos concentrar em cada uma das partes da definição acima:

 Valor monetário total: soma-se o valor monetário de cada bem ou serviço


final vendido no mercado, agregando em uma única cifra.
Todos os bens e serviços finais: todos os bens e serviços finais vendidos ao
consumidor final.
Produzidos: incluem-se no PIB apenas bens e serviços produzidos no
período (não se inclui terrenos, recursos naturais pq não são bens
produzidos, E os activos financeiros são direitos a receber no futuro e
não são bens e serviços. Não se inclui também compras de bens de
segunda mão, ex. Carros usados já que se trata de bens já produzidos
anteriormente, isto é, fora do período actual).

 Dentro das fronteiras de um país: independentemente dela ter sido


produzida por nacionais ou por estrangeiros residentes e exclui a
produção realizada por nacionais no extrangeiro.

Num determinado período: o PIB mede-se analualmente.


PIB efectivo – é o nível de produção que uma dada economia pode
alcançar tendo em conta as flutuações cíclicas.

PIB potencial – é o nível máximo de produção que a economia pode


alcançar com dada tecnologia e dado tamanho da população,
mantendo a inflação estável.
Como é que a economia consegue adicionar os diferentes produtos dos
vários sectores da actividade económica de um país?
1 – Valor de mercado– a partir dos preços de cada bem produzido, por
exemplo, peras, maçãs, sapatos, computadores, medicamentos,
educação, serviços contabilisticos, etc.).
2 – O Segundo importante elemento é a palavra “final”. Distinção entre
bens intermédios e bens finais.

OBS: O contabilistas devem ter muita atenção na contabilização dos


produtos, correndo o risco de contabiliza-los duas vezes (dupla
contabilização).
Três forma de se determinar o PIB
Pode se medir o PIB de três formas:

1ª - Cálculo do PIB pela óptica do valor agregado ou da produção “VAB”.


2ª - Cálculo do PIB pela óptica da despesa ou dispêndio.
3º - Cálculo do PIB pela óptica do Rendimento ou dos custos.

Neste sentido pode se dizer que:


PIB pela optica do valor Agregado = PIB pela optica da Despesa = PIB pela optica
do Rendimento

NOTA: para comparer o PIB de dois paises e aonselhavel usar o PIB pela optica
do valor acrescentado “VAB”.
1.6 – O fluxo circular do rendimento (ou da renda)
Fluxo circular do rendimento é a formação e a distribuição de produto
e renda gerados pela atividade econômica.
Começaremos supondo uma economia simplificada, fechada e sem
governo. Nessa economia simplificada, supõe-se que os únicos agentes
são as empresas (que produzem bens e serviços) e as famílias (que
auferem rendimentos pela prestação de serviços).

NOTA: Os estudantes devem rever ás figuras dos fluxos circulares dodos


no primeiro semestre:
1 – Fluxo real de bens e serviços e factores de produção
2 – Fluxo monetário de preços e rendas
Variáveis que definem o comportamento da economia
• Renda ou produto (Y)
• Consumo (C)
• Poupança (S)
• Imposto (T)
• Gastos públicos (G)
• Investimentos (I)
• Exportações (X)
• Importações (M)
• Transferencias (TR)
• Despesa Interna (DI)
• Produto Nacional (PN)
• Produto Nacional Bruto (PNB)
• Produto Nacional Líquido (PNL)
• Rendimento Nacional (RN)
• Rendimento Disponível (RD)
• Rendimentos Recebidos do Resto do Mundo (RRRM)
• Rendimentos Pagos ao Resto do Mundo (RPRM)
• Produto Interno Bruto a custo de factores (PIBcf)
• Produto Interno Bruto a preço de mercado (PIBpm)
• PIB real (calculado a preços constantes)
• PIB nominal (calculado a preços correntes)
• Índice de Preços do Consumidor (IPC)
• Índice de Preços do Produtor (IPP)
• Saldo Orçamental (SO)
• Saldo da Balança Comercial (SBC)
• Saldo da Balança de Pagamentos (SBP)
Ciclos económicos
• Os ciclos económicos consistem nas sucessivas observações
(historicamente) de expansões e recessões da actividade económica.
Fases dos ciclos económicos:

- Expansão
- Recessão
- Peack (ponto mais alto)
- Trough (ponto mais baixo)
- Estagnação
CURTO PRAZO: ESTABILIDADE
Pretende-se no curto prazo, a estabilização dos ciclos económicos, isto
é, a manutenção de um nível adequado de actividade produtiva e a
estabilidade de preços.
LONGO PRAZO: CRESCIMENTO
O principal objectivo económico de longo prazo é o aumento da
capacidade produtiva, dada a repercussão que tem na qualidade de
vida da população.
Ciclos Económicos
As flutuações da actividade económica conhecidas como ciclos
económicos são:

• Generalizadas – afectam a economia no seu conjunto, e não apenas


um ou outro sector;
• Recorrentes, mas não periódicas – repetem-se ao longo do tempo,
são relativamente imprevisíveis e de duração muito variável;
• Indesejadas – pela incerteza que criam, e pela perda de bem-estar
associada às fases de recessão.
CICLOS ECONÓMICOS
Estando a economia num nível de actividade normal, o produto real e a taxa
de desemprego tendem a coincidir com o produto natural e a taxa de
desemprego natural. A inflação tende a manter-se constante.

Em fases de maior actividade, o volume de produção é elevado (produto


superior ao natural), a utilização dos recursos é elevada (desemprego inferior
ao natural) e a inflação tende a aumentar.

Nas fases de menor actividade, o volume de produção é baixo (produto


inferior ao natural), tal como a utilização dos recursos (desemprego superior
ao natural), e a inflação tende a diminuir.
1.7 – A identidade macroeconomica do rendimento
O rendimento represente a remuneração dos proprietários dos factores de produção,
formado por:
 Salários
 Juros
 Lucros
 Alugueres
Somando o rendimento auferido por todos os individuos de uma sociedade em um
determinado período, obtem-se o Rendimento Nacional (ou a renda nacional).
Por sua vez, as empresasa utilizão os factores de produção disponíveis na produção de
bens e serviços que serão oferecidos aos individuos, denominando-os por Produto
Nacional e, Despesa Nacional, o pagamento efectuado dentro de uma economia num
determinado período.

Então, pode-se concluir que o valor do Produto Nacional (PN) é igual ao valor da Despesa
Nacional (DN) que, por sua vez, é igual ao Rendimento Nacional (RN), ou seja:

PN = DN = RN
1.8 OFERTA E PROCURA AGREGADAS
(Samuelson, 2010:377 )
Oferta agregada (AS)

A oferta agregada (AS – aggregate supply) refere-se à quantidade total


de bens e serviços que as empresas de um país estão dispostas a
produzir e a vender num dado período.

A AS depende do nível geral de preços, da capacidade produtiva


(tecnológica e recursos humanos) e do nível dos custos dos factores.
Representação
gráfica da
oferta
agregada (AS)
Procura agregada (AD)
A procura agregada (AD – aggregate demand) refere-se ao montante
total que os diferentes sectores da economia estão dispostos a gastar
num dado período.

A AD resulta da soma da despesa dos consumidores, empresas e


administração pública (ou Estado) e depende do nível de preços, da
política monetária, da política orçamental bem como de outros
factores. Está também relacionada com o total da produção (PIB) de
um país quando os níveis de stocks são estáveis.

Y=C+I+G+X–M
Equilibrio Macroeconómico
A inserção entre as duas curvas determina o PIB real e o nível geral de
preços, isto é, o equilibrio macroeconómico.

Equilibrio Macroeconómico – é a combinação do PIB real e o nível geral


de preços coerente com os custos unitários das empresas. Nela, os
gastos e a produção estão em equilibrio.
Curvas da Oferta Agregada (AS) e da Procura
Agregada (AD) (Representação gráfica)
ESTRUTURA DA ANÁLISE MACROECONÔMICA

A Macroeconomia está constituída por uma parte real e uma


parte monetária, divididas em quatro mercados:

• O mercado de bens e serviços


• O mercado de trabalho,
• O mercado financeiro (monetário e de títulos)
• O mercado cambial
PIB na Óptica da Produção ou do valor agregado “VAB”

Por esse método obtem-se o PIB somando o custo de produção dos


bens e serviços finais, ou seja, o valor agregado gerado por todas as
actividades productivas realizadas em determinado país.
VAB = Produção – Consumo intermédio

Valor agregado é a dferença entre o preço de venda de um bem, sem


levar em consideração os impostos indirectos e o custo dos bens
intermédios adquiridos para a sua produção.
EX1: Uma economia é composta por apenas três produtores:
1º O lavrador (produz trigo) .....................................50 u.m.
2º O moleiro (transforma em farinha).......................75 u.m.
3º O padeiro (transforma em pão)...........................100 u.m.
Custos Pç.venda Valor agregado
Lavrador 0 50 50 (50 – 0 = 50)
Moleiro 50 75 25 (75 – 50=25)
Padeiro 75 100 25 (100 – 75=25)
TOTAL ou VAB 100
EX2:
Agricultor ..............................................5
Moinho..................................................15
Padeiro...................................................25
Distribuidor de pão ................................36

OBS: o PIB na óptica do produto, exclui os produtos intermédios para evitar a dupla
contabilização. Por exemplo, inclui-se no PIB o pão e não a farinha e o fermento; inclui-se
o computador e não a matéria prima usada no fabrico do mesmo.
PIB pela Óptica do Rendimento (ou dos custos
dos factores)
Calcula-se o PIB somando os custos dos factores de produção de todas as empresas
da economia. Somam-se todas as receitas (salários, juros, lucros, alugueres) obtidas
por todas as famílias da economia.

Nota:
- O PIB é igual a renda gerada nessa mesma economia;
- Os economistas utilizam os termos “Produção” e “ Renda” como sinónimos: se a
produção aumenta, a renda também aumenta na mesma proporção e vice-versa.

PIB = 𝛴 factores de produção (salários + juros + lucros + alugueres + outros


rendimentos).

NOTA: O fluxo anual desse método no fundo expressam também os custos de produção dos bens finais de uma
economia.
PIB pela óptica da Despesa (ou do dispêndio
PIB e Despesa
Despesa Interna: despesa feita em bens e serviços finais
produzidos internamente.

As componentes de DESPESA (D) ou PROCURA AGREGADA são:


D. I = PIB = C + I + G + X –M , onde:
• Procura Interna: D = C + I + G
• Procura global: D = C + I + G + X – M , em que XN = X – M
Consumo (C) – são todos os gastos em bens e serviços realizados pelas famílias. Não fazem parte do PIB os
bens usados porque não são produzidos no mesmo ano.
- Duráveis
- Não-duráveis
- Serviços

Investimentos (I) – valor de todos os bens que proporcionam serviços úteis no futuro (bens de capital). A
soma desses bens compõem o stock de capital. Existem dois tipos de investimento privado:
1 - FBCF (Formação Bruta do Capital Fixo) – imóveis como edifícios industriais, fábricas, máquinas,
veículos, equipamentos de produção, armazéns, construção residencial quer estejam acabados ou não,
etc.
2 – Variação de stocks ou variação das existências
I = FBCF + 𝜟 Existências
- Empresas em capital fixo
- Variação de Existências
- Investimento residencial
Stocks – bens produzidos que ainda não foram vendidos.
Investimento Líquido = Investimento Bruto - Depreciação
Gastos (G) – compreende o consumo do sector público e as aquisições de
investimentos públicos.

Exportações (X) – Bens e serviços que saiem (exportados) para fora das
fronteiras do país.

Importações (M) – Bens e serviços que entram (importados) para dentro das
fronteiras do país.

Exportações líquidos (XN) : Exportações de bens e serviços –Importações de


bens e serviços (X-M).
 PIB = C + I + G + X –M
Procura interna: C + G + I
Procura global: C + I + G + X –M

PNB = PIB + RRRM – RPRM, onde: RLRM = RRRM – RPRM


Ou
PNB = PIB – RLRM
PNB = PNL + Amortizações

 PNL = PNB – Amortizações


PIL = PIB - Amortizações
NOTA IMPORTANTE:
O PIB quer na óptica do rendimento, quer na óptica da produção ,
medem o valor dos bens antes deles serem alvo de transação no
Mercado (ou seja, antes de recair sobre eles os impostos líquidos de
subsídios.

O PIB pela óptica da despesa mede ou contabiliza o valor final dos


bens transacionados, sobre os quais recai os Impostos líquidos de
subsídios.
PIB a custo de factores e PIB a preços de mercado
PIBcf – inclui apenas a remuneração dos factores de produção.
PIBpm – igual ao produto a custo de factores + os Impostos – os Subsídios
Subsídios (Z) são transferências do sector público às empresas. Portanto reduzem os cudtos de produção

Relação entre PIBpm e PIBcf: devemos considerar os Impostos indirectos e os


subsídios. Para passar de PIBcf para PIBpm devemos somar os impostos
indirectos e deduzir os subsídios.
PIBcf = PIBpm – Ti + Z

PIBpm = PIBcf + Ti –Z
ou
PIBpm = C +I +G +X – M
PIB Real (a preços constantes) e PIB Nominal (a preços correntes)
PIB Real – mede a produção de bens e serviços avaliados a preços
constantes, isto é, a preços de um ano base tomado como referência.

PIB Nominal – mede a produção de bens e serviços avaliados a preços


correntes, isto é, a preços desse mesmo ano.

NOTA: se a despesa total aumenta de um ano para o outro, então duas


coisas estão a acontecer:
1 – A economia está a gerar uma maior produção de bens em serviços; ou
2 – Os bens e serviços estão a ser vendidos a preços mais altos.
Exemplo: Nos anos que se seguem foram vendidos peixe e carne aos
preços e quantidades apresentadas na tabela seguinte (ano base 2010):

Ano Pç do peixe em Qtde do peixe Pç da carne em Qtde da carne


USD USD
2010 4,00 200.000 6,00 100.000
2011 5,00 250.000 7,00 200.000

a) Calcule o PIB Nominal


b) Calcule o PIB Real
c) Calcule o deflator do PIB em 2010
d) Calcule o deflator do PIB em 2011
Como o PIB real não é afectado por variações dos preços, as alterações do
PIB real refletem apenas mudanças nas quantidades produzidas. Portanto o
PIB real é um indicador da produção de bens e serviços da economia.
PIB Nominal = PIB Real X Deflator do PIB
100
𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
PIB Real = x 100
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑃𝐼𝐵

𝑃𝐼𝐵 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
Deflator do PIB = 𝑋 100
𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙

Deflator do PIB – é a medida do nível de preços calculado como a razão


entre o PIB nominal e o PIB real, multiplicado por 100.

No 1º ano, o deflator do PIB é sempre igual a 100. Nos anos seguintes o


deflator mede a variação em relação ao ano base.
O deflator do PIB é o índice mais apropriado para indicar a evolução de
todos os preços de bens e serviços da economia. Serve para monitorar
o nível médio dos preços da economia.
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑡 −𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟 (𝑡−1)
Taxa de inflação = 𝑋 100
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟 (𝑡−1)

OU

𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑡
Taxa de inflação = ( ) − 1 𝑋 100
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑡−1

Ou
𝐼𝑃𝐶 𝑡 −𝐼𝑃𝐶 𝑡−1
Taxa de inflação = 𝑋 100 …………Taxa de Inflação pelo IPC
𝐼𝑃𝐶 𝑡−1
Os índices de preços são usados para deflacionar a economia, isto é, para eliminar
o efeito das variações dos preços nos valores correntes das macro magnitudes, em
outras palavras, transformar magnitudes correntes em magnitudes reais.

CÁLCULO DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑡 −𝑃𝐼𝐵𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑡−1


YPIB = 𝑋 100
𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑡−1
Ou
𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑡
YPIB = ( ) − 1 𝑋 100
𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑡−1

Obs: o ano base pode ser aquele que teve melhor desempenho com relação aos
outros (a escolha é individual).
Índice de Preços do Consumidor (IPC)
IPC – índice de preços do consumidor é uma medida de custo geral dos
bens e serviços comprados por um consumidor típico.
IPP – índice de preços do produtor – medida de uma cesta de bens e
seviços comprados pelas empresas.

IPC engloba o preço dos bens e serviços de consumo final comprados


pelas famílias. É uma medida de preços agregados, calculados como
média ponderada dos bens de consumo final comprados pelas famílias.

(IPC representa o custo de uma cesta de bens e serviços consumida


pela economia doméstica representativa).
Deflator do PIB e IPC
Deflator do PIB e IPC servem para monitorar o rítimo de crescimento dos
preços. Os dois indicadores tratam do mesmo assunto, mas que existe duas
(2) diferenças entre ambos que podem provocar divergências no seu
desempenho:
A 1º Diferença: o deflator considera os preços de todos os bens e serviços
produzidos internamente enquanto que o IPC considera apenas os preços
dos bens e serviços consumidos (comprados pelos consumidores). EX: Avião
produzido pela Bueing é vendido ao Estado angolano.

A 2ª Diferença: o IPC compara o preço de uma cesta fixa de bens e serviços


ao preço da mesma cesta no ano base. E esta cesta só é alterada pelo
Departamento de Estatística em intervalos poucos frequentes. Já o deflator
compara o preço dos mesmos bens e serviços produzidos correntemente
com os preços dos mesmos bens e serviços do ano base.
PIB Percápita
É uma das maneiras de avaliar a utilidade do PIB como indicador de
bem estar social, avaliando os dados dos países. Ele serve para
comparar o nível de vida ou bem estar geral da população entre países
(perspectiva espacial).
Os países ricos e pobres tem ampla diferenças com relação ao PIB
percápita. Serve para entender como a economia evalui ao longo dos
sucessivos anos (perspectiva temporal).

Quanto mais elevado for o PIB percápita, maior é o padrão de vida da


população.
𝑃𝐼𝐵
PIB Percápita =
𝑁º 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜
Há países que podem ter um PIB elevado, mas o seu PIB percápita é
baixo porque a renda total é dividida por muita gente.
Critérios para definição do Produto – Rendimento

Produto Interno – Representa o valor dos bens e serviços produzidos num país.
Produto Nacional – mede o valor da produção gerada pelos factores nacionais
situados no país ou no exterior.

Produto Nacional Bruto (PNB) - refere-se a produção gerada pelos factores


produtivos nacionais, estejam eles situados no país ou não.

PNB = PIB + RRRM – RPRM


Os bens e serviços produzidos por empresas angolanas situadas em outros países
fazem parte do PNB mas não no PIB, enquanto que os bens e serviços produzidos
por empresas estrangeiras localizadas em Angola não fazem parte do PNB mas sim
do PIB angolano. A diferença entre PIB e PNB reside nos fluxos de rendimentos
com o exterior.
• O PNB será maior que o PIB em países detentores de muitas empresas
com investimentos no estrangeiro. Ao contrário dos países mais
depedentes de capital estrangeiro, o seu PIB é superior que o seu PNB.

• Uma economia que consome todo o seu PIB verá que pouco a pouco irá
diminuir a sua capacidade produtiva ao esgotarem-se os bens de capital
em forma de amortização. Se ao PNB retirarmos as amortizações dos
bens de capital, obteremos o PNL.

PNN ou PNL = PNB – D, onde D é Depreciação ou amortização

O PNL a custo de factores constitui a renda nacional de uma economia


PNLcf = RNL = PNBcf – Amortizações
Ou RNL = PIBcf + RRRM – RPRM - D
A RN nos indica o volume de receitas da população de uma economia em um ano (soma das
remunerações: salário, juros, alugueres, lucros).

O Rendimento Nacional Disponível (RPD) – é finalmente dedicada aos seus receptores, tanto
para o consumo (C) como para poupança (S):

• RPD (Rendimento Percápita Disponível) – Renda familiar (ou pessoal Disponível


• RN – Rendimento Nacional
• Td – Impostos directos
• Ti – Impostos indirectos
• TR – Transferências internas
• TE – Transferencias externas
• B – Benefícios
• W – Salário RN ou Y = W + Re + r + lucros
• Re – Rendas
• 𝝅 - Lucros
• r – Juros
• SS – Segurança social
• NOTA: nã se pode confundir o valor numérico com o significado económico. É
importante referir que o produto, a despesa e o rendimento são conceitos
diferentes, mas porque estamos a medir o mesmo fluxo (PIB), o seu valor agregado
é igual.

A RPD (Rendimento Pessoal Disponível) ou RD (Rendimento Disponível) é a parte da


renda pessoal efectivamente disponível para o consumo ou para a poupança.
RD ou Yd = RNLcf – Td +TR +TE
RD = RP – Td
Ou
RPD = C + S
RNBcf = PIBpm – (Ti –Z) + RLRM
Renda Pessoal (RP) – é a parte da renda nacional auferida efectivamente pelas
pessoas.
RP = RNL – Lucros – Td – SS + TR
Saldo Orçamental
Saldo Orçamental – receita do Estado (Impostos directos e indirentos),
despesas do Estado (consumo público, transferencias internas,
subsídios a produção) ao nível de variáveis já definidas.

SO = Ti + Td – (G+TR+Z)

O Saldo Orçamental é, em regra geral, negativo.

O Saldo da Balança Comercial = Exportações (X) – Importações (M)


EXERCÍCIOS
1 – Suponha uma economia que regista os seguintes valores para os agregados
macroeconómicos:
VABcf ...............................2.000
Impostos indirectos.............200
Subsídios à produção...........100
Impostos directos ................200

a) Determine o valor do PIBpm


b) Considerando que os valores encontrados na alínea a) estão contabilizados
a preços correntes, determine o valor do PIB a preços de mercado real
sabendo que o deflator do PIB nesse ano é de 120.
2 – Considere os seguintes valores a preços correntes para uma determinada
economia:
2016 2017
Consumo privado.................... 12.000 12.200
Consumo público ............................2.200 3.300
Investimento...................................3.500 3.700
Saldo da Balança Comercial .......... - 1.100 - 1.200
Deflator do PIB ................................100 105

a) Calcule a taxa de crescimento económico entre 2016 e 2017


b) Calcule a taxa de inflação entre 2016 e 2017
3 – Considere os seguintes agregados macroecómicos de uma economia
relativos ao ano 2009.
Produção Total Consumo Intermédio
Sector primário……………………………600…………………..……………….100
Sector Secundário …………………....1.900 ………………………………....400
Sector terciário …………………………..5000 ……………………………...2000
Impostos indirectos………………………250 ………………………………… ------

a) Calcule o PIBcf e o PIBpm


b) Sabendo que o índice de preços do consumidor nesse mesmo ano foi de
104,0 , determine o valor real do PIBpm
Tarefa
1 – Faça a distinção entre Despesa Interna e procura Interna

2 – Proceda a distinção entre PIB calculado pela óptica da despesa e o PIB


calculado pela óptica da produção.

3 – Comente a seguinte afirmação: “a contabilização do valor do produto de


uma economia requer a avaliação de dois critérios: a localização geográfica
dos agentes económicos e a consideração ou não de amortizações do capital
fixo”.

4 – Explique a necessidade de se subtrair o valor das importações no cálculo


do PIB pela óptica da despesa?

5 – Que relação se estabelece entre Procura Interna e Despesa Interna?


Caracterize cada uma das componentes da procura interna.
EXERCÍCIOS
1 – Considere os dados da seguinte tabela (em 106 u.m.)

Ano PIB nominal PIB real


2015 452.120,00 405.905,00
2016 552.545,00 485.305,00
2017 632.225,00 530.085,00

a) Calcule e interprete os valores da taxa de inflação de 2016 e 2017.


b) Quanto cresceu esta economia de 2015 para 2016 e de 2016 para 2017?
2 - Considere os dados do quadro abaixo que caracteriza a situação macroeconómica de
um país num dado ano (valores em 106 u.m.)
Preços correntes VAL. EM 106
Consumo privado 8.050
Consumo público 2.560
Formação bruta do Capital Fixo (FBCF) 2.900
Variação das existências (Stocks) 704
Exportações 4.100
Importações 3.700
Saldo do rendimento com o exterior (Rendimentos - 600
Líquidos do Exterior)
Impostos indirectos 2.300
Subsídios à produção 190

a) Determine o valor dos agregados: Procura interna (PI) e Procura global (PG)
b) Calcule o PIB e o PNB
c) Calcule o PNB a custos de factores
TAREFA
3 - Considere a seguinte tabela relativa aos indicadores da economia
angolana.
Ano PIB nominal PIB real (Ano base 2009)
2009 5.989 5.324
2010 7.580 6.280
2011 9.724 7.900

a) Quanto cresceu à economia angolana de 2009 para 2010 e de 2010 para


2011. De 2010 p/ 2011 registou-se algum nível de inflação?
4 - Os valores do PIB nominal da economia angolana foram em 2014 e
2015, respectivamente, 155.446,3 milhões de kwanzas e 163.024,1
milhões de kwanzas. Por seu lado, a taxa de inflação foi neste período
de 2,9%. Calcule a taxa de crescimento da economia angolana no
período considerado (ano base 2014).
5 - Suponha os seguintes valores do PIB a preços correntes e do
deflator em cada ano, para determinada economia:
Ano PIB a preços correntes Deflator do PIB
(u.m.) (2006 = 100)
2006 5.000 100
2007 5.200 104
2008 5.500 110
2009 5.600 112
2010 5.800 116

Determine o crescimento da economia em cada ano e a respectiva taxa


de inflação. Interprete os resultados obtidos.
1 – Explique a necessidade de se calcular o VAB de cada actividade
económica para determinação do PIB pela óptica da produção.

2 - Que razões levam uns países a crescerem mais do que os outros e porque
razão uma mesma economia pode crescer a taxas diferentes em diferentes
períodos de tempo?

3 – Qual a razão que leva a que o produto contabilizado na óptica da despesa


seja valorizado a preços de mercado, enquanto que pelas restantes ópticas
ele seja valorizado a custos de factores?

4 – Estabeleça a diferença entre Deflator do PIB e IPC.

5 – Diga se são incluidas no PIB e PNB angolano as remunerações de


trabalhadores angolanos emigrados para a Namibia e considerados
residentes neste país.
EXERCÍCIOS
1 – Considere os valores da Procura Interna e da Balança comercial (em
unidades monetárias) registados por uma economia nos anos 2011 e
2012 (2011 é considerado ano base).

Agregados 2011 2012


Macroeconómicos A Preços correntes A preços correntes A preços constantes
Procura Interna 7.900 8.200 7.950
Exportações 2.600 3.000 2.900
Importações 3.500 3.750 3.600

a) Calcule o PIB em cada ano.


b) Calcule o crescimento económico e a taxa de inflação da economia.
2 – Tendo em conta que o PIB de 2011 era de 115,9 bilhões de dólares
e a população de Angola era de 19.500.000. Determine o PIB percápita
do referido ano.
3 – Suponha que numa economia hipotética em que os consumidores
só consomem dois tipos de produtos (40 pães e 20 gramas de carne
caprina) aos preços de:
Ano Pç do Pão Pç da carne
caprina
2009 1 2
2010 2 3
2011 3 4

Calcule o IPC de cada ano e as taxas de inflação de 2010 e 2011 (2009


ano base).
O deflator do PIB é um índice de PAASCHE, que obtem-se com os
ponderadores do ano corrente (ìndice de preços de Paasche):

𝛴𝑃𝑐 𝑋 𝑝𝑐
Pp =
𝛴𝑃𝑏 𝑋 𝑞𝑐

O IPC é um índice de preços de LASPEYRES, que obtem-se com os


ponderadores do ano base (ìndice de preço de Laspeyres):

𝛴𝑃𝑐 𝑋 𝑞𝑏
Pl =
𝛴𝑃𝑏 𝑋 𝑞𝑏
Considere a seguinte economia onde a cesta básica do consumidor
típico é composta pelos seguintes produtos e os respectivos preços:

Produtos Ano Base Ano corrente


Qt Pç Qt Pç
Pão 10 kgs 1,00 12 1,20
Manteiga 1 kg 5,00 0,8 kg 5,40

a) Determine o índice de Paasche e de Laspeyres.


BALANÇA DE PAGAMENTOS
B.P. (ou BOP) – é o registo sistemático das transações económicas
ocorridas durante determinado tempo, entre os residentes de um país
e os residentes do resto do mundo.

Ela apresenta todas as transações económicas internacionais


(geralmente durante um ano).

As transações podem ser:


- Bilaterais: (compra e venda, ou trocas directas de bens e serviços ou
de activos financeiros).
- Unilaterais: transações económicas sem qualquer contrapartida
(donativos de bens alimentares, medicamentos, valores monetários ou
remessas de emigrantes, estudantes no exterior).
Na BP contabilizam-se as receitas (entradas de moeda estrangeira), por ex: valor
das exportações de mercadorias ou entradas de capitais. E os pagamentos ( saída
de moeda estrangeira), por ex: valor das importações de mercadorias ou
investimentos no exterior por parte do país que está a fazer a balança.

O valor das exportações é lançado na coluna das receitas e o valor das importações
é lançado na coluna dos pagamento.

A diferença entre receitas e pagamentos, chamamos de SALDO, que pode ser:


- Saldo positivo, significa que as exportações são maiores que as importações.
- Saldo negativo significa que as importações são ,maiores que as exportações.

O registo da BP faz-se utilizando o método das PARTIDAS DOBRADAS: a um crédito


corresponde sempre a um débito:
- P/ cada entrada de divisas corresponde a um crédito.
- P/ cada saída de divisas corresponde a um débito.

Como cada transação se regista tanto a crédito ou a débito, o saldo é


obrigatoriamente nulo.
ESTRUTURA DA BALANÇA DE PAGAMENTOS
A B.P. divide-se em três partes (ou em três grandes blocos):

1 – Balança de transações correntes (BTC):


a) Balança Comercial “BC” (ou de bens e serviços - X e M),
por exemplo, mercadorias, viagens, transportes, actividades culturais e
recreativas, seguros, serviços governamentais, etc);
b) Balança de rendimentos “BR”(remunerações factores de
produção)
c) Balança de transferências unilaterais “BTU” (donativos
ou remessas de emigrantes, manutenção de estudantes no exterior).
SBTC = a) + b) + c)
ou
SBTC = BC + BR + BTU
2 – Balança de Capitais (BK):
a) Transferências de capital (os empréstimos
financiamentos, investimentos directos em carteiras de acções, títulos
de dívida, derivados financeiros, amortizações, outros investimentos e
variações das reservas);
b) Patentes, direitos autorais e marcas registadas.

3 – Erros e Omissões – para cobrir os erros estatísticos de lançamentos


ou registos nos pontos 1 e 2, devido as imperfeições e erros na coleta
de dados, e faz com que o saldo da BP seja nulo. Logo:

SBP = 1 + 2 +3
BP = BTC + BK - também designada por balança básica
SBP = BTC + BK + Erros e omissões

Onde o SBC = X – M

- Se as Receitas forem maiores que os pagamentos (X > M) – Bal. Superavitária;


- Se as Receitas forem menores que os pagamentos (X < M) – Bal. Deficitária;

NOTA:
- Quando um país exporta um bem, pode-se dizer que os demais países estão a
remunerar os factores de produção dos residentes no país em questão. Neste
caso, pode se dizer que se está a aumentar a renda nacional bruta do país que
efectua a exportação.

- Quanto um país importa um bem qualquer de um outro país, se está a remunerar


os factores produtivos de tal país. Neste caso se está a reduzir a renda nacional
bruta do país que realiza a importação.
SALDO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS
(Equilíbrio e desequilíbrio)
Do ponto de vista contábil, a BP é sempre equilibrada, uma vez que as
operações são lanças pelo método das partidas dobradas (duas vezes:
cada operação é lançada nas duas colunas. A soma de todos os
lançamentos da coluna esquerda (receitas e variação líquida do
passivo), será sempre igual a da coluna direita (pagamentos e variação
do activo), de forma que o saldo total do balanço seja nulo.
Saldo das transações correntes + saldo da conta capital + erros e
omissões = 0 (zero).

Equilíbrio contábil não significa necessariamente equilíbrio económico.

As contas da B.P. Fornecem informações diferentes sobre a situação de


um país com relação ao exterior.
CAP. III - O MODELO KEYNESIANO
(ou Modelo do Multiplicador Keynesiano) - (consumo, poupança
e investimento no curto prazo)
Para se entender a ligação que se estabelece entre as variáveis macroeconómicas e o modo
como a economia é capaz de criar riqueza a partir do crescimento da despesa, podemos
recorrer ao conhecido Modelo do Multiplicador Keynesiano.

Modelo criado por Keynes para explicar como determinar a produção no curto prazo: uma
variação nas variáveis exógenas (por ex. Investimento), provoca uma variação no
rendimento (PIB) superior (variação multiplicada).

Este modelo centra o estudo da economia num prazo bastante curto, ou seja, estuda o
comportamento das variáveis macroeconómicas no curto prazo, mantendo um equilíbrio
entre as variáveis e o rendimento disponível.

Este modelo toma em consideração os agentes económicos: famílias e empresas em


primeira instância, depois é possível ampliar o modelo incluindo o Estado e as relações
com o exterior.
1 DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO NUM MODELO COM DOIS
AGENTES (FAMÍLIAS E EMPRESAS

Comecemos por definir a função consumo

FUNÇÃO CONSUMO

Função consumo é a relação funcional entre consumo e rendimento


disponível, ou seja, é uma relação linear entre o rendimento disponível
(Yd) das famílias e a variável consumo privado (C):

C = a + b.Yd sendo que a e b > 0 e b < 1


a - (consumo autónomo) – nível de consumo de subsistência quando o rendimento
disponível é zero, ou seja, a garante a sobrevivência.

b - (declive da relação ou da “recta”) – corresponde a variação do consumo quando


o rendimento disponível varia uma unidade. Por definição,Yd = C + S ou S = 0

A parte do rendimento disponível não consumido, destina-se à poupança.

NOTA: a e b são parâmetros. a é o mínimo que uma família necessita para


sobreviver quando o rendimento é zero, ou seja, a garante a sobrevivência.
No gráfico, a recta C tem declive b, e a recta S tem declive 1-b

Yd

Recordar que por definição Yd = C + S


Se no gráfico da função consumo, traçarmos uma bissetriz, esta representará
uma linea em que C = Yd ou S=0. A bissetriz revela se a despesa em consumo
é igual, superior ou inferior ao nível de rendimento. E a curva de consumo,
notar-se-á o seguinte:

C
C = Yd

S(+) C

a S(-)

Yd
De uma forma geral. O consumo é obtido a partir da diferença entre a S e o
Yd: Yd = C + S C = Yd – S e S = Yd - C
• Quanto a função consumo está acima da bissetriz, significa que as famílias
estão a recorrer ao passado ou ao crédito (- S).

• No ponto em que as duas curvas se cruzam (ponto limiar da poupança) as


famílias não poupam nem desaforram;

• Quando a função consumo está abaixo da bissetriz, as famílias estão a


realizar uma poupança líquida positiva (S+). O montante da poupança é
dada pela distancia entre as duas curvas (a bissetriz e a função), ou seja, a
poupança corresponde simplesmente pela distância entre a bissetriz e a
função consumo.
FUNÇÃO POUPANÇA
Podemos definir então a função poupança:

FUNÇÃO POUPANÇA mostra a relação entre rendimento disponível e o nível de


poupança.

• Então se: C = a + b.Yd (função consumo), podemos determinar a função


poupança:
Yd = C + S
Yd - S = C

Yd – S = C , substituir C pela função de comportamento


Yd – S = a + b.Yd
- S = a + b.Yd – Yd/* (-1) ....... S = -a - bYd + Yd
S = - a + (1 – b).Yd – Função poupança (negativa)
• Declive da poupança
Pode-se verifi car que a função poupança é negativa à esquerda do ponto
C = Yd

C C = Yd

S(+) C

a S(-) S
45
Yd
No gráfico, a recta C tem declive b e a recta S tem declive 1-b

Propensão Marginal a Consumir (pmc) – é o montante adicional de consumo


gerado por acréscimo do rendimento disponível.

𝜟𝐶 𝐶1 −𝐶0
pmc = =
𝜟𝑌𝑑 𝑌1 −𝑌0
Na função C = a + b.Yd, a pmc =b (b é o declive da recta)

Propensão Marginal a Poupar (pms) – é o acréscimo da poupança gerado por


um acréscimo do rendimento disponível.

∆𝑆 ∆𝑌𝑑 − ∆𝐶
Pms = = = 1 − 𝑝𝑚𝑐
∆𝑌𝑑 ∆𝑌𝑑

Na função S = -a + (1-b).Yd , pms = 1-b


• Para Keynes, o consumo aumenta com o rendimento mas em uma
proporção menor. E quando o rendimento aumenta, os indivíduos
destinam uma porção maior à poupança.

• Na realidade, as famílias de baixa renda, mesmo tendo capacidade de


consumo limitada, costumam gastar mais do que ganham, por isso, vem-se
obrigadas a endividar-se ou a gastar suas economias. Ao contrário desta
situação , encontramos as famílias com um nível de rendimento mais alto,
que não gastam todo o seu rendimento, preferindo canalizar um aparte
para a poupança.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA:
- Para níveis de rendimentos inferiores a 2.000,00, as famílias consomem mais
do que recebem (despoupança ou poupança negativa);

- Para níveis de rendimentos superiores a 2.000,00, o consumo é menor que o


rendimento, logo a poupança é positiva (poupança);

- Quando o rendimento é igual a 2.000,00, a poupança é zero.


• RESUMO:

- Pmgc = b, Quando Yd aumenta uma unidade, o consumo aumenta b<1


unidades;

- Pmgs = 1-b, quando Yd aumenta uma unidade, a poupança aumenta 1-b < 1
unidades.

Δ𝐶
- Propensão marginal a consumir : Pmgc = - Inclinação da função
Δ𝑌
consumo.

Δ𝑆
- Propensão marginal a poupar: Pmgs = - Inclinação da função
Δ𝑌
Poupança
𝐶
• Propensão Média a consumir: PMeC = 𝑌

𝑆
• Propensão Média a poupar: PMeS =
𝑌

• Nota: a soma de PMgC e a PMgS será exactamente igual a 1.

PMgC + PMS = 1 , logo PMgS =1 – PMgC

De acordo com o modelo apresentado, a PMeC decresce com o


rendimento disponível, dada a existência de um termo autónomo. E a
PMeS crescerá pela mesma razão.
EX:

Determinar a:
a) Poupança
b) Propensão marginal a consumir
c) Propensão marginal a poupar
d) Propensão média a consumir
e) Propensão média a poupar
• INVESTIMENTO
Tem como principal determinante a taxa de juro (i). Os investimentos
são regulados pela variação da taxa de juros, isto é, os investimentos
dependem dos financiamentos, que indica quanto se poderia estar a
receber pelo dinheiro investido se este estiver depositado (custo de
oportunidade).

Quanto maior a taxa de juro, mais caro será o investimento e vice


versa. Por simplificação, no desenvolvimento do modelo, considera-se
o investimento como autónomo: I = I, considerando que os
empresários investem quando têm boas expectativas de mercado para
os seus produtos.
DETERMINAÇÃO DO PRODUTO OU RENDIMENTO PELO MODELO DO
MULTIPLICADOR KEYNESIANO
( Numa economia simples c/ dois agentes- famílias, empresas)
Numa economia em que não existe Estado nem relações com o exterior:

- o rendimento disponível é igual ao produto: Yd = Y


- A poupança é igual ao investimento: S = I ( se o Yd =Y e a equação da
despesa é D = C + I, então combinando as duas expressões, chegamos à
igualdade entre poupança e investimento.
O modelo pode ser apresentado tendo em conta as seguintes equações:
Y=D - condição de equilíbrio
Yd = Y - Definição de rendimento disponível na ausência do Estado
D=C+I - Definição da despesa
C = a + b.Yd - Função consumo (função de comportamento)
I=I - Investimento é autónomo

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