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MACROECONOMIA II

TEMA: INFLAÇÃO E DESEMPREGO


TEMA: INFLAÇÃO E DESEMPREGO
Q.E.1 – INTRODUÇÃO
1.1 – DEFINIÇÕES
1.2 – TIPOS DE INFLAÇÃO
1.3 - TIPOS DE DESEMPREGO
Q.E.2 – INFLAÇÃO E DESEMPREGO
2.1 – A CURVA DE PHILLIPS
2.2 – AS MODIFICAÇÕES DE FRIEDMAN E PHELPS
2.3 – AS EXPECTATIVAS RACIONAIS.
Q.E.3 – TEORIAS DE INFLAÇÃO
3.1- TEORIA CLÁSSICA
3.2 – TEORIA KEYNESIANA
3.3- TEORIA MONETARISTA
3.4- TEORIA ESTRUTURALISTA
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
1- Distinguir os diferentes tipos de inflação e desemprego, bem como seus efeitos na
economia;
2- Distinguir a curva de Phillips de curto e de Longo Prazo e as razões subjacentes a sua
inclinação;
3- Enunciar as diferentes Teorias de Inflação bem como os seus respectivos
argumentos.
BIBLIOGRAFIA:
I. BÁSICA:
1- FISCHER ET ALI, MACROECONOMIA
2- ANA MARIA SOTOMAYOR & ANA CRISTINA LINO MARQUES, MACROECONOMIA,
UNIVERSIDADE ABERTA, LISBOA 2007.
II. COMPLEMENTAR:
1-
2- JOÃO FERREIRA DO AMARAL ET ALI, INTRODUÇÃO À ECONOMIA, ESCOLAR
EDITORA, 2ª EDIÇÃO, LISBOA, 2007.
Q.E.1 – INTRODUÇÃO
1.1. DEFINIÇÕES
➢ Em todos os países, a gestão apropriada da moeda é uma das questões mais importantes
tarefas da política macroeconómica.
Vimos no semestre anterior, aquando do tema, nascimento da macroeconomia as três
questões macroeconómicas centrais:
1. Por que razão o produto e o emprego por vezes diminuem e como pode o
desemprego ser reduzido?
2. Quais são as fontes de inflação dos preços e como podem estes ser mantidos
debaixo de controlo?
3. De que modo pode o país aumentar a taxa de crescimento económico?
O capítulo que se segue versa sobre o segundo aspecto da primeira questão
(desemprego) e a segunda questão macroeconómica central.
Os economistas aprenderam que a taxa elevada de inflação de preços tem um efeito
corrosivo sobre as economias de mercado. Uma economia de mercado usa os preços como
medida de referência para quantificar as grandezas económicas e como uma forma de gerir as
empresas.
A variação rápida dos preços leva à ineficiência económica. A macroeconomia pode
sugerir os papéis adequados da política monetária e orçamental, dos sistemas de taxa de câmbio
e de um banco central na contenção da inflação.
A inflação corresponde a um aumento do nível geral de preços. A maioria das medidas
de nível de preços é apresentado como Índice. Vimos dois índices:
1º. Índice de preço ao consumidor (IPC) que é utilizado como:
a) Como meta de Política;
b) Como Indexador de Pagamentos e
c) Para converter de valor nominal para valor real.
2º. O Deflator do PIB → o Preço do PIB, isto é, o índice de preço que quantifica o
preço médio das componentes do PIB relativamente a um ano base.

➢ Desemprego → Situação de um individuo ou de uma parte da mão-de-obra de um país que


está sem emprego e procura um emprego; os desempregados estão incluídos na população
activa.
A população desempregada é constituída é constituída pela fracção da população activa com
condições de estar empregue e que não trabalha. Habitualmente apenas se entra em
consideração com os indivíduos que fizeram diligências concretas para procurar emprego.
Sendo Lt a população activa no período t e Nt a população empregada, tem-se que a
população desempregada iguala Lt – Nt. Define-se a taxa de desemprego como

𝐿𝑡 − 𝑁𝑡
𝑢=
𝐿𝑡
A taxa natural de desemprego é então a taxa de desemprego que compatibiliza a
determinação dos preços com a determinação dos salários, quando, no mercado de trabalho,
a expectativa para o nível de preços coincide com a sua realização, ou seja, com o nível de
preços efectivamente existe.
1.2 – TIPOS (CLASSIFICAÇÃO) DE INFLAÇÃO

A classificação (tipologia) de inflação obedece os seguintes critérios:


Quanto ao montante, quanto as causas e quanto ao tipo.
➢ Quanto ao grau a inflação pode ser:
▪ Inflação Moderada – caracterizada pelo aumento lento e previsível dos
preços. Podemos defini-la como uma inflação anual de um só dígito.
▪ Inflação Galopante – uma inflação de dois ou três dogitos de 20%, 100%
ou 200% ao ano.
Uma vez instalada a inflação galopante começam a surgir distorções económicas graves.
Geralmente a maior parte dos contratos fica indexada a um i9ndice de preços ou uma moeda
estrageira, como o Dólar. Há fuga de capitais, as pessoas compram bens, habitação, mas nunca
emprestam dinheiro a taxa de juro nominais reduzidas. O surpreendente é o facto de a
economia com este tipo de inflação por vezes conseguir crescer ainda que o sistema de preços
tenha um comportamento tão deficiente.
▪ Hiperinflação – os preços aumentam um milhão por cento ao ano.

➢ Quanto as causas a inflação pode ser:


▪ Inflação pela procura - um dos principais choques para a inflação é uma
variação na procura agregada (política orçamental (G); ou (X-M); ou
política monetária. Qualquer que seja a razão; a inflação pela procura
ocorre quando a procura agregada aumenta mais rapidamente do que
o potencial produtivo da economia, fazendo subir os preços para
equilibrar a oferta e a procura agregada.
▪ Inflação pelos Custos – a inflação resultante do aumento dos custos
durante período de grande desemprego e fraca utilização de recursos.
➢ Quanto ao tipo a inflação pode ser:
▪ Inflação Interna – decorre de questões internas da economia (dentro
do país).
▪ Inflação Importada – decorre de situações do plano internacional, e que
devido à interligação das economias afetam a economia interna.

⎯ Os Impactos Económicos da Inflação


Há dois efeitos precisos da Inflação:
1º. Uma redistribuição do rendimento e da riqueza entre as diferentes classes (Impacte
sobre o rendimento e a repartição da riqueza), efeito sobre o valor real da riqueza das
pessoas. A inflação não prevista, ajuda quem deve e prejudica quem emprestou.

2º. Impacte sobre a Eficiência Económica (afeta o produto total e influencia a eficiência
economia) a inflação prejudica a eficiência económica porque distorce os preços. As
distorções nos preços relativos e nas quantidades dos diferentes bens, ou por vezes no
produto e no emprego da economia como um todo.
⎯ Custos da Redução da Inflação
Quanto custa ou qual o custo da desinflação? Isto equivale a perguntar a forma da curva de
Phillips de curto prazo.
Se a curva for relativa/te horizontal, a redução da inflação exigirá um grande aumento do
desemprego e uma grande perda de produto. Se a curva de Phillips for vertical, um pequeno
aumento do desemprego fará diminuir rápida/te a inflação sem grandes custos.
Os estudiosos sobre esta questão concluem que o custo da redução da inflação varia em função
do país, da taxa inicial de inflação e da política usada.

1.3 - TIPOS DE DESEMPREGO


➢ Desemprego Friccional - é o desemprego temporário experimentado por
pessoas que estão entre emprego, ou que estão entrando no mercado de
trabalho pela primeira vez ou após um período de ausência.
➢ Desemprego Sazonal - é a desocupação relacionada com variação climática,
padrões turísticos ou factores sazonais.
➢ Desemprego Estrutural - às vezes, há empregos disponíveis e trabalhadores
que adorariam ocupa-los, mas por alguma razão, há um descasamento entre os
que oferecem emprego e aqueles que os desejam. Muitos desempregados não
têm habilidades e o treinamento necessário para trabalhar nas indústrias, ou o
descasamento também pode ser geográfico.
O desemprego que resulta do descasamento como esses é chamado
desemprego estrutural, porque decorre de uma mudança estrutural da
economia.
Os tipos de desemprego que citamos (Friccional, Sazonal e Estrutural), decorrem
de causas microeconómicas, ou seja, podem ser atribuídos a mudança em
indústria específica e mercado de trabalho específico e não às condições da
economia como um todo. Parte do desemprego microeconómico é sinal de uma
economia dinâmica. Ele permite que os trabalhadores encontrem por eles
mesmos as melhores vagas possíveis, que as pessoas desfrutem de bens e
serviços sazonais e que a economia passe por mudanças estruturais quando
necessário.
A intervenção governamental em mercados específicos ou para ajudar tipos
determinados de trabalhadores, que têm causas microeconómicas, precisam de
curvas microeconómicas – políticas microeconómicas do Governo.

➢ Desemprego Cíclico - este tem por causa pura/te Macroeconómica.


Quando a economia entra em recessão e a produção total cai, a taxa de
desemprego se eleva. Muitos trabalhadores perdem suas vagas e têm
dificuldade para encontrar um novo trabalho. Ao mesmo tempo, há menos
vagas sendo abertas, de modo que quem está a entrar no mercado de trabalho
pela 1ª vez tem de passar mais tempo como “friccional do que o normal até ser
contratado”. Este tipo de desemprego pelo fato de ser causado pelos ciclos dos
negócios é chamado de desemprego cíclico, ou seja, é a desocupação causada
por variação da produção no decorrer do ciclo de negócios.
Por surgir das condições da economia como um todo, o desemprego cíclico é
uma questão de política Macroeconómica. Reflectindo essa ênfase, os
macroeconomistas dizem atingimos o Pleno Emprego quando saímos de uma
recessão e o desemprego cíclico cai a zero, embora ainda possa haver volume
substancial de desemprego friccional, sazonal ou estrutural.
⎯ CUSTO DO DESEMPREGO
1º. Produção Perdida, os indivíduos que não trabalham não produzem.
2º. Efeitos indesejáveis sobre a distribuição do rendimento. Os estudantes finalistas em
tempo de recessão tem maior dificuldade em arranjar emprego do que em tempo de
retoma.

Q.E.2 – INFLAÇÃO E DESEMPREGO


2.1 – A CURVA DE PHILLIPS

A curva de Phillips de curto prazo representa o antagonismo (trade off) entre inflação e
desemprego.
Quanto maior for a taxa de desemprego, menor será a taxa de inflação dos salários. Por outras
palavras há conflituosidade entre inflação salarial e o desemprego.
Se Wt for o salário do período corrente e Wt+1 , o salário do período seguinte a taxa de inflação
𝑊𝑡+1−𝑊𝑡
salarial gw =
𝑊𝑡

Representando * a taxa natural de desemprego podemos escrever a curva de Phillips simples


(com inclinação negativa) como:
gw = -  ( - *) sendo  a medida de resposta dos salários ao desemprego.
Gráfico: curva de Fillips de Curto Prazo

2.2 – AS MODIFICAÇÕES DE FRIEDMAN E PHELPS


Nos anos 70, tanto a taxa de inflação como a taxa de desemprego subiram bastante, o que
demonstrava que a Curva de Phillips já não apresentava ser estável. Tanto Milton Friedman e
Edmund Phelps, tinham independente/te, antecipado este problema.
Com base na teoria económica, Friedman e Phelps concluíram que a noção da compensação de
longo prazo entre inflação e desemprego era ilusório porque a longo prazo a economia se
moverá para a taxa natural de desemprego, quaisquer que sejam as taxas de inflação e de
desemprego.
Gráfico: Curva de Phillips de Longo Prazo.
A curto prazo, i.e, em dois anos, há uma relação entre inflação e desemprego do tipo simples. A
curva de Phillips de curto prazo, entretanto, não permanece estável, ela se desloca quando as
expectativas de inflação variam. A longo prazo não há nenhuma troca (trade off) significante
entre inflação e desemprego, uma vez que a taxa de desemprego é basicamente independente
da taxa de inflação num período muito longo.
➢ EXPECTATIVAS ADAPTATIVAS
Friedman e Phelps assumiram que os indivíduos formavam expectativas de inflação com base
no comportamento desta no passado, de tal maneira que as suas expectativas apenas
gradualmente convergiam para o verdadeiro valor. E porque as pessoas são “enganadas” acerca
da inflação até que finalmente atinjam o valor correcto, há um curto prazo no qual a “relação
de troca” entre desemprego e inflação ainda acontece.
Os monetaristas consideram que as negociações salariais sectoriais são feitas não em termos
dos salários reais, mais sim nominais.
Assim sendo e tendo presente que nestas negociações está em causa um nível de salário que
vigorará durante um determinado período de tempo, os agentes económicos terão r monta as
expectativas quanto à evolução do nível de preços durante esse período, ou seja, quanto a taxa
de inflação.

2.3 – AS EXPECTATIVAS RACIONAIS (Robert Lucas e Sargent)


Lucas e Sargent argumentavam que se as expectativas das pessoas eram persistente/te e
sistematicamente erradas, elas não poderiam ser consideradas racionais. Por isto, Lucas e
Sargent assumiram a definição de John Muth de “ Expectativas Racionais. E ao incorporar este
conceito na análise da Curva de phillips, obtiveram um resultado inesperado, enquanto um
aumento inesperado na inflação estaria associado a uma queda inesperada no desemprego, um
aumento esperado já não. E também qualquer tentativa sistemática de gerar inflação produziria
apenas “inflação esperada”, portanto, a manipulação intencionada de política macroeconómica
não conseguiria nunca baixar o desemprego, sendo estas portanto, ineficazes.

➢ A crítica de R. Lucas (Escola Nova clássica)

O argumento que demonstra as bases de tão fortes críticas ao sistema Keynesiano ficou
conhecido como “críticas de Lucas”. Esta Crítica dizia que observar o comportamento passado
da variável para a qual se pretende fazer uma expectativa, para o futuro não é um instrumento
apropriado para a análise de políticas alternativas. Apenas as previsões para os acontecimentos
que decorrem no presente englobam muitas variáveis não observadas.

Q.E.3 – TEORIAS DE INFLAÇÃO


3.1- TEORIA CLÁSSICA (TEORIA DOS CUSTOS)
A teoria do Mercado de trabalho diz que o salário real de um trabalhador deve ser igual a sua
produtividade física marginal.
𝑊
Ex.: = 𝑄° aplicando logaritmo e depois diferenciais em ordem a P temos:
𝑃
∆𝑃 ∆𝑊 ∆𝑄°
= − A inflação para os clássicos resulta dos custos que tendem a ser sempre
𝑃 𝑊 𝑄
∆𝑊 ∆𝑄°
superiores a ser maior que a produtividade numa economia, ou seja, >
𝑊 𝑄
∆𝑊 ∆𝑄°
Quando < os preços baixam.
𝑊 𝑄
A equação reflete o custo dos salários no mercado de bens e serviços.

3.2 – TEORIA KEYNESIANA


A inflação é o resultado do excesso do pedido agregado (Má aplicação de políticas fiscais, ou
excesso dos gastos governamentais) no mercado de bens e serviços.
Demanda > Oferta → Inflação.
Se Gou TR ou T sem que a economia tenha capacidade produtiva  Inflação.

3.3- TEORIA MONETARISTA ( Milton Friedman)


Os monetaristas dizem que a inflação começa no mercado da moeda – fenómeno monetário.
Para eles, a inflação é consequência de Emissão excessiva de moeda. O Governo em razão de
uma estrutura tributária deficiente, um mercado de capitais incipiente e uma demanda de gasto
maior, em razão de pressões para viabilizar o desenvolvimento fo país, recorre a emissão
monetária assiduamente.
Partindo da equação quantitativa de troca Friedman demonstrou que:
MV = P.Q

M.V = P.Q
𝑽
P = M. 𝑸

Assim como no modelo clássico Q e V são fixos, estáveis, o que varia é M e P, e provaram que.

∆𝑷 ∆𝑴 ∆𝑴
= −
𝑷 𝑴 𝑴𝒅 = 𝒇(𝒀𝒕)
∆𝑴 ∆𝑴
quando > causa inflação, e esta cresce positivamente, neste caso, os
𝑴 𝑴𝒅=𝒇(𝒀𝒕)
∆𝑴
economistas dizem que é preciso cortar o volume de moeda ( ) o que pode em contra-
𝑴
partida causar muito desemprego.

3.4- TEORIA ESTRUTURALISTA

Destacam que o factor determinante da inflação é uma estrutura produtiva não adequada a
demanda, dai o nome estruturalista. Esta estrutura produtiva da economia pode ser:
➢ Estruturas Físicas, parque industrial, vias de comunicação (estradas, portos,
caminho de ferro e aeroporto) e outros como barragens hidroelectricas.
➢ Estruturas do Mercado, os monopólios e oligopólios criam problemas de
eficiência económica, podem ditar preços.
A economia de mercado diz que: P0 = MC = MR  preço igual ao Custo Marginal igual a receita
Marginal  a empresa minimiza os seus custos neste ponto
➢ SEIGNORAGE E IMPOSTO INFLACIONÁRIO
Os Governos podem obter volumes significativos de recursos ano após ano pela emissão de
Moeda, isto é, aumentar a Base Monetária. Esta fonte de receita é as vezes conhecida como
SEIGNORAGE – SENHORIAGEM – que é a habilidade do Governo para aumentar a receita através
do seu direito de criar moeda.
A inflação age como um imposto, porque, as pessoas são forçadas a gastar menos do que sua
renda e pagarem a diferença ao governo em troca de moeda extra. Quando o governo financia
seu défice pela emissão da moeda que a população adiciona à sua detenção de encaixes
nominais para manter o valor real dos activos monetários constantes, dizem que o Governo está
se financiando através de Imposto Inflacionário.

FIM DE CAPÍTULO

BONS ESTUDOS

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