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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
Turma: SSO0120 - Formação Social, Econômica e Política do Brasil e do Nordeste (2022.2)
Aluna: Jamily Sthefany Andrade Bezerra

GLOSSÁRIO
 
ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. Em: SADER, Emir & GENTILI, Pablo (orgs.)
Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1995, p. 9-23.

1. Para uma melhor compreensão do texto, buscar em dicionários especializados de ciências


sociais, ciências econômicas e outros, os significados dos seguintes termos que são citados
pelo autor.
2. Contextualize os termos na análise apresentada pelo autor da expansão e dos alcances do
neoliberalismo no mundo.

 Plano New Deal: o New Deal foi um programa de recuperação da economia dos Estados
Unidos após a quebra das Bolsa Valores de Nova Iorque, em 1929. O programa tinha
como finalidade ampliar a intervenção do estado na economia, ao regular as transações
econômicas e a produção, como também realizar obras públicas para estimular a criação
de empregos.
 Estado de bem-estar: o Estado de bem-estar social é uma concepção que abrange as áreas
social, política e econômica e que enxerga o Estado como a instituição que tem por
obrigação organizar a economia de uma nação e prover aos cidadãos o acesso a serviços
básicos, como saúde, educação e segurança. O Estado de bem-estar social visa reduzir as
desigualdades sociais decorrentes do capitalismo para promover um modo de vida que
leve uma condição mais humanitária às classes trabalhadoras e às camadas mais pobres
da população.
 Keynesianismo: teoria política que se contraria ao liberalismo, essa defende a
intervenção do Estado, falando de mercados livres capitalistas, para garantir o controle
da inflação e a redução do desemprego.
 Intervenção anticíclica: a intervenção anticíclica visa minimizar/conter/impedir os
efeitos do ciclo econômico, e como fala no texto isso ocorre através de uma disciplina
orçamentária, com a contenção dos gastos com bem-estar, reformas fiscais, restauração
da taxa “natural” de desemprego... com o objetivo de se recuperar economicamente.
Com isso, resultaria numa nova e “saudável” desigualdade, dinamizando as economias
avançadas. Logo, o crescimento retornaria quando a estabilidade monetária e os
incentivos essenciais houvessem sido restituídos.
 Redistribuição social: está ligada a uma forma estratégica de como o Estado Neoliberal
reagiu a crise econômica. No qual houve essa redistribuição, gerando uma desigualdade
“saudável” tal como fala no texto, tendo como intuito principal a recuperação do
crescimento da economia.

 Inflação, hiperinflação, deflação e estagflação:


Inflação: aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma contínua perda do
poder aquisitivo da moeda. Entretanto, independentemente da causa inicial do processo
de elevação dos preços, a inflação adquire autonomia suficiente para se autoalimentar
por meio de reações em cadeia. Segundo os monetaristas, o índice de preços depende do
nível de produção física, da velocidade-renda da moeda e do estoque nominal de
moeda. Como os dois primeiros mudam de forma estável no mercado livre, os
movimentos do índice geral de preços refletiriam unicamente os movimentos do estoque
nominal de moeda, determinados pela política econômica.
Hiperinflação: caso especial de inflação galopante, em que os preços aumentam tanto
que as pessoas não procuram reter dinheiro, mesmo por poucos dias, em razão da rapidez
com que diminui seu poder de compra. Cai assim a confiança dos agentes econômicos na
estabilidade da moeda e eles procuram gastá-la o mais rapidamente possível. Isso
provoca um aumento na velocidade de circulação da moeda e acelera ainda mais o
aumento dos preços. O mais famoso caso de hiperinflação (um trilhão por cento entre
agosto de 1922 e novembro de 1923) ocorreu na Alemanha, após a Primeira Guerra
Mundial.
Deflação: queda persistente do nível geral de preços, o oposto da inflação. Caracteriza-se
pela baixa oferta de moeda em relação à oferta de bens e serviços ou pela queda na
demanda agregada (associada, por exemplo, a um maior índice de poupança). Esse
excesso de oferta de bens — ou carência de demanda — aumenta o índice de capacidade
ociosa na economia e causa um acirramento da concorrência entre os produtos, que
disputam os poucos consumidores disponíveis, o que leva a uma rápida queda nos
preços. Cai o investimento e, consequentemente, há queda no produto real e aumento no
desemprego. A deflação, assim, pode acabar provocando depressão (como a que ocorreu
em 1929- 1933 nos Estados Unidos). Normalmente, com bate-se a deflação por meio de
um aumento nos gastos públicos e um maior grau de endividamento público, como
forma de aumentar a demanda agregada.
Estagflação: situação na economia de um país na qual a estagnação ou o declínio do
nível de produção e emprego se combinam com uma inflação acelerada. O fenômeno
contraria a teoria clássica segundo a qual a inflação tenderia a declinar com o aumento
do desemprego. Fenômeno típico do pós-guerra, a estagflação tem se acentuado em
quase todas as economias capitalistas desenvolvidas depois da chamada crise do petróleo
(1973-1979). As medidas essencialmente monetaristas adotadas pelos governos norte-
americano e britânico para reverter essa tendência têm sido acompanhadas, no entanto,
por considerável elevação dos preços, dos índices de desemprego e da recessão
econômica. Entre 1963 e 1966, o Brasil atravessou um período de estagflação quando o
PIB chegou a diminuir (1964-1965) e a inflação ainda não havia sido dominada. A partir
de 1981, o fenômeno reapareceu com inusitada força, permanecendo até o primeiro
semestre de 1984. Depois da fase de crescimento correspondente ao biênio 1985-1986, a
estagflação voltou a caracterizar a economia brasileira com índices inflacionários
elevados e um crescimento do PIB pequeno. A partir de 1994, com a introdução do
Plano Real e da reforma monetária (advento do real), a inflação baixou
consideravelmente e o PIB voltou a crescer de forma expressiva.
 Déficit: em linguagem contábil, é um excesso de passivo em relação ao ativo, isto é, as
despesas e pagamentos são maiores que o faturamento e o total de crédito. Nas finanças
públicas, fala-se em déficit orçamentário quando as despesas são superiores à
arrecadação, e em déficit da balança comercial quando o valor total das importações é
superior ao total das exportações. Nas contas do governo, o déficit pode ser considerado
déficit primário (inclui todas as receitas e todas as despesas do governo menos juros) e
déficit operacional. A diferença entre os dois é que o segundo inclui as despesas com
juros das dívidas interna e externa do setor público.
 Modelo neoliberal inglês: o modelo se contrariou a emissão monetária, elevaram as taxas
de juros, baixaram drasticamente os impostos sobre os rendimentos altos, aboliram
controles sobre os fluxos financeiros, criaram níveis de desemprego massivos,
aplastaram greves, impuseram uma nova legislação anti-sindical e cortaram gastos
sociais. Esse também se lançou num amplo programa de privatização, começando por
habitação pública e passando em seguida a indústrias básicas como o aço, a eletricidade,
o petróleo, o gás e a água. Esse pacote de medidas é o mais sistemático e ambicioso de
todas as experiências neoliberais em países de capitalismo avançado.
 Euro-socialistas: os partidos de esquerda, considerados euro-socialistas, se apresentavam
como uma alternativa progressista, baseada em movimentos operários ou populares,
contrastando com a linha reacionária dos governos de Reagan, Thatcher, Kohl e outros
do norte da Europa. Não há dúvida, com efeito, de que pelo menos Miterrand e
Papandreou, na França e na Grécia, genuinamente se esforçaram para realizar uma
política de deflação e redistribuição, de pleno emprego e de proteção social. Foi uma
tentativa de criar um equivalente no sul da Europa do que havia sido a social-democracia
do pós-guerra no norte do continente em seus anos de ouro. Mas o projeto fracassou, e já
em 1982 e 1983 o governo socialista na França se viu forçado pelos mercados
financeiros internacionais a mudar seu curso dramaticamente e reorientar-se para fazer
uma política muito próxima à ortodoxia neoliberal, com prioridade para a estabilidade
monetária, a contenção do orçamento, concessões fiscais aos detentores de capital e
abandono do pleno emprego. No final da década, o nível de desemprego na França
socialista era mais alto do que na Inglaterra conservadora, como Thatcher se gabava
amiúde de assinalar.
 Neoliberalismo chileno: o neoliberalismo chileno pressupunha a abolição da democracia
e a instalação de uma das mais cruéis ditaduras militares do pós-guerra. Mas a
democracia em si mesma – como explicava incansavelmente Hayek – jamais havia sido
um valor central do neoliberalismo. A liberdade e a democracia, explicava Hayek,
podiam facilmente tornar-se incompatíveis, se a maioria democrática decidisse interferir
com os direitos incondicionais de cada agente econômico de dispor de sua renda e de sua
propriedade como quisesse. Nesse sentido, Friedman e Hayek podiam olhar com
admiração a experiência chilena, sem nenhuma inconsistência intelectual ou
compromisso de seus princípios. Mas esta admiração foi realmente merecida, dado que –
à diferença das economias de capitalismo avançado sob os regimes neoliberais dos anos
80 – a economia chilena cresceu a um ritmo bastante rápido sob o regime de Pinochet,
como segue fazendo com a continuidade da política econômica dos governos pós-
Pinochet dos últimos anos
 Disciplina orçamentária e ajuste fiscal:
A disciplina orçamentária já diz muito pelo seu nome, é uma estratégia de organização
de orçamentos que os Estados devem ter para não quebrar se houver uma possível crise
econômica. A disciplina orçamentária, tem a finalidade de conter os “gastos” do Estado
com a população, isso se comprova com o seguinte trecho do texto: “Para isso seria
necessária uma disciplina orçamentária, com a contenção dos gastos com bem-estar, e a
restauração da taxa “natural” de desemprego, ou seja, a criação de um exército de
reserva de trabalho para quebrar os sindicatos. Ademais, reformas fiscais eram
imprescindíveis, para incentivar os agentes econômicos.”
O ajuste fiscal é caracterizado como uma estratégia governamental para reequilibrar as
contas do país quando as finanças se encontram fora de ordem. A economia brasileira -
bem como a economia de qualquer nação - é fundamentada entre receitas e despesas. O
ajuste fiscal.
 Estabilidade monetária: a estabilidade monetária significa a solidez da moeda no
cumprimento de sua dupla função social, como bem-público ofertado pelo Estado e
“criado” pelo sistema bancário, e objeto de desejo das pessoas. Tal situação verifica-se
quando a moeda é preferível a qualquer outro bem ou ativo. Segundo o autor Anderson,
a estabilidade monetária deveria ser a meta suprema de qualquer governo, e para isso
deve haver a disciplina orçamentária.
 Privatização: privatização é o processo de venda de uma empresa ou instituição pública
para a iniciativa privada. A partir do momento em que o poder público se desfaz de
determinada companhia, quem a compra assume a responsabilidade pela prestação de
seus serviços.
 Desregulamentação financeira: a desregulamentação financeira é o processo de
eliminação de restrições e travas legais à atividade financeira, caracterizando o processo
de alteração da regulamentação estrutural do sistema bancário.
 Inversão especulativa:
 Autoritarismo político: autoritarismo é uma forma de governo que é caracterizada por
obediência absoluta ou cega à autoridade, oposição a liberdade individual e expectativa
de obediência inquestionável da população.
 Medicina deflacionária drástica:
 Hegemonia: a palavra hegemonia, do grego “egemonía”, significa a supremacia entre
cidades, nações ou povos. A hegemonia é a capacidade de um ou mais grupos sociais de
comandar outros. Esse domínio pode ser alcançado tanto pela introdução cultural e
persuasão quanto pelo poder coercitivo, ou seja, o uso da força. Quanto mais difundida é
uma ideologia mais estável se torna a hegemonia, havendo menor necessidade de
violência.

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