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Polícia Militar do Estado de Goiás

Colégio Estadual da Policia Militar de Goiás Unidade João Augusto Perillo


Série: 3ª Ensino Médio Turno: Matutino
Professora: Gleidiane Araújo Disciplina: Geografia

TEXTO 1
GLOBALIZAÇÃO: O QUE É E COMO É COBRADO NO ENEM

Globalização, meus amigos, é um tema que marca presença em TODAS as edições do Enem. Não tem
jeito. É tipo falar de queijo e não pensar logo na goiabada. Como a gente sabe que é fundamental entender o
que é globalização e como ela é cobrada no exame, preparamos um super resumo sobre o assunto. Se liga!
É por meio da globalização, que, como o próprio nome diz, trata-se de algo em escala global, que as
informações são amplificadas. A comunicação rola muito mais solta, mas, em contrapartida, ela afeta várias
camadas da nossa vida, já pensou?
Entender a globalização e como ela afeta nossa rotina e a vida de milhões de pessoas no mundo é super
importante pra fazer uma boa prova do Enem.
O que é globalização?
Antes de mais nada, é preciso saber o que é globalização, como ela surgiu e do que trata exatamente.
De forma resumida, é o seguinte: a globalização afeta várias camadas das vidas de todo mundo. Ela está
relacionada a dinheiro, arte, cultura, esporte, meio ambiente e política – ou seja, tudo!
Quer entender melhor? Imagine um grande pavê, daqueles que a tia leva no Natal, sabe? O mundo pós-Guerra
Fria virou um grande pavê, os países são a camada de biscoito (ou seria bolacha?) e globalização é o creme
que une tudo.
Os agentes principais da globalização são as empresas transnacionais, a população, o Estado e
blocos econômicos. E isso está diretamente ligado ao neoliberalismo, que é quando o Estado diminui sua
atuação na regulação da economia e deixa essa responsabilidade para o Governo, que flexibiliza leis
trabalhistas e abre fronteiras.
Com a globalização, os espaços têm ainda mais espaço para crescer. Isso porque foram desenvolvidos,
de maneira considerável, os transportes e a comunicação, incluindo publicidade, marketing e transações
financeiras, por exemplo.
Imagina que, agora, sua comida pode chegar por um drone? É bizarro tudo isso, mas só acontece por conta da
globalização, que tem pontos super positivos, mas algumas coisas negativas. Olha só:
Um ponto positivo da globalização é o hibridismo cultural. Isso significa que os costumes de um povo
são experimentados por outros, gerando diversidade.
O lado ruim de tudo isso é o choque de cultura com tantas misturas. Nessa brincadeira, surgem
xenofobia, medo de terrorismo, preconceitos e por aí vai.
A globalização mudou – muito – a economia, mas, ao mesmo tempo em que aproximou as pessoas,
afastou muita gente, que não tem acesso à tecnologia.
Pense num produto que viajou milhares de quilômetros da China pra chegar à sua casa! Isso só é possível graças à
globalização, que encurta distâncias físicas, mas sublinha as diferenças sociais e econômicas (um exemplo são os alunos
que não tem acesso a dispositivos eletrônicos ou internet para estudarem online durante a pandemia).
Como a globalização é cobrada no Enem
A globalização é cobrada nas questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias, tais como História,
Geografia, Português e Sociologia.
Normalmente, as questões referentes à globalização vêm associadas a textos para reflexão. Olha um
exemplo do que caiu no Enem 2019:
Saudado por centenas de militantes de movimentos sociais de quarenta países, o Papa Francisco
encerrou no dia 09/07/2015 o 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de La
Sierra, na Bolívia. Segundo ele, a “globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os
pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença”. Disponível em:
http://cartamaior.com.br. Acesso em: 15 jul. 2015 (adaptado).
No texto há uma crítica ao seguinte aspecto do mundo globalizado:
a) Liberdade política. b) Mobilidade humana. c) Conectividade cultural. d) Disparidade econômica.
e) Complementaridade comercial.
A resposta correta é a letra d. Aqui, o estudante precisaria identificar o aspecto da desigualdade social
como uma das consequências da globalização.
Na redação do Enem, o assunto é cobrado ao se falar de blocos econômicos (Mercosul, União Europeia etc.),
o papel das entidades internacionais (ONU, OMS, Unesco.) e guerra comercial entre EUA e China.
TEXTO 2
O BRASIL NEOLIBERAL E A POSIÇÃO NOS BRICS

Para entender o Brasil Neoliberal, primeiramente, é importante compreender as bases desse modelo
político-econômico e sua transição, tanto no mundo como no Brasil. A partir desse entendimento, pode-se
determinar como o modelo de abertura econômica e política e o processo de descentralização da indústria
brasileira contribuíram para a construção de uma nova lógica capitalista no país.
O Modelo Neoliberal
Por liberalismo entendemos uma filosofia política fundada nos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade, em
consonância com os ideais da Revolução Francesa e Iluminismo. É uma ideologia que defende a liberdade individual frente
ao poder e controle estatal. O Liberalismo econômico é essa liberdade individual no campo econômico, todavia, em 1929, o
modelo mostrou sua falência, ano esse que ficou conhecido como da Grande Depressão. A partir de 1933, o presidente dos
Estados Unidos da América, Franklin Delano Roosevelt, iniciou uma série de programas com o objetivo de recuperar a
economia norte-americana após a crise liberal. Esses programas originaram o plano New Deal. A base do Estado
Keynesiano começa a ser delimitada, consistindo em uma política econômica praticamente oposta ao modelo liberal. O
Estado é o grande interventor na economia, no estímulo à contratação de trabalhadores e na seguridade social, incentivando
o consumo, aquecendo a produção industrial, agrícola e de serviços, nos mais diversos níveis. O sucesso do modelo logo
inspirou os países da Europa a também adotarem os ideais de Keynes, principalmente após a 2ª Guerra Mundial, que foram
expressos no conhecido Estado de Bem-Estar Social. Contudo, na década de 1970, o modelo começava a mostrar seu
esgotamento, principalmente pelo alto custo de um Estado interventor. Assim, inspirado pelos ideais da Escola de Chicago,
observa-se o surgimento de um novo modelo político-econômico baseado no Estado Mínimo. Os preceitos liberais
econômicos retornam, mas não significam a ausência do Estado. Esse ainda se faz presente através do controle dos juros,
do câmbio, da disciplina fiscal e, principalmente, nos momentos de crise econômica. Assim, o modelo Neoliberal,
representado pelo governo de Ronald Reagan (EUA) e Margaret Thatcher (Reino Unido), surge como solução para o Estado
sobrecarregado.

A oposição entre o Estado Keynesiano e o Estado Mínimo.

Abertura Econômica Brasileira


O Estado brasileiro, desde Getúlio Vargas (1930) até o
final da Ditadura Militar (1985), é o responsável pelo
processo de industrialização. Todavia, com a crise
econômica, na década de 1980, observa-se o fim desse
período. É possível dizer que isso não ocorre apenas no
Brasil. É um colapso do modelo keynesiano. Em meio à
necessidade de reestruturação, inicia-se o processo de
abertura política e econômica do país. Esse processo foi
marcado pela aplicação do Consenso de Washington – conjunto de medidas macroeconômicas, para promover
o desenvolvimento econômico e social, que representam a concepção do Estado Mínimo. Entre as regras
preconizadas por esse plano estão: ajuste fiscal, reforma tributária, juros e câmbio de mercado, abertura do
mercado para investimentos estrangeiros, eliminando as restrições ao livre mercado e incentivando os modelos
de privatizações, bem como a desregulamentação e desburocratização da máquina estatal. Dentre essas
medidas, podemos dizer que a reforma tributária foi a única a não ser seguida.
O PeríodoCollor (1990) a FHC (2002)
À esquerda, Fernando Collor de Mello. À direita, Fernando Henrique Cardoso.
Esse período é marcado pela implementação das
recomendações do Consenso de Washington. É quando surgem
as ondas de privatizações das estatais brasileiras, e,
consequentemente, das agências reguladoras, flexibilização das
leis trabalhistas, maior abertura do mercado nacional para
produtos, capitais e serviços internacionais, além de uma redução
de investimentos em setores sociais. Tudo conforme o manual de
instruções neoliberal. O rápido processo de privatização a que
alguns setores estratégicos foram expostos, como o sistema de
transportes, energia e mineração, geraram críticas. Os recursos
captados com o processo de privatização, que deveriam servir para
diminuir a dívida pública, foram rapidamente minados, pois a política de juros altos, para conter a inflação e
atrair os investimentos externos, elevou o valor da dívida para níveis superiores àqueles arrecadados com a
venda do patrimônio público.
Desconcentração Espacial das Indústrias
O Estado é mínimo, mas se faz presente. Essa frase representa bem o processo de desconcentração
espacial das indústrias, o qual sofreu um efeito catalisador com a chamada Guerra Fiscal. Uma vez que o
governo federal não é mais o agente nesse processo, os estados passam a disputar o interesse das empresas
privadas e, principalmente, das transnacionais, quanto ao local da instalação de seus parques e centros
produtivos. Assim, os governos estaduais oferecem incentivos e mesmo renúncias fiscais, no intuito de
hospedar os empreendimentos, além do fornecimento de terrenos em posições estratégicas e da formação dos
polos industriais ou tecnopolos. Gradativamente, pode-se observar uma migração das grandes companhias em
direção às chamadas Cidades Médias, devido à evolução das técnicas e dos meios de transporte e
comunicação, junto com a necessidade de uma mão de obra mais barata e pouco sindicalizada. A tendência é
a formação de regiões especializadas em setores produtivos específicos, como o automobilístico, o industrial
de base, entre muitos outros.

TEXTO 3

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (DIT)

Um carro pode ter seus componentes oriundos de diferentes


países.

A DIT (Divisão Internacional do Trabalho) é uma divisão


produtiva em âmbito internacional. Os países emergentes ou
em desenvolvimento que obtiveram uma industrialização
tardia e que possuem economias ainda frágeis e passíveis de
crises econômicas oferecem aos países industrializados um
leque de benefícios e incentivos para a instalação de
indústrias, tais como a isenção parcial ou total de impostos,
mão-de-obra abundante, entre outros.

A Divisão Internacional do Trabalho direciona uma especialização produtiva global, já que cada país fica
designado a produzir um determinado produto ou partes do mesmo, dependendo dos incentivos oferecidos em
cada país. Esse processo se expandiu na mesma proporção que o capitalismo. Nesse sentido, um exemplo
que pode ser usado é a montagem de um automóvel realizada na Argentina, porém com componentes oriundos
de diferentes países, como parte elétrica e eletrônica de Taiwan, borrachas da Indonésia e assim por diante.
Isso ocorre porque cada país oferece certos atrativos. Desta forma, o custo do produto final será menor,
aumentando os lucros.
A Divisão Internacional do Trabalho provoca desigualdades. Os países emergentes ou em desenvolvimento,
como México, Argentina, Brasil e outros, adquirem tecnologias a preços altos, enquanto que os produtos
exportados pelos países citados não atingem preços satisfatórios, favorecendo os países ricos.

A DIT corresponde a uma especialização das atividades econômicas em caráter de produção, comercialização,
exportação e importação entre distintos países do mundo.

Antes desse processo vigorar no mundo, mais precisamente na década de 50, os bens manufaturados eram
oriundos restritamente dos países industrializados, como Estados Unidos, Canadá, Japão e nações européias.
Os países já industrializados tinham suas respectivas produções primeiramente destinadas ao abastecimento
do mercado interno, e depois, o restante direcionado ao fornecimento de mercadorias industrializadas aos
países subdesenvolvidos que ainda não haviam ingressado efetivamente no processo de industrialização.

Os países subdesenvolvidos tinham a incumbência de gerar matéria-prima com a finalidade de fornecê-la aos
países industrializados.
Após a Segunda Guerra Mundial, muitas empresas, sobretudo norte-americanas, começaram a instalar filiais
em diferentes países do mundo. Isso foi intensificado com o processo da globalização, que transformou muitos
países subdesenvolvidos, que no passado eram meros produtores primários, em exportadores também de
produtos industrializados, alterando as relações comerciais que predominavam até então.

Apesar da modificação apresentada na configuração econômica, os países da América Latina, Ásia e África,
ainda ocupam destaque na produção de produtos primários.
O que os mantêm como produtores primários é principalmente o modo como os países subdesenvolvidos foram
industrializados. Grande parte das empresas e indústrias existentes em países pobres é de nações
desenvolvidas e ricas. Diante desse fato, todos os lucros adquiridos durante o ano não permanecem no território
no qual a empresa se encontra, e sim, migra para o país de origem da mesma. Em outras palavras, as empresas
transnacionais sempre buscam os interesses próprios sem considerar as causas sociais, econômicas e
ambientais de onde suas empresas estão instaladas.

TEXTO 4
GLOBALIZAÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS NO MUNDO ATUAL

"O processo de Globalização encontra-se, a cada dia, mais avançado, intensificando-se e difundindo-
se por todo o mundo. Tal fenômeno representa a integração, em nível mundial, das diferentes localidades
através dos avanços promovidos no campo das comunicações e nos transportes, proporcionando uma relação
global em níveis econômicos, culturais, políticos e, consequentemente, sociais.
Existem, dessa forma, muitos daqueles que admiram e consideram importante o fenômeno de
mundialização das sociedades, havendo, por outro lado, aqueles críticos que a consideram prejudicial. Fala-
se, portanto, da existência de vantagens e desvantagens da Globalização, embora a definição do que seria
cada um desses “lados” dependa de quem promove a sua análise."
"Em um esforço de síntese das várias conclusões já realizadas, destacaremos, então, as principais vantagens
e desvantagens da globalização respectivamente. Vale esclarecer, contudo, que essa análise não é um
consenso geral, podendo haver discordâncias sobre qualquer um dos elementos apresentados.

Vantagens da Globalização

Entre as vantagens da Globalização, a primeira e mais óbvia de todas a serem citadas é a diminuição
das distâncias e do tempo, assinalando um fenômeno que David Harvey chamou de “compressão espaço-
tempo”. Isso ocorreu graças aos avanços tecnológicos no campo da comunicação e dos meios de transporte,
cada vez mais rápidos e eficientes, fruto principalmente da Revolução Técnico-Científica-Informacional. Tal
configuração permitiu a difusão de notícias e conhecimentos de forma mais rápida, transpondo barreiras físicas
e políticas em todo o mundo.
Outro aspecto que pode ser considerado positivo da Globalização é a redução do preço médio dos
produtos, embora essa não seja uma característica constante. Através da maior integração política mundial,
entre outros elementos (como a formação dos Blocos Econômicos), muitos produtos tornaram-se mais baratos
e também mais abundantes, sendo largamente difundidos em todo o planeta. Em muitos casos, produtos
industrializados têm seus processos produtivos descentralizados em várias partes do mundo, o que contribui
para a diminuição dos custos."
"Os avanços no campo científico e do conhecimento também são notórios. Hoje, por exemplo, se há
uma nova descoberta no campo da medicina realizada em algum país, o restante do mundo passar a ter
conhecimento dessa novidade quase que em tempo real. Informações diversas sobre dados econômicos,
políticos e sociais também se dispersam rapidamente, contribuindo para o avanço de muitas áreas do saber.
Não por acaso, o sociólogo espanhol Manuel Castells afirma que estamos vivendo na “sociedade do
conhecimento”.
No campo financeiro, a Globalização também apresenta aquilo que podemos considerar como
vantagens. Destacam-se, nesse ínterim, os investimentos mais facilitados e que podem difundir-se por todo o
globo; a maior disponibilidade de meios para gerir empresas e governos; a possibilidade de maiores e mais
amplos tipos de financiamentos de dívidas fiscais; a integração do sistema bancário mundial, entre outros
aspectos.

Desvantagens da Globalização

Entre as desvantagens da Globalização, é preciso lembrar que, muitas delas, são creditadas não tão
somente a esse processo em si, mas também e principalmente ao sistema capitalista, ao qual a Globalização
está intrinsecamente ligada. Na verdade, para o mundo, ela é apenas a mundialização do sistema capitalista e
a difusão de valores dominantes para toda a sociedade global, concepção que fundamenta boa parte das
críticas promovidas."
"A primeira grande desvantagem do processo de Globalização, na visão de seus críticos, é a forma
desigual com que ela se expande, beneficiando, quase sempre, as localidades economicamente mais
desenvolvidas e chegando “atrasada” ou de forma “incompleta” a outras regiões, tornando-as dependentes
economicamente.
Outra desvantagem, também referente à desigualdade, está no ritmo e no direcionamento dos fluxos de
informações. Algumas regiões, principalmente aquelas pertencentes a países desenvolvidos, conseguem
expandir mais facilmente seus valores e suas informações, algo que não ocorre com regiões mais periferizadas.
Assim, por exemplo, as culturas francesa, americana ou inglesa são facilmente reconhecidas em todo o planeta,
já outras culturas são marginalizadas ou até relegadas ao ostracismo, porque seus locais de origem não
conseguem transmiti-las pelos meios de expansão da globalização.
No campo econômico, novamente a questão da desigualdade emerge como cerne das críticas
direcionadas à globalização. A expansão das empresas multinacionais – apesar de conseguir diminuir os preços
– é um duro golpe à livre concorrência, haja vista que poucas instituições passam a controlar boa parte do
mercado mundial. Além disso, o deslocamento das fábricas permite a aquisição de matérias-primas mais
baratas e o emprego de mão de obra mais em conta, reduzindo os salários e contribuindo para a
desregulamentação progressiva das leis trabalhistas."
"A Globalização também apresenta desvantagens no campo financeiro, principalmente na forma com
que ela consegue disseminar, rapidamente, crises econômicas especulativas. A crise imobiliária dos Estados
Unidos de 2008, por exemplo, foi rapidamente sentida na Europa e, por extensão, em várias outras partes do
mundo, provocando um colapso total dos sistemas de especulação em todo o planeta, ampliando taxas de
desemprego e de dívidas públicas.
Por fim, cita-se também como desvantagem da Globalização a questão ambiental, pois o ritmo
consumista cada vez mais intensificado que se estabeleceu no mundo contribuiu para uma maior exploração
dos recursos naturais, além de uma progressiva aceleração do processo de poluição do ar, das águas e dos
meios produtivos, como o solo. O aquecimento global ou a devastação das florestas são argumentações
constantes quanto a esse fator.
Atualmente, existem muitos movimentos antiglobalização que centram suas críticas a essas
desvantagens apresentadas e também a outros aspectos, como o protecionismo comercial e o imperialismo
político-econômico dos países desenvolvidos. Entre esses movimentos e organizações, cabe destaque ao
Occupy Wall Street e ao Fórum Social Mundial."

TEXTO 5
MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL

A união entre ciência e técnica é uma das


características do meio técnico-científico-
informacional.

O meio técnico-científico-informacional é
caracterizado pelo advento das tecnologias oriundas
especialmente da terceira fase da industrialização
mundial. Esse período, também influenciado pela
globalização do planeta, é marcado pelo desenvolvimento
da técnica e da ciência. O meio técnico-científico-
informacional indica o estágio atual da sociedade e,
ainda, uma evolução perante as etapas do meio natural e
do meio técnico. O conceito de meio técnico-científico-informacional foi criado e muito debatido pelo
geógrafo Milton Santos (1926-2001).
Resumo sobre o meio técnico-científico-informacional
 Refere-se ao atual estágio da sociedade humana, marcado pelo emprego da técnica e pelo
desenvolvimento da ciência.
 Suas características indicam o fluxo constante de informações que transformam o espaço.
 Seu conceito foi desenvolvido por Milton Santos (1926-2001).
 Causou grandes impactos, especialmente no meio natural e na sociedade humana.
 O meio natural representou o estágio inicial da prática das atividades humanas na transformação do
espaço geográfico.
 O meio técnico indicou o estágio intermediário das sociedades humanas na transformação do espaço
geográfico.
O que é meio técnico-científico-informacional?
Desenvolvido pelo geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001), meio técnico-científico-informacional
é um termo criado para designar o processo de evolução tecnocientífico da sociedade via transformação
do espaço geográfico (toda porção espacial modificada por meio da ação humana). Nesse sentido, o meio
técnico-científico-informacional refere-se ao atual estágio da sociedade humana, marcado não somente pelo
emprego da técnica como também pelo desenvolvimento de novas formas tecnológicas e científicas de
funcionamento da lógica global.
Assim, esse período é fortemente marcado pela produção e reprodução de um espaço geográfico
essencialmente artificial, com o estabelecimento de diferentes redes e fluxos que caracterizam as relações
econômicas e sociais no mundo. O emprego da técnica, nesse momento atual, dá-se em complementaridade
ao meio, baseada essencialmente na grande troca de informações típicas dessa sociedade. O advento do meio
técnico-científico-informacional ocorreu após a chamada Terceira Revolução Industrial e é marcado
pelo fenômeno da globalização.
As características do meio técnico-científico-informacional perpassam essencialmente pela utilização
de um fluxo constante de informações empregadas na transformação do espaço geográfico. Nesse
período, para além da utilização da técnica propriamente dita, há um conjunto de descobertas científicas e
tecnológicas que permitem, ainda mais, a atuação da sociedade humana no espaço geográfico.
Nesse sentido, o meio técnico-científico-informacional é caracterizado pela ocorrência de uma sociedade
extremamente informatizada e tecnológica, com a prevalência dos aspectos artificiais sobre os naturais,
destacando-se o papel das tecnologias da informação e da comunicação nas sociedades humanas. Esse
período é caracterizado ainda pela prevalência de uma sociedade globalizada, baseada nas modernizações
advindas do aperfeiçoamento da industrialização e do desenvolvimento, especialmente, das áreas de ciência e
tecnologia, incluindo setores como a informática, a robótica, a biotecnologia, entre outros.
O conceito de meio técnico-científico-informacional foi desenvolvido por Milton Santos (1926-2001),
importante geógrafo brasileiro que concentrou seus estudos nas unidades conceituais básicas da ciência
geográfica, como espaço, paisagem e território.
Os estudos geográficos desse período, fortemente influenciados pela vertente marxista, procuravam
entender o papel da técnica na transformação do espaço. Portanto, a concepção do meio técnico-científico-
informacional foi criada em um contexto socioeconômico de vasta transformação da sociedade, tanto do
seu meio natural quanto do seu meio técnico, em razão da prevalência de processos como a globalização.
À medida que processos como a urbanização e a industrialização avançaram no mundo, houve
uma intensa transformação do espaço geográfico. É justamente esse cenário que é caracterizado por meio
do conceito do meio técnico-científico-informacional.
Além disso, a prevalência do capitalismo informacional também contribuiu para esse cenário. O
meio técnico-científico-informacional continua sendo objeto de diversos estudos geográficos, na medida em
que, cada vez mais, o espaço vem se transformando de forma ativa, tradicionalmente baseado em questões
oriundas do meio informacional.
O geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001) é considerado o idealizador do conceito
de meio técnico-científico-informacional. Ele concentrou seus estudos nos conceitos balizadores da ciência
geográfica, como o espaço. Assim, por meio da análise das modificações empreendidas no meio natural, e
posteriormente técnico, esse estudioso analisou a influências do meio informacional na sociedade e o seu papel
na transformação do espaço geográfico.
No mesmo sentido, Santos também elaborou diversos trabalhos sobre o papel das redes e dos
fluxos no meio técnico-científico-informacional. Uma de suas obras mais conhecidas sobre a transformação
do espaço geográfico nesse contexto é Natureza do espaço (1996).
O meio técnico-científico-informacional resultou em diversos efeitos nas sociedades humanas:
 transformação do espaço geográfico;
 expansão dos sistemas de transporte e comunicação;
 modernização dos processos industriais;
 fragmentação da cadeia produtiva global;
 avanço dos estudos acadêmicos e científicos;
 distribuição de redes e difusão de diversos fluxos no espaço geográfico.
Ademais, destaca-se que o meio técnico-científico-informacional causou grandes impactos, especialmente
no meio natural, que resultaram em questões como o registro de diferentes problemas sociais e ambientais e o
desequilíbrio dos sistemas ecológicos terrestres.
Diferenças entre o meio técnico e o meio técnico-científico-informacional
 Meio técnico: representou um cenário intermediário do processo de modernização das atividades
produtivas humanas, essencialmente ligado às duas primeiras fases da industrialização, nas quais foram
registrados avanços em termos tecnológicos e produtivos.
 Meio técnico-científico-informacional: indica um estágio mais próximo da atualidade, marcado pelo
emprego da técnica e também da ciência, que atuam juntas no processo de transformação do espaço
geográfico. Esse período atual é caracterizado pelas modernizações oriundas da Terceira Revolução
Industrial e também pelo fenômeno da globalização.
TEXTO 6

OS BLOCOS ECONÔMICOS

Os blocos econômicos são uniões entre países que


visam ao desenvolvimento econômico entre os membros.
Os países associados têm vantagens no cenário
econômico mundial

Os blocos econômicos são associações


realizadas por países em prol do desenvolvimento social,
político e econômico de seus membros. Essas alianças
são feitas principalmente para garantir ajuda mútua e
desenvolver a economia de todos os envolvidos.

Várias são as vantagens para um país de se


integrar a um bloco, como a eliminação de tarifas e
barreiras alfandegárias e a garantia de desenvolvimento do comércio interno e externo. Por outro lado, algumas
desvantagens emergem, como o impedimento de algumas parcerias comerciais.

Origem dos blocos econômicos


A origem dos blocos econômicos remete ao contexto que sucedeu a Guerra Fria, quando a economia
global ganhou uma nova fase de integração entres os países e uma nova ordem mundial se estabeleceu, o que
gerou a globalização. Na tentativa de manter seus mercados funcionando, alguns países fizeram alianças para
manter o funcionamento do seu comércio interno e externo.
Os blocos econômicos consistem especialmente no processo de facilitação do desenvolvimento da
atividade comercial entre os membros. Dessa forma, os países-membros realizam entre si a venda de produtos
e permitem o tráfego de informações, bens e pessoas, além de dificultaram a entrada de produtos de países
que não são membros por meio da criação de barreiras comerciais.
Os primeiro blocos surgiram com a redução de tarifas comerciais. Com o tempo e a evolução do
capitalismo, passou-se a observar novas características, como a eliminação completa de barreiras comerciais
e alfandegárias, criação de tarifas para comércio com países não membros e vantagens para pessoas físicas
e jurídicas no âmbito do desenvolvimento econômico e até social dos membros."

Tipos de blocos econômicos


União aduaneira: consiste numa zona de livre comércio com uma Tarifa Externa Comum (TEC), que é
uma taxa que encarece os produtos de países que não são do bloco. Exemplos: Mercado Comum do Sul
(Mercosul).

Zona de livre comércio: consiste na facilitação comercial com a eliminação de tarifas e barreiras
alfandegárias, a fim de garantir o desenvolvimento econômico e comercial. Exemplo: Nafta (Tratado de Livre
Comércio das Américas) e CAN (Comunidade Andina).

Mercado comum: é um bloco econômico com elevado padrão de integração, no qual há livro comércio
e livre circulação de pessoas, informações, capitais e bens. Nesses blocos as fronteiras físicas praticamente
inexistem. Exemplos: Mercado Comum do Sul (Mercosul)."

União política e monetária: é uma integração ampla no campo econômico, com o desenvolvimento do
comércio (importação e exportação) e do campo político – com políticas comuns adotadas entre os países –,
além da criação e adoção de uma moeda única pelos membros. Exemplo: União Europeia.

Zonas de preferência tarifária: tipo de integração em que são adotadas vantagens tarifárias apenas a
alguns produtos, para torná-los mais baratos para países não participantes do bloco. Exemplo: Aladi
(Associação Latino-Americana de Integração)."

Principais blocos econômicos


O surgimento dos blocos econômicos no capitalismo moderno colocou os países no sistema de
concorrência global. Assim sendo, cada país integrante consegue participar da economia global. Em cada
continente, cada região do mundo, há associações nesse formato."

Os principais blocos econômicos mundiais são:


União Europeia: formada por Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia. Foi criada em 1957 e
tem como principal função promover a livre circulação de pessoas e o desenvolvimento econômico entre os
membros.
Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte): foi criado em 1994 e tem como objetivo central
desenvolver o comércio entre Estados Unidos da América, México e Canadá.
Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo): formada pelos países que produzem e
vendem petróleo a nível global: Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia
Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Sua criação se deu na década de 1960."
Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico): criada em 1989 e formada por Austrália, Brunei,
Darussalam, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coreia do Sul, Tailândia,
Estados Unidos da América, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua-Nova Guiné, Chile, Peru, Rússia e
Vietnã. Sua função central é promover uma área de desenvolvimento econômico e comercial entre os membros.
MCCA (Mercado Comum Centro-Americano): bloco fundado em 1960 que tem como membros Costa
Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua.
Comunidade Andina: formada pelos países da América Andina (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). O
objetivo geral é desenvolver a economia, a política, os campos social e cultural através da integração dos países
envolvidos.
Mercosul (Mercado Comum do Sul): formado por Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Tem como
principal função promover uma área de livre comércio, desenvolvimento social e econômico entre os membros,
além de permitir a livre circulação de pessoas, mercadorias e bens de modo geral."
Tigres Asiáticos: criado na década de 1970, é formado por países da Ásia Oriental: Hong Kong,
Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan. Objetiva implementar barreiras alfandegárias e desenvolver novas
tecnologias no processo competitivo mundial.
CEI (Comunidade dos Estados Independentes): formada por países que eram integrantes da URSS:
Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Moldávia, Quirquistão, Tadjiquistão,
Uzbequistão e Turcomenistão. O bloco foi criado para integrar os países às lógicas econômicas mundiais após
o fim da URSS.
SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral): criada em 1992, tem como membros:
África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República
Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. O principal objetivo é
estabelecer a paz e a segurança na região."

Vantagens e desvantagens dos blocos econômicos


As principais vantagens de integrar um bloco econômico giram em torno do desenvolvimento econômico
dos países, destacando-se o menor custo dos produtos, eliminação de tarifas de exportação e importação e o
aumento gradativo do Produto Interno Bruto. Como economias independentes passam a integrar um sistema
maior, estabelece-se uma associação de ajuda mútua, havendo maior facilidade de locomoção entre pessoas,
bens e informações, políticas comuns de desenvolvimento econômico e social, entre inúmeros outros
benefícios.
Dentre as desvantagens, podemos destacar a ausência de soberania nacional, enfraquecimento do
multinacionalismo frente ao fortalecimento da economia regional, polarização das economias globais, falta de
liberdade econômica das empresas em participar de mercados mais abrangentes e a possibilidade de países
com economia frágil afetarem os mais desenvolvidos.
Todos esses fatores promovem nos membros maior ou menor impacto, depende do que se analisa no
aspecto econômico do país. Alguns blocos, como a União Europeia, impõem aos membros a estabilidade
econômica como política comum, para que esses aspectos não se tornem desvantagens para os membros, e
sim vantagens."

Importância dos blocos econômicos


A importância dos blocos econômicos não se resume a estimular o comércio, seja ele interno, seja
externo. Ao falarmos de globalização e dessas grandes transformações econômicas dos últimos anos, devemos
entender como as economias capitalistas mudaram em prol do desenvolvimento econômico e social entre
países. Houve um grande crescimento empresarial e industrial, com isso instituições empresariais ganharam
mercado e influência a nível local, regional e global. As barreiras territoriais foram diminuindo, e as áreas de
influência ampliaram-se significativamente.
Essa importância não se restringe aos aspectos econômicos, pois é possível observar fatores sociais
nessa dinâmica, como novas fontes de renda, emprego e padrões de vida que se estabelecem com o modo de
vida capitalista globalizado. O consumo amplia-se, novas classes sociais se estabelecem, aparecem novas
formas de viver o dia a dia, entre outros fatores. Todos esses elementos estão relacionados com as integrações
feitas pelos blocos econômicos."

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