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Graduando em Ciências Sociais pelo FGV CPDOC e bacharel em Economia pela FGV EPGE.
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destacou, sobretudo, pelos estudos sobre a urbanização nos países
subdesenvolvidos e sobre a globalização, teceu considerações críticas a esse
fenômeno, destacando o seu caráter excludente com relação a diversos países
menos desenvolvidos do chamado Terceiro Mundo, em especial no caso das
populações mais pobres. Baseando-se em trechos de entrevistas e
conferências dadas por Milton Santos ao longo da carreira e em entrevistas
com geógrafos e especialistas na sua obra, o documentário Por uma outra
globalização, de 2004, traça a biografia de Milton, a sua escolha pela geografia
e o que ele entende como o seu objeto, a sua trajetória acadêmica e
profissional e, como o próprio nome da obra revela, as reflexões científicas e
filosóficas do acadêmico a respeito do processo de globalização,
compreendendo seus aspectos históricos, suas contradições presentes e as
perspectivas para o seu futuro.
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grandes centros urbanos. Além disso, o processo de globalização e as
mudanças de política econômica provocaram, nessa perspectiva, também, o
aumento da concentração de empresas em diversas áreas, produzindo uma
série de oligopólios nos campos da produção, da informação e das finanças, de
modo que o poder dessas grandes corporações frente ao dos governos
aumentou, de forma que o mercado se sobrepõe ao Estado, tornado impotente,
a exemplo do que mostra Mattei (2004). O autoritarismo antes exercido pelo
Estado em diversos países passa para a esfera das empresas, desorganizando
territórios socialmente e moralmente, o que se manifesta na mudança de
concepção em relação aos cidadãos, que passam a ser vistos, antes, como
consumidores, a exemplo do modelo estadunidense, o que provoca aumento
da competitividade, que se generaliza para as diversas esferas da vida social, e
do individualismo, destruindo as bases da solidariedade nessas sociedades. E
é justamente a esse fenômeno, em que o consumo se torna o novo
fundamentalismo que Santos chama de globalitarismo, caracterizado pela
produção de novas formas totalitárias de vida, cujo principal instrumento é a
informação e que, justamente, são impostas pela mídia.
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suas circunstâncias e peculiaridades, de forma que a compressão do mundo e
de suas transformações é significativamente dificultada.
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mas as formas de ação política necessárias e a sua viabilidade, seja política,
cultural ou econômica, não são postas em relevo. Processos de mudança
social enfrentam, como se sabe, diversos desafios em seus movimentos de
organização e de contestação da ordem vigente; quando se pensa em
transformações a nível global, que afetariam diferentes sociedades de
diferentes formas, torna-se ainda mais importante refletir sobre as formas pelas
quais essa mudanças podem ser levadas a cabo, a sua viabilidade e as
negociações e conceções que, muito provavelmente, iriam se impor como
necessárias durante o percurso.
Referências