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INTERNACIONAL
autor
LÉO TADEU ROBLES
1ª edição
SESES
rio de janeiro – 2015
Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares; karen bortoloti;
marcelo elias dos santos
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
isbn: 978-85-5548-051-5
Prefácio 7
Objetivos 30
2.1 A diversidade dos povos: barreiras e desafios 31
2.2 Estratégias competitivas internacionais 38
2.2.1 Nível de Serviços aos Clientes 41
2.2.2 Cadeias produtivas 43
2.2.3 Estratégias logísticas 45
2.2.4 Estratégias Logísticas Competitivas e os Mercados Globalizados 47
Atividades 50
Reflexão 52
Referências bibliográficas 52
3. Planejamento Logístico Global 55
Objetivos 56
3.1 Incoterms 57
3.1.1 Conceituando os Incoterms 57
3.1.2 Cronologia dos Incoterms 58
3.1.3 Representação e definição dos Incoterms 58
3.1.4 Grupos de Incoterm 60
3.1.5 Aspectos jurídicos 64
3.2 Suprimento internacional 65
3.2.1 A estruturação da cadeia de suprimentos Internacional 67
Atividades 78
Reflexão 80
Referências bibliográficas 81
Objetivos 84
4.1 Distribuição Internacional 85
4.1.1 Os Custos em Alternativas Logísticas 88
4.2 Custos e riscos das cargas 92
4.2.1 Cargas de movimentação perigosa 97
4.2.2 Cargas Perigosas nos portos 99
Atividades 101
Reflexão 102
Referências bibliográficas 102
Objetivos 106
5.1 Portos, aeroportos e intermodalidade 107
5.1.1 O Mercado de Transporte Marítimo 107
5.1.2 Unitização de cargas 115
5.1.3 Intermodalidade e Modos de Transporte 116
5.1.4 O transporte aéreo 120
5.2 Logística aduaneira 123
Atividades 128
Reflexão 130
Referências bibliográficas 130
Gabarito 131
Prefácio
Prezados(as) alunos(as),
Bons estudos!
7
1
O Ambiente
Internacional de
Negócios
O ambiente internacional de negócios a partir de meados do Século XX
vem sendo marcado pela evolução da tecnologia dos transportes, seja na sua
infraestrutura (vias, instalações e áreas de recepção e despacho de cargas),
como na sua superestrutura (equipamentos de manuseio, veículos terrestres
e marítimos, sistemas de gestão, etc.). No modal marítimo se deu a inovação
revolucionária na forma de se transportar, o contêiner, o avanço tecnológico e
aumento do tamanho dos navios e sua especialização. Além disso, o desenvol-
vimento e barateamento dos recursos de tecnologia da informação favorecem
a integração, troca de dados (inclusive financeiros) e a comercialização de pro-
dutos alavancando as transações comerciais, num volume e velocidade jamais
conhecidos.
A globalização não se restringe exclusivamente a área dos negócios interna-
cionais e envolve os demais aspectos da interação entre nações. Na disciplina
de Logística Internacional, abordaremos as características diferenciadoras e ao
papel das atividades logísticas num mundo globalizado.
OBJETIVOS
• Analisar o impacto da globalização e o ambiente internacional de negócios, a partir dos
seus aspectos econômico-financeiros, acordos comerciais, protecionismos e incentivos e
programas fiscais;
• Identificar e avaliar as consequências da globalização no mundo e no Brasil.
10 • capítulo 1
1.1 Globalização
A globalização se refere ao intercâmbio cultural, social e às atividades econô-
micas interdependentes e referentes ao comércio de bens e serviços (compra
e venda); aos fluxos de capitais e também aos fluxos de trabalho (correntes mi-
gratórias) entre países.
David (2010) afirma que o crescimento do comércio internacional foi im-
pulsionado por trocas mútuas e pela noção de que o comércio contribui para o
bem-estar da população mundial, sendo que os profissionais de logística inter-
nacional se apresentam como facilitadores desse processo ao:
capítulo 1 • 11
A Organização Mundial do Comércio (OMC), criada em 1995, substituiu o
GATT, tendo como atribuição básica aplicar as regras de livre-comércio. Destaque
-se a Rodada de Doha, iniciada no Qatar, em novembro de 2001, na IV Conferência
Ministerial da OMC, também conhecida como Rodada do Desenvolvimento, ob-
jetivou a abertura de mercados agrícolas e industriais com regras favorecendo a
ampliação dos fluxos de comércio dos países em desenvolvimento.
CONEXÃO
A OMA representa 179 administrações aduaneiras em todo o mundo, sendo a única or-
ganização internacional com competência em matérias alfandegárias; desempenha papel
fundamental no comportamento e na evolução do comércio internacional legítimo, não envi-
dadando esforços para combater atividades fraudulentas.
Word Customs Organization sobre assuntos aduaneiros internacionais. Disponível em:
<http://www.wcoomd.org/en.aspx/>.
12 • capítulo 1
1.1.2 Fatores Geradores da Globalização dos Mercados
capítulo 1 • 13
As empresas executam operações internacionais a partir do comércio exte-
rior, de investimento no estrangeiro, pela dispersão geográfica dos recursos e
coordenação das atividades das cadeias de suprimento na agregação de valor
aos clientes na fabricação, no atendimento pós-venda do produto e nos canais
de marketing.
14 • capítulo 1
• Fatores da Concorrência: o acirramento da concorrência incentiva a ex-
pansão das empresas para fora do país, ou seja, seguir os concorrentes nos pa-
íses que eles se localizam. Por exemplo, os casos do Carrefour, da França e a
Wal-Mart, dos Estados Unidos, que concorrem entre si. Outro exemplo é o de
lançamentos de produtos em mercados com consumidores sensíveis a preço;u-
ma empresa pode retaliar oferecendo produto semelhante para manter sua
participação nesse mercado e, se o novo produto do concorrente for fabricado
onde os custos de produção são mais baixos, ela terá de buscar fornecedores
estrangeiros para fazer frente à estratégia da concorrência.
• Fatores de Mercado: os clientes para os produtos das empresas estão nos
mais diversos países, compondo o mercado internacional. A padronização das
preferências se dá nos mais variados segmentos, tais como: programas de tele-
visão, vestuário, livros, música, cinema, alimentação (comidas e bebidas), es-
portes e medicamentos.
• Fatores Tecnológicos: os meios de comunicação e o barateamento da di-
fusão da informação facilitam o acesso a mercados e produtos. Os consumi-
dores conectados à Internet podem comprar de qualquer lugar (país, estado,
cidade) sem se deslocar de seu domicílio. Sítios especializados vêm facilitando
a busca por melhores preços e o acesso às mais diversas mercadorias. Formas
de comprar como o Business to Business – B2B e o Business to Consumer- B2C
passaram a ser formas de negociar, substituindo os processos físicos das tran-
sações comerciais. O B2B e o B2C podem ser definidos como troca de mensa-
gens estruturadas entre parceiros comerciais a partir de redes privadas ou da
Internet, criando e transformando suas relações de negócios.
capítulo 1 • 15
1.1.3 A globalização no Mundo e no Brasil.
16 • capítulo 1
da utilidade tempo, pois determina com que rapidez um produto se move de
um ponto para outro, conhecido como tempo em trânsito e consistência de
serviço.
O aumento da velocidade de introdução de um produto e a redução no
seu tempo de entrega exigem gerencia logística mais proativa dos recursos
da corporação. A gerência logística acontece nas interfaces das atividades de
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), Produção e Marketing de empresas globais
(Menezes, 2011).
Lambert et al. (1998) destacam que as principais decisões das gerências lo-
gísticas estão relacionadas à área de marketing, quais sejam:
capítulo 1 • 17
Brasil Trade Guide (BTG) da APEX – Brasil foi elaborado com o intuito de
aproximar exportadores com outros mercados e está disponível em http://dtb.
apexbrasil.com.br/. Da mesma forma, a publicação visa aproximar comprado-
res estrangeiros de Empresas Comerciais Exportadoras (ECEs) especializadas
em determinados produtos ou mercados.
CONEXÃO
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para
promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros
para setores estratégicos da economia brasileira. Disponível em: <http://www.apexbrasil.
com.br/Home/Index/>.
O BTG contribui também para que micro, pequenas e médias empresas possam identificar
Empresas Comerciais Exportadoras que facilitem seu acesso aos mercados externos. Dentre
as vantagens oferecidas pelas empresas comerciais exportadoras brasileiras, destacam-se:
18 • capítulo 1
de países próximos, sendo a União Europeia um exemplo emblemático. A
seguir, apresentam-se de forma sucinta as características dos principais
blocos econômicos: União Europeia (EU); o Tratado Norte-Americano de Livre
Comércio, conhecido por sua sigla em inglês: NAFTA (North American Free
Trade Agreement), a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em inglês APEC
(Asia-Pacific Economic Cooperation) e o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).
A União Europeia (EU) surgiu em 1957 pela união de seis países europeus sob
sobre a sigla CCE (Comunidade Econômica Europeia). Atualmente os países
que fazem parte da União Europeia são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária,
Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlân-
dia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Itália, Letônia, Li-
tuânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e
Suécia (MDIC, 2015).
Os membros da UE falam por volta de 20 idiomas diferentes. Inicialmente,
a CCE foi vista como algo fadado ao fracasso por conta da diversidade cultural
e econômica dos países envolvidos. À época da formação da CCE, o objetivo
principal foi de se contrapor à economia norte-americana que se desenvolveu
fortemente a partir da II Guerra Mundial e no pós-guerra, tornando-se a princi-
pal economia o planeta.
capítulo 1 • 19
N
ISLÂNDIA
0 500 km
FINLÂNDIA
SUÉCIA
NORUEGA
MACEDÔNIA
GRÉCIA TURQUIA
CHIPRE
1957 - Europa dos seis 1981 - Europa dos dez 1955 - Europa dos quinze 2007 - Europa dos vinte sete
1973 - Europa dos nove 1986 - Europa dos doze 2004 - Europa dos vinte cinco
Figura 1.2 – Evolução econômica e política da União Europeia. Fonte: União Europeia - site
oficial (2015).
A União Europeia (UE) tem suas origens no Tratado de Roma em 1957, que
constituiu a Comunidade Econômica Europeia (CEE), também conhecida
como Mercado Comum Europeu e tem com o objetivo harmonizar leis e regu-
lamentos nacionais dos países membros para que os produtos, os serviços, as
pessoas e o dinheiro possam fluir livremente pelas fronteiras nacionais.
CONEXÃO
Conheça mais sobre intercâmbio comercial no sítio do Ministério do Desenvolvimento, Indús-
tria e Comércio Exterior - MDIC, Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Disponível em:
<http://www.aprendendoaexportar.gov.br/uniaoeuropeia/index2.html?paginas/intercam-
bio/index.htm/>.
20 • capítulo 1
A CEE assume a denominação de UE em 07 de fevereiro de 1992, tendo
como marco a criação do EURO pelo Tratado de Maastricht em 1991, o qual
foi sendo adotado pelos países membros como moeda única, a qual entrou em
circulação em 2002.
Keegan (2013), apresenta informações sobre a União Europeia (UE) e seus
aspectos significativos que se apresentam quando se estuda o mercado cir-
cunscrito pela EU, pois a Comissão Europeia estabelece diretrizes sobre:
Cavusgil et al. (2010), aponta que a UE define aos países membros as condições de
acesso ao mercado, as características de seu mercado comum, as regras comerciais e
a harmonização de padrões, de acordo com as seguintes definições:
• acesso ao mercado: tarifas e barreiras não tarifárias eliminadas para o comércio
de bens e serviços e as regras favorecem a produção industrial que utiliza peças fabri-
cadas na UE;
• mercado comum: remoção das barreiras à movimentação transacional dos fatores
de produção (mão de obra, capital, tecnologia); por exemplo um trabalhador italiano
tem o direito de obter um emprego na Irlanda, e uma empresa francesa pode investir
livremente na Irlanda;
• regras comerciais: os países eliminaram grande parte dos procedimentos e das re-
gulamentações aduaneiras, o que racionaliza os procedimentos logísticos (transporte,
armazenagem, documentação);
• padronização: os mesmos padrões técnicos, regulamentações e procedimentos re-
lativos a bens e serviços e atividades comerciais.
capítulo 1 • 21
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC, 2015), a corrente comercial entre o Brasil e os países da UE tem como os
principais grupos de produtos exportados: Soja (grãos, óleos e farelo); Produtos
minerais; Café; Máquinas e Motores; Petróleo e Derivados; Aviões; Papel e
Celulose; Produtos químicos; Açúcar e Álcool; Fumo e Cigarros.
22 • capítulo 1
Canadá , México e Estados Unidos ,é o bloco econômico mais importante para
as Américas sendo que desde a concepção do bloco em 1994 , o comercio entre
os seus membros mais do que triplicou. (Cavusgil et al., 2010).
A Amcham oferece várias atividades para incentivo do comércio entre os países e ma-
terial orientado a interessados em investir ou iniciar operações nos EUA, em download
gratuito. Disponível em: <http://www.amcham.com.br/howtous/>.
Conforme APEC Asia Pacific Economic Cooperation (2015), o acordo teve ori-
gem em 1989 como um fórum de conversações informais e assumiu as caracte-
rísticas de bloco econômico a partir da Conferência de Seattle (EUA), em 1993.
A Apec reúne EUA, Japão, China, Formosa (Taiwan), Coréia do Sul, Hong Kong,
Cingapura, Malásia, Tailândia, Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália, Nova
Zelândia, Papua Nova Guiné, Canadá, México e Chile e tem como objetivo con-
solidar o bloco até 2020, conforme aprovado no encontro de cúpula de Bogor
(Indonésia), em novembro de 1994.
A produção dos países membros da APEC representa 50% da produção mundial, en-
volvendo 46% do comércio mundial e prevê-se que com sua consolidação, este bloco
será o maior bloco econômico do mundo. Para informações mais detalhadas ver APEC,
Asia Pacific Economic Cooperation. Disponível em: <http://www.apec.org/>.
capítulo 1 • 23
1.2.4 Mercado Comum do Sul – Mercosul
ATIVIDADES
Questões 1 e 3 - Marque a alternativa falsa
01. O comércio internacional foi impulsionado por trocas mútuas e pela noção de que con-
tribui para o bem estar da população mundial. Os profissionais de logística internacional se
apresentam como facilitadores ao:
a) Providenciar e gerenciar o transporte de mercadorias entre países em movimentações
a longas distâncias e conhecer as vantagens e desvantagens das alternativas de modos
de transporte.
b) Garantir que as mercadorias sejam embaladas adequadamente; providenciar seu seguro
e definir as responsabilidades das partes locais e estrangeiras na remessa das cargas.
c) Providenciar o transporte de mercadorias entre países em movimentações por curtas
distâncias; conhecer as desvantagens das alternativas de transporte; garantir que as
24 • capítulo 1
mercadorias sejam embaladas adequadamente para abrir mão do seguro para essas
mercadorias conforme as responsabilidades das partes locais e estrangeiras na remes-
sa das cargas.
capítulo 1 • 25
( ) Avanços tecnológicos;
( ) Oportunidade de novos negócios;
( ) Novos riscos e aumento da rivalidade entre as empresas;
( ) Compradores mais exigentes, que se abastecem de fornecedores mundiais
( ) Internacionalização das cadeias de suprimento das empresas.
REFLEXÃO
Ao término deste capitulo sobre globalização ampliamos o seu entendimento sobre como
vem acontecendo a abertura de mercados. Porém para que se realize a movimentação dos
estoques entre os países, a Logística Internacional aparece como instrumento de vantagem
competitiva, o que é abordado no capítulo 2.
LEITURA
A Logística se constituiu como uma das áreas das atividades do Marketing, daí a impor-
tância de se conhecer conceitos de Marketing Global. Sugere-se a leitura de:
KEEGAN, W. Marketing Global. São Paulo: Pioneira, 2013.
O tema Economia e Negócios Internacionais é apresentado em onze capítulos no livro
organizado por
VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia e Negócios Internacionais. São
Paulo: Saraiva, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMCHAM, American Chamber of Commerce for Brasil. Disponível em: <HYPERLINK "http://www.
amcham.com.br/howtous?set_language=pt-br"http://www.amcham.com.br/howtous/>. Acesso em 25
de fev. de 2015.
APEC - Asia Pacific Economic Cooperation. Disponível em: <http://www.apec.org/>. Acesso em 28
de fev. de 2015.
BRASIL Trade Guide (BTG), APEX Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos. Disponível em: < http://www.apexbrasil.com.br/>. Acesso em 23 de fev. de 2015.
BRASIL, Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/>. Acesso
10 de fev. de 2015.
26 • capítulo 1
BRASIL, Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio - MDIC. Disponível em: <http://www.
mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/13/>. Acesso em 1 de mar. de
2015
APEC - Asia Pacific Economic Cooperation. Disponível em http://www.apec.org/
BRASIL Trade Guide (BTG), APEX Brasil. Disponível em http://www.apexbrasil.com.br
BRASIL, Ministério das Relações Exteriores. Disponível em http://www.itamaraty.gov.br/
BRASIL, Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio MDIC. Disponível http://www.mdic.gov.
br/sistemas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/13
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos.
Porto Alegre: Bookman, 2006.
CAVUSGIL, S. T.; KNIGHT, G.; RIESENBERGER, J. R. Negócios internacionais: estratégia, gestão e
novas realidades. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
DAVID, P. A. Logística Internacional. São Paulo Cengage: Learning , 2010.
KEEGAN, W. Marketing Global. São Paulo: Pioneira, 2013.
KOTLER, P. Administração de Marketing. 12ª. Ed. São Paulo: Pearson, 2012.
LAMBERT, D. M.; STOCK, J. R.; VANTINE, J. G. Administração Estratégica da Logística. São Paulo:
Vantine, 1998.
VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia e Negócios Internacionais. São Paulo: Saraiva,
2011.
UNIÃO EUROPEIA. Disponível em http://europa.eu/index_pt.htm
capítulo 1 • 27
28 • capítulo 1
2
Logística como
Instrumento
da Vantagem
Competitiva
A diversidade dos povos se reflete em seus costumes, linguagem, culturas, lo-
calização geográfica, aspectos sociais e econômicos e influenciam diretamente
os negócios internacionais. A Logística como instrumento de vantagem com-
petitiva implica na sua gestão integrada voltada para o nível de serviço ofereci-
do, e os custos totais envolvidos a partir dos requisitos de desempenho e, por
meio de trocas compensatórias de custos, o retorno aos acionistas e satisfação
aos clientes. As necessidades dos clientes em cada ponto das cadeias logísti-
cas precisam ser identificadas para que os fornecedores se capacitem para o
atendimento dessas necessidades. Esse atendimento deve ser negociado e
expresso em padrões (contratos, acordos e indicadores de desempenho), de
modo que seja claro às pessoas envolvidas nas redes de relacionamento que se
estabelecem.
OBJETIVOS
• Identificar como as características culturais de cada país influenciam no processo de rela-
cionamento comercial.
• Utilizar o modelo conceitual de forças competitivas, para identificar as estratégias de distri-
buição mais adequadas a cada mercado e mesmo a cada cliente.
30 • capítulo 2
2.1 A diversidade dos povos: barreiras e
desafios
Stakeholder pode ser definido como o público alvo e estratégico num processo ou
relação e descreve uma pessoa ou grupo que investe, tem ações ou interesse em uma
empresa, negócio ou indústria. Em inglês, stake significa estaca e pode ser entendido
como interesse e participação. Holder significa aquele que possui ou que a segura.
Assim, stakeholder também pode ser entendido como parte interessada ou intervenien-
te. Uma analogia é a do auxiliar do agrimensor, ou seja, aquele que segura a estaca
para as medições feitas pelos operadores dos teodolitos, ou seja, atua como marco de
referência.
Esse termo inglês é muito utilizado nas áreas de comunicação, administração,
marketing, estratégia e tecnologia da informação ao se designar as pessoas e grupos
mais importantes (relevantes) na elaboração de um plano estratégico ou plano de ne-
gócios, ou seja, as partes interessadas.
capítulo 2 • 31
profissionais (associações de classe, sindicatos e outros) e a sociedade como
um todo. A figura 2.1 ilustra essas relações
Stakeholders
internos
Stakeholders
“conectados”
Stakeholders
externos
32 • capítulo 2
• Negociação e estruturação dos investimentos internacionais;
• Interação com clientes atuais e potenciais do exterior;
• Preparação para participação em feiras de negócios no exterior;
• Preparação de material publicitário promocional. (CAVUSGIL et al.; 2010).
Mas o que é cultura? De forma simplificada pode-se dizer que cultura corresponde aos
métodos que a sociedade utiliza para resolver os seus problemas; ou então que é uma
programação coletiva e compartilhada de mentalidades num grupo social. A cultura é
definida pelas normas, valores, comportamento, linguagem, religião, educação, ideolo-
gia e relações sociais de um grupo ou comunidade de pessoas. (PALÁCIOS; SOUSA,
2004). Ou nas palavras de Maximiano (2006):
Cultura representa o conjunto de valores, atitudes e crenças que influenciam o
modo como as pessoas agem, reagem e interagem. Conhecer a cultura do público-alvo
é uma forma de se buscar que os clientes se identifiquem com o produto ou serviço,
Hábitos, tradições, características dos grupos sociais, sua religião e etnia são integran-
tes e determinantes da sua cultura. Se você pretende vender para os jovens, corintia-
nos, muçulmanos, judeus ou evangélicos assegure-se de estar falando a linguagem de-
les. Atitudes em relação aos produtos como a preferência ou rejeição por determinados
alimentos, também são manifestações culturais. (MAXIMIANO, 2006).
Organização
Educação
Valores e social
Tecnologia
atitudes
Legislação
Religião
e Política
Comportamento
do consumidor
Idiomas Estética
Figura 2.2 – Fatores de diferenciação cultural. Fonte: Adaptado de Palácios e Sousa (2004).
capítulo 2 • 33
Ao se lidar com a diversidade dos povos e suas culturas alguns cuidados de-
vem ser tomados para os negócios, que podem ser resumidos em três diretrizes:
• Adquirir conhecimento sobre fatos e interpretações diferentes da outra
cultura em relação à sua e procurar falar o idioma do país;
• Evitar o viés cultural, pois a principal causa de problemas culturais são as
premissas etnocêntricas, pensar que o estrangeiro pensa como nós pensamos.
A cultura de um indivíduo condiciona-o a reagir a valores;
• Desenvolver habilidades interculturais, ou seja, trabalhar de forma efe-
tiva com parceiros. Esta atuação requer investimento contínuo na formação
profissional. Cada cultura possui seus meios para conduzir as transações co-
merciais. (CAVUSGIL et al., 2010).
34 • capítulo 2
A atuação das empresas internacionais vem se alterando significativamente
por uma série de aspectos do novo mercado globalizado:
Cada povo possui uma cultura diferente. Alguns são mais frios e outros mais amistosos.
Alguns mais calados e outros mais falantes. Alguns mais acostumados ao conforto
e outros menos. Esses fatores, que compreendem a formação cultural de um povo,
possuem uma relação profunda com a negociação, seus profissionais e os métodos
utilizados (MACHADO; MARTINELLI, 2001, p. 5).
capítulo 2 • 35
Conhecer as características dos povos com quem se irá negociar é condição prepon-
derante para dar inicio ao planejamento da negociação. Martinelli (2010) apresenta
características genéricas associadas a alguns povos:
• Suecos: são quietos, reservados, autocríticos, sérios e muito preocupados com a qua-
lidade;
• Ingleses: têm como características básicas serem lógicos e educados;
• Franceses: mostram-se intelectuais, refinados e amam sua língua;
• Alemães: lógicos, meticulosos eficientes, formais, nacionalistas e persistentes;
• Holandeses: tendem a ser lógicos e metódicos;
• Países Mediterrâneos: têm por características básicas serem emotivos, animados,
pessoais e voláteis.
36 • capítulo 2
• Obtendo o desejado: Alternativas – o que pode ser feito em acordos para
buscar uma saída; Opções – possibilidades de acordos correspondem à criação
de valor no processo; facilita a “repartição do bolo”.
• Acordo/decisão sobre procedimentos: Compromissos a serem alcança-
dos. Contexto – melhor canal de negociação para mais cooperação; negociação
mais produtiva e estabelecimento confiança entre as partes com a oferta de ga-
nhos mútuos.
• Processo: Comunicação – ser o mais transparente possível para criar
ganhos; debate livre de ideias; manter informações confidenciais quando
for estratégico; Tempo – o timing em todo o processo; contratos contingen-
ciais; desbloqueio de conflitos; deadlines obrigam a convergir para acordo;
Conformidade – conhecer e definir acordos que tenham base legal para o su-
cesso, sendo o processo de negociação a forma ou maneira que devemos utili-
zar as informações e os recursos sobre eventuais cenários, o conhecimento do
negócio, as habilidades e o relacionamento pessoal dos negociadores, ou seja,
é a negociação propriamente dita.
Visite o sítio da Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE (Foreign Trade
Chambers Federation) para conhecer as diversas câmaras de comércio existentes no
Brasil. Disponível em: <http://www.fcce.org.br/>.
“As câmaras de comércio servem de contato inicial de empresas que pretender
ingressar no comércio internacional” [...] elas “listas de empresas interessadas em inter-
câmbio comercial e informam sobre as condições locais de negócios e regulamentos
de comércio em vigor” (FCCE, 2015).
capítulo 2 • 37
A realização de negócios internacionais já não é mais uma opção para as
organizações, mas sim uma alternativa efetiva de atuação e como tal, deve se
apoiar em estratégias visando a competição nos mercados globalizados, como
veremos a seguir.
38 • capítulo 2
O conceito de estratégia competitiva proposto por Porter (1986) é o da identificação e
administração por parte das empresas de:
“ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável em um setor,
para enfrentar com sucesso as forças competitivas nesse setor e, assim, obter um
retorno de investimento maior para a empresa”. (PORTER,1986).
Entende-se por commodity, produtos ou serviços que não possuem qualquer atributo
de diferenciação nos mercados (marca, embalagem, composição, outros). Esse termo
é muito utilizado no comércio internacional de bens primários, tais como, produtos agrí-
colas ou minérios.
capítulo 2 • 39
• Atividades primárias, aquelas que agregam valor aos produtos/serviços
do ponto de vista dos clientes, representadas pelas atividades de Logística a
montante (inbound), Operações, Logística a jusante (outbound), Marketing &
Vendas e Serviços e
• Atividades de apoio; atividades que tornam possível o desempenho das
atividades primárias, quais sejam, a infraestrutura da empresa, a adminis-
tração de recursos humanos, o desenvolvimento tecnológico e suprimentos
(procurement).
Como é mostrado na figura 2.3, entre as atividades primárias, ou seja, aquelas
pelas quais flui o valor aos clientes, Porter destaca as atividades de logística em
seus componentes básicos, a logística de suprimentos (inbound), operações ou
Logística de Planta (plant) e a de distribuição (outbound), e assim as atividades
logísticas se apresentam como criadoras de valor do ponto de vista dos clientes.
Infraestrutura da empresa
Atividades
de Administração de recursos humanos
M
Desenvolvimento de tecnologia
ar
Apoio
ge
m
Aquisição / Compras
M
ar
Suprimentos Operações Distribuição & Serviços
ge
m
Inbound Outbound Vendas
Atividades Peimárias
40 • capítulo 2
Assim é nesse enfoque que os serviços de logística passam a ser encarados
como fatores de afirmação e sustentação de vantagens competitivas, abarcando
funções do processo produtivo e do marketing das empresas e estrategicamen-
te se consubstanciam na oferta de níveis de serviços diferenciados aos clientes.
Em outras palavras, a gestão integrada da logística está voltada para o nível
de serviço aos clientes, para os custos totais envolvidos no seu processo e para
a identificação de trocas compensatórias de custos que tragam retorno aos
acionistas e satisfação aos clientes. Nas cadeias produtivas internacionais de-
vem-se incorporar às estratégias as características das negociações e das trans-
ferências internacionais na concepção e realização dos níveis de serviços aos
clientes.
capítulo 2 • 41
satisfação do cliente é conhecida por conformidade de expectativa, ou seja, os
clientes obtêm exatamente o que espera de um produto e de seus atributos as-
sociados na forma de tempo, forma e local de entrega.
As estratégias logísticas devem partir da identificação do que os clientes es-
peram de modo a se construir uma estrutura para sua satisfação. Dessa forma,
devem entender como os clientes formam suas expectativas e, mais importan-
te, lidar com a relação entre a satisfação dos clientes e suas percepções sobre
a qualidade do serviço logístico. Um cliente satisfeito pode ser um cliente fi-
delizado e, como se sabe, é mais custoso desenvolver-se novos clientes do que
reter- se os já conquistados.
Na busca do atendimento aos clientes as empresas devem identificar eventu-
ais lacunas na sua estrutura organizacional a partir de diagnósticos, como segue.
42 • capítulo 2
2.2.2 Cadeias produtivas
O termo cadeia vem do inglês chain, o qual pode ser traduzido também como
rede e corrente. Assim, têm-se os conceitos de cadeias produtivas, cadeias lo-
gísticas e cadeias de suprimento, os quais são abordados em diferentes partes
desta obra.
Cadeias Produtivas, usualmente, estão associadas à interligação e interação
de organizações ao longo de um processo produtivo desde a disponibilização
da matéria prima básica, fornecedores de insumos diversos utilizados até os
produtores propriamente ditos, agentes intermediários e os consumidores fi-
nais. Esse conceito é muito comumente associado a cadeias do agronegócio.
Cadeias Logísticas e de Suprimento dizem respeito à interligação e intera-
ção das empresas ao longo de um processo de suprimento, o qual é dividido nos
macroprocessos de fornecimento (inbound), de planta (plant) e de distribuição
(outbound) e corresponde aos fluxos físicos de produtos (deslocamento e posi-
cionamento de inventários ao longo do processo), fluxo de informações de apoio
aos agentes envolvidos e os fluxos financeiros que viabilizam os negócios.
As cadeias logísticas internacionais têm uma abrangência ampla, sendo con-
sideradas desde a negociação com os fornecedores até o recebimento da fatura
relativa aos produtos entregues ao cliente e podem ser resumidas, como segue:
Bowersox et al. (2006), apresentam três desafios para a gestão das cadeias logísticas
entendidas como processos, a saber: oprimeiro desafio é de que todo esforço deve
estar orientado para o valor agregado ao cliente, o segundo desafio é pensar a logística
como parte de um processo e o terceiro desafio é de estimular a integração entre os
componentes da logística.
capítulo 2 • 43
• O primeiro desafio é de que todo esforço deve estar orientado para o valor
agregado ao cliente e, assim, uma atividade só se justifica se agregar valor aos
clientes. Daí, a importância de se conhecer as expectativas dos clientes em re-
lação ao desempenho de atividades logísticas específicas, ou seja, atender as
quantidades exigidas por lote de compra, embalagens adequadas aos manu-
seios, tempo de transporte (transit time). Os profissionais de logística devem
pensar no ambiente externo das empresas, identificando oportunidades de
melhoria do desempenho das suas operações logísticas.
• O segundo desafio é pensar a logística como parte de um processo em que
todas as habilidades necessárias para completar seu trabalho estejam disponí-
veis independentemente da organização funcional. Ou seja, as estruturas orga-
nizacionais devem servir às atividades logísticas, assegurando que o trabalho
exigido seja executado.
• O terceiro desafio é de estimular a integração entre os componentes da
logística em um contexto de processo integrado e composto por atividades in-
terdependentes. A visão de integração de sistemas e a concepção de processo
significam a existência de trocas compensatórias na organização.
O autor propõe quatro princípios, os 4R’s, como fios condutores do gerenciamento dos
canais logísticos, sendo eles: Resposta (Responsiveness); Confiabilidade (Reliability;
Resiliência (Resilience): Relacionamentos (Relationships).
44 • capítulo 2
• Resposta (Responsiveness): clientes buscam cada vez mais soluções per-
sonalizadas. As palavras chave são agilidade e flexibilidade.
• Confiabilidade (Reliability): melhoria dos processos logísticos propician-
do melhor a visibilidade da cadeia, de modo a atenuar os efeitos da incerteza
da demanda, reduzindo estoques de segurança e assegurando a capacidade de
fornecimento com qualidade.
• Resiliência (Resilience): o mercado atual é caracterizado por turbulências
e mudanças rápidas e profundas. Assim, os ambientes empresariais estão su-
jeitos a descontinuidades inesperadas, sendo necessário identificar os pontos
mais fracos da cadeia (ex.: transporte, fornecedor e outros) para uma reação em
caso de possíveis descontinuidades.
• Relacionamentos (Relationships): relacionamentos entre vendedor e
comprador devem se basear em parcerias para melhoria da qualidade do pro-
duto e de seus atributos com inovações, redução de custos e integração entre
produção e entrega.
• Objetivos do Negócio
ESTRATÉGICO • Estratégias de Marketing
• Necessidades de Serviço
• Fazer/Comprar
• Localização/Tamanho das Unidades
• Modais de transporte
ESTRUTURAL • Nível de Automação
• Layout das Plantas
• Relacionamento com fornecedores
• Relacionamento com clientes
capítulo 2 • 45
• Seleção de locais dos Centros de Distribuição (CDs)
• Composição de estoques
FUNCIONAL • Escolha dos transportadores
• Capacidade do sistema logístico
• Política Operacional
• Regras de controle operacional
OPERACIONAL • Procedimentos operacionais
• Roteirização e planejamento de transporte
Tabela 2.1– Tomada de Decisões na Área da Logística. Fonte: Adaptado de Lambert et al.
(1998).
• Sistemas de Informação
• Políticas e Procedimentos
IMPLEMENTAÇÃO • Instalações e equipamentos
• Estrutura Organizacional e gestão da mudança
Tabela 2.2 – Integração 10 áreas chave na logística. Fonte: Adaptado de Lambert et al.
(1998).
46 • capítulo 2
A partir da integração das dez áreas chave apresentadas na tabela 2.2, algu-
mas perguntas podem orientar a empresa para dar atendimento às exigências
dos clientes e auxiliar na formulação das estratégias:
capítulo 2 • 47
As principais estratégias logísticas dizem respeito ao dimensionamento e localização
de centros de distribuição; as escolhas da modalidade de transporte a ser utilizada,
assim como, a dos provedores desse serviço; estratégias de postergação; consolidação
e padronização de produtos e de embalagens
O dimensionamento e a localização de Centros de Distribuição (CDs) têm como
objetivos diminuir tempos e assegurar o atendimento da demanda dos clientes, ao mes-
mo tempo em que se implantam sistemas de entregas de produtos diretamente aos
clientes com o objetivo de reduzir investimentos em instalações fixas e equipamentos
de manuseio das mercadorias.
48 • capítulo 2
os níveis de reposição associados, os sistemas de informação e a relação com
fornecedores e clientes.
Por sua vez, a decisões em relação aos transportes têm impacto direto com
os resultados na definição do modal a ser utilizado, tamanho dos lotes, frequ-
ências, veículos de entrega, roteirização e seus procedimentos e a programação
das entregas ou coleta.
Naturalmente, nem todos os produtos devem ter o mesmo nível de serviço
aos clientes, o que exige o conhecimento de suas expectativas e as condições de
competição do mercado e em relação aos produtos o níveis adequados de giro
de estoque, a sazonalidade de produção e de vendas, as necessidades de sorti-
mento e de disponibilidade de produtos nos CDs.
Outra estratégia logística importante é a da Postergação (Postponement),
ou seja, a empresa fornecedora adia o término do processo de produção o mais
próximo possível do cliente e da finalização da operação de compra e venda.
Essa estratégia é prática usual nas lojas de tinta em que o preparo final da tin-
ta (cor) é feito após a efetivação da venda e processado por máquinas tinting.
Outro exemplo é a incorporação final de acessórios nas lojas de venda de veí-
culos novos.
capítulo 2 • 49
• Como cada CD e armazém devem ser abastecido?
• Quais CDs e armazéns devem suprir quais clientes?
• Quais modos de transporte podem ou devem ser utilizados? Onde?
Transportando que produtos?
• Qual será o efeito de alterações futuras na demanda nas configurações
logísticas?
• Quais os impostos, taxas e ônus pagos?
• Onde e quando são pagos?
• Qual é o volume ÓTIMO de vendas por produto e por localização?
• Quais os custos associados a cada componente da cadeia logística?
• Quais os custos totais associados a cada unidade da cadeia, a processos e
aos produtos?
• Quais fornecedores devem ser selecionados para abastecer quais unida-
des da empresa e em quais volumes?
• Qual volume de estoque, por produto, deve ser mantido e onde?
ATIVIDADES
Questões 1 a 3 Marque a alternativa correta
50 • capítulo 2
b) Comunicação e interação com parceiros comerciais; prospecção e seleção de distribui-
dores e demais parceiros estrangeiros; negociação e estruturação dos investimentos
internacionais e interação com clientes atuais e potenciais do exterior.
c) Comunicação e interação com parceiros comerciais; prospecção e seleção de distri-
buidores e demais parceiros nacionais; negociação e estruturação dos investimentos
internacionais e interação com clientes atuais e potenciais do próprio país.
02. Considerando as diversidades dos povos e de suas culturas alguns cuidados devem ser
tomados para os negócios, os quais podem ser resumidos em:
a) Evitar o viés cultural, pois a principal causa de problemas se refere a premissas etno-
cêntricas, ou seja, pensar que o estrangeiro pensa como nós; adquirir conhecimentos
sobre fatos e interpretações da outra cultura em relação à nossa; procurar falar o idioma
do país e desenvolver habilidades interculturais para trabalhar de forma efetiva com
parceiros.
b) Evitar o viés cultural, pois a principal causa de problemas se refere a premissas etnocên-
tricas; a respeito de negócios, os estrangeiros pensam como nós; adquirir conhecimento
sobre fatos e interpretações diferentes da outra cultura em relação à nossa; não é ne-
cessário falar o idioma do país, pois todos conhecem o inglês; assim como desenvolver
habilidades interculturais para trabalhar de forma efetiva com parceiros.
c) Evitar o viés cultural, pois a principal causa de problemas se refere a premissas etnocên-
tricas, pois, o estrangeiro sempre pensa como nós; adquirir conhecimento sobre fatos e
interpretações diferentes da outra cultura em relação à nossa e procurar falar o idioma do
país; desenvolver habilidades interculturais para trabalhar de forma efetiva com parceiros.
03. Conhecer as características dos povos com quem se irá negociar é importante no início
do planejamento das negociações e devemos conhecer os traços de comportamento como:
a) Suecos são falantes, reservados, autocríticos, sérios e muito preocupados com a qua-
lidade; Ingleses têm como características básicas serem lógicos e informais; France-
ses mostram-se intelectualizados, refinados e amam sua língua; Alemães são lógicos,
meticulosos, eficientes, formais, nacionalistas e persistentes; Holandeses tendem a ser
lógicos e metódicos.
b) Suecos são quietos, reservados, autocríticos, sérios e muito preocupados com a qua-
lidade; Ingleses têm como características básicas serem lógicos e educados; France-
ses mostram-se intelectualizados, refinados e amam sua língua; Alemães são lógicos,
meticulosos eficientes, formais, nacionalistas e persistentes; Holandeses tendem a ser
lógicos e metódicos.
capítulo 2 • 51
c) Suecos são quietos, reservados, autocríticos, sérios e menos preocupados com a qualida-
de; Ingleses têm como características básicas serem lógicos e educados; Franceses mos-
tram-se informais, refinados e amam sua língua; Alemães são lógicos, meticulosos eficien-
tes, formais, nacionalistas e persistentes; Holandeses tendem a ser lógicos e metódicos.
REFLEXÃO
Para que se elabore um planejamento logístico é necessário que se conheça as demandas
dos clientes para que o nível de serviço oferecido atenda suas expectativas.
LEITURA
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão Logística de Cadeias de Supri-
mento. Porto Alegre: Bookman, 2006.
CAVUSGIL, S. T.; KNIGHT, G.; RIESENBERGER, J. R. Negócios internacionais: estraté-
gia, gestão e novas realidades. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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<www.apexbrasil.com.br>.
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão Logística de Cadeias de Suprimento.
Porto Alegre: Bookman, 2006.
BRANDÃO, A.; SPINOLA, A. T.; DUZERT, Y.. Negociação. 3ª. ed. 2010. Rio de Janeiro: Fundação
Getulio Vargas (Direito Rio), 2010. Disponível em: <http://academico.direito-rio.fgv.br/ccmw/
images/8/8b/Negociação.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2014. [Roteiro de curso].
CAVUSGIL, S. T.; KNIGHT, G.; RIESENBERGER, J. R. Negócios internacionais: estratégia, gestão e
novas realidades. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
DALLA COSTA, A. J.; SANTOS, E. R. S. Estratégias e negócios das empresas diante da
internacionalização. Curitiba: Ibpex, 2011.
FCCE. Federação das Câmaras de Comércio Exterior (Foreign Trade Chambers Federation), 2014.
Disponível em: <http://www.fcce.org.br/camaras-de-comercio/>. Acesso em: 14 jul. 2014.
52 • capítulo 2
KEEGAN, W. Marketing Global. São Paulo: Pioneira, 2013.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G.. Princípios de marketing. 9ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
LAMBERT, D. M.; STOCK, J. R.; VANTINE, J. G. Administração Estratégica da Logística. São Paulo:
Vantine, 1998.
MAINARDES, E. W.; AMAL, M.; DOMIGUES, M. J. C. S. O fator cultural à mesa nas negociações
internacionais com o Brasil. In: SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO, LOGÍSTICA E
OPERAÇÕES INTERNACIONAIS – SIMPOI, 13, 2010, São Paulo. São Paulo: FGV, 2010.
MANFRÉ, M.. Manual de gestão do comércio internacional: fundamentos, estratégia e ações. Brasília:
Clube de Autores, 2009. Disponível em: <http://www2.seplan.go.gov.br/femep/down/livro.pdf>.
MARTINELLI, D. P. Negociação empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. 1ª. Ed. Barueri,
SP: Manole, 2002; reimpr. 2010.
MINERVINI, N.. O exportador: ferramentas para atuar com sucesso no mercado internacional. 5ª. Ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
PALÁCIOS, T. M. B.; SOUSA, J. M. M. Estratégias de marketing internacional. São Paulo: Atlas,
2004.
PIGOZZO, A. F.. Marketing internacional. Curitiba: InterSaberes, 2012 [Série Marketing Ponto a
Ponto].
PROFESSIONAL ACADEMY. Stakeholder mapping: marketing theories. 2014. Disponível em: http://
www.professionalacademy.com/news/stakeholder-mapping-marketing-theories>.
THOMPSON, L. L. O negociador. 3ª. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
UNCTAD. Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento. Disponível em: <http://
unctad.org/en/Pages/Home.aspx>.
PORTER, M. E. Estratégia Competitiva. Técnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência. Rio
de Janeiro: Campus, 1986.
capítulo 2 • 53
54 • capítulo 2
3
Planejamento
Logístico Global
Este capítulo apresenta como se estruturam as condições de compra e venda
internacional, que envolvem tempos, línguas, distâncias e legislações diferen-
tes e como suas características se refletem nas cadeias globais de suprimentos.
Na solução das diferenças entre países e para uniformizar o entendimen-
to e aceitação do compartilhamento de riscos e responsabilidades nos negó-
cios internacionais, convencionou–se a utilização dos chamados Incoterms
(International Commercial Terms – Termos Internacionais de Comércio), os
quais definem, dentro da estrutura de um contrato de compra e venda interna-
cional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e do importador.
Dessa forma, os Incoterms tratam de regras internacionais, imparciais, de
caráter uniformizador, que explicitam a base dos negócios internacionais, de
modo a promover seu entendimento e harmonia, facilitando a negociação de
eventuais conflitos. O conhecimento dos Incoterms é indispensável para os
negociadores ou profissionais da área de comércio exterior e de logística inter-
nacional, para que possam identificar e buscar as melhores condições e trocas
compensatórias em relação às operações de importação e exportação. Assim, as
estratégias de suprimentos internacionais são viabilizadas pelo conhecimento
e aplicação de regras formais e consensuais a serem explicitadas nos contratos
internacionais.
OBJETIVOS
• Descrever a quem cabem as responsabilidades sobre o pagamento das despesas logísti-
cas, em conformidade com o contrato de compra e venda internacional (Incoterms).
• Entender a definição de estratégias de suprimento internacional, a utilização de procedi-
mentos tradicionais e de meios eletrônicos, as características do Global Sourcing e técnicas
de prestação de serviços logísticos, como o Just–In–Time.
56 • capítulo 3
3.1 Incoterms
Este item explora a aplicação dos princípios que norteiam o planejamen-
to logístico global com base no entendimento e na definição dos Incoterms
apropriados.
capítulo 3 • 57
3.1.2 Cronologia dos Incoterms
58 • capítulo 3
Os Incoterms também são entendidos como “Cláusulas de Preço”, pelo fato de cada
termo determinar os elementos que compõem o preço final e total da mercadoria, incor-
porando os adicionais (fretes, seguros e outros) aos custos de produto.
capítulo 3 • 59
Custos EXW FCA FAS FOB CFR CIF CPT CIP DAF DES DEQ DDU DDP
Embalagem e marcação
Carregamento
Transporte Interno
(País do Exportador)
Desembaraço Aduaneiro
na Exportação (Partida)
Movimentação em
Terminal (partida)
O O O O O O O O O O O
Seguro da Viagem
Principal
Transporte da Viagem
Principal
Movimentação em
Terminal (chegada)
Desembaraço Aduaneiro
na Importação (chegada)
Transporte Interno
no Destino
Descarga no Destino
Na entrega No costado
Transferência de riscos No local ao transpor- navio, no Ao cruzar a amurada Na entrega ao Na entrega A bordo No cais No local
(do vendedor para o designado tador indi- cais do do navio, no porto transportador
contratado
no ponto do navio, do porto designado
da no porto de
comprador) na origem cado pelo porto de de embarque pelo vendedor fronteira de destino destino no destino
comprador embarque
Figura 3.1 Representação Gráfica dos Incoterms 2010. Fonte: BRASIL, Ministério de De-
senvolvimento Indústria e Comércio – MDIC. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/siste-
mas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/13/>. Acesso em 1 de mar. de 2015.
Grupo E
EXW – Ex Works – a mercadoria é entregue no estabelecimento do vende-
dor, em local designado. O comprador recebe a mercadoria no local de sua pro-
dução (fábrica, plantação, mina, armazém), na data combinada; com todas as
despesas e riscos sob sua responsabilidade, desde a retirada no local designado
até o destino final. Nesses Incoterms, são mínimas as obrigações e responsabi-
lidades do vendedor.
60 • capítulo 3
Grupo F
FCA – Free Carrier (named place...) – Livre no Transportador (local desig-
nado....). A obrigação do vendedor termina ao entregar a mercadoria, desem-
baraçada para a exportação, à custódia do transportador nomeado pelo com-
prador, no local designado. O desembaraço aduaneiro é encargo do vendedor.
FAS – Free Alongside Ship – Livre no Costado do Navio. A obrigação do ven-
dedor é colocar a mercadoria ao lado do costado do navio, no cais do porto de
embarque designado ou em embarcações de transbordo. A partir dos Incoterms
2000, o desembaraço da mercadoria passa a ser de responsabilidade do vendedor.
FOB – Free on Board – Livre a Bordo do Navio. O vendedor, sob sua conta
e risco, deve colocar a mercadoria a bordo do navio indicado pelo comprador,
no porto de embarque designado, cabendo a ele atender às formalidades de ex-
portação. Esta fórmula é a mais usada nas exportações brasileiras de produtos
a granel (produtos agrícolas e minérios) por via marítima.
Grupo C
CFR – Cost and Freight – Custo e Frete. Despesas decorrentes da colocação
da mercadoria a bordo do navio. O frete até o porto de destino designado e as
formalidades de exportação correm por conta do vendedor; os riscos e danos da
mercadoria, a partir do momento em que é colocada a bordo do navio, no por-
to de embarque, passam a ser de responsabilidade do comprador, que deverá
contratar e pagar o seguro e os gastos com o desembarque. Este termo pode ser
utilizado somente para transporte marítimo ou fluvial doméstico.
CIF – Cost, Insurance and Freight – Custo, Seguro e Frete. Cláusula ampla-
mente utilizada em que todas despesas, inclusive seguro marítimo e frete, até
a chegada da mercadoria no porto de destino designado correm por conta do
vendedor; todos os riscos, desde o momento em que se transpõe a amurada do
navio, no porto de embarque, são de responsabilidade do comprador; o com-
prador recebe a mercadoria no porto de destino e arca com todas as despesas,
tais como desembarque, impostos, taxas, direitos aduaneiros. Esta modalidade
somente pode ser utilizada para transporte marítimo. Deverá ser utilizado o ter-
mo CIP para os casos de transporte rodoviário, ferroviário ou aéreo.
CPT – Carriage Paid To – Transporte Pago Até. O vendedor paga o frete até
o local do destino indicado; o comprador assume o ônus dos riscos de perdas
e danos, a partir do momento em que a transportadora assume a custódia das
mercadorias. Este termo pode ser utilizado independentemente da forma de
transporte, inclusive multimodal.
capítulo 3 • 61
CIP – Carriage and Insurance Paid to – Transporte e Seguro Pagos até. O
frete é pago pelo vendedor até o destino convencionado; as responsabilidades
são as mesmas indicadas na CPT, acrescidas do pagamento de seguro até o
destino; os riscos e danos passam para a responsabilidade do comprador no
momento em que o transportador assume a custódia das mercadorias. Este ter-
mo pode ser utilizado independentemente da forma de transporte, inclusive
multimodal.
Grupo D
DAF – Delivered At Frontier – Entregue na Fronteira. A entrega da merca-
doria é feita em um ponto antes da fronteira alfandegária com o país limítrofe
já desembaraçada para exportação, porém não desembaraçada para importa-
ção; a partir desse ponto a responsabilidade por despesas, perdas e danos é do
comprador.
DES – Delivered Ex–Ship – Entregue no Navio. O vendedor coloca a merca-
doria, não desembaraçada, a bordo do navio, no porto de destino designado, à
disposição do comprador; até chegar ao destino, a responsabilidade por perdas
e danos é do vendedor. Este termo somente pode ser utilizado para o transporte
marítimo.
DEQ – Delivered Ex–Quay – Entregue no Cais. O vendedor entrega a mer-
cadoria não desembaraçada ao comprador, no porto de destino designado; a
responsabilidade pelas despesas de entrega das mercadorias ao porto de des-
tino e desembarque no cais é do vendedor. Estes Incoterms preveem que é de
responsabilidade do comprador o desembaraço das mercadorias para importa-
ção e o pagamento de todas as formalidades, impostos, taxas e outras despesas
relativas à importação.
DDU – Delivered Duty Unpaid – Entregues Encargos/Impostos Não pagos.
Consiste na entrega de mercadorias no país do comprador, descarregadas; os
riscos e despesas até a entrega da mercadoria correm por conta do vendedor,
exceto as decorrentes do pagamento de direitos, impostos e outros encargos
resultantes da importação.
DDP – Delivered Duty Paid – Entregue Encargos/Impostos Pagos. O vendedor
cumpre os termos de negociação ao tornar a mercadoria disponível no país do
importador no local combinado, desembaraçada para importação, porém sem
o compromisso de efetuar desembarque; o vendedor assume os riscos e custos
referentes a impostos e outros encargos até a entrega da mercadoria; este termo
representa o máximo de obrigação do vendedor em contraposição ao EXW.
62 • capítulo 3
Os Incoterms 2010 foram discriminados pela International Chamber of Commerce
(ICC), em sua Publicação Nº 715E, de 2010. A Resolução Camex nº 21 de 07 de abril
de 2011 relaciona os códigos que deverão ser adotados para fins de identificação de
venda praticada, nos documentos e registros de controle dos órgãos da Administração
Federal.
capítulo 3 • 63
DAT (Delivered at Terminal – Entregue no Terminal). O desembaraço adu-
aneiro de importação ainda é de responsabilidade do comprador. Caso ela seja
do exportador, a regra a ser utilizada deve ser DDP, que permite ao exportador
o pagamento de taxas e impostos da importação no destino, ou seja, a opera-
ção será de total responsabilidade do vendedor, já que DDP implica assumir
todos os riscos e custos da venda. A única ressalva é que o DDP não é permitido
na importação brasileira pelo fato exclusivo de a empresa importadora ter de
ser o contribuinte dos valores (direitos aduaneiros na importação), ou seja, não
é permitido que nenhum valor, a título de pagamentos de impostos, entre no
Brasil proveniente de empresa em outro país. Assim como era no DDU (excluí-
do da lista geral), agora é no DDP.
Os dois termos definidos nos Incoterms 2010, DAT e DAP podem ser adotados em
qualquer modalidade de transporte. As diferenças entre DAT e DAP são:
• O “lugar” de entrega é fora de um terminal, podendo ser no próprio navio ou em
qualquer outro lugar.
• A responsabilidade sobre o risco e custo de transporte após o terminal é do expor-
tador.
64 • capítulo 3
Os Incoterms, além de simplificarem e normalizarem o entendimento entre compra-
dores e vendedores no comércio exterior, explicitam as condições e características do
processo logístico internacional, ao indicarem claramente quais os modais de trans-
porte que serão utilizados e as responsabilidades ao longo das cadeias logísticas e de
suprimento.
capítulo 3 • 65
• Confiabilidade: refere–se ao desempenho das atividades logísticas con-
forme acordado, ou seja, o contratado deve ser cumprido. Por exemplo: quanti-
dades, forma, prazo, lotes e local.
• Capacidade de resposta: é um conceito orientado para o tempo de entre-
ga e para a resolução de problemas. Sua medição está associada ao lead time
de cada etapa do processo e o lead time total, ou seja, o tempo necessário para
colocação do pedido, fabricação, fornecimento, transporte, armazenagem e
transporte do produto acabado até o ponto de venda.
• Acesso: expectativas dos clientes em relação aos contatos com o fornece-
dor e ao pronto atendimento de suas demandas;
• Comunicação: manter o cliente proativamente informado. Os clientes
não gostam de ser surpreendidos e uma notificação antecipada é essencial.
• Credibilidade: refere-se à percepção de que, em princípio, toda organiza-
ção é íntegra.
• Segurança: lida com a garantia do fornecimento, bem como a preserva-
ção da confidencialidade das negociações.
• Cortesia: relação de polidez e respeito entre as pessoas envolvidas na ca-
deia logística do fornecedor. A falha de um indivíduo pode destruir os melhores
esforços de todos os envolvidos nessa cadeia.
• Competência: é avaliada pelo cliente a partir do saber fazer, que implica
desempenho das atividades dos envolvidos na cadeia produtiva, ou seja, todos
os que aparecem representado a empresa, como, por exemplo, vendedores, re-
cepcionistas, assistentes técnicos e motoristas.
• Tangíveis: são as expectativas dos clientes em relação às instalações do
fornecedor e condições da frota de equipamentos de transporte.
• Conhecendo o Cliente: distinguir o cliente como único, ou seja, identifi-
car suas peculiaridades para dar atendimento às suas necessidades.
66 • capítulo 3
qualidade de bens e serviços produzidos; desenvolvimento de parcerias com fornece-
dores; integração com os parceiros, aplicações de tecnologia da informação; desenvol-
vimento de negócios eletrônicos (e–business); relacionamento positivo com clientes
internos e externos; redução do custo agregado, melhoria das práticas de marketing;
implementação de parcerias estratégicas ao longo da cadeia de suprimentos.
capítulo 3 • 67
• Existência de prestadores de serviços de vigilância e limpeza, dentre
outros;
• Estacionamento de veículos;
• Infraestrutura da região.
Transporte
O transporte pode ser definido, de forma simples, como a movimentação de
estoques ao longo das cadeias de suprimentos, pelo modal de transporte utili-
zado por uma empresa, ou seja, terrestre (rodoviário, ferroviário e dutoviário);
aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre) ou aéreo.
No Brasil, considera–se que sua matriz de transporte está desbalanceada
pela concentração acentuada no modo de transporte rodoviário, o qual, segun-
do dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres, no ano de 2005, re-
presenta 58% da movimentação de cargas medida em t.km, cabendo ao modo
ferroviário 25%, ao aquaviário (fluvial e cabotagem) 13%, dutoviário e aéreo 4%.
Note–se que no Brasil, segundo dados do MDIC (2013), em 2012, na exporta-
ção, o transporte marítimo de mercadorias correspondeu a 96,1% em volume
e 83,5% em valor (US$ FOB); nas importações, a 89,4% das exportações em
68 • capítulo 3
volume e 75,4% em valor, evidenciando a importância do modal para a econo-
mia brasileira e seu comércio exterior.
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) tem como missão atuar na defesa dos
interesses do setor de transportes no Brasil. O Plano CNT de Transporte e Logísti-
ca 2014 teve por objetivo apresentar uma contribuição para a melhoria do desem-
penho e da integração dos sistemas de transporte do país, ao identificar um conjunto
de intervenções prioritárias na infraestrutura de transportes, visando a promover, da
forma mais conveniente, e com os menores tempo e custo, o deslocamento de pes-
soas e bens. HYPERLINK "http://www.cnt.org.br/Imagens%20CNT/PDFs%20CNT/
Plano%20CNT%20de%20Log%C3%ADstica/Plano%20CNT%20de%20Transpor-
te%20e%20Logistica%202014.pdf" O texto completo do Plano CNT de Transporte e
Logística 2014 encontra–se disponível em: < http://www.cnt.org.br/Paginas/Plano–
CNT–de–Logistica.aspx/>.
capítulo 3 • 69
O Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT) foi desenvolvido pelo Ministério dos
Transportes (MT), em cooperação com o Ministério da Defesa (MD), por meio do Cen-
tro de Excelência em Engenharia de Transportes (CENTRAN) e publicado em 2007.
O PNLT tem como objetivo formalizar e perenizar instrumentos de análise, sob a ótica
logística, para apoiar o planejamento de intervenções públicas e privadas na infraestru-
tura e na organização dos transportes. O PNLT resgatou a capacidade de planejamento
do Governo Federal. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/perguntas–fre-
quentes.html#faqnoanchor/>.
Fornecedor
As estratégias de contratação de fornecedores devem considerar suas prin-
cipais competências, e o ciclo de suprimentos ocorre na interface entre o for-
necedor e fabricante desde que os materiais estejam disponíveis para que não
ocorram atrasos na produção.
As empresas, ao adotarem padrões de companhias de classe mundial (world
class companies), buscam se capacitar para fornecer e comprar equipamentos
e serviços de todos e para todos os pontos do mundo, num processo que se de-
nomina de global sourcing, ou seja, um processo de integração entre fornece-
dores e clientes, configurando uma cadeia global de relacionamento entre em-
presas localizadas nos diversos países.
A indústria automobilística se caracteriza por essa prática e as montadoras
já há algum tempo adotaram a sistemática do global sourcing como condição
para a produção de modelos de automóveis mundiais, em que a produção e os
suprimento de sistemas se espalham por diversos países. Os sistemas CKD e
SKD, já mencionados anteriormente, consubstanciam essa estratégia.
Essas empresas objetivam, pela certificação de fornecedores, a solução para
muitos problemas relacionados ao binômio cliente–fornecedor e a contrata-
ção (procurement). As certificações têm amplitude mundial, sendo o processo
composto de etapas: a prospecção e identificação de fornecedores; avaliação
desses fornecedores que são submetidos à rigorosa avaliação de sua capacida-
de produtiva, de fornecimento, reputação de mercado e condições financeiras.
Esta fase implica ainda visitas de equipes da empresa potencial contratante aos
sítios dos fornecedores, os quais, avaliados positivamente, serão homologados
e poderão participar de certames para fornecimento.
70 • capítulo 3
A empresa considerada vencedora por suas condições técnicas, preço e con-
dição de pagamentos passa a fornecer, e suas entregas e desempenho do ma-
terial avaliados continuamente, sendo que poderá receber uma qualificação de
fornecedor global, que poderá credenciá–la a participar de concorrências em
nível mundial.
Dessa forma, fazem parte da avaliação dos fornecedores o atendimento de
indicadores de desempenho (key performance indicators) que envolvem tem-
pos, lotes de entrega, formas etc. Um exemplo é o sistema Just-in-time (JIT),
pelo qual o material ou subsistema é levado à fábrica do cliente no momento
em que está prevista sua utilização, indo direto à linha de produção ou proces-
so, proporcionando, assim, redução nos custos de inventário ao comprador e
assegurando qualidade relacionada às especificações e inspeções e aos testes
de recebimento.
O fornecedor aprovado e homologado é aquele que, tendo atingido um
padrão de qualificação, é aprovado para prestar fornecimento de um deter-
minado item ou sistema. A indústria automobilística deixa de adquirir peças
e materiais pela compra de subsistemas (painéis, sistemas elétricos, motores
e outros). Dessa forma, a certificação implica um nível muito mais elevado de
qualidade e de experiência, e também de compromisso entre as partes.
Estoque
O inventário encontra–se praticamente em todas as atividades logísticas
numa relação direta com a armazenagem, transporte, embalagem, questões
fiscais e sistemas de informação.
capítulo 3 • 71
O inventário cumpre os seguintes propósitos dentro da empresa:
72 • capítulo 3
• Estoque de segurança: Estoque mantido para dar atendimento à deman-
da excedente não prevista e atua como proteção contra a falta de produto quan-
do a demanda excede a previsão de vendas;
• Estoque sazonal: Criado para combater a variabilidade previsível da de-
manda. Nesta classificação, estão as demandas referentes a datas comemo-
rativas. Por exemplo, o estoque de brinquedos para vendas no Natal, Dia das
Crianças e outros.
Produção
Modelos atuais de produção, cada vez mais, implicam a inter–relação es-
treita nas cadeias de suprimento com fornecedores – fabricantes – distribuido-
res – clientes atuando de forma integrada, em que cada um necessita entender
mais o negócio de seus parceiros na cadeia. A indústria automobilística, ain-
da uma vez, mostra–se pioneira nessa concepção ao implantar os modelos de
condomínios industrias e consórcios modulares, os quais implicam trazer os
fornecedores o mais próximo possível de seus sítios industriais. Outra inova-
ção, conforme já mencionado, diz respeito ao fornecimento de subsistemas de
montagem, e não peças para montagem.
capítulo 3 • 73
Nessa linha, as empresas passam a terceirizar atividades até então consideradas
essenciais, como as de concepção e projetos de veículos e parcelas importantes
de seu processo produtivo, na estratégia que se conhece como de Terceirização ou
Outsourcing, de modo a permitir a variabilização de custos, ou seja, uma adaptação às
variações de demanda.
Uma das atividades terceirizadas é a referente à logística, as quais passam a ser
providas pelos prestadores de serviços logísticos (3PL – Third Party Logistics Providers)
e esses provedores logísticos têm âmbito de atuação tanto nacional como internacional
e atendem à necessidade das empresas de reduzirem o número de fornecedores que
lidam e assim os custos de contratação (procurement).
74 • capítulo 3
compreende: tempo de estocagem, tempo de processamento do pedido, tempo
de sua expedição. O lead time de venda: tempo para o recebimento da fatura
relativa ao produto e para o dinheiro disponível para uso.
Na logística internacional, devemos lembrar que estão envolvidos distân-
cias maiores, procedimentos aduaneiros e a interferência de diversos agentes
nas suas relações de troca.
capítulo 3 • 75
• Informação sobre a situação do pedido: fornecimento de informações
aos clientes sobre a posição de seus pedidos e sobre problemas eventuais de
disponibilidade de estoque ou entrega.
Informação
A gestão das cadeias de suprimento, conforme ressaltamos, representa o
gerenciamento de fluxos físicos de produtos, fluxos de informação viabilizados
por fluxos financeiros, os quais, por sua vez, se utilizam de recursos informa-
cionais, seja nas relações locais, seja nas internacionais.
Os sistemas de informação estão remodelando as organizações e a natureza
dos vínculos entre elas. As empresas já podem conectar o reabastecimento do
produto no mercado de acordo com os fornecedores graças ao uso de informa-
ções compartilhadas a partir dos recursos de tecnologia de informação (softwa-
res, banco de dados, redes).
76 • capítulo 3
• O controle gerencial avalia o desempenho e eventuais exceções operacio-
nais, por meio de sistemas e processos orientados para evidenciar situações
fora dos padrões formais definidas para a organização.
• Gestão de pedidos
• Alocação de inventários
SISTEMAS DE • Separação de pedidos
TRANSAÇÃO • Expedição e embarque
• Formação de preços
• Pesquisa entre clientes
• Avaliações financeiras
• Custos
• Gestão de ativos
CONTROLE GERENCIAL • Avaliação de serviços aos clientes
• Avaliação da produtividade
• Avaliação da qualidade
capítulo 3 • 77
Os sistemas de informação são os fios que ligam as atividades logísticas a
um processo integrado. Em outras palavras, os profissionais de logística se ali-
mentam do planejamento e controle de movimentações físicas, mas informa-
ções constituem o ar que ele respira, ou seja, é vida para manter a estruturação
da cadeia de suprimentos internacional.
ATIVIDADES
Questões 1 e 3. Marque a alternativa correta.
78 • capítulo 3
02. Os Incoterms 2010 incorporaram os conceitos DAT (Delivered at Terminal – Entregue
no Terminal) e o DAP (Delivered at Place – Entregue no Local) e são entendidos como:
a) As diferenças entre DAT e DAP são o “lugar” de entrega, que é fora de um terminal, po-
dendo ser no próprio navio ou em qualquer outro lugar. A responsabilidade sobre o risco
e custo de transporte após o terminal é do exportador.
b) As similaridades entre DAT e DAP são o “lugar” de entrega, que é dentro de um terminal,
podendo ser no próprio navio ou em qualquer outro lugar. A responsabilidade sobre o
risco e custo de transporte após o terminal é do exportador.
c) As diferenças entre DAT e DAP são o “lugar” de entrega, que é dentro de um terminal,
podendo ser no próprio navio ou em qualquer outro lugar. A responsabilidade sobre o
risco e custo de transporte após o terminal é do exportador.
capítulo 3 • 79
na relação tempo de trânsito (transit time) e Índice Falhas ou Avarias. Confiabilidade:
Possibilidade de o modal lidar com qualquer tipo e quantidade de carga. Frequência:
Quantidade de movimentações programadas e reallizadas.
REFLEXÃO
A globalização das economias e as empresas voltadas para o comércio exterior fizeram com
que as cadeias de suprimento se tornassem globais e se incorporassem à logística, às con-
dições e características do comércio entre países, ou seja, longas distâncias, tempos de
movimentação maiores, culturas, línguas, legislações aduaneiras diferentes e dificuldades de
negociação pelo distanciamento entre os agentes e dificuldade de conhecimento e capaci-
tação de se lidar com diferentes.
Dessa forma, apresenta-se nos contextos nacional e internacional, a demanda por profis-
sionais com competências específicas na área de negociação e conhecimentos especializa-
dos de gestão logística. A fluência em idiomas se faz condição sine qua non para a atividade
de modo que se estabeleça condição de comunicação e entendimento entre os agentes das
cadeias.
LEITURA
A prestação de serviços de logística integrada na indústria automobilística no Brasil:
em busca de alianças logísticas estratégicas.
0 estudo aborda as características de relacionamento entre empresas montadoras e ope-
radores logísticos no Brasil, tendo em vista o caráter estratégico da prestação de serviços
de logística integrada na indústria automobilística, setor que vem apresentando uma trans-
formação muito grande em suas práticas e organização. ROBLES, L. T. Tese (Doutorado em
Administração). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de
São Paulo, FEA–USP: São Paulo, 2001. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/>.
80 • capítulo 3
Sobre a gestão logística na cadeia de suprimentos:
• BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de supri-
mentos. Porto Alegre: Bookman, 2006.
• MARTIN, C. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo:
Thomson Learning, 2007.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio – MDIC. Disponível em: <https://
comexando.wordpress.com/2011/06/16/dat–e–dap–incoterms–2010/>. Acesso em: 27 fev. 2015.
________, Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio – MDIC. Disponível em: <http://www.
aprendendoaexportar.gov.br/informacoes/incoterms_fob.htm>. Acesso em: 5 mar. 2015.
capítulo 3 • 81
82 • capítulo 3
4
Planejamento
Logístico nas
Cadeias de Valor
Internacionais
O planejamento logístico nas cadeias de valor implica identificarem-se as con-
dições ambientais que interferem nos negócios, prever os passos e os agentes
envolvidos nessas cadeias, alocar recursos, designar papéis e responsabilida-
des, estipular prazos e metas de desempenho com o objetivo de se prestar o me-
lhor nível de serviço aos clientes ao menor custo total das atividades logísticas.
Da mesma forma, o planejamento logístico explora as economias de escala e as
trocas compensatórias de custos.
OBJETIVOS
• Identificar os principais elementos de custo logístico que podem afetar o preço final de um
produto e a rentabilidade do negócios;
• Analisar situações de trade-offs, Lay-Down Cost e fronteiras de mercado.
84 • capítulo 4
4.1 Distribuição Internacional
As cadeias de suprimento empresariais são compostas de macroprocessos de
Suprimento (Inbound), de Planta (Plant) e Distribuição (Outbound), os quais
correspondem ao recebimento de materiais e matérias-primas; sua armazena-
gem intermediária, formas de recuperação e disposição para a fabricação dos
produtos e, quando prontos, seu encaminhamento aos clientes. Note-se que o
processo de distribuição de uma empresa fornecedora é o processo de supri-
mento da empresa compradora, daí sua conceituação como cadeia (chain) ou
corrente.
Nos negócios do comércio exterior, conforme já visto, a gestão das cadeias
de suprimento tem o efeito das longas distâncias, maior tempo de encaminha-
mento de produtos, o impacto das questões aduaneiras e o envolvimento de
múltiplos agentes, o que na distribuição internacional exige o conhecimento e
projeto de canais de distribuição especializados.
Lambert et al. (1998) apresentam que um canal de distribuição é definido
como a coleção de unidades da organização, internas e externas ao fabricante,
que executam as funções de marketing e vendas, transporte, embalagem e ar-
mazenagem e entrega.
A figura 4.1 apresenta, conforme apresentado por Bowersox et al. (2006), um
arranjo geral de conexão lógica e logística de uma empresa com seus canais de
distribuição e de fornecedores. Os autores explicitam que a mensagem é da vi-
são de um processo integrado de geração de valor, o qual deve ser administrado
desde a compra de materiais e relacionamento com a rede de fornecedores até
a entrega do produto aos clientes por meio da rede (canais) de distribuidores.
Ou seja, a gestão das cadeias de suprimento trata do relacionamento de mul-
tiempresas ao gerenciar limitações de capacidade, os sistemas de informações
aplicados, considerando as competências essenciais e eventuais restrições de
capital e de recursos humanos.
capítulo 4 • 85
Gestão de relacionamento
Fluxos de informação, produto, serviço, finanças e conhecimento
C
Rede de o
fornecedores n
Empresa s
integrada Rede de u
M distribuição m
a i
t d
e Distribuição o
r Compras ao mercado r
i e
a s
i
s F
Produção i
n
a
i
s
Figura 4.1 – Arranjo geral de conexão. Fonte: Adaptado de Bowersox et al. (2006).
Dessa forma, segundo Bowersox et al. (2006), a logística é o fio condutor dos
fluxos críticos nas cadeias de suprimentos, os quais são os fluxos de produtos e
serviços financeiro e de conhecimento, sendo que a atividade logística pode ou
não estar incorporada à empresa. Uma das estratégias empresariais é a opera-
ção logística feita por prestadores de serviços especializados (3PL – Third Party
Logistics Provider).
O desafio para os prestadores de serviços logísticos é oferta de uma gestão
logística integrada, em que os componentes da logística (transporte, armaze-
nagem, embalagem, manuseio de materiais, sistemas de informação, gestão de
inventários, gestão do ciclo de pedidos, questões fiscais e questões ambientais)
são considerados interdependentes para identificação de trocas compensató-
rias de modo a se minimizarem os custos totais logísticos ao nível de serviço
desejado pelos clientes.
Em outras palavras, a gestão logística exige a percepção e a habilidade de se
explorarem as possibilidades múltiplas de trade-offs (trocas compensatórias) de
custos decorrentes das diversas atividades, elementos e responsabilidades nas
operações ao longo das cadeias logísticas. Por exemplo, um custo de uma emba-
lagem maior (embalagem à prova d’água) pode ser mais que compensado pela
redução de custos de transporte e de armazenagem (armazenagem a céu aberto).
86 • capítulo 4
O objetivo é buscar o menor custo em todo o processo e não o custo mais
baixo em um componente isolado, o que leva os operadores logísticos a, neces-
sariamente, entenderem o negócio das empresas para as quais prestam servi-
ço. Numa cadeia de suprimento, há sempre uma empresa que é líder, ou seja,
que condiciona os negócios (por exemplo, as montadoras nas cadeias produ-
tivas automobilísticas) e o operador logístico deve se inserir no seu negócio,
inclusive na proposição de alternativas logísticas mais econômicas.
A gestão integrada dos componentes logísticos implica também a identi-
ficação e exploração de vantagens associadas às diversas formas de se realizar
um desses componentes, por exemplo, no caso dos transportes, a escolha de
mais um modal e de um prestador de serviço especializado.
As empresas devem definir qual a configuração de sua cadeia logística, ou
seja, os diversos elementos ou entidades que se inter-relacionam desde o for-
necimento de matérias-primas até a entrega final dos produtos aos clientes e,
ainda, quem comanda essa cadeia logística e qual seu papel nessa rede. A partir
dessas definições, a empresa deve identificar quais os custos incorridos e as
formas para seu gerenciamento no objetivo da redução do custo total logístico.
As cadeias logísticas têm uma abrangência extensa e ampla e vão desde a
negociação com os fornecedores até o recebimento da fatura dos produtos en-
tregues aos clientes. A cadeia logística completa pode ser definida a partir:
capítulo 4 • 87
4.1.1 Os Custos em Alternativas Logísticas
88 • capítulo 4
• Custo do Centro de Distribuição (CD). Com quantos CDs a empresa deve
operar? Onde devem estar localizados? Em relação aos CDs atuais, quanto os
seus custos estão representando em relação a despesas e ao faturamento da
empresa? Qual a tendência? O propósito fundamental de um CD é prover ins-
talações e sistemas para o fluxo de materiais (recebimento, armazenagem in-
termediária, transformação, embalagem, expedição, carregamento) decorren-
te das funções comerciais e operacionais das empresas. A redução dos custos
de armazenagem pode ser baseada na integração entre: práticas operacionais,
gestão de inventários, embalagem (criação e operação), técnicas e equipamen-
tos de movimentação de materiais, métodos de estocagem e recuperação de
produtos, processamento de pedidos, administração de tráfego de veículos
operacionais e de transporte (recebimento e expedição). Estas atividades de-
vem estar integradas e seus efeitos conjuntos devem ser previstos para se bus-
car satisfazer o nível de serviços aos clientes, ao menor custo possível.
• Como estão os níveis dos estoques e por que precisamos deste estoque?
Essas perguntas dizem respeito às três dimensões básicas do estoque, a saber,
matérias-primas e materiais; produtos em processo ou semiacabados; produ-
tos acabados. As respostas devem se referir também às categorias: estoque de
segurança (garantia e proteção à organização das incertezas do fornecimento);
estoque para cobrir efeitos sazonais (periodicidade de colheitas, consumo sa-
zonal, efeitos da moda); estoque estratégico (mantido para apoiar campanhas
de vendas ou cobrir uma possível interrupção da produção); estoque especula-
tivo (quando convém aguardar variação de mercado com potencial de obtenção
de ganhos ou de estabilização conjuntural) e estoque indefinido (materiais ob-
soletos ou itens de produção descontinuada).
• Estratégias de terceirização (outsourcing) de uma determinada ativida-
de logística. A adoção da terceirização tem sido adotada pelas empresas com
a finalidade de variabilização de custos, isto é, recursos de terceiros são mais
facilmente mobilizados ou desmobilizados, tendo em vista variações dos mer-
cados. Outra justificativa é a das empresas se concentrarem no que eles sabem
fazer melhor e com mais rentabilidade (core business). A terceirização já é tra-
dicional na prestação de serviços indiretos à produção, por exemplo, limpeza,
segurança de instalações, alimentação e outros. Na logística, ela se reflete na
composição de mercado para os provedores de serviços logísticos, os 3PLs.
Para os clientes, apenas receber o produto adquirido não é o bastante e
praticamente não existe produto que não tenha um serviço associado, seja de
entrega, de montagem ou de assistência técnica pós-venda. Dessa forma, o
capítulo 4 • 89
produto deve ser recebido no local, na forma e na hora que o cliente necessitar e
as organizações se deparam com a real importância do processo logístico como
um todo, deixando de vê-lo como um simples serviço de apoio e passando a
enxergá-lo como um processo fundamental na busca de vantagem competitiva
sustentável e capaz de agregar valor ao produto para o consumidor final.
Na logística internacional, um exemplo importante é o da Embraer, em-
presa aeronáutica que se localiza no Brasil e que se notabiliza por produtos de
ponta ao estado da arte das tecnologias aeronáutica e aviônica. Os projetos das
aeronaves são desenvolvidos no Brasil em colaboração estreita com fornecedo-
res localizados em outros países. Aprovado o projeto, a fabricação é feita por
encomenda nas instalações da empresa no Brasil, sendo que recebe materiais
de diversos portes e de movimentação especializada dos fornecedores localiza-
dos principalmente na Europa e nos EUA.
O encaminhamento logístico é feito por 3PL, que têm centros de consoli-
dação de carga em ambos os continentes. Carga consolidada por meio de sis-
temas de coleta, ela é embalada em contêineres, os quais seguem para o Brasil,
via aérea ou marítima, dependendo dos seus custos e programação de utiliza-
ção (gestão de inventário). O encaminhamento é acompanhado por sistemas
de informação que fornecem uma visão em tempo real da disponibilidade e lo-
calização dos componentes de montagem. Logicamente, a distribuição é mais
simples, pois os aviões seguem voando até os clientes.
No entanto, a venda de um avião compreende um pacote que engloba finan-
ciamentos em condições favoráveis e a prestação de serviços de manutenção a
partir de centros de manutenção e de estocagem de peças nos países dos compra-
dores dos aviões. Como se vê, a Embraer se constitui como uma empresa com um
processo logístico sofisticado e intrínseco à agregação de valor a seus clientes.
Como vimos, o planejamento da logística internacional leva em conta as
distâncias, tempos e custos maiores para a movimentação de mercadorias en-
tre os países. Além disso, ela convive com um conjunto de agentes que inter-
mediam as relações entre embarcadores, transportadores e os clientes finais,
que desempenham uma função especializada, que tem como objetivo facilitar
e agilizar as transações comerciais internacionais, sendo desenvolvida por pro-
fissionais dedicados, que atuam nos diferentes modos de transporte, aduanas
e nas diversas etapas dessas cadeias logísticas.
Nas exportações de produtos agrícolas, tem destaque no Brasil a atuação
das tradings companies, empresas habilitadas que realizam aquisições de
90 • capítulo 4
mercadorias com a finalidade de exportação. Essas empresas têm âmbito de
atuação mundial e trabalham como intermediárias na representação e comer-
cialização de produtos brasileiros para outros países. Elas atuam para o desen-
volvimento do comércio exterior tanto em relação aos trâmites legais de expor-
tação como na realização de estudos de mercado e de viabilidade de colocação
de produto em mercados internacionais.
As tradings companies, incentivam a exportação de pequenas e médias em-
presas que não têm estrutura para o comércio exterior, provendo ainda serviços
de logística e a contratação de fretes de transportadores internacionais. As ope-
rações efetuadas por tradings companies caracterizam-se, principalmente, por:
capítulo 4 • 91
• Agências marítimas, que representam os armadores junto aos embarca-
dores e, com a instalação das companhias marítimas no Brasil, passaram atuar
à semelhança dos agentes de carga. Um grande armador asiático, a Evergreen,
atua no Brasil por meio de uma agência marítima.
• O NVOCC (Non Vessel Operator Common Carrier) se responsabiliza pelo
transporte de mercadorias e todos os riscos advindos da operação, embora
como seu nome diga, não seja proprietário do navio. Um NVOCC pode trabalhar
com contêineres com vários embarcadores e até mesmo com outros NVOCCs.
Da mesma forma que vimos no transporte aéreo, o conhecimento de transporte
(Bill of Lading – BL) principal (master), englobando os conhecimentos (house)
ou “filhotes”, que representam os vários embarques de cargas que foram
consolidadas. A atividade dos NVOCCS surgiu com a generalização de uso dos
navios porta-contêineres e pela impossibilidade dos pequenos embarcadores
de ter de pagar por um TEU inteiro, mesmo ocupando parcela dele, ou, ainda,
ter de aguardar novas cargas que compensassem ao armador os custos da
operação do contêiner.
92 • capítulo 4
(tempestades, inundações, danos materiais, perdas, roubos e furtos) que po-
dem afetar a continuidade do negócio.
Um dos custos críticos associados aos serviços logísticos é o Custo da Falha,
ou seja:
Esses custos são fáceis de perceber, mas muito difíceis de serem calculados,
seguros podem reduzir os custos das falhas, mas não os eliminar.
Desse modo, a gestão de riscos objetiva evitar surpresas, armadilhas ou fa-
lhas durante as operações; gerenciar e monitorar toda a exposição ao risco das
operações e, quando necessário, dar apoio técnico e legal quanto aos riscos as-
sumidos e garantir a devida cobertura de seguros.
Os custos de seguro das cargas provêm dos prêmios pagos às seguradoras
para cobrir os riscos, variando de acordo com sua probabilidade de incidência
e as características das operações. As apólices de seguro devem conter as con-
dições das suas contratações, responsabilidades no processo e eventual cober-
tura de indenizações. Os riscos mais importantes a serem cobertos são os de
pagamento de natureza comercial e política.
O Seguro de Crédito à Exportação –SCE funciona como uma forma de se-
guro que garantirá ao exportador indenização por perdas líquidas definitivas,
pelo eventual não recebimento de crédito concedido a clientes no exterior, po-
dendo ainda ser aceito como garantia por instituições financeiras. O SCE ofe-
rece cobertura contra riscos comerciais, políticos e extraordinários, aos quais
as transações comerciais e financeiras relacionadas às exportações estão sub-
metidas; e pode ser contratado pelo exportador ou pela entidade financeira que
esteja apoiando a exportação de bens e serviços.
As operações de crédito ao comércio exterior de longo prazo, essencial-
mente aquelas com prazos superiores a dois anos, oferecem um nível de risco
para o qual os garantidores privados raramente demonstram apetite. Trata-se
de uma lacuna de mercado que os governos dos países com economias mais
capítulo 4 • 93
desenvolvidas preenchem através das chamadas ECAs – Export Credit Agencies
(Agências de Crédito à Exportação). Essas agências se organizam de diversas
formas. Em comum, elas dispõem de financiamento e/ou garantias públicas
para apoiar as exportações de bens e serviços de longo prazo, mas contando
ainda com programas de curto prazo para micro e pequenas empresas. Os pro-
gramas e escopo de atuação das ECAs foram fortalecidos a partir da crise de
2008, que afetou fortemente o sistema financeiro internacional.
94 • capítulo 4
O Decreto 61.867 de 07 de dezembro de 1967 regulamentou os seguros obrigatórios
no país relativos às operações de transporte, tanto para os proprietários das cargas
como para os transportadores. Os seguros de cada uma das partes são específicos,
daí que as apólices têm características próprias e não se confundem. O seguro do
dono da carga é um seguro de bens, destinado a garantir determinado patrimônio físico
durante o seu transporte terrestre, aéreo ou sobre águas (marítimo, fluvial e lacustre) e,
dependendo do percurso, uma única apólice pode admitir as três formas de transporte
(multimodal).
O seguro de transportes abrange duas categorias: a de transportes propriamente
dita, contratada pelo vendedor ou pelo comprador da carga, e a de responsabilidade
civil, contratada pelo transportador. Essa categoria de seguro de transportes é dividida
em transportes nacionais (mercado doméstico) e internacionais (exportação e impor-
tação).
A categoria de responsabilidade civil, por sua vez, possui vários tipos de se-
guros que garantem ao transportador o reembolso de indenizações que ele seja
obrigado a pagar para reparar danos à carga que transportava.
Na prática, as mercadorias transportadas por quaisquer meios de transpor-
te devem ter a proteção de dois seguros: o de transporte, com contratação facul-
tativa por parte do dono da carga para garantir os bens, e o de responsabilida-
de civil, de contratação obrigatória por parte do transportador para garantir o
compromisso de recebimento e entrega da carga.
Os seguros de responsabilidade civil do transporte de carga se enquadram
na categoria de seguros obrigatórios, existindo outros facultativos. Os compul-
sórios são os seguintes:
capítulo 4 • 95
data de carregamento ou de início da viagem, contendo informações sobre os
bens ou mercadorias transportadas, tais como origem, procedência e destino,
quantidade e espécie dos volumes, números dos documentos fiscais e respec-
tivos valores etc.
• RCTA-C: Responsabilidade Civil do Transportador Aéreo de Cargas tem
como objetivo garantir ao transportador aéreo o reembolso de indenizações
que ele for obrigado a pagar por perdas e danos sofridos pelos bens ou mer-
cadorias de propriedade de terceiros durante o transporte. A cobertura desse
seguro está relacionada a acidentes aéreos que venham danificar a carga.
• RCA-C: Responsabilidade Civil do Armador – Cargas: garante ao transpor-
tador aquaviário o reembolso de indenizações que ele for obrigado a pagar por
prejuízos causados às cargas sob sua responsabilidade. É o seguro obrigatoria-
mente contratado por transportadores marítimos, fluviais e lacustres, possuin-
do coberturas amplas e restritas. Pode ser contratado tanto para viagens nacio-
nais quanto para internacionais.
• RCTR-VI: Seguro Responsabilidade Civil do Transportador em Viagem
Internacional (danos à carga transportada). A circulação dos meios de trans-
porte no Mercosul tem a cobertura da carga transportada nesses países. Ele
objetiva garantir perdas ou danos sofridos pelos bens ou mercadorias de pro-
priedade de terceiros que são transportados, da origem ao destino final, desde
que causados por colisão, capotagem, abalroamento, tombamento, incêndio
ou explosão do veículo transportador.
Tudo Sobre Seguros é uma iniciativa da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), que
tem como propósito melhorar a compreensão do público sobre os aspectos mais im-
portantes do mercado de seguros, previdência privada e capitalização. As empresas
encontram no sítio informações sobre os principais seguros e garantias que vão con-
tribuir para formar uma rede de proteção para seus negócios. Disponível em: <http://
www.tudosobreseguros.org.br/>.
96 • capítulo 4
• RCF-DC: Responsabilidade Civil Facultativa do Transportador Rodoviário
por Desaparecimento de Carga. A contratação desse seguro garante riscos con-
tra roubo de cargas transportadas. A cobertura abrange roubo por ameaça gra-
ve ou violência, e também o chamado desaparecimento de carga (quando o veí-
culo transportador é roubado).
capítulo 4 • 97
O GHS estabelece critérios para classificar substâncias e misturas de acordo com os
perigos para a saúde e o meio ambiente. O sistema também define os elementos de co-
municação de perigos, incluindo requisitos para rotulagem e fichas de informação de se-
gurança para produtos químicos. O documento preparado pela Abiquim tem como base
o GHS Guidance Document, elaborado pela Administração da Saúde e Segurança Ocu-
pacional – OSHA, do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos (ABIQUIM, 2015).
98 • capítulo 4
transporte ou operação logística que certifica empresas, auxiliando-as na se-
leção e definição de planos de ação para melhoria dos prestadores logísticos.
capítulo 4 • 99
de seus procedimentos operacionais, com ciência à Autoridade Portuária. Nos
casos pertinentes, tais procedimentos devem ter a anuência de outros órgãos
responsáveis pela carga, sempre levando em conta as exigências legais.
ANTAQ tem por finalidade implementar as políticas formuladas pela Secretaria de Por-
tos da Presidência da República – É responsável por regular, supervisionar e fiscalizar
as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da
infraestrutura portuária e aquaviária. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/Portal/
default.asp/>.
100 • capítulo 4
colocação do contêiner no navio, assim como sua estufagem, pois cargas po-
dem reagir provocando acidentes e perdas.
Os cuidados com o manuseio e movimentação de cargas perigosas são críti-
cos e representam custos maiores de frete, mas a responsabilidade é solidária e
as normas e regulamentos têm de ser acatados. Ainda uma vez, os seguros são
salvaguardas em relação a acidentes e não compensam prejuízos e até mesmo
perdas de vidas humanas decorrentes de acidentes.
ATIVIDADES
Questões 1 e 2. Marque a alternativa errada
01. A gestão integrada dos componentes logísticos implica também a identificação e explo-
ração de vantagens associadas às diversas formas de se realizar um desses componentes
considerando:
a) A gestão logística integrada implica que seus componentes (transporte, armazenagem,
embalagem, manuseio de materiais, sistemas de informação, gestão de inventários, ges-
tão do ciclo de pedidos, questões fiscais e questões ambientais) sejam considerados
interdependentes para identificação de trocas compensatórias de modo a se maximi-
zarem os custos totais logísticos decorrentes do nível de serviço prestado aos clientes.
b) A oferta de uma gestão logística integrada, em que seus componentes (transporte, arma-
zenagem, embalagem, manuseio de materiais, sistemas de informação, gestão de inventá-
rios, gestão do ciclo de pedidos, questões fiscais e questões ambientais) são considerados
interdependentes para identificação de trocas compensatórias de modo a se minimizarem
os custos totais logísticos decorrentes do nível de serviço desejado pelos clientes.
c) A oferta de uma gestão logística integrada, em que os componentes da logística (trans-
porte, armazenagem, embalagem, manuseio de materiais, sistemas de informação, ges-
tão de inventários, gestão do ciclo de pedidos, questões fiscais e questões ambientais)
são considerados interdependentes para identificação de trade offs, ou seja, trocas com-
pensatórias de custo de modo a se minimizarem os custos totais logísticos resultantes
do nível de serviço ofertado aos clientes.
capítulo 4 • 101
b) Estratégias logísticas de gestão de canais de comunicação considerando os custos dos
centro de distribuição; níveis dos estoques e estratégias de terceirização (outsourcing).
c) Estratégias logísticas de gestão de canais de distribuição considerando os custos dos
centros de distribuição; níveis dos estoques associados; estratégias de terceirização
(outsourcing) e a redução dos custos de armazenagem.
REFLEXÃO
O planejamento da logística internacional exige conhecimentos especializados por envolver
diversos agentes em negociações em que as partes não se encontram fisicamente e onde
atuam inúmeros intervenientes que viabilizam essas negociações. Dessa forma, assumem
importância o conhecimento e avaliação de alternativas logísticas, os quais não se restringem
à simples escolha modal, mas também à determinação de um eventual operador logístico e
das estratégias de encaminhamento de mercadorias, assim como da elaboração da docu-
mentação legal de apoio. As questões relativas a seguro são fundamentais, pois grandes
distâncias e percursos em diferentes países representam riscos e custos, os quais têm de
ser minimizados.
LEITURA
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e
distribuição física. São Paulo: Atlas, 1995.
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos.
Porto Alegre: Bookman, 2006.
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LAMBERT, D. M.; STOCK, J. R.; VANTINE, J. G. Administração Estratégica da Logística. São Paulo:
Vantine, 1998.
capítulo 4 • 103
104 • capítulo 4
5
Operações
Logísticas
Internacionais
As operações da logística internacional são gerenciadas por um processo estra-
tégico que lida com o fluxo físico de aquisição, movimentação e armazenagem
de mercadorias, peças e produtos acabados. Baseia-se nos fluxos de informa-
ções gerados e intercambiados ao longo das cadeias de suprimento e é viabili-
zado por fluxos financeiros entre os agentes envolvidos. Na logística internacio-
nal, essas operações são fundamentalmente intermodais, em que o transporte
intermodal atua como facilitador dos negócios internacionais na integração
das operações desde o ponto de origem até seu destino. Os terminais têm por
natureza receber as cargas em trânsito, aplicando a legislação aduaneira vigen-
te em cada país, sendo que as administrações aduaneiras devem trabalhar em
colaboração com normas comuns e reconhecidas a fim de garantir a segurança
e a facilitação da movimentação de produtos da cadeia logística internacional
ao longo das diversas etapas do sistema de comércio global. As questões fiscais
e aduaneiras podem determinar a viabilidade ou não de uma operação logística
internacional.
OBJETIVOS
• Apresentar as características e a conveniência do uso da intermodalidade na movimenta-
ção de mercadorias entre países e como facilitadora dos negócios internacionais;
• Analisar o tratamento legal das cargas sob os aspectos logístico e aduaneiro referentes ao
trânsito e pontos de embarque e de desembarque de mercadorias.
106 • capítulo 5
5.1 Portos, aeroportos e intermodalidade
Este item apresenta as características do transporte intermodal e indica as con-
dições de sua utilização como facilitadora dos negócios internacionais, anali-
sando-se do ponto de vista logístico portos e aeroportos e seus equipamentos
utilizados como pontos de transferência modal e no embarque e desembarque
das mercadorias.
A evolução dos portos tem relação direta com a evolução do comércio marí-
timo internacional, com a tipologia de navios que operam e com as caracterís-
ticas das cargas e movimentação a que está associado. Dessa forma, os portos
têm assumido funções diferentes e que se desenvolveram para maior comple-
xidade e uma prestação de serviços mais abrangente, desde pontos de transfe-
rência modal até locais de concentração de atividades sofisticadas de prestação
de serviços logísticos integrados.
Atualmente, os portos podem ser considerados como plataformas logísticas pelas ope-
rações realizadas em suas áreas de influência, tais como: armazenagem, embalagem,
transporte e controle de documentação. Alguns portos internacionais (por exemplo:
Roterdã e Antuérpia) se apresentam também como áreas industriais importantes e de
ligação intermodal.
capítulo 5 • 107
volume e 75,4% em valor. Essa condição deve permanecer pela inserção do país
no comércio internacional e pela relativa pouca importância das trocas comer-
ciais com nossos países limítrofes.
O transporte marítimo, em sua história recente, pode ser caracterizado por
uma evolução e três revoluções, como segue:
Essa transformação é tão relevante como foi a partir do final do Século XVIII,
a introdução da navegação a vapor, que tornou as viagens marítimas mais cur-
tas mais confiáveis e permitiu aos navios carregarem um volume maior de car-
gas. O transporte marítimo se caracteriza como um sistema composto de por-
tos e seus equipamentos, a tipologia de navios e as características das cargas e
de sua movimentação.
108 • capítulo 5
• Tramp shipping em linguagem marítima significa navio independente,
sem linha regular de navegação; navio a frete. Por exemplo, os navios contra-
tados para atender as movimentações de produtos agrícolas (complexo soja,
milho, algodão e açúcar de cana) ou minérios. Nessa modalidade, não há previ-
sibilidade de serviços, rotas ou frequências.
• Industrial operations são navios pertencentes aos proprietários da carga
(embarcadores). Por exemplo: os navios petroleiros da BR transportes, os na-
vios dedicados ao transporte de suco de laranja da Citrosuco, os navios de mi-
nério da Vale.
capítulo 5 • 109
• Panamax: até 3.999 TEUs;
• Pós-Panamax: acima de 4.000 TEUs;
• VLCS (Very Large Container Ship): acima de 7.500 TEUs;
• ULCS (Ultra Large Container Ship): acima de 10.000 TEUs. Já se apresentam no
mercado navios de até 19.000 TEUs.
110 • capítulo 5
a dimensão física da globalização, alcançando as mais diversas bases territoriais,
movimentando e distribuindo mercadorias consolidadas e unitizadas, aumen-
tando a produtividade e a economicidade do manuseio de cargas gerais.
Por padrão ISO, esta identificação é composta de uma sigla ou prefixo com
quatro letras, seguido da numeração com de sete dígitos, sendo o último o dígi-
to de controle. As três primeiras letras são determinadas a critério das empre-
sas proprietárias dos contêineres, normalmente correspondendo às iniciais de
seus nomes. A última letra é sempre a letra “U” e significa unity (unidade). Os
primeiros três dígitos identificam a série e os três seguintes identificam o con-
têiner em relação a esta série. O último dígito é chamado de dígito verificador e
é determinado a partir de um cálculo, considerando a sigla (valores são atribuí-
dos a cada letra) e os seis primeiros dígitos.
Este cálculo impede que dois contêineres de mesma sigla possuam
numeração igual. Exemplos de numeração: TRITON - TTNU5906043 (empresa
de leasing), Hamburg Süd – SUDU5073190 (armadora alemã).
Os contêineres são de propriedade dos armadores, empresas de leasing ou
dos próprios embarcadores, sendo que se estima que a frota em circulação te-
nha a seguinte distribuição: 70% armadores, 27% empresas de leasing e 3% dos
próprios embarcadores.
As empresas de leasing têm por atividade essencial (core business) alugar
contêineres para os armadores ou embarcadores por meio de contratos de
curto e longo prazo. Os contratos podem ser de longo prazo (com opção de
compra ao final) ou de curto prazo, e as bases negociais entre as Leasings e os
Armadores dependem das suas relações comerciais As taxas diárias (per diem)
de aluguel (on hire) variam para cada tipo de contêiner.
capítulo 5 • 111
O preço do aluguel de contêiner é composto por uma taxa diária de aluguel,
o prazo do aluguel (on hire), locais e quantidades mensais para as devoluções
das unidades alugadas, multa diária em caso de atraso na devolução (off hire)
contratado, preço da unidade ou tabela com seu valor depreciativo em caso de
perda total da unidade e demais taxas acordadas entre as partes.
Durante o período em que o contêiner permanecer alugado, a responsabili-
dade sobre ele é do armador locatário.
Em caso de avarias, o contêiner deve ser reparado de acordo com as normas inter-
nacionais de reparos do Intitute of International Container Lessors – IICL. IICL -The
Institute of International Container Lessors. Disponível em: <www.iicl.org>.
112 • capítulo 5
• Reefer: contêiner isolado termicamente com maquinário integrado e
controle eletrônico de temperatura, destinado ao transporte de cargas que ne-
cessitam de aquecimento, resfriamento ou congelamento: produtos industria-
lizados de origem animal como carne de aves e bovinos, produtos de origem
vegetal como frutas e plantas. Normalmente os contêineres reefer operam em
uma faixa de temperatura entre –25 ºC e +25 ºC. Existem os chamados super
freezers que conseguem manter temperaturas de até –60 ºC.
• Isotank: contêiner completamente fechado e isolado termicamente des-
tinado ao transporte de granéis líquidos, químicos ou alimentícios: óleo de
soja, álcool, ácido sulfúrico.
• Flat Rack: contêiner aberto nas laterais e teto destinado ao transporte de
cargas que excedem as dimensões de largura e altura e também cargas muito
pesadas: tratores, blocos de granito. Esse tipo de contêiner permite o embar-
que de cargas disformes.
A produtividade do contêiner é determinada pelo tempo em que se comple-
ta cada ciclo vazio, cheio, vazio, cheio e várias condicionantes intervêm nesse
ciclo, como tempo de percursos das travessias marítimas, a estrutura operacio-
nal dos portos, a legislação de cada país, avarias que requerem reparo, e ainda
os fatores macro econômicos determinantes das correntes do comércio exte-
rior, agindo diretamente na necessidade do reposicionamento de contêiner
vazio entre portos e rotas.
capítulo 5 • 113
• América do Norte: área com excesso de contêineres vazios, devido ao vo-
lume de importações superiores ao de exportações. Esse desbalanceamento
leva os armadores a reposicionar unidades vazias desta área para outras áreas
que sofrem com a falta de contêineres, normalmente estas unidades são repo-
sicionadas pela sua Costa Oeste para a Ásia e pela Costa Leste para América do
Sul e Europa.
• América Central: área que tem excesso de contêineres, as unidades vazias
são reposicionadas para América do Sul e Europa e, em casos extremos, para a
Ásia.
• América do Sul: área que pela falta de contêineres, devido ao desbalance-
amento entre importações e exportações, é necessário que receba reposiciona-
mento de contêineres vazios vindos usualmente da América do Norte e Central.
Note-se que essa situação varia com os fluxos comerciais, por exemplo, o Brasil
apresenta excesso de contêineres pela importação de bens industriais superar
as exportações
• África: área que não dispõe de uma movimentação significativa de contêi
neres para ser considerada em nível global.
• Europa: área balanceada entre a exportação e importação, apresenta um
alto giro das unidades dentro de seu território.
• Ásia: área que apresenta um alto giro de unidades dentro de seu próprio
território, com a China se destacando no comércio exterior e enfrentando a fal-
ta de contêineres implicando no reposicionamento de vazios, de todas as áreas
em que houver excesso, principalmente da América do Norte. O custos desse re-
posicionamento faz com que, algumas vezes, seja mais econômico a utilização
de contêineres novos, cuja fabricação se concentra nesse continente.
• Oceânia: área balanceada e com pouco fluxo.
Do ponto de vista dos armadores, as raízes da questão da gestão do contê-
iner vazio se apresentam em diferentes níveis de gestão. As decisões do nível
estratégico estão nos planos de longo prazo (rotas, frequência) e na escolha da
localização dos terminais (depot) de vazios. As questões táticas recaem sobre a
necessidade do balanceamento dos fluxos e os adequados aspectos operacio-
nais para alocação de contêineres. Uma questão de atenção diz respeito às ins-
talações de terminais de contêineres vazios, as quais, por vezes, não são de pro-
priedade dos armadores, que se utilizam de instalações de terceiros (NILSSON,
2002). Situação predominante nos portos do Brasil
114 • capítulo 5
Nas implicações do exportador, dentro das configurações espaciais, o con-
têiner disponível para o embarcador (o vazio), quase nunca se encontra próxi-
mo à carga a ser transportada. Portanto, no processo logístico, o embarcador
deve retirar o contêiner vazio num terminal, transportando-o até o ponto de
consolidação da carga, e depois de carregado, redirecioná-lo ao porto de em-
barque e carregamento. Na situação inversa, ou seja, na importação, o contêi
ner será esvaziado em localidade determinada pelo importador, e devolvido va-
zio para o terminal designado pelo armador.
A busca de agilidade, flexibilidade e confiabilidade no planejamento e con-
trole de estoque de contêineres pelos armadores condicionam a implantação
de sistemas de informação locais e globais, pois a existência de penalidades
(demurrage) ou prêmio (despatch) na liberação e entrega dos contêineres está
longe de compensar os custos de seu reposicionamento.
capítulo 5 • 115
Não havia tecnologia na ideia de tirar uma carroceria de caminhão de suas rodas e co-
locá-la num navio cargueiro. Esta inovação, ‘o contêiner’, não surgiu de uma tecnologia
qualquer, mas sim de uma nova percepção do ‘navio cargueiro’ como sendo um equi-
pamento para manipular cargas, e não simplesmente um ‘navio’, significando, com isto,
que o mais importante era tornar mais curto possível o tempo de atracação no porto.
Esta inovação, aparentemente, trivial quase quadruplicou a produtividade dos carguei-
ros marítimos de carga geral e, provavelmente, salvou a marinha mercante. Sem ela, a
tremenda extensão do comércio mundial nos últimos 40 anos – o maior crescimen-
to dentre as mais importantes atividades econômicas, jamais registradas, não poderia
possivelmente ter ocorrido. (DRUCKER, 2003, p. 40).
116 • capítulo 5
nhecimento de transporte, ou seja, um ou mais agente envolvido na transferên-
cia de mercadoria. Nessa obra, utilizaremos o conceito de intermodalidade de
forma geral.
Jones et al. (apud Nilsson, 2002) definem intermodalidade por diversos
componentes: “a intermodalidade vem sendo um processo para transportar
cargas e passageiros, significando um sistema de interconexão de redes ao en-
volver várias combinações de modais de transporte, nas quais todos os compo-
nentes de transporte se apresentam em eficientes combinações”.
capítulo 5 • 117
pode servir de buffer tendo em vista capacidades limitadas de recebimento e
armazenagem. Por outro lado, custos de estoques altos podem induzir à utili-
zação de transporte mais rápido, como o aéreo.
A seguir, apresentamos as principais características dos modos de transpor-
te, as quais subsidiam as decisões modais:
118 • capítulo 5
quantidades de carga. É o modal que, individualmente, por embarca-
ção, possui a maior capacidade de transporte e ao se considerar o total
de embarcações confirma a condição de maior capacidade instalada de
transporte. Tempos de trânsito maiores e fretes unitários relativamente
menores.
capítulo 5 • 119
5.1.4 O transporte aéreo
120 • capítulo 5
Os principais agentes privados são as companhias aéreas e os agentes de
carga. As companhias aéreas são as proprietárias ou arrendatárias das aerona-
ves. No mercado de transporte de cargas, negociam espaços nos seus equipa-
mentos com os agentes de carga, que por sua vez vão oferecer estas disponibili-
dades e tarifas aos seus clientes, os importadores e exportadores.
Os serviços prestados envolvem desde o acompanhamento das datas de en-
trega das ordens de compra, passando pela coleta das mercadorias no ponto
de origem, movimentação por armazéns (centros de consolidação ou distribui-
ção), até entrega no cliente final, contando para isso com sistemas informatiza-
dos de gestão e rastreamento das cargas ao longo de toda a cadeia logística de
transporte e de armazenagem. Estas ferramentas tecnológicas, muitas vezes,
são decisivas para a obtenção de novos negócios.
No âmbito internacional, a IATA (International Air Transport Association)
regulamenta o transporte aéreo de passageiros e mercadorias, tendo como
afiliados, grande parte das companhias aéreas e operadores logísticos, eviden-
ciando grande representatividade, objetivando assegurar serviços mundiais de
transporte seguros, eficientes e rentáveis para seus afiliados.
Normalmente, os fretes aéreos são maiores que os dos demais modos de
transporte, e o mercado pratica sistemática pela qual, quanto maior o peso,
menores serão as tarifas, com uma tabela em cascata, com tarifas por faixa de
peso, ou seja, tarifas até 45 kg, de 45 a 100 kg, de 100 a 300 kg, de 300 a 500 kg,
e, por fim acima de 500 kg.
capítulo 5 • 121
A consolidação relaciona-se diretamente com o ato da unitização, sendo
uma atividade basicamente documental, que viabiliza que o recebimento por
parte dos operadores logísticos de cargas de diferentes clientes, negociando
quantidades maiores de carga com as companhias aéreas, permitindo a aplica-
ção de tarifas de frete menores. Tem-se três tipos de conhecimentos de trans-
porte aéreo internacional, quais sejam:
122 • capítulo 5
A segunda questão se aplica quando o tempo de atendimento não é tão restrito,
mas tem a ver com o perfil de carga a movimentar referente a seu valor agregado,
peso, dimensões e rota de transporte. O valor da mercadoria serve de base para se
avaliar o custo de capital da empresa, ou seja, o custo financeiro do material em trân-
sito (inventário). Com a avaliação das informações referentes ao peso, às dimensões,
à rota e às tarifas acordadas com os operadores logísticos, têm-se os custos efetivos
da movimentação.
capítulo 5 • 123
A Organização Mundial de Aduanas (OMA) tem como objetivos:
124 • capítulo 5
Assim, uma abordagem integrada é necessária para aperfeiçoar a segurança
das cadeias logísticas internacionais e, ao mesmo tempo, assegurar melhorias
contínuas na facilitação do fluxo de comércio. .
No Brasil, a legislação aduaneira está disciplinada pelo Regulamento
Aduaneiro, Decreto N. 6759 de 05 de fevereiro de 2009. O aperfeiçoamento da
legislação atendeu a demandas internas e externas junto à SRF (Secretaria da
Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda) para aumento da eficiência
no controle aduaneiro e dinamização do fluxo de comércio exterior.
Dessa forma, a disciplina aduaneira brasileira foi adequada a marcos in-
ternacionais, como a Convenção de Quioto revisada que tratou de Regimes
e Procedimentos Aduaneiros e a marcos nacionais, principalmente, tendo
em vista o processo de harmonização da legislação aduaneira no âmbito do
MERCOSUL (Mercado Comum do Sul).
capítulo 5 • 125
Na logística internacional, são relevantes algumas definições constantes e
disciplinadas pela legislação aduaneira, pois dizem respeito ao processo de en-
trada e saída de mercadorias do país. São elas:
Admissão Temporária é o regime aduaneiro que permite a entrada no país
de certas mercadorias, com uma finalidade e por período de tempo determi-
nados, com a suspensão total ou parcial do pagamento de tributos aduaneiros
incidentes na sua importação, com o compromisso de serem reexportadas,
sendo:
126 • capítulo 5
O regime de drawback: Regime aduaneiro especial que dá tratamento es-
pecial para tributos na aquisição de mercadorias no mercado internacional e
doméstico, tendo como contrapartida a exportação dos produtos em que foram
(ou serão) utilizadas as mercadorias adquiridas e, é definido como incentivo à
exportação. No regime de drawback como incentivo às exportações, a exceção
refere-se à suspensão, isenção ou restituição de tributos exigidos na importa-
ção e também na aquisição no mercado interno, de mercadorias utilizadas na
produção de bens (produtos) finais destinados à exportação.
Esse tratamento especial dos tributos objetiva a eliminação da barreira de
preços (os tributos agregados aos preços dos produtos aumentam seus preços e
não se deve exportar impostos), tornando a produção nacional mais competiti-
va no mercado internacional onde empresas produtoras competem num mer-
cado globalizado.
Terminais alfandegados: Na denominação genérica de Regimes Especiais
Aduaneiros em Áreas Dedicadas, esses terminais se referem a áreas situadas
na zona secundária destinadas ao recebimento de carga de importação ou de
exportação e controladas pela Alfândega. No Brasil, elas recebem os mais di-
versos nomes, a saber, Estação Aduaneira do Interior (EADI) ou Portos Secos
(Dry Ports), Zona de Processamento de Exportação (ZPE), Centro Logístico
e Industrial Aduaneiro (CLIAs), Entreposto Industrial (EI) sobre Controle
Informatizado (RECOF).
Apesar de diferenças de configuração e de época de criação, o seu objetivo é
se implantar áreas alfandegadas para o recebimento e expedição de mercado-
rias ou processamento industrial sem a necessidade de pagamento de tributos.
Esse regime é entendido como um dos direcionadores da expressiva expansão
da China para o comércio exterior.
Essas áreas devem ser dotadas de áreas para armazenagem, pátio de con-
têineres, controle perfeito de entrada e saída da carga e local para os serviços
aduaneiros, sendo que acesso da carga a esses terminais é feito por meio do
regime de trânsito aduaneiro .
O alfandegamento é a autorização, por parte da administração aduaneira,
para estacionamento ou trânsito de veículos procedentes do exterior ou a ele
destinados, embarque, desembarque ou trânsito de viajantes procedentes do
exterior ou a ele destinados, movimentação, armazenagem e submissão a des-
pacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas,
inclusive sob regime aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes
capítulo 5 • 127
do exterior, ou a ele destinados, e remessas postais internacionais, nos locais
e recintos onde tais atividades ocorram sob controle aduaneiro.
Em resumo, o transporte internacional é por características intrínsecas um
transporte intermodal, pois mercadorias têm de chegar e sair por meio terres-
tre de portos e aeroportos. Nessa condição, se apresentam os operadores de ser-
viços de logística integrada e mesmo transportadores e armadores que incluem
em seu portfólio de serviços ofertados a prestação de serviços de logística de
modo a concorrer num mercado globalizado cada vez mais exigente.
ATIVIDADES
Questões 1 e 3: Marque a alternativa errada.
128 • capítulo 5
b) As características intrínsecas do contêiner minimizam os custos logísticos totais, ao
mesmo tempo em que reduzem os níveis de serviço pela falta de padronização de fun-
cionalidades e de quesitos operacionais para sua movimentação. A padronização (diâ-
metro, altura, volume e peso) proporciona a definição de entidades de mensuração e
controle para o transporte de mercadorias com dimensões próprias, ou seja: uniforme,
não diferenciada e com caminhos próprios.
c) A produtividade do contêiner é determinada pelo tempo em que se completa cada ciclo
vazio, cheio, vazio, cheio com nenhuma condicionante intervindo nesse ciclo. A estrutura
operacional dos portos, a legislação de cada país, avarias que requerem reparo, e ain-
da os fatores macroeconômicos não são determinantes para as correntes do comércio
exterior.
capítulo 5 • 129
REFLEXÃO
A logística internacional é eminentemente intermodal, sendo que a escolha modal depende
de restrições geográficas e na identificação das características dos diferentes modos em
relação à movimentação dos produtos. O modo aéreo tem suas particularidades as quais,
por um lado, oferecem um transporte mais rápido, mas, por outro, mais caro e com restrições
de volume e tipo de carga. A semelhança do modo aquaviário é importante no uso de contêi
neres como forma de consolidação e unitização das cargas e padronização e embalagens e
equipamentos de manuseio. As questões aduaneiras, as documentações e procedimentos
rígidos que devem ser obedecidos podem ser determinantes na rentabilidade de uma opera-
ção internacional e, como tal, deve receber um cuidado especial e especializado.
LEITURA
LEVINSON, M. The box. New Jersey, USA: Princeton Universuty Press, 2006.
NOBRE, M.; SANTOS, F. R. O mercado de transporte marítimo: especialização, evolução e os
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GABARITO
Capítulo 1
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( ) Avanços tecnológicos;
( ) Oportunidade de novos negócios;
( ) Novos riscos e aumento da rivalidade entre as empresas;
( ) Compradores mais exigentes, que se abastecem de fornecedores mundiais
( ) Internacionalização das cadeias de suprimento das empresas.
Capítulo 2
Capítulo 3
01. b) Promover sua harmonia, facilitando a negociação de conflitos. Os Incoterms são
internacionalmente aceitos e praticados, mas não têm fundamento ou base legal formal,
constituindo-se em regras consuetudinárias e consensuais. Os Incoterms não impõem e sim
representam uma forma acordada de entendimento entre vendedores (exportador) e com-
pradores (importador), quanto as responsabilidade pelas tarefas necessárias para desloca-
mento da mercadoria desde sua origem até o local de destino, compreendendo embalagens,
transportes internos, licenças de exportação e de importação, movimentação em terminais,
transporte, encargos aduaneiros e seguros internacionais.
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02. a) As diferenças entre DAT e DAP são que o “lugar” de entrega é fora de um terminal,
podendo ser no próprio navio ou em qualquer outro lugar. A responsabilidade sobre o risco e
custo de transporte após o terminal é do exportador.
03. a) Disponibilidade: Capacidade que cada modal tem em atender as entregas pron-
tamente, sendo o modal rodoviário o melhor qualificado ao oferecer o serviço porta-a-porta
(door to door). Velocidade: Tempo de trânsito em uma rota, desde a origem ao ponto de
destino. O aéreo é o mais rápido de todos os modais. Confiabilidade: Habilidade de entregar
no tempo declarado, de maneira satisfatória. Os dutos se destacam nessa característica pela
relação tempo de trânsito (transit time) e Índice Falhas ou Avarias. Capacidade: Possibilidade
do modal de transporte lidar com qualquer tipo e quantidade de carga. O transporte aqua-
viário é o de maior destaque. Frequência: Quantidade de movimentações programadas e
realizadas.
04. A integração informacional na logística internacional parte do seu planejamento estra-
tégico, que fornece informações que auxiliam na redefinição de estratégias logísticas da
empresa; apoiam o processo de tomada de decisões, definem regras formais, procedimentos
e comunicações padronizadas e subsidia o trabalho da logística em todas suas etapas (pro-
cessamento de pedidos; embalagem, transporte; armazenagem e controle de inventários).
Capítulo 4
01. a) A gestão logística integrada implica em que seus componentes (transporte, arma-
zenagem, embalagem, manuseio de materiais, sistemas de informação, gestão de inventários,
gestão do ciclo de pedidos, questões fiscais e questões ambientais) sejam considerados
interdependentes para identificação de trocas compensatórias de modo a se maximizar os
custos totais logísticos decorrentes do nível de serviço prestado aos clientes.
02. b) Estratégias logísticas de gestão de canais de comunicação considerando os custos
dos centro de distribuição; níveis dos estoques e estratégias de terceirização (outsourcing).
Capítulo 5
01. b) Tramp shipping em linguagem marítima significa navio dependente, com linha re-
gular de navegação; navio a frete. Por exemplo, os navios contratados para atender às mo-
vimentações de produtos agrícolas (complexo soja, milho, algodão e açúcar de cana) ou
minérios. Nessa modalidade não há previsibilidade de serviços, rotas ou frequências.
02. a) Os contêineres são de propriedade dos armadores, empresas de leasing ou dos
próprios embarcadores e têm identificação composta de uma sigla ou prefixo com quatro
letras, seguido da numeração com de sete dígitos, sendo o último o dígito de controle. As três
primeiras letras são determinadas a critério das suas empresas proprietárias, normalmente
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correspondendo às iniciais de seus nomes. A última letra é sempre a letra “U” e significa unity
(unidade).
03. c) A unitização de cargas em contêineres e paletes dificulta a intermodalidade e a
escolha do modo de transporte, por não permitir a exploração de economias de escala; per-
mitindo agilidade e flexibilidade na movimentação com o mesmo número de avarias e segu-
rança de transporte e de manuseio da carga. Suas padronizações por unidade transportada
resulta em menor tempo de operação e custos maiores na distância a ser percorrida.
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ANOTAÇÕES
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