Você está na página 1de 8

Os ciclos de crescimento económico

A economia de um país está baseada na produção de bens e serviços produzidos de


forma agregada.

Os ciclos económicos são as mudanças que acontecem na economia de um país.


Essas mudanças na economia são marcadas por períodos de expansão, boom,
recessão e depressão. Ou seja, é natural que uma economia passe por períodos de
prosperidade e estagnação ou crise. 

Porque existem ciclos económicos?


Mudanças nas taxas de juros têm efeito direto sobre a atividade de crédito de um país.
O que pode tornar os empréstimos para as famílias e empresas mais ou menos caros
e contribuir positiva ou negativamente para a economia.

De forma geral, quando as taxas de juros se encontram em um patamar baixo, a


atividade de crédito está bastante alta, o que naturalmente acrescenta muito mais
dinheiro em uma economia, fazendo com que a inflação suba. O contrário acontece
quando os juros estão altos. O crédito é escasso, o que faz com que as empresas
deixem de investir em bens de capital, além das famílias também preferirem adiar o
seu consumo de mercadorias e serviços.

Isso quer dizer que quando a taxa de juros está alta, as pessoas evitam fazer compras
de médio e longo prazo. De uma forma geral, isso desestimula o consumo, fazendo a
economia entrar em um ciclo de baixa.

É por esse motivo que a existência de um banco central independente das motivações


governamentais é muito importante para o controlo da política monetária.

No entanto, se tudo seguir a normalidade, a economia pode voltar a prosperar, com o


início do ciclo de expansão.
Expansão:

A expansão acontece após um período de profunda recessão. Neste estágio, o


governo costuma reduzir bastante as taxas de juros para que o capital se rentabilize.
(ex:empreendedorismo)Com isso, são abertos novos negócios e o emprego aumenta,
o que causa um aumento na renda das famílias e como consequência, um aumento no
poder de compra. Ao mesmo tempo, os juros baixos tornam mais atrativa a atividade
de comprar a prestações, o que estimula o consumo.

Boom:

O boom é o pico do movimento de expansão. Quando a capacidade máxima de


produção e da prestação de serviços ocorre, chamamos a este evento de boom
económico.

Como a procura pelo consumo no mercado é grande, os preços naturalmente sobem


gradualmente. No boom, portanto, esses valores encontram-se seu maior nível.

É exatamente nesse ponto que a inflação fica expressiva e é necessária uma


intervenção indireta do governo na economia para evitar males maiores e o
instrumento utilizado para tal é o aumento na taxa básica de juros.

Recessão:
Uma recessão económica acontece quando há um período de retração generalizada
da atividade e produção da economia, para que um país seja enquadrado nessa
terminologia, é preciso que a retração do PIB ocorra por dois trimestres consecutivos,
independentemente da sua intensidade.

Num período de recessão, o desemprego encontra-se em níveis elevados e o poder


de compra das famílias reduzido. Nesta etapa, as taxas de desemprego podem ficar
elevadas. As taxas de juro também se encontram elevadas nesse período, no entanto,
é preciso habilidade governamental para não permitir que esse período perdure, pois
há grandes chances de uma crise se instalar.
E caso a má fase continue, a sociedade pode entrar em depressão, o que não é nada
benéfico, pelo contrário.

Depressão:

O termo depressão económica existe para denominar recessões prolongadas, que se


alastram na economia por mais de 2 anos. Por conta disso, toda a depressão já foi
uma recessão, que depois passou a ser considerada depressão devido à sua longa
duração.

Normalmente, as depressões também costumam ter mais intensidade que as


recessões. Isto é, o desemprego e a produção do país são extremamente impactados
pela severa e duradoura crise.

-A Grande Depressão:

A crise de 1929 é considerada por muitos economistas como a maior crise económica
da história. Também chamada de Grande Depressão, esta crise teve origem nos
Estados Unidos e alastrou-se ao longo de vários anos pelo mundo todo.
Diversas economias do mundo da época, como o Canadá, Alemanha, Reino Unido,
França e Itália sofreram com altíssimas taxas de desemprego, queda do PIB, de ações
e de outros indicadores económicos.

Para se ter uma ideia do quão intensa foi esta crise, houve uma retração de 15% do
PIB mundial entre os anos de 1929 e 1932. Não foi à toa que a bolsa de Nova York
sofreu uma das maiores quedas da história durante a crise de 29, conhecida como
o crash da bolsa.

Algumas das causas da crise de 29 foram:


 A quebra da bolsa, por conta de uma bolha económica;
 A queda drástica do consumo da população;
 Superprodução agrícola, que causou um grande excesso de mercadorias;
 Alta alavancagem da economia e das empresas.

Tipos de ciclos económicos:


Como os ciclos económicos não têm uma periodicidade regular, podendo durar muito
tempo ou serem rápidos, alguns autores da ciência económica, estabeleceram alguns
tipos de ciclos económicos, de acordo com a sua durabilidade.

Ciclos de Kondratiev: Os ciclos duram entre 40 a 60 anos, foram estudados por


Nikolai Kondratiev, um economista russo. Segundo Kondratiev, a economia global tem
uma dinâmica única. Afirmou que a partir da Primeira Revolução Industrial, a
economia se constituiu em ciclos, nos quais as fases de expansão económica são
sempre seguidas de fases de recessão.

Tanto o lado socialista quanto o capitalista do mundo não aceitaram a teoria de


Nikolai. O lado soviético acreditava que o capitalismo não iria se recuperar após a
Crise da Bolsa de 1929. Por outro lado, os defensores capitalistas não aceitaram bem
a ideia de que o capitalismo enfrentaria crises econômicas de tempos em tempos.
Ciclos de Juglar: Clément Juglar estudou os ciclos de longo prazo, que duraram entre
7 a 11 anos no século XIX, no Reino Unido e estabeleceu um paralelo entre as altas e
baixas do PIB e os gastos com investimentos, flutuações do mercado de trabalho
e inflação.

Ciclos de Kitchin: Estes ciclos têm duração de 2 a 4 anos e foi estudado pelo
estatístico Joseph Kitchin. Na sua análise, ele estudou os ciclos de negócios das
empresas de uma economia, considerando as mudanças que as empresas realizam
de acordo com as alterações da procura, preços dos fornecedores e as taxas de juros
dos empréstimos.  

Ciclos de Kuznets: O ciclo de Kuznets tem uma duração de cerca de 20 a 25 anos,


sendo que este se relaciona com as variações da atividade existentes nas áreas de
construção e transporte. 

Ciclos de Schumpeter: Para Schumpeter o ciclo corresponde à vida de uma


inovação; cada ciclo tem uma característica própria e o sistema económico no fim de
um determinado ciclo é qualitativamente diferente do que era no fim do ciclo que o
antecedeu, ou seja, que estes ciclos não se tratam de processos repetitivos na
economia.

Schumpeter identificou três ciclos longos: a revolução industrial (1787-1842,


algodão, têxteis, ferro e máquina a vapor), o ciclo burguês (1842-1897, caminhos de
ferro, vapores marítimos) e o ciclo neo-mercantilista (1897-1950, indústrias
químicas, electrificação, veículos automóveis).

Segundo o mesmo, uma inovação tem sucesso se possuir três condições muito
importantes:

 Existência de novas e mais vantajosas possibilidades do ponto de vista


económico privado ou num ramo da indústria;

 Acesso limitado a essas mesmas possibilidades, seja em razão nas


qualificações pessoais necessárias, seja por causa de circunstâncias externas;

 A situação económica permite o cálculo de custos e uma premeditação


razoavelmente fiável, isto é, que haja uma situação de equilíbrio económico.
O combate às crises:

-Keynesianismo:
O Keynesianismo é uma teoria político-económica que defende a intervenção do
Estado na organização económica de um país.

Keynes reconheceu que em situações de desequilíbrio económico o estado não


conseguia ultrapassar os problemas criados e, portanto, deveria tomar um papel de
reanimador da atividade económica, oferecendo benefícios sociais aos trabalhadores,
como seguro de saúde, seguro-desemprego, salário mínimo, férias remuneradas,
entre outros.

Nesse sentido, o Estado tem deveres a cumprir para com seus cidadãos,
proporcionando-lhes uma vida digna. Essa teoria levou ao surgimento do conceito de
Bem-Estar social.

Desta maneira, o Keynesianismo é oposto ao liberalismo económico, que sustenta que


a economia deve ser regulada pelo mercado.

Keynes recorre a políticas fiscais e orçamentais (políticas conjunturais) mas o estado


pode atuar com políticas estruturais (longo prazo).

-Política fiscal:
Política fiscal retracionista: aumento dos impostos com o objetivo de arrefer a
economia

Política fiscal expansionista: redução dos impostos para que haja crescimento
económico

-Política orçamental:

Política orçamental retracionista - visa corrigir os desequilíbrios provocados por uma


expansão da atividade económica.

Política orçamental expansionista – tem como objetivo a inverter a fase do ciclo


económico quando a economia se encontra em recessão.

-Política monetária
Outro instrumento utilizado para combater as crises económicas são as políticas
monetárias, segundo as teorias de monetaristas neoliberais, as crises resultam de
uma forte quantidade de massa monetária em circulação, portanto a redução do
excesso de massa monetária é indispensável para acabar com a crise, algo que cabe
aos Governos fazer, retirando a moeda de circulação e arrefecendo a economia.

Trabalho realizado por:

Luís Carvalhal Nº11

Francisco Cardoso Nº6

12ºD

Webgrafia:
https://www.suno.com.br/artigos/ciclo-economico/

https://euqueroinvestir.com/o-que-sao-ciclos-economicos-entenda-agora

https://andrebona.com.br/ondas-de-kondratiev-o-que-sao-e-como-podem-ajudar-voce-
a-entender-a-economia/

https://www.todamateria.com.br/keynesianismo/

https://investidorsardinha.r7.com/aprender/ciclo-economico/

Você também pode gostar