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A GRANDE DEPRESSÃO

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Educação e Comunicação.

Estudante: Benildes Cleide de Carmo Maica. (benildescleide2004@gmail.com)

Curso: Económia e Gestão.

Cadeira: Macroeconómia. Docente: Mauro Silva.

Resumo:

Introdução à Grande Depressão proporciona um estudo de caso estendido com o objectivo de


demostrar como os economistas utilizam o modelo IS – LM para análisar as oscilações
económicas. Este estudo visa no esclarecimento das principais duvidas relacionadas à Grande
Depressão, através de uma análise simplificada de sua história, dando ênfase às questões
pertinentes e directamente ligadas as suas causas e consequências. Chegando a conclusão de
que A crise de 1929, ou “A grande depressão” como ficou conhecida, foi o pior e mais longo
período de recesso que a sociedade capitalista já viveu em toda a sua história, tendo diversas
consequências que prejudicaram a vida de muitas pessoas pelo mundo, levando diversos

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empresários a declararem falências e fazendo com que o desemprego aumentasse abruptamente
de forma muito rápida.

Palavras – Chaves: Grande Depressão, Crise, Estados Unidos.

Abstract / key words

Introduction to the Great Depression provides an extended case study to demonstrate how
economists use the IS – LM model to analyze economic fluctuations. This study aims to clarify
the main doubts related to the Great Depression, through a simplified analysis of its history,
emphasizing relevant issues directly linked to its causes and consequences. Coming to the
conclusion that the crisis of 1929, or "The Great Depression" as it became known, was the worst
and longest period of recession that capitalist society has ever lived in its entire history, with
several consequences that have damaged the lives of many people. people around the world,
leading several businessmen to declare bankruptcy and causing unemployment to rise sharply
and very quickly.

1 Introdução

A presente pesquisa tem como o objectivo o estudo do momento histórico denominado a Grande
Depressão, mundialmente conhecida como a Crise de 1929. No contexto histórico anterior a
crise de 1929 tinha – se uma superprodução, excesso de produção com aumento de estoque e um
baixo poder de compra do consumidor. Com isso, as empresas ficaram sem compradores e sem
compradores não havia lucro.

Posteriormente, deu – se inicio ao desemprego, baixos salários, desequilíbrio na distribuição de


renda, ocasionando assim uma baixa aquisição de bens. Como consequência dos factos acima
narrados as empresas passaram a acumular dividas e que culminaram o pânico na Bolsa de
Valores de Nova Iorque, momento em que mais de treze milhões de títulos foram cedidos e cerca
de dezasseis de acções foram postas a venda no mercado.

Neste ínterim, a Crise de 1929 não atingiu somente a economia, mas diversos outros sectores,
como o social, demográfico, psicológico, cultural, dentre outros, sendo até os dias atuais fonte de
estudo de historiadores, economistas, cientistas e políticos.

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Várias teorias se propuseram a discutir as causas da Grande Depressão. Dentre as causas mais
apontadas temos: a chamada ‘’Quebra da Bolsa de Valores’’.

A Crise de 1929, que ficou popularmente conhecida como A Grande Depressão, foi uma grande
crise econômica que persistiu até a Segunda Guerra Mundial, sendo considerado como o pior e
mais longo período de recessão econômico que o século XX já passou. Entre todas as
consequências que a crise trouxe, podemos citar as elevadas taxas de desemprego, a diminuição
da produção industrial de diversos países, assim como as drásticas quedas dos PIB’s, dos preços
de ações, entre outros. Praticamente todo o mundo se viu envolta a este momento difícil, que
prejudicou as actividades econômicas de dezenas de países.

Como será abordado neste trabalho, a Grande Depressão teve inicio nos Estados Unidos, porém
atingiu diversos países, incluindo os países Europeus, gerando efeitos positivos e negativos.

A Grande Depressão, também chamada de Crise de 1929, foi uma grande recessão que iniciou
nos Estados Unidos e atingiu também toda a economia mundial. As principais causas da crise
foram a superprodução da indústria e a especulação financeira.

Após a Primeira Guerra Mundial, com a Europa destruída, os Estados Unidos se consolidaram
como líderes da economia mundial. A euforia gerada nos EUA pelo crescimento das empresas e
aumento do consumo ficou conhecida como Roaring Twenties (os “loucos anos 20”), e
consolidou a expressão american way of life, ou estilo de vida americano. Além de ter se tornado
a maior potência industrial do mundo, os EUA também emprestaram muito dinheiro para os
países europeus, que precisavam reconstruir o continente no pós-guerra.

Revisão da Literatura

Para Mankiw (2010), afirma que:

‘’Utilizando o modelo IS – LM, pode se interpretar a hipotese monetária como uma explicação da
Depressão por meio de um deslocamento de contratação na curva LM, vista sob esse aspecto, no
entanto, há hipotese monetária esbarra em dois problemas. O primeiro problema é o
comportamento dos encaixes monetários reais. A politica monetária acarreta um deslocamento de
contração na curva LM unicamente se os encaixes monetários reais diminuirem. Não obstante tal
facto, de 1929 ate 1931, os encaixes monetários reais tiveram um leve crescimento, uma vez que
a redução ainda maior no nível de preços. Embora possa ser responsável pelo crescimento do

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desemprego no periodo entre 1931 a 1933, quando os encaixes monetários reais de facto se
reduziram, a contração monetária não explica facilmente o declínio inicial no período entre 1929
a 1931’’. (p. 254 - 255).

Ainda Mankiw (2010, p. 255), afirma que, o segundo problema em relação a hipotese monetária
seria o comportamento das taxas de juros. Se um deslocamento de contração na curva LM
desencadeou a Depressão, deveriamos ter observado taxas de juros nominais decresceram
continuamente de 1929 ate 1933.

Portanto, essas duas razões aparentaram ser suficientes para que se rejeite o ponto de vista de que
a Depressão teria sido instigada por um deslocamento de contração na curva LM.

2 Combate à Grande Depressão e o fim da recessão nos EUA

O presidente americano Herbert Hoover acreditava que o comércio, se não supervisionado pelo
governo, iria, em algum momento, minimizar os efeitos da recessão econômica. Eventualmente,
Hoover acreditava que a economia dos Estados Unidos iria recuperar-se, sem que a intervenção
do Governo fosse necessária. Hoover rejeitou diversas leís aprovadas pelo Congresso, alegando
que davam ao governo americano poderes demais sobre o mercado.

Hoover também acreditava que os governos dos estados americanos deveriam ajudar os
necessitados. Muitos destes Estados, porém, não tinham fundos suficientes para tal. Assim
sendo, Hoover propôs a criação de um órgão governamental, o Reconstruction Finance
Corporation (Corporação de Reconstrução Financeira), ou RFC, em 1932. Este órgão seria
responsável por fornecer alguma ajuda financeira a empresas e instituições comerciais e
industriais chave, como bancos, ferrovias e grandes empresas, acreditando que a falência destas
instituições agravaria o efeito da Grande Depressão. No final de 1932, as eleições presidenciais
foram realizadas. Os dois principais candidatos foram Hoover e Franklin Delano Roosevelt.
Muitos da população americana acreditavam que Hoover fora o principal causador da recessão,
e/ou que pouco fizera para solucionar esta recessão. Roosevelt saiu vencedor da eleição,
tornando-se presidente dos Estados Unidos em 4 de março de 1933.

Roosevelt, ao contrário de Hoover, acreditava que o governo americano era o principal


responsável para lutar contra os efeitos da Grande Depressão. Em uma sessão legislativa
especial, sessão conhecida como Hundred Days ("Cem Dias"), Roosevelt, juntamente com o
congresso americano, criaram e aprovaram uma série de leís que, por insistência do próprio

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Roosevelt, foram nomeadas de New Deal ("Novo Acordo"). Estas leís forneceriam ajuda social
às famílias e pessoas que necessitassem, forneceriam empregos através de parcerias entre o
governo, empresas e os consumidores, e reformou o sistema econômico e governamental
americano, de modo a evitar que uma recessão deste gênero ocorresse futuramente.

2.1 A Grande Depressão em outros países

Ferraz, A. M. S (2002), contextualiza que:

‘’A Grande Depressão causou grande recessão econômica em diversos outros países, não só nos
Estados Unidos. Em muito destes países, a recessão provocada pela Grande Depressão gerou
efeitos similares na economia destes países, como o fechamento de milhares de estabelecimentos
bancários, financeiros, comerciais e industriais, e a demissão de milhares de trabalhadores’’ (p.
127).

Os efeitos da Grande Depressão em vários países foram agravados pelo Ato Tarifário Smoot-
Hawley, um ato americano introduzido em 1930, que aumentava impostos a cerca de 20 mil
produtos não perecíveis estrangeiros, que causou a aprovação de leís e atos semelhantes em
outros países, reduzindo drasticamente exportações e o comércio internacional.

2.2 Consequências da Crise de 1929

As principais consequências da Crise de 1929 foram:

a) Queda nos números de importação e exportação dos Estados Unidos;


b) Redução do PIB norte-americano;
c) Diminuição dos empréstimos internacionais;
d) Decrescimento da produção industrial;
e) Falência de empresas e bancos.

2.3 Causas Da Grande Depressão

A Grande Depressão caracterizou - se por substancial queda da actividade econômica, que


acarretou também uma elevação indesejada do estoque de mercadorias, dificultando a situação
das empresas. O declínio econômico americano foi transmitido ao resto do mundo em grande
parte por causa do padrão-ouro, que gerava contrações da demanda, à medida que se reduzia o
estoque do metal nos diferentes países.

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Avaliando-se mais profundamente, o declínio da actividade decorreu da queda de confiança de
consumidores, influenciados pelas perdas de riqueza advinda da queda da bolsa. Ao mesmo
tempo, a economia sofreu o efeito de um dos maiores erros da história do Federal Reserve (o
banco central, informalmente Fed). Visando conter a especulação no mercado acionário, o Fed
aumentou a taxa de juros. A contração da liquidez piorou a situação da bolsa e contraiu ainda
mais a actividade econômica.

Uma das origens das crises bancárias americanas foi o aumento substancial da dívida dos
agricultores, juntamente com políticas que haviam estimulado a expansão de pequenos bancos
com baixo nível de diversificação. O endividamento dos agricultores se originou em grande parte
dos altos preços dos produtos rurais durante a I Guerra. Eles se sentiram encorajados a tomar
empréstimos para investir em terras e maquinaria agrícola.

A queda dos preços das com modities agrícolas depois da guerra levou muitos agricultores à
bancarrota. Os bancos enfrentaram forte elevação da inadimplência. Dada a concentração em
empréstimos rurais, muitos deles ficaram insolventes, o que foi agravado pela decisão do Fed de
elevar os juros e defender o padrão ouro. A Grã-Bretanha havia abandonado o regime e os
investidores temiam que o mesmo ocorresse nos Estados Unidos.

Afora as crises bancárias, houve os efeitos da Lei Smoot-Hawley, que elevou as tarifas
americanas de importação. O objetivo era estimular a produção agrícola diminuindo a
competição de produtores estrangeiros, mas outros países retaliaram e buscaram reduzir
desequilíbrios em seu comércio exterior. Ainda que não tenha sido causa relevante da depressão,
a leí contribuiu para a queda de um terço do comércio mundial entre 1930 e 1933.

A bonança dos anos 20 não pressagiava os problemas vindouros. Em 1925, os efeitos


econômicos da Primeira Guerra Mundial pareciam superados. Os níveis de produção haviam se
recuperado e o custo das matérias-primas havia se estabilizado.

No entanto, essa recuperação não afectou todos os países igualmente. Enquanto nos Estados
Unidos ou no Japão a economia estava indo muito bem, na Inglaterra ou na França havia altas
taxas de desemprego e uma crise prolongada.

A política dos EUA não ajudou os países europeus a superar suas dificuldades. Eles exigiram,
por exemplo, pagar a dívida com ouro ou mercadoria, retardaram a importação de produtos

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através de taxas alfandegárias e, ao mesmo tempo, impuseram seus produtos no continente
europeu.

Os efeitos dos Preços Decrescentes

Para Mankiw (2010), sustenta que:

De 1929 a 1933, o nível de preços caiu 25%, com isto, muitos economistas culpam essa deflação
pela gravidade da Grande Depressão. Eles argumentam que deflação pode ter transformado
aquilo que seria em 1931 em tipico declínio economico em um período sem precedentes de altos
índices de desemprego e renda reduzida. Se estiver correto, esse argumento proporciona uma
nova vida à hipotese monetária. Uma vez que a oferta monetária decrescente foi responsável, em
termos plausiveis, pelo nível de preços decrescentes, é possível que ela tenha sido responsável
pela gravidade da Depressão. Para que possamos avaliar esse argumento, devemos examinar o
modo como variações no nível de preços afectam a renda no modelo IS – LM. (p. 255).

2.4 Outros Efeitos Da Grande Depressão

O sofrimento humano foi o mais devastador efeito da Grande Depressão. Em curto período de
tempo, o PIB mundial e o padrão de vida caíram substancialmente. Cerca de um quarto da força
de trabalho dos países industrializados ficou desempregada. Embora a situação tenha começado a
ser revertida em meados dos anos 1930, a recuperação total somente viria a acontecer no início
da década de 1940 com a II Guerra.

Ao mesmo tempo, os sindicatos de trabalhadores e os programas sociais se expandiram no


período praticamente em todo o mundo. Nos Estados Unidos, a filiação sindical mais do que
dobrou entre 1930 e 1940. Essa tendência se deveu tanto aos graves efeitos do desemprego
quanto à aprovação da Leí de Relações Trabalhistas (1935), que encorajou as negociações
salariais.

Ainda nos Estados Unidos, foram aprovados o seguro desemprego e a legislação previdenciária,
que representaram uma resposta do governo do presidente Roosevelt aos custos sociais da crise.
É duvidoso questionar se essas mudanças teriam acontecido sem a Grande Depressão. Antes,
muitos países europeus tinham aprovado legislação semelhante, mas esses avanços se aceleraram
na Europa e nos Estados Unidos durante a crise.

Em muitos países, aumentou a regulação da economia, em especial no mercado financeiro. Os


Estados Unidos criaram a Securities and Exchange Comission (Comissão de Valores

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Mobiliários). A leí Glass-Steagall (lei bancária) proibiu bancos comerciais de atuar no mercado
de capitais. Dela surgiu o seguro de depósito. Essas regras foram adotadas em todo o mundo.
Pânicos bancários deixaram de ser fonte de agravamento de recessões.

A Grande Depressão contribuiu para a criação de políticas macroeconômicas voltadas para


minimizar as flutuações da actividade econômica. O papel central do corte de gastos e da
contração monetária como causas da crise levou o economista britânico John Maynard Keynes a
desenvolver as ideias publicadas na Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda (1936), uma
das maiores contribuições para a teoria econômica.

Keynes mostrou que era possível ampliar gastos públicos, reduzir tributos e expandir a base
monetária para lidar com quedas de actividade econômica. Ao lado da percepção do papel do
governo na estabilização do emprego, contribuiu para elevar a intervenção estatal na economia a
partir dos anos 1930. Hoje, parlamentos, governos e bancos centrais ao redor do mundo buscam
rotineiramente prevenir ou combater recessões.

A crise mudou a economia mundial em aspectos fundamentais. A depressão acelerou o fim do


padrão-ouro: as moedas passaram a flutuar de acordo com as forças do mercado. Embora o
câmbio fixo tenha retornado com o acordo de Bretton Woods, o mundo abraçou o novo regime
com entusiasmo. Em 1973, com o abandono do acordo pelos Estados Unidos, os países
desenvolvidos retornaram ao sistema de câmbio flutuante.

Por conseguinte, a Grande Depressão contribuiu também para a ascensão de governos


totalitários na Europa. A instabilidade política e a existência de uma população empobrecida pelo
desemprego e pela queda de renda criaram o ambiente para a pregação de demagogos e para a
tomada do poder pelos nazistas de Adolf Hitler na Alemanha e pelos fascistas de Benito
Mussolini na Itália, ambos com aspirações imperiais.

Na Ásia, onde a penúria rural e urbana era comum, a Grande Depressão piorou a situação. Além
disso, os anos 1930 assistiram à ampliação e à brutalidade do imperialismo japonês. Em resumo,
enquanto os americanos se preocupavam com suas dificuldades domésticas, os europeus e
asiáticos tinham outros problemas, mais de natureza internacional, para enfrentar.

2.5 Mudanças Sociais e Econômicas

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Um dos mais importantes eventos na história da Europa durante a Grande Depressão foi a
hemorragia de talentos. Ninguém mais do que Hitler foi capaz de mudar o equilíbrio cultural
entre a Europa e os Estados Unidos. A queima de livros, a demissão de professores judeus das
universidades, o ataque à arte moderna e a invasão de países europeus provocaram a migração
dos mais ilustres membros da inteligência europeia para os Estados Unidos.

Entre os cientistas que se mudaram para terras americanas (muitos dos quais foram fundamentais
para construir a bomba atômica) estavam Albert Einstein e Enrico Fermi. Os cientistas sociais
incluíam Hanah Arendt e Theodor Arno. Filósofos como Herbert Marcuse também emigraram. A
mesma atitude foi adotada por escritores e teatrólogos como Thomas Mann e Bertold Brecht. E
músicos como Igor Stravinsky e economistas como Joseph Schumpeter.

No fim dos anos 1930, como resultado da emigração maciça de intelectuais e artistas, Nova York
e Hollywood substituíram Paris e Viena como centro da cultura ocidental. Ao fim da II Guerra,
Washington substituiria Londres e Berlim como fortalezas políticas e diplomáticas. Os Estados
Unidos viraram potência cultural e política graças à forma como reagiram à Grande Depressão e
como dela emergiram, mercê de suas singulares experiências.

A Grande Depressão foi indiscutivelmente um período de inovação política, particularmente nas


reformas introduzidas pelo plano New Deal de Franklin Roosevelt e por suas ações para
enfrentar os problemas da pobreza, do desemprego e do colapso da economia. Foi também uma
época em que um grande número de americanos flertou com as ideias marxistas e com a visão de
que o modelo para uma sociedade mais humana estava na União Soviética.

O marxismo parecia explicar, convincentemente, as causas do colapso do capitalismo. Ao


mesmo tempo, o marxismo gerava a expectativa de uma ordem social alternativa ao capitalismo.
A União Soviética, palco da primeira revolução inspirada pelas ideias de Karl Marx, aparecia,
nos anos 1930, como a corporificação do que muitos pensadores chamavam o “experimento”
socialista.

Quanto à Abordagem

Quanto à abordagem ou ao enfoque, a pesquisa obedeceu ao enfoque qualitativo.

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De acordo com Vilela (2009), a investigação qualitativa é a forma de estudo da sociedade que se
centra no modo como as pessoas interpretam e dão sentido ou privilegiam as suas experiências, e
ao mundo em que elas vivem. Portanto, segundo esta abordagem, o estudo baseia-se na
interpretação dos fenómenos.

Quanto ao Objectivo

O tipo de pesquisa quanto ao objectivo foi pesquisa explicativa.

De acordo com Gil (2002), o objectivo desta pesquisa é de proporcionar maior familiardade com
o problema de modo à torná - lo mais explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico.

Técnicas de Análise de Dados

Para análise e interpretação de dados, foram usadas sobre tudo as técnicas de análise qualitativa,
referimo - nos exactamente a análise do conteúdo para melhor entender o fenómeno em estudo.
Nesta análise de conteúdo, foram cruzadas informações de levantamentos bibliográficos e foi
feita uma revisão teorica.

3 O fim Da Grande Depressão

Conforme Mazzucchelli (2008), afirma que:

‘’Em 1932, a gravidade da situação levou os americanos a olhar para os democratas como
potênciais solucionadores da crise. Nesse ano, o Partido Democrata apresentou como candidato
Franklin Delano Roosevelt, que venceria as eleições. Roosevelt se elegeu sob a bandeira do New
que ele mesmo definiu como “uma nova concepção dos deveres e das responsabilidades do
governo perante a economia mundial” (p. 367).

Elaborado por um grupo de renomados economistas, chamado Brain o New Deal foi um plano de
ampla intervenção estatal na economia. Nas décadas seguintes, suas ações determinaram a
passagem do capitalismo liberal e concorrencial para o capitalismo guiado pela ação do governo.
Foi essa ação, que se provou enérgica, que evitou o aprofundamento da crise.

A busca de soluções
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Para superar a crise econômica, Franklin Delano Roosevelt empreendeu, em 1933, um programa
de reformas conhecido como New Deal. Em uma primeira fase, desvalorizou o dólar, diminuiu a
dívida dos agricultores e reduziu a produção de excedentes agrícolas mediante subvenções.

Posteriormente, criou novos complexos industriais e começou um programa de construção de


obras públicas para reduzir o desemprego.

Finalmente, garantiu o direito de greve e instituiu o seguro-desemprego e seguros de invalidez e


de velhice. Impulsionador do New Deal, Roosevelt, que vencera as eleições presidenciais norte-
americanas de 1932 pelo Partido Democrata, foi reeleito em 1936, 1940 e 1944.

Com tudo, presume – se que a crise se agravou até atingir seu ápice em 24 de outubro de 1929,
no dia que entrou para a história como “A quinta-feira negra”. Neste dia, a Bolsa de Valores de
Nova York chegou a seu nível mais baixo, provocado pela alta oferta de produtos e a pouca
procura.

Isto fez com que as ações perdessem seu valor, levando muitas pessoas a perderem todo o seu
dinheiro da noite para o dia, o que provocou também uma das mais altas taxas de suicídio já
registrada nos Estados Unidos, de pessoas que se viram falidas pela crise.

Em meio aos efeitos da crise de 1929 em seus anos seguintes, nos quais a economia norte-
americana ainda sofria com o excesso de produtos, falta de empregos e, consequentemente, um
poder aquisitivo quase nulo, em 1933 é eleito o presidente Franklin Delane Roosevelt.

Roosevelt, ainda em 1933, coloca em prática o plano New Deal, no qual o governo passou a
fiscalizar a produção de itens industriais, assim como nas fazendas do país, regulando ainda seus
preços. Desta forma, o governo buscava controlar não apenas o volume de estoques do país,
como também manter controlada a inflação.

Ainda no plano New Deal, o governo de Roosevelt passou a investir em obras públicas, como a
construção de estradas, ferrovias, entre outras. Assim, houve o início de uma geração de emprego
que pode movimentar, aos poucos, novamente a economia norte-americana, fazendo com que o
país se reerguesse economicamente.

No entanto, o restabelecimento concreto dos Estados Unidos após a Crise de 1929 se concluiu
apenas com a chegada da Segunda Guerra Mundial, que colocou novamente a Europa no centro

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de um conflito mortal, exterminando áreas de produção e causando a necessidade de muitos tipos
de produtos e alimentos.

Desta forma, novamente com a necessidade dos países europeus, os Estados Unidos puderam
voltar a ser seu principal provedor, voltando a exportar em grandes quantidades para o
continente, suprindo sua necessidade e se restabelecendo economicamente.

Com tudo, conclui – se que, a Grande Depressão, na verdade, não precisaria durar mais de um
ano caso o governo americano permitisse ampla liberdade de preços e salários (exactamente
como havia feito na depressão de 1921, que foi ainda mais intensa, mas que durou menos de um
ano justamente porque o governo permitiu que o mercado se ajustasse).

Porém, o governo fez exactamente o contrário, além de aumentar impostos e gastos, ele também
implantou políticas de controle de preços, controle de salários, aumento de tarifas de importação
(que chegou ao maior nível da história), aumento dos gastos do governo, e aumento de impostos.
Para piorar, ele estimulou uma arregimentação sindical de modo a impedir que as empresas
baixassem seus preços.

Em 1933, entrou em cena Franklin Delano Roosevelt, que simplesmente deu continuidade às
políticas intervencionistas de Hoover, inacreditavelmente prolongando a Depressão até 1946.

Buscando uma solução para o grave problema, os eleitores americanos decidiram eleger o
democrata Franklin Delane Roosevelt à Presidência, na esperança de que ele reerguesse a
economia americana. No ano de 1933 ele pôs em prática o New Deal, que fazia com que o
governo passasse a controlar os preços e a produção das industrias e fazendas. Assim foi possível
controlar a inflação e evitar que houvesse acúmulo de estoques. O Plano também inseria
investimentos em obras públicas, como a melhoria das estradas, ferrovias, energia elétrica, entre
outros. Desta forma começaram a aparecer os primeiros resultados, havendo uma diminuição
significativa do desemprego. Com o desenvolvimento do programa, a economia norte-americana
foi aos poucos voltando a entrar no rumo, e no início da década de 1940 ela já funcionava
normalmente.

Referências Bibliográficas:

Mankiw. N. G. (2010). Macroeconómia. (7ᵃ ed.). Rio de Janeiro: Brasil.

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Ferraz, A. M. S (2002). Análise Macroeconómica: Teoria e Prática. Lisboa: Portugal.
Austo, B. (2013). História do Brasil. São Paulo.
Hobsbawm, E. (1995). Era dos Extremos: O breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras.
Mazzucchelli, F. (2008). A Crise em Perspectiva: 1929 e 2008.
Martins, L. C. P & Krilow, L. S. W. A Crise de 1929 e seus Reflexos no Brasil: a Repercussão do
Crack na Bolsa de Nova York na Imprensa Brasileira.
ROSSINI, G. A. A. Crise de 1929.
Vilelas, J. (2009). Investigacao: Processo de Construcao do Conhecimento. Lisboa: Silabo.
Gil, A. C. (2008). Como Elaborar Projectos de Pesquisa. (3ᵃ ed.). São Paulo: Atlas.

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