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A pergunta que originalmente motivou Keynes: o que causou a grande depressão? Mesmo ainda
nos dias de hoje, os economistas continuam a debater sobre a causa desse considerável declínio
na actividade económica. A grande depressão proporcionou um estudo de caso estendido com o
objetivo de mostrar como os economistas utilizam o modelo IS e LM para analisar as oscilações
económicas.
Introdução:
A história económica é pontuada por eventos que deixaram uma marca indelével na trajectória
das nações e no desenvolvimento global. Um desses marcos é a Grande Depressão, um período
de crise económica que assolou o mundo na década de 1930. Originada nos Estados Unidos, essa
crise se espalhou como um incêndio, afectando diferentes regiões e deixando cicatrizes
profundas nas economias e nas vidas das pessoas. Nesta análise, exploraremos as causas, os
desdobramentos e as respostas à Grande Depressão, bem como a influência das teorias
económicas predominantes e a busca por soluções que culminou na emergência da Teoria Geral
de Keynes. A compreensão desse período crítico não apenas ilumina a história económica, mas
também lança luz sobre as complexidades e as interconexões que moldam os eventos
económicos globais.
Objectivos
2. Exploração Teórica: Proporcionar uma exploração detalhada das teorias económicas existentes
na época, incluindo a Teoria Clássica e a emergente Teoria Geral de Keynes.
A Grande Depressão
Porem alguns economistas estavam hipnotizados pela noção de que a moeda era apenas
um "véu sobre os fenómenos reais " outros encaravam faticamente a depressão como um
castigo cíclico que pune empresas e consumidores pelos seus erros passados de
especulação expressivas e erros na tomada de decisões. Ambas as interpretações
impedem que a verdade fosse enxergada os primeiros vão a política monetária com
efeitos nulos nas varáveis reais os segundos com a atenção voltadas para explicações
macroeconómicas não percebam o caracter macroeconómico da questão
consequentemente a confusão reinante e aparente relevância da teoria clássica favorecem
a disseminação das novas ideias propostas na tora geral. (p. 19).
Muitos países em todo o mundo enfrentaram uma recessão económica profunda durante a
Grande Depressão. As taxas de desemprego aumentaram drasticamente, a produção industrial
diminuiu, e os mercados financeiros enfrentaram dificuldades. As economias da Europa,
América Latina e Ásia também foram afectadas, com variações na intensidade dos impactos
dependendo das circunstâncias económicas de cada país.
Portanto, embora a crise tenha começado nos Estados Unidos, seu impacto se estendeu
globalmente, afectando várias nações ao redor do mundo.
Causas
A Grande Depressão foi causada por uma combinação de factores complexos, incluindo:
5. Desigualdade de renda: Houve uma disparidade significativa entre os ricos e os pobres, o que
limitou o poder de compra das massas e afectou a demanda por bens de consumo.
6. Falências em cadeia: A quebra de bancos e empresas levou a uma série de falências em cadeia,
exacerbando ainda mais a crise económica.
A solução da crise
3. Reforma financeira: Houve reformas regulatórias nos sistemas financeiros para evitar práticas
arriscadas que contribuíram para a crise.
A "Teoria Geral" é frequentemente associada ao livro "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda", escrito por John Maynard Keynes em 1936. Essa teoria revolucionou a economia e teve
um impacto significativo nas políticas económicas. Alguns ingredientes importantes para o
desenvolvimento da Teoria Geral incluem:
5. Papel do governo: A Teoria Geral enfatiza o papel do governo na gestão da economia. Keynes
recomendou políticas fiscais expansionistas, como aumento dos gastos públicos em tempos de
recessão, para estimular a demanda e o emprego.
Esses ingredientes, entre outros, contribuíram para a formulação da Teoria Geral de Keynes, que
trouxe uma nova perspectiva para a compreensão dos fenómenos económicos e influenciou a
maneira como os governos e os economistas abordam as questões económicas e políticas.
A paciência, a virtude e as medidas recomendadas pela teoria clássica para as crises cíclicas
e o oceano da solução dos males a longo prazo eram políticas e socialmente poucos
atraentes
" Na Teoria Clássica, que era a visão económica predominante antes da emergência da Teoria
Geral de Keynes, as soluções para crises cíclicas frequentemente envolviam uma abordagem
mais passiva e de "deixar o mercado se ajustar". Isso frequentemente incluía medidas que eram
consideradas politicamente e socialmente menos atraentes. Algumas das características dessa
abordagem incluíam:
Por outro lado, a Teoria Geral de Keynes trouxe à tona a importância da demanda agregada e
defendeu uma intervenção mais activa do governo para lidar com crises cíclicas. Keynes
acreditava que, em tempos de depressão económica, o mercado poderia ficar preso em um estado
de desemprego persistente e que políticas de estímulo fiscal, como aumento dos gastos públicos,
poderiam ser necessárias para impulsionar a demanda e reactivar a economia.
Embora as medidas propostas por Keynes fossem mais intervencionistas, elas eram vistas como
uma abordagem pragmática para resolver os problemas imediatos de desemprego e recessão. No
entanto, como você mencionou, muitas das soluções de longo prazo recomendadas pela Teoria
Clássica, que enfatizavam a paciência e a espera por ajustes naturais, eram socialmente menos
atraentes, especialmente em momentos de crise aguda. A abordagem de Keynes ganhou
relevância em parte porque oferecia soluções mais imediatas para aliviar os impactos das crises
económicas."
A ortodoxia clássica era claramente inconsistente com a realidade dos factos e as suas
recomendações eram ineficazes.
"A Teoria Clássica, embora tenha sido uma abordagem económica influente por um longo
tempo, mostrou-se inconsistente com a realidade dos fatos e muitas vezes suas recomendações
eram ineficazes, especialmente durante a Grande Depressão.
1. Falta de resposta às crises cíclicas: A Teoria Clássica não oferecia uma explicação
convincente para as crises cíclicas de desemprego e recessão. Sua crença na auto-regulação do
mercado e na capacidade de auto-compensação muitas vezes falhava em explicar o
prolongamento das depressões económicas.
2. Desemprego persistente: A Teoria Clássica não conseguia explicar por que o desemprego
poderia se tornar persistentemente alto, como aconteceu durante a Grande Depressão. Suas
recomendações de "esperar" e confiar na auto-regulação não foram eficazes na solução do
problema.
3. Falta de ênfase na demanda: A Teoria Clássica não atribuía grande importância à demanda
agregada na determinação do nível de emprego e produção. Isso a tornava inadequada para
entender como flutuações na demanda poderiam causar crises económicas.
Com toda posição ortodoxa o pensamento vigente era vulnerável a mudanças radicais
económicas existentes. A Grande Depressão foi um ponto de inflexão nesse sentido, pois a
incapacidade das teorias económicas ortodoxas da época em explicar e abordar eficazmente a
crise abriu espaço para novas perspectivas e abordagens.
3. Demandas da sociedade: A crise económica gerou demandas por soluções mais práticas e
imediatas. A população estava sofrendo com desemprego em massa e dificuldades financeiras, o
que aumentou a pressão por mudanças nas políticas económicas.
4. Emergência de novas ideias: A crise económica abriu espaço para economistas como John
Maynard Keynes, cuja Teoria Geral apresentou uma perspectiva radicalmente diferente sobre
como a economia funcionava e como as crises deveriam ser tratadas.
Keynes (2008). Embora a Teoria Clássica tenha suas limitações e tenha sido criticada por não
conseguir explicar ou resolver completamente a Grande Depressão, é importante reconhecer que
não é a única culpada pela crise. A Grande Depressão foi causada por uma combinação
complexa de factores económicos, financeiros e políticos. Algumas outras influências que
contribuíram para a crise incluem:
3. Políticas monetárias restritivas: Algumas políticas monetárias restritivas por parte dos bancos
centrais dificultaram o acesso ao crédito e a oferta de dinheiro, agravando a situação económica.
"Antes da emergência da Teoria Geral de Keynes, já havia alguns princípios de análise monetária
que começaram a lançar luz sobre as questões de desemprego e recessão. Alguns economistas,
embora não tenham desenvolvido uma teoria completa como a de Keynes, contribuíram para a
compreensão dos factores que poderiam levar a crises económicas. Alguns desses princípios
incluem:
2. Teoria da Preferência pela Liquidez: Economistas como John Maynard Keynes, mesmo antes
de escrever a Teoria Geral, exploraram a importância da preferência das pessoas por manter
dinheiro disponível (liquidez) em vez de investir. Isso poderia influenciar a demanda efectiva e,
consequentemente, afectar o nível de emprego.
3. Críticas à lei de Say: Economistas como John Stuart Mill e Alfred Marshall questionaram a
Lei de Say, que afirmava que a oferta criava sua própria demanda. Eles apontaram que, em certas
circunstâncias, a produção excessiva sem demanda suficiente poderia levar a problemas de
desemprego.
Embora essas ideias tenham contribuído para a compreensão das crises económicas, foi a Teoria
Geral de Keynes que revolucionou a maneira como os economistas abordavam o desemprego em
massa e as recessões, oferecendo uma estrutura teórica mais completa e uma série de políticas
para lidar com esses problem
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Foi somente com a emergência da Teoria Geral de Keynes que uma perspectiva diferente sobre a
política monetária e sua relação com a economia real começou a ganhar força. Keynes
argumentou que mudanças na quantidade de dinheiro poderiam influenciar a preferência das
pessoas por liquidez, afectando assim suas decisões de gastos. Ele sugeriu que a política
monetária poderia ter impacto não apenas nos preços, mas também na demanda efectiva,
emprego e produção"
"Muitos economistas que adoptavam a visão de que a depressão era um "castigo cíclico" ou um
resultado inevitável de erros passados estavam focados nas explicações macroeconómicas para
os eventos económicos. Eles frequentemente enfatizavam factores amplos, como as oscilações
naturais da economia, as flutuações de confiança e as fases dos ciclos económicos.
No entanto, essa visão mais fatalista ou moralista, embora possa ter capturado alguns elementos
da realidade, não considerava adequadamente a complexidade dos sistemas económicos ou as
nuances que poderiam levar a recessões e depressões. Muitos factores, incluindo choques
externos, decisões de política, mudanças tecnológicas e outros eventos imprevistos,
desempenham um papel no desencadeamento e na evolução das crises económicas.
É importante reconhecer que a economia é influenciada por uma interacção complexa de factores
macro e microeconómicos, e uma abordagem equilibrada que leve em consideração tanto os
aspectos amplos quanto os detalhes individuais é fundamental para uma compreensão completa
dos eventos económ
Para Mankiw (2010)."A Grande Depressão, ocorrida na década de 1930, é um evento económico
complexo que teve múltiplos factores contribuintes. Uma maneira de analisar as diferentes
hipóteses que explicam a crise é examinar os choques que afectaram as curvas de oferta de
moeda (LM) e de oferta e demanda agregada (SI) na economia. Algumas hipóteses
frequentemente discutidas:
- Restrição Monetária: Alguns argumentam que houve uma restrição severa na oferta de moeda
devido a políticas monetárias restritivas ou eventos como o colapso dos bancos.
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- Crise Bancária: O colapso de bancos levou a uma queda drástica na oferta de dinheiro,
prejudicando a capacidade das pessoas de gastar e investir, o que poderia ter levado à redução da
demanda agregada.
- Redução da Demanda Agregada: A queda nos gastos de consumo e investimento pode ter
levado a uma redução da demanda agregada, resultando em diminuição da produção e aumento
do desemprego.
Fazendo um referencial teórico e dando no final o meu parecer sobre a à hipótese mais
viável que explica a grande depressão.
- A deflação resultante da escassez de moeda teria aumentado o valor real da dívida, levando a
mais inadimplências e reduzindo ainda mais o consumo e os gastos.
- A quebra da confiança empresarial após o colapso do mercado de ações teria levado a uma
redução dos investimentos e gastos de capital.
Parecer:
Considerações Finais:
A Grande Depressão, com suas causas multifacetadas e seu impacto global, permanece como um
capítulo fundamental na história económica mundial. Foi um momento de crise avassaladora que
desafiou as premissas da economia convencional da época e levou à emergência de novas teorias
e políticas. A incapacidade da Teoria Clássica de explicar e conter essa crise abriu espaço para a
ascensão da Teoria Geral de Keynes e uma visão mais abrangente das interacções
macroeconómicas.
Ao examinar as várias hipóteses que explicam a Grande Depressão - desde choques na oferta de
moeda até impactos na demanda e no investimento - reconhecemos que a economia é um sistema
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A compreensão das lições deixadas pela Grande Depressão é crucial para evitar erros do passado
e moldar abordagens económicas mais resilientes e inclusivas no futuro. A necessidade de
políticas que respondam tanto às necessidades macroeconómicas quanto às microeconómicas,
equilibrando considerações monetárias e reais, permanece como um legado dessa época de
desafio e transformação.
A Grande Depressão, com sua complexidade e suas ramificações, serve como um lembrete
poderoso de que a economia é uma disciplina em constante evolução, moldada por teorias,
políticas e eventos interligados. Ao explorar sua história, buscamos extrair lições que possam
iluminar as trajectórias económicas futuras e inspirar uma abordagem mais holística e adaptável
para enfrentar os desafios económicos que estão por vir.
Conclusão:
A disseminação das novas ideias apresentadas na Teoria Geral de Keynes reflectiu a busca por
respostas convincentes e soluções pragmáticas em face de uma crise sem precedentes. O
reconhecimento de que tanto factores monetários quanto reais desempenham papéis cruciais na
economia nos lembra da importância de uma abordagem equilibrada e flexível para enfrentar
desafios económicos complexos.
Referências Bibliográficas
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Keynes, J.M. (2009). A teoria geral do emprego do juro e da moeda (1ª.ed.). Rio de Janeiro,
Brasil: Atlas
Carvalho, J.L., Gwartney, J.D., Stroup, R.L & Sobel, R.S. (2008). Fundamentos da economia
(1ª.ed.). São Paulo, Brasil: Cengage Learnng.
Santos, S., Pina, A., Braga.& Aubyn., M.St. (2010). Macroeconomia (3ª.ed.). Lisboa, Portugal: