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Resumo

A pergunta que originalmente motivou Keynes: o que causou a grande depressão? Mesmo ainda
nos dias de hoje, os economistas continuam a debater sobre a causa desse considerável declínio
na actividade económica. A grande depressão proporcionou um estudo de caso estendido com o
objetivo de mostrar como os economistas utilizam o modelo IS e LM para analisar as oscilações
económicas.

Introdução:

A história económica é pontuada por eventos que deixaram uma marca indelével na trajectória
das nações e no desenvolvimento global. Um desses marcos é a Grande Depressão, um período
de crise económica que assolou o mundo na década de 1930. Originada nos Estados Unidos, essa
crise se espalhou como um incêndio, afectando diferentes regiões e deixando cicatrizes
profundas nas economias e nas vidas das pessoas. Nesta análise, exploraremos as causas, os
desdobramentos e as respostas à Grande Depressão, bem como a influência das teorias
económicas predominantes e a busca por soluções que culminou na emergência da Teoria Geral
de Keynes. A compreensão desse período crítico não apenas ilumina a história económica, mas
também lança luz sobre as complexidades e as interconexões que moldam os eventos
económicos globais.

Objectivos

1. Análise Causal: O objectivo principal é investigar e compreender as causas fundamentais da


Grande Depressão.

2. Exploração Teórica: Proporcionar uma exploração detalhada das teorias económicas existentes
na época, incluindo a Teoria Clássica e a emergente Teoria Geral de Keynes.

3. Contextualização Histórica: Situar a Grande Depressão dentro de seu contexto histórico,


destacando eventos-chave como o colapso do mercado de acções, a crise bancária e as políticas
proteccionistas que impactaram a economia global da época.

4. Análise Comparativa: Comparar e contrastar diferentes perspectivas e hipóteses que explicam


a crise, examinando como factores como restrições monetárias, choques de confiança
empresarial e políticas económicas desempenharam um papel no desencadeamento e na
disseminação da crise.

5. Impacto Global: Explorar a extensão do impacto da Grande Depressão em diferentes regiões


do mundo, examinando como a crise se espalhou e como diferentes economias responderam a
ela.
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A Grande Depressão

Segundo Keynes ao referir-se a grande depressão:

A grande depressão de 1929-33 na Inglaterra nos estados unidos e a referência do


remédio clássico de entregar as forcas demarcado a solução da classe foram ingredientes
importantes para o desenvolvimento da teoria geral. A paciência a virtude e as medidas
recomendada pela teoria clássica para as crises cíclicas e o aceno da solução dos males a
longo prazo eram politicas e socialmente poucos atraentes a ortodoxa clássica era
claramente inconsciente com a realidade dos factos e as suas recomendações eram
ineficazes. Como toda a posição ortodoxa, o pensamento vigente era vulnerável a
mudanças radicais. Na verdade a teoria clássica não era culpada exclusiva. Já havia
alguns princípios de análise monetária capazes de explicar o desemprego e a recessão.

Porem alguns economistas estavam hipnotizados pela noção de que a moeda era apenas
um "véu sobre os fenómenos reais " outros encaravam faticamente a depressão como um
castigo cíclico que pune empresas e consumidores pelos seus erros passados de
especulação expressivas e erros na tomada de decisões. Ambas as interpretações
impedem que a verdade fosse enxergada os primeiros vão a política monetária com
efeitos nulos nas varáveis reais os segundos com a atenção voltadas para explicações
macroeconómicas não percebam o caracter macroeconómico da questão
consequentemente a confusão reinante e aparente relevância da teoria clássica favorecem
a disseminação das novas ideias propostas na tora geral. (p. 19).

Muitos países em todo o mundo enfrentaram uma recessão económica profunda durante a
Grande Depressão. As taxas de desemprego aumentaram drasticamente, a produção industrial
diminuiu, e os mercados financeiros enfrentaram dificuldades. As economias da Europa,
América Latina e Ásia também foram afectadas, com variações na intensidade dos impactos
dependendo das circunstâncias económicas de cada país.

Portanto, embora a crise tenha começado nos Estados Unidos, seu impacto se estendeu
globalmente, afectando várias nações ao redor do mundo.

Causas

A Grande Depressão foi causada por uma combinação de factores complexos, incluindo:

1. Quebra da Bolsa de Valores de 1929: O colapso do mercado de acções em Outubro de 1929,


conhecido como "Quinta-feira Negra", marcou o início da crise. Isso levou a uma perda maciça
de riqueza e confiança nos mercados.
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2. Endividamento excessivo: Antes da crise, muitos bancos e empresas estavam excessivamente


endividados. Isso fez com que a confiança nos sistemas financeiros diminuísse e contribuiu para
o colapso bancário.

3. Políticas monetárias inadequadas: As políticas monetárias restritivas de alguns bancos centrais


na tentativa de manter o padrão-ouro tiveram um impacto negativo na oferta de dinheiro,
dificultando o financiamento das actividades económicas.

4. Redução do comércio internacional: A imposição de tarifas proteccionistas, como a Lei


Smoot-Hawley nos Estados Unidos, levou a uma queda acentuada no comércio internacional,
afectando negativamente as economias globais.

5. Desigualdade de renda: Houve uma disparidade significativa entre os ricos e os pobres, o que
limitou o poder de compra das massas e afectou a demanda por bens de consumo.

6. Falências em cadeia: A quebra de bancos e empresas levou a uma série de falências em cadeia,
exacerbando ainda mais a crise económica.

7. Desemprego em massa: Com a queda na produção e o fechamento de empresas, o desemprego


atingiu níveis alarmantes, o que por sua vez reduziu ainda mais o poder de compra das pessoas.

Esses factores combinados resultaram em uma espiral descendente de recessão económica,


levando à Grande Depressão. As lições aprendidas com essa crise influenciaram
significativamente as políticas económicas e financeiras adoptadas posteriormente para prevenir
crises semelhantes.

A solução da crise

A recuperação da Grande Depressão envolveu uma combinação de políticas e eventos que, ao


longo do tempo, ajudaram a melhorar a situação económica.

1. Políticas de estímulo económico: Vários países adoptaram políticas de estímulo, como


investimentos públicos em infra-estrutura e programas de emprego, para impulsionar a economia
e criar empregos.

2. Política monetária: Muitos governos afrouxaram a política monetária, aumentando a oferta de


dinheiro para estimular o investimento e o consumo.

3. Reforma financeira: Houve reformas regulatórias nos sistemas financeiros para evitar práticas
arriscadas que contribuíram para a crise.

4. Abandono do padrão-ouro: Alguns países abandonaram o padrão-ouro, o que permitiu uma


maior flexibilidade nas políticas monetárias e cambiais.
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5. Segunda Guerra Mundial: O início da Segunda Guerra Mundial impulsionou a produção


industrial e criou empregos devido à mobilização económica relacionada ao conflito.

6. Políticas sociais: A implementação de políticas sociais, como seguro-desemprego e programas


de assistência, ajudou a aliviar os efeitos da crise sobre os cidadãos.

7. Criação de instituições financeiras internacionais: A criação do Fundo Monetário Internacional


(FMI) e do Banco Mundial após a Segunda Guerra Mundial visou estabilizar as finanças globais
e apoiar o desenvolvimento económico.

8. Avanços tecnológicos: O desenvolvimento de novas tecnologias e indústrias, como a produção


de bens duráveis, também impulsionou a recuperação económica.

Essas várias medidas e eventos, combinados com o tempo e a evolução económica,


gradualmente levaram à recuperação da crise da Grande Depressão. No entanto, é importante
notar que a recuperação não foi uniforme em todos os lugares e levou vários anos para que as
economias se restabelecessem completamente.

Ingredientes importantes para o desenvolvimento da teoria geral

A "Teoria Geral" é frequentemente associada ao livro "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda", escrito por John Maynard Keynes em 1936. Essa teoria revolucionou a economia e teve
um impacto significativo nas políticas económicas. Alguns ingredientes importantes para o
desenvolvimento da Teoria Geral incluem:

1. Crise económica da Grande Depressão: A crise económica da Grande Depressão foi um


catalisador importante que levou Keynes a repensar a economia convencional da época. A
observação das falhas do sistema económico existente motivou sua busca por uma nova
abordagem.

2. Críticas à economia clássica: Keynes questionou os princípios da teoria económica clássica


que sustentavam que a economia se auto-regulava e atingiria automaticamente o pleno emprego.
Ele argumentou que a economia poderia ficar presa em níveis persistentes de desemprego.

3. Ênfase na demanda agregada: A Teoria Geral enfatiza a importância da demanda agregada na


determinação do nível de emprego e produção económica. Keynes argumentou que flutuações na
demanda agregada, particularmente a demanda por bens e serviços, poderiam levar a recessões e
depressões.

4. Propensão a consumir e a poupar: Keynes introduziu o conceito de propensão marginal a


consumir e a propensão marginal a poupar. Esses conceitos ajudaram a explicar como os
indivíduos tomam decisões sobre consumo e poupança, influenciando a demanda agregada.
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5. Papel do governo: A Teoria Geral enfatiza o papel do governo na gestão da economia. Keynes
recomendou políticas fiscais expansionistas, como aumento dos gastos públicos em tempos de
recessão, para estimular a demanda e o emprego.

6. Teoria do investimento: Keynes examinou detalhadamente o papel do investimento na


economia e como ele pode ser influenciado por incertezas e expectativas dos empresários.

7. Liquidez e preferência pela liquidez: A teoria de Keynes também aborda a importância da


liquidez e como a preferência das pessoas por manter dinheiro disponível pode afectar o
funcionamento da economia.

8. Intervenção económica e políticas contra cíclicas: A Teoria Geral forneceu justificativas


teóricas para a intervenção governamental na economia, especialmente em momentos de
recessão, com o objectivo de estabilizar a actividade económica.

Esses ingredientes, entre outros, contribuíram para a formulação da Teoria Geral de Keynes, que
trouxe uma nova perspectiva para a compreensão dos fenómenos económicos e influenciou a
maneira como os governos e os economistas abordam as questões económicas e políticas.

A paciência, a virtude e as medidas recomendadas pela teoria clássica para as crises cíclicas
e o oceano da solução dos males a longo prazo eram políticas e socialmente poucos
atraentes

" Na Teoria Clássica, que era a visão económica predominante antes da emergência da Teoria
Geral de Keynes, as soluções para crises cíclicas frequentemente envolviam uma abordagem
mais passiva e de "deixar o mercado se ajustar". Isso frequentemente incluía medidas que eram
consideradas politicamente e socialmente menos atraentes. Algumas das características dessa
abordagem incluíam:

1. Confiança na auto-regulação: Os economistas clássicos acreditavam que as economias tinham


a capacidade de se auto-regular e se ajustar naturalmente ao longo do tempo, retornando
eventualmente ao pleno emprego. Isso implicava que as crises cíclicas eram temporárias e seriam
resolvidas por si mesmas sem a necessidade de intervenção.

2. Ênfase na oferta: A Teoria Clássica se concentrava na oferta de bens e serviços, acreditando


que o mercado, quando deixado sozinho, encontraria seu próprio equilíbrio de emprego e
produção.

3. Limitação da intervenção governamental: A abordagem clássica frequentemente recomendava


que o governo se mantivesse fora das operações económicas, evitando intervenções que
pudessem perturbar o livre funcionamento do mercado.
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Por outro lado, a Teoria Geral de Keynes trouxe à tona a importância da demanda agregada e
defendeu uma intervenção mais activa do governo para lidar com crises cíclicas. Keynes
acreditava que, em tempos de depressão económica, o mercado poderia ficar preso em um estado
de desemprego persistente e que políticas de estímulo fiscal, como aumento dos gastos públicos,
poderiam ser necessárias para impulsionar a demanda e reactivar a economia.

Embora as medidas propostas por Keynes fossem mais intervencionistas, elas eram vistas como
uma abordagem pragmática para resolver os problemas imediatos de desemprego e recessão. No
entanto, como você mencionou, muitas das soluções de longo prazo recomendadas pela Teoria
Clássica, que enfatizavam a paciência e a espera por ajustes naturais, eram socialmente menos
atraentes, especialmente em momentos de crise aguda. A abordagem de Keynes ganhou
relevância em parte porque oferecia soluções mais imediatas para aliviar os impactos das crises
económicas."

A ortodoxia clássica era claramente inconsistente com a realidade dos factos e as suas
recomendações eram ineficazes.

"A Teoria Clássica, embora tenha sido uma abordagem económica influente por um longo
tempo, mostrou-se inconsistente com a realidade dos fatos e muitas vezes suas recomendações
eram ineficazes, especialmente durante a Grande Depressão.

1. Falta de resposta às crises cíclicas: A Teoria Clássica não oferecia uma explicação
convincente para as crises cíclicas de desemprego e recessão. Sua crença na auto-regulação do
mercado e na capacidade de auto-compensação muitas vezes falhava em explicar o
prolongamento das depressões económicas.

2. Desemprego persistente: A Teoria Clássica não conseguia explicar por que o desemprego
poderia se tornar persistentemente alto, como aconteceu durante a Grande Depressão. Suas
recomendações de "esperar" e confiar na auto-regulação não foram eficazes na solução do
problema.

3. Falta de ênfase na demanda: A Teoria Clássica não atribuía grande importância à demanda
agregada na determinação do nível de emprego e produção. Isso a tornava inadequada para
entender como flutuações na demanda poderiam causar crises económicas.

4. Intervenções limitadas do governo: A abordagem clássica era céptica em relação à intervenção


governamental na economia para resolver crises, o que a deixava despreparada para enfrentar
desafios económicos que necessitavam de políticas mais activas"

Com toda posição ortodoxa o pensamento vigente era vulnerável a mudanças radicais

Ortodoxia económica vigente estava vulnerável a mudanças radicais, especialmente em face de


desafios económicos que não podiam ser adequadamente explicados ou resolvidos pelas teorias
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económicas existentes. A Grande Depressão foi um ponto de inflexão nesse sentido, pois a
incapacidade das teorias económicas ortodoxas da época em explicar e abordar eficazmente a
crise abriu espaço para novas perspectivas e abordagens.

A vulnerabilidade da ortodoxia económica a mudanças radicais foi evidenciada por várias


razões:

1. Incapacidade de explicar eventos inesperados: A Grande Depressão foi um evento económico


sem precedentes e a ortodoxia económica da época não tinha ferramentas para explicar a sua
magnitude e persistência.

2. Resultados insatisfatórios das políticas convencionais: As políticas baseadas na ortodoxia


económica tradicional não estavam produzindo os resultados desejados, o que levou à busca por
novas abordagens que pudessem lidar com a crise de forma mais eficaz.

3. Demandas da sociedade: A crise económica gerou demandas por soluções mais práticas e
imediatas. A população estava sofrendo com desemprego em massa e dificuldades financeiras, o
que aumentou a pressão por mudanças nas políticas económicas.

4. Emergência de novas ideias: A crise económica abriu espaço para economistas como John
Maynard Keynes, cuja Teoria Geral apresentou uma perspectiva radicalmente diferente sobre
como a economia funcionava e como as crises deveriam ser tratadas.

Na verdade a teoria clássica não era a culpada exclusiva

Keynes (2008). Embora a Teoria Clássica tenha suas limitações e tenha sido criticada por não
conseguir explicar ou resolver completamente a Grande Depressão, é importante reconhecer que
não é a única culpada pela crise. A Grande Depressão foi causada por uma combinação
complexa de factores económicos, financeiros e políticos. Algumas outras influências que
contribuíram para a crise incluem:

1. Colapso do sistema financeiro: O colapso do mercado de acções em 1929 desencadeou uma


série de eventos que levaram à crise. A fragilidade do sistema financeiro e práticas de
empréstimos arriscadas também desempenharam um papel significativo.

2. Endividamento excessivo: Tanto indivíduos como empresas estavam excessivamente


endividados antes da crise, o que levou a uma redução no gasto e investimento.

3. Políticas monetárias restritivas: Algumas políticas monetárias restritivas por parte dos bancos
centrais dificultaram o acesso ao crédito e a oferta de dinheiro, agravando a situação económica.

4. Políticas proteccionistas: A imposição de tarifas proteccionistas, como a Lei Smoot-Hawley


nos EUA, levou a uma queda acentuada no comércio internacional e afectou negativamente as
economias globais.
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5. Falha na regulação financeira: A falta de regulamentações financeiras adequadas permitiu


práticas especulativas arriscadas e a formação de bolhas económicas

6. Desigualdade de renda: A desigualdade económica exacerbou a situação, limitando o poder de


compra das massas e afectando a demanda por bens de consumo.

Já haviam alguns princípios de análise s monetários capazes de explicarem o desemprego e


a recessão

"Antes da emergência da Teoria Geral de Keynes, já havia alguns princípios de análise monetária
que começaram a lançar luz sobre as questões de desemprego e recessão. Alguns economistas,
embora não tenham desenvolvido uma teoria completa como a de Keynes, contribuíram para a
compreensão dos factores que poderiam levar a crises económicas. Alguns desses princípios
incluem:

1. Teoria Quantitativa da Moeda: Economistas como Irving Fisher e Alfred Marshall


desenvolveram a Teoria Quantitativa da Moeda, que relaciona a quantidade de dinheiro em
circulação com o nível geral de preços e a actividade económica. Essa teoria indicou que uma
oferta monetária inadequada poderia levar a quedas no nível de produção e desemprego.

2. Teoria da Preferência pela Liquidez: Economistas como John Maynard Keynes, mesmo antes
de escrever a Teoria Geral, exploraram a importância da preferência das pessoas por manter
dinheiro disponível (liquidez) em vez de investir. Isso poderia influenciar a demanda efectiva e,
consequentemente, afectar o nível de emprego.

3. Críticas à lei de Say: Economistas como John Stuart Mill e Alfred Marshall questionaram a
Lei de Say, que afirmava que a oferta criava sua própria demanda. Eles apontaram que, em certas
circunstâncias, a produção excessiva sem demanda suficiente poderia levar a problemas de
desemprego.

4. Crises financeiras e ciclos económicos: A observação de ciclos económicos, com períodos de


expansão e recessão, ajudou a entender que a economia não era sempre auto-ajustável.
Economistas como Joseph Schumpeter analisaram os impactos de inovações, investimentos e
descontinuidades económicas.

Embora essas ideias tenham contribuído para a compreensão das crises económicas, foi a Teoria
Geral de Keynes que revolucionou a maneira como os economistas abordavam o desemprego em
massa e as recessões, oferecendo uma estrutura teórica mais completa e uma série de políticas
para lidar com esses problem
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Foi somente com a emergência da Teoria Geral de Keynes que uma perspectiva diferente sobre a
política monetária e sua relação com a economia real começou a ganhar força. Keynes
argumentou que mudanças na quantidade de dinheiro poderiam influenciar a preferência das
pessoas por liquidez, afectando assim suas decisões de gastos. Ele sugeriu que a política
monetária poderia ter impacto não apenas nos preços, mas também na demanda efectiva,
emprego e produção"

Os segundos, com atenção voltada para explicações de macroeconómicas

"Muitos economistas que adoptavam a visão de que a depressão era um "castigo cíclico" ou um
resultado inevitável de erros passados estavam focados nas explicações macroeconómicas para
os eventos económicos. Eles frequentemente enfatizavam factores amplos, como as oscilações
naturais da economia, as flutuações de confiança e as fases dos ciclos económicos.

No entanto, essa visão mais fatalista ou moralista, embora possa ter capturado alguns elementos
da realidade, não considerava adequadamente a complexidade dos sistemas económicos ou as
nuances que poderiam levar a recessões e depressões. Muitos factores, incluindo choques
externos, decisões de política, mudanças tecnológicas e outros eventos imprevistos,
desempenham um papel no desencadeamento e na evolução das crises económicas.

É importante reconhecer que a economia é influenciada por uma interacção complexa de factores
macro e microeconómicos, e uma abordagem equilibrada que leve em consideração tanto os
aspectos amplos quanto os detalhes individuais é fundamental para uma compreensão completa
dos eventos económ

Analisando as diferentes hipóteses (choque na IS ou na LM) que justificam a crise


chamada a grande depressão nota-se que :

Para Mankiw (2010)."A Grande Depressão, ocorrida na década de 1930, é um evento económico
complexo que teve múltiplos factores contribuintes. Uma maneira de analisar as diferentes
hipóteses que explicam a crise é examinar os choques que afectaram as curvas de oferta de
moeda (LM) e de oferta e demanda agregada (SI) na economia. Algumas hipóteses
frequentemente discutidas:

1. Choque na Curva LM (Monetário):

- Restrição Monetária: Alguns argumentam que houve uma restrição severa na oferta de moeda
devido a políticas monetárias restritivas ou eventos como o colapso dos bancos.
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- Crise Bancária: O colapso de bancos levou a uma queda drástica na oferta de dinheiro,
prejudicando a capacidade das pessoas de gastar e investir, o que poderia ter levado à redução da
demanda agregada.

2. Choque na Curva SI (Investimento-Poupança):

- Quebra na Confiança Empresarial: A quebra da confiança empresarial devido ao colapso do


mercado de acções e às incertezas pode ter levado a uma redução nos investimentos e gastos de
capital.

- Redução da Demanda Agregada: A queda nos gastos de consumo e investimento pode ter
levado a uma redução da demanda agregada, resultando em diminuição da produção e aumento
do desemprego.

3. Interconexão entre LM e SI:

- Esperanças Decrescentes: Uma combinação de problemas na curva LM (restrição monetária)


e na curva SI (queda do investimento) pode ter alimentado um ciclo de esperanças decrescentes,
em que a falta de dinheiro disponível levou a menos gastos e investimentos, perpetuando a crise.

4. Choques Externos e Políticas Económicas.

- Políticas Proteccionistas: A imposição de tarifas proteccionistas, como a Lei Smoot-Hawley


nos EUA, contribuiu para a queda do comércio internacional e afectou negativamente as
economias globais.

- Desequilíbrios Internacionais: Desequilíbrios comerciais e financeiros internacionais também


desempenharam um papel na disseminação da crise, afectando a estabilidade económica em
várias regiões."

Fazendo um referencial teórico e dando no final o meu parecer sobre a à hipótese mais
viável que explica a grande depressão.

" Referencial Teórico:

A Grande Depressão da década de 1930 é um dos eventos económicos mais significativos da


história, marcado por uma grave crise económica e desemprego em massa. Diversas hipóteses
foram propostas para explicar suas causas, com foco em choques na oferta de moeda (curva LM)
e na oferta e demanda agregada (curva SI). Aqui estão algumas das principais hipóteses:

1. Choque na Curva LM (Monetário):

- A restrição monetária, devido a políticas restritivas ou colapso bancário, teria levado à


redução da oferta de dinheiro e à contracção do crédito, afectando o consumo e investimento.
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- A deflação resultante da escassez de moeda teria aumentado o valor real da dívida, levando a
mais inadimplências e reduzindo ainda mais o consumo e os gastos.

2. Choque na Curva SI (Investimento-Poupança):

- A quebra da confiança empresarial após o colapso do mercado de ações teria levado a uma
redução dos investimentos e gastos de capital.

- A redução dos gastos de consumo e investimento teria diminuído a demanda agregada,


levando à redução da produção e do emprego.

Parecer:

Embora todas as hipóteses tenham suas validades, a combinação de choques na curva LM e na


curva SI parece ser a explicação mais abrangente e convincente para a Grande Depressão. A
restrição monetária e o colapso bancário resultaram na contracção da oferta de dinheiro,
agravando a crise financeira e limitando o acesso ao crédito. Isso afectou directamente a
capacidade das pessoas de gastar e investir, diminuindo a demanda agregada.

Ao mesmo tempo, a quebra da confiança empresarial e a queda nos investimentos agravaram a


situação, diminuindo a actividade económica e levando a um ciclo de desaceleração ainda mais
profundo. A interacção entre choques monetários e choques de confiança empresarial criou um
cenário em que a economia entrou em uma espiral descendente, levando a uma recessão
prolongada e desemprego em massa.

Em conclusão, a combinação dos choques na curva LM e na curva SI fornece uma explicação


mais abrangente e coerente para a Grande Depressão. A escassez de dinheiro, a contracção do
crédito e a quebra da confiança empresarial interagiram para criar um cenário económico
devastador. É importante ressaltar que a análise da Grande Depressão é complexa e
multidimensional, e múltiplos factores podem ter contribuído para o evento."

Considerações Finais:

A Grande Depressão, com suas causas multifacetadas e seu impacto global, permanece como um
capítulo fundamental na história económica mundial. Foi um momento de crise avassaladora que
desafiou as premissas da economia convencional da época e levou à emergência de novas teorias
e políticas. A incapacidade da Teoria Clássica de explicar e conter essa crise abriu espaço para a
ascensão da Teoria Geral de Keynes e uma visão mais abrangente das interacções
macroeconómicas.

Ao examinar as várias hipóteses que explicam a Grande Depressão - desde choques na oferta de
moeda até impactos na demanda e no investimento - reconhecemos que a economia é um sistema
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intricado, susceptível a influências internas e externas. A interconexão entre os mercados, a


confiança empresarial, as políticas governamentais e os eventos globais demonstrou que
nenhuma crise económica pode ser atribuída a uma única causa isolada.

A compreensão das lições deixadas pela Grande Depressão é crucial para evitar erros do passado
e moldar abordagens económicas mais resilientes e inclusivas no futuro. A necessidade de
políticas que respondam tanto às necessidades macroeconómicas quanto às microeconómicas,
equilibrando considerações monetárias e reais, permanece como um legado dessa época de
desafio e transformação.

A Grande Depressão, com sua complexidade e suas ramificações, serve como um lembrete
poderoso de que a economia é uma disciplina em constante evolução, moldada por teorias,
políticas e eventos interligados. Ao explorar sua história, buscamos extrair lições que possam
iluminar as trajectórias económicas futuras e inspirar uma abordagem mais holística e adaptável
para enfrentar os desafios económicos que estão por vir.

Conclusão:

À medida que revisitamos a era tumultuada da Grande Depressão, somos lembrados da


complexidade intrínseca dos eventos económicos e da profunda influência que exercem sobre as
vidas das pessoas e as trajectórias das nações. Esse período de crise revelou a vulnerabilidade das
teorias económicas predominantes e a necessidade de adaptação diante de circunstâncias
excepcionais. A análise das diferentes hipóteses que explicam a Grande Depressão nos levou a
um entendimento mais profundo das interacções entre oferta monetária, demanda agregada,
investimento e confiança empresarial.

A disseminação das novas ideias apresentadas na Teoria Geral de Keynes reflectiu a busca por
respostas convincentes e soluções pragmáticas em face de uma crise sem precedentes. O
reconhecimento de que tanto factores monetários quanto reais desempenham papéis cruciais na
economia nos lembra da importância de uma abordagem equilibrada e flexível para enfrentar
desafios económicos complexos.

A Grande Depressão deixou um legado duradouro: a necessidade de uma compreensão holística


da economia, a importância de políticas adaptativas e a conscientização de que eventos
económicos têm implicações profundas em todos os aspectos da sociedade. Ao reflectirmos
sobre esse período, somos lembrados da capacidade da humanidade de aprender, crescer e se
adaptar, moldando uma disciplina económica que se mantém dinâmica em resposta aos altos e
baixos da história económica.

Referências Bibliográficas
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Keynes, J.M. (2009). A teoria geral do emprego do juro e da moeda (1ª.ed.). Rio de Janeiro,
Brasil: Atlas

Carvalho, J.L., Gwartney, J.D., Stroup, R.L & Sobel, R.S. (2008). Fundamentos da economia
(1ª.ed.). São Paulo, Brasil: Cengage Learnng.

Mankiw, N.G. (2010). Macroeconomia. (7ª.ed.). Rio de Janeiro, Brasil: LTC

Santos, S., Pina, A., Braga.& Aubyn., M.St. (2010). Macroeconomia (3ª.ed.). Lisboa, Portugal:

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