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Teorias do Crescimento Económico

Capital Humano

Autor: Osvaldo Natalício Macário Sousa


Orientador: Mauro da Silva, MBA
Resumo:
Esse artigo faz uma revisão de literatura e analisa as teorias os principais modelos do crescimento
econômico a teoria do crescimento e do desenvolvimento discute estratégias de longo prazo, nela
a oferta ou produção agregada joga um papel importante na trajetória de crescimento de longo
prazo. Foco: analisar o comportamento do produto potencial ou de pleno emprego da economia, a
longo prazo. Ao longo do tempo, várias teorias têm sido propostas para explicar o crescimento
econômico. De Maslow a Rostow, de Romer a Schultz, cada teoria traz sua interpretação e visão
sobre o que impulsiona o desenvolvimento econômico. Passaremos agora do registro histórico e
da evidência empírica para a teoria do crescimento económico. O objetivo da teoria de crescimento
é o de explicar os determinantes das taxas de crescimento de um país e as razões para as diferenças
nas rendas per capita entre os países. Um dos resultados centrais da teoria do crescimento,
exemplo, é a proposição de que entre dos países com a mesma tecnologia e taxas de poupança, o
País que tiver a taxa mais alta de crescimento populacional eventualmente tem a menor renda per
capita.

Palavras-chave: Teorias do Crescimento; Capital Humano

Abstract: This article reviews the literature and analyzes the theories the main models of economic
growth the theory of growth and development discusses long-term strategies, in which aggregate
supply or production plays a important role in the long-term growth trajectory. Focus: analyze the
Potential or full-employment output behaviour of the economy over the long term term. Over time,
several theories have been proposed to explain the economic growth. From Maslow to Rostow,
from Romer to Schultz, each theory brings its interpretation and insight into what drives
development economical. We will now move from the historical record and empirical evidence to
the theory of economic growth. The purpose of growth theory is to explain the determinants of a
country's growth rates and the reasons for the differences in per capita incomes between countries.

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Licenciatura: Economia e Gestao 2º ano
One of the central results of growth theory, Example, is the proposition that between the countries
with the same technology and rates of savings, the country that has the highest rate of population
growth eventually has the lowest per capita income.

Key-words: Growth Theories; Human capital

1. INTRODUÇÃO

Este artigo discute as principais teorias econômicas que buscam explicar o crescimento econômico
dos países e apresenta um panorama dos fatores relevantes para este processo. A teoria do
crescimento econômico é um tema central na economia mundial. O crescimento econômico é
importante para o desenvolvimento sustentável de um país, e é por isso que muitos países,
incluindo Moçambique, têm se concentrado nesse tema. Este relatório apresenta uma discussão
detalhada sobre a teoria do crescimento econômico e sua aplicação na economia moçambicana.

AUTORES TÍTULO ANO


Dornbusch e Fischer Macroeconomia 1991
Santos, S., Pina, A., Braga. & Macroeconomia 2010
Aubyn., M.St.
Chick, V. On open systems”. Revista de 2004
Economia Política
Dow, Sheila C. The Methodology of 1996
Macroeconomic Thought.
Cheltenham: Elgar Press

2. REVISÃO DA LITERATURA

Essa revisão busca sintetizar as principais escolas de pensamento do crescimento económico,


analisando a evolução histórica dessa teórica e enfatizando o papel das políticas públicas no
desenvolvimento económico atual. Além disso, serão discutidos os desafios enfrentados pelos
países em desenvolvimento no crescimento de suas economias.

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3. METODOLOGIA

Para esta pesquisa, a metodologia escolhida foi a análise estatística por meio de regressão
multivariada. A variável dependente é o crescimento económico, enquanto as variáveis
independentes incluem capital humano, investimento em infraestrutura, tecnologia, entre outras
variáveis.

4. CAPITAL HUMANO e CRESCIMENTO ECONNÓMICO

Mincer (1958) indica que a existência de correlação entre o investimento para a formação das
pessoas (trabalhadores) e a distribuição de renda pessoal. Para o autor, era necessário decidir de
forma individual e racional entre gastar tempo para obter novos conhecimentos e aplicá-los
posteriormente em atividades profissionais ou manter-se no trabalho sem novas formas de
treinamento e estudo de novos conhecimentos. Dessa forma, o autor conclui que a dispersão entre
os rendimentos pessoais estava associada ao volume de investimento efetuado em capital humano,
os quais impactariam na produtividade e no crescimento da economia. oportunidades de
crescimento de capital físico e do capital do conhecimento. Há rendimentos marginais decrescentes
para o capital físico, mas talvez não para o capital do conhecimento. A ideia de que um aumento
do investimento no conhecimento aumenta o crescimento é importante para ligar taxas de
poupança mas altas à taxas de crescimento de equilíbrio mas altas.

5. TEORIAS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO ENDÓGENO

A teoria do crescimento neoclássico dominou o pensamento económico por três décadas porque
faz um bom trabalho ao explicar grande parte do que observamos no mundo e porque é
matematicamente elegante. Contudo, no início da década 1990, a insatisfação com a teoria surgiu
tanto teórica quanto empiricamente. A teoria do crescimento neoclássica atribui o crescimento no
longo prazo ao progresso tecnológico, mas não explica os determinantes económicos nesse
progresso. A insatisfação empírica se desenvolveu com a previsão de que o crescimento económico
e as taxas de poupança não deveram estar correlacionados no estado estacionário.

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Os dados deixam claro que as taxas de poupança e o crescimento estão positivamente
correlacionados entre países.

6. ESTADO ESTACIONÁRIO
Segundo Dornbusch e Fischer (1991), “em estado estacionário, a poupança corrente e as
adições ao estoque de capital devem ser suficientes para equipar novos componentes da força
de trabalho com o mesmo volume de capital que o trabalhador médio utiliza” (p.846).

A ideia do estado estacionário é esta: se o capital per capita for fixo, dada a tecnologia, então assim
o e a produção per capita. Mas para o capital per capta permanecer fixo mesmo quando a população
esta crescendo o capital deve crescer exatamente na taxa correta, nominalmente, na mesma taxa
que a população. Mais formalmente, se a produção per capta permanecer constante, a produção e
a população devem crescer nas mesmas taxas, ou ΔY/Y = ΔN/N = n. Portanto, a partir da equação,
considerando o crescimento na produtividade e o crescimento na produção per capita iguais a zero,
temos 0 = ΔK/K – n, ou

𝛥𝐾
=𝑛
K
A equação estabelece que em estado estacionário a taxa de crescimento do estoque de
capital é igual a taxa de crescimento da população. Equivalentemente, em estado
estacionário o volume de capital per capta e constante.

Para uma simplificação maior também supomos que toda população trabalha, de maneira que a forca de
trabalho é igual.

Quando o capital per capta aumenta, de modo que os trabalhadores usam volumes maiores de
maquinário. A produção per capita aumenta, mas a uma taxa decrescente. Portanto um aumento na
razão capital-trabalho é produtivo, mas ocorrem retornos decrescentes. Em estado estacionário, a
economia se mantém em uma razão capital-trabalho fixa, (ΔK/N)*. A função produção mostra o
volume de produção correspondente per capta (Y/N)*.

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7. PROGRESSO TÉCNICO x ACUMULAÇÃO DE CAPITAL

Na determinação das causas do desenvolvimento, que resumi à educação ou ao progresso


tecnológico e a uma taxa de câmbio que estimule o investimento, existe um velho e ocioso debate
entre os economistas que atribuem maior importância à acumulação de capital ou então ao
desenvolvimento tecnológico. Essa discussão faz pouco sentido não apenas porque a acumulação
de capital vem sempre acompanhada de progresso técnico, como também porque é óbvio que o
conhecimento, seja ele técnico, organizacional, ou comunicativo, é cadavez mais estratégico para
a competitividade das empresas e das nações. Se distinguirmos dois ipos básicos de capital – o
capital físico e o capital humano –, verificaremos que a aceleração incessante do progresso técnico
vem levando à gradual substituição do primeiro pelo segundo no papel de fator estratégico de
produção. É por essa razão que, embora o sistema econômico se mantenha basicamente capitalista,
porque orientado para lucro privado, o poder e o prestígio da classe média profissional, altamente
educada, não para de crescer em relação ao da classe capitalista. O desenvolvimento econômico
decorre tanto da acumulação de capital físico quanto humano, que mantêm entre si uma certa
proporcionalidade técnica: quando um se torna excessivo em relação ao outro, tende a ocorrer o
desemprego. Como tendência geral, porém, o segundo tende a prevalecer sobre o primeiro na
medida em que nos países desenvolvidos existe uma relativa abundância de capital físico, enquanto
se verifica uma relativa escassez de capital humano, apesar dos enormes investimentos em
educação. Já em países de renda média, como o Brasil, a escassez é dos dois tipos de capital. Em
resumo, para o processo do desenvolvimento econômico concorrem inúmeros fatores que se
encadeiam uns aos outros.
Como o crescimento decorre da acumulação de capital e do progresso técnico, é essencial saber se
os empresários estão sendo estimulados a investir e inovar. Se não existirem estímulos, é sinal de
que o problema está na falta de uma estratégia nacional de desenvolvimento.
Se o problema enfrentado pelos empresários for a falta de mãode-obra e de técnicos, o ponto de
estrangulamento estará na educação. Se, pelo contrário, for uma taxa de câmbio incompatível com
o investimento em setores com maior valor adicionado per capita, o problema será essencialmente
macroeconômico. Os obstáculos ou os pontos de estrangulamento podem, portanto, ocorrer em
qualquer ponto da cadeia, mas é sempre importante definir qual é o ponto mais relevante em cada
momento.

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8. MODELOS DE CRESCIMENTO x MODELOS DE DESENVOLVIMENTO

Segundo Dow (1996, cit. em Chick, 2004):


O ramo da economia que estuda o desenvolvimento econômico é a teoria econômica do desenvolvimento
(development economics), que, embora tenha suas origens nos economistas mercantilistas e clássicos,
surgiu como área autônoma nos anos 1940, em meio à crise da teoria econômica neoclássica, e tendo como
bases teóricas as obras dos mercantilistas, Smith, Marx, Schumpeter, e Keynes. Na medida em que essa
teoria busca compreender um fenômeno histórico, os modelos que constrói são necessariamente históricos,
ou seja, modelos que buscam definir as características e dificuldades principais que os processos de
crescimento enfrentam. Os primeiros modelos tratavam de como se inicia o desenvolvimento econômico
em uma região pré-capitalista, discutiam a ‘armadilha do desenvolvimento’, o problema da oferta ilimitada
de mão-de-obra, a acumulação primitiva e a poupança forçada, a revolução industrial e seus pré-requisitos.
A partir daí, estudam-se o que poderíamos chamar de diferentes modelos ou estilos de desenvolvimento
econômico: o modelo original de desenvolvimento dos países que iniciaram a revolução industrial, como a
Inglaterra e a França; o modelo dos países de desenvolvimento atrasado do centro que jamais foram colônias
como a Alemanha ou o Japão; o modelo russo e chinês que excluiu os empresários capitalistas na fase
inicial e concentrou todo o processo de acumulação primitiva no estado; o modelo de substituição de
importações que começa nos anos 1930 nos países latinoamericanos; e o modelo exportador que se
configura nos anos 1960 no Leste e Sudeste da Ásia.
Uma alternativa é comparar modelos atuais de desenvolvimento econômico dos países ricos, ou, em outras
palavras, os modelos de capitalismo desenvolvido: o modelo anglo-saxão, o modelo renano ou franco-
alemão, o modelo dos países escandinavos, o modelo japonês. De acordo com o método histórico, todos
esses padrões históricos são reduzidos a modelos teóricos – modelos que são abertos, necessariamente
incompletos, porque refletem realidades complexas e dinâmicas que são incompatíveis com os modelos
fechados que tanto atraem os economistas (p.12).

____________________sistema econômico continua capitalista, mas os capitalistas perderam parte


substancial do seu pode para os técnicos ou tecnoburocratas.

A partir dos anos 1970, quando o pensamento neoclássico recobra forças no quadro de uma grande
onda ideológica neoliberal, o interesse dos economistas pelos modelos históricos diminuiu, porque
não se adaptavam às exigências de formalização matemática lógicodedutiva da teoria econômica

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neoclássica. Como alternativa a eles, já estavam surgindo então os chamados modelos de
crescimento, ou seja, modelos radicalmente abstratos baseadosem funções matemáticas de
produção que buscam relacionar o crescimento com determinadas variáveis. Embora o primeiro
desses modelos tenha sido keynesiano, eles tornaram-se especialmente populares entre os
economistas neoclássicos a partir do momento em que, em 1956, Robert Solow foi capaz de
desenvolver um modelo simples que tornava a análise dinâmica do crescimento compatível com a
análise estática do equilíbrio geral – algo importante para uma teoria econômica que tem como
critério de verdade antes o coerentismo do que a correspondência com a realidade. Com o
surgimento desses modelos, tornou-se convencional distinguir a ‘teoria econômica do
desenvolvimento’, que teria bases históricas, da ‘teoria econômica do crescimento’ (growth
economics) que teria como base funções de produção inicialmente exógenas, ou seja, nas quais o
progresso técnico ou o capital humano eram exógenos, e, em um segundo momento, conseguindo
endogeneizar matematicamente essa variável. A teoria econômica do desenvolvimento seria mais
ampla, e incluiria toda a complexidade do processo do desenvolvimento, enquanto que a ‘teoria
do crescimento econômico’ mostraria como ocorre o crescimento da renda per capita a partir de
um número mais limitado e formalizado de variáveis. Na verdade, essa diferenciação não faz
sentido já que o fenômeno a ser estudado é um só, e que sua principal medida é sempre o
crescimento da renda per capita. Por outro lado, logo se verificou que o potencial explicativo dos
modelos de crescimento é muito limitado. O modelo de Harrod-Domar tem a vantagem de supor
uma função de produção muito simples, relacionando o crescimento com a taxa de investimento,
dada uma produtividade do capital ou relação produto capital. Já o modelo de Solow usa uma
função Cobb-Douglas também simples mas que permite considerar outros fatores além do capital.
A primeira visava mostrar a tese keynesiana de que o desenvolvimento econômico não ocorre com
equilíbrio assegurado pelo mercado, enquanto que a segunda, ao prever a substituição de fatores,
pretendia demonstrar a tese neoclássica que o mercado assegura esse equilíbrio. É claro que nem
uma nem a outra logrou atingir seu objetivo. Para pesquisadores neoclássicos, o grande feito do
modelo de Solow teria sido haver demonstrado, através do resíduo das regressões, que a
acumulação de capital sozinha não explica o desenvolvimento econômico, e que era fundamental
considerar o progresso técnico. Ora, disto jamais tiveram dúvidas os grandes economistas em todos
os tempos. Na verdade, uma lamentável conseqüência desse modelo foi haver depreciado a

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importância da taxa de investimento quando todas as pesquisas empíricas mostram uma alta
relevância dessa taxa na determinação das taxas de crescimento econômico. Uma das razões que
ainda mantém o interesse nesses modelos de crescimento está na alegação de que eles legitimariam
a pesquisa empírica econométrica à base de regressões, relacionando a taxa de crescimento com
diversas variáveis. Como toda pesquisa empírica necessita de uma hipótese teórica, os modelos de
crescimento ofereceriam essa hipótese. No caso do modelo de Solow, estaria por trás da pesquisa
toda a teoria econômica neoclássica com a qual ele é coerente. Esse entendimento, entretanto, é
equivocado. Ao invés de as pesquisas partirem ou pretenderem partir de modelos de estatuto
teórico no mínimo discutível, elas na verdade partem de hipóteses simples como as de que a
educação, ou os cuidados de saúde, ou a pesquisa e o desenvolvimento, ou boas instituições
promovem o desenvolvimento econômico, e testam econometricamente essas hipóteses. Não
existe aí a utilização do modelo de Solow ou qualquer outro modelo teórico, mas uma simples
hipótese científica. O instrumento utilizado é apenas uma função matemática que permite o cálculo
de regressões entre o crescimento da renda por habitante e a variável que se quisesse testar. Como
hipótese teórica para as pesquisas basta a própria hipótese do pesquisador de que esta ou aquela
variável pode ser relevante na explicação do crescimento. Não há necessidade de usar modelos
teóricos gerais que, afinal, além de serem reducionistas do processo de desenvolvimento
econômico, pouco ou nada esclarecendo sobre ele, não levam em consideração que é sempre
necessário analisar o desenvolvimento também do lado da demanda.

O interesse pelos modelos abstratos de crescimento afinal revelou-se estéril e esta foi uma das
razões que levaram o problema central do desenvolvimento econômico a uma posição secundária
na teoria econômica neoclássica. Não obstante toda essa prioridade dada socialmente ao
desenvolvimento econômico, não obstante ser ele um dos cinco objetivos políticos fundamentais
das sociedades modernas ao lado da segurança, da liberdade, da justiça social e da proteção da
natureza, no ensino da economia nas universidades ele tem um papel muito mais modesto.
Se examinarmos os cursos e os textos de teoria econômica atuais, veremos que o espaço dedicado
ao estudo do desenvolvimento econômico é pequeno. Durante um certo tempo, os economistas
neoclássicos dedicaram-se a calcular o resíduo da função de produção de Solow que foi
identificado como a medida da produtividade: a produtividade total dos fatores. Esgotados esses

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exercícios que afinal eram fúteis, porque não há progresso técnico sem acumulação, esses
economistas se viram sem instrumentos para compreender os processos reais de desenvolvimento,
e acabaram por abandonar ou colocar o tema em segundo plano.

9. CRESCIMENTO EXÓGENO
̂
Se no longo prazo a economia alcança um valor estável de 𝑘̂, então também 𝑦̂ = 𝑓(𝑘)
permanecerá constante. Notando que

𝑌 𝑌/𝐿 𝑦
𝑦̂ = 𝐴𝐿 = =𝐴,
𝐴

Conclui-se que o produto per capta y, no longo prazo, cresce a taxa do progresso técnico, x. Como
o consumo e proporcional ao rendimento, também o consumo por trabalhador crescera a taxa x.
Como o produto total é igual ao produto per capita multiplicando pelo numero de trabalhadores
Y = yL, resulta que a taxa do crescimento do produto total gy é igual a gy + n. A taxa de crescimento
da economia no seu todo é assim igual à taxa de crescimento do produto per capita adicionada da
taxa de crescimento da população. Logo, no modelo de Solow com progresso técnico a taxa de
crescimento do produto total gy no longo prazo, é igual a x + n.
________________________________
Para que y/A seja constante, y e A devem crescer à mesma taxa.

Santos, Pina, Braga e Aubyn (2010) referem que :

O modelo de Solow com progresso técnico e o mas conhecido modelo de crescimento exógeno.
Exógeno, porque o crescimento no longo prazo não é explicado isto é, x não depende de nenhum
dos parâmetros do modelo. A taxa de crescimento do produto per capita difere de x apenas quando
a economia se encontra anda afastada do estado estacionário. Por exemplo se a economia se
encontra abaixo do estado estacionário, então tendera a crescer a uma taxa superior a x durante
algum tempo (p.373).

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10. CRESCIMENTO ENDÓGENO

Modelo AK

A produtividade marginal decrescente do capital e uma propriedade importante da função


de produção neoclássica. Assegura a concavidade da curva da poupança, e portanto a sua
intersecção com a reta de investimento necessário, garantindo assim a existência do estado
estacionário e do equilíbrio de longo prazo. Mutos modelos de crescimento endógeno
caracterizam-se pelo abandono desta hipótese. Um modelo de crescimento endógeno
simples, que estudaremos agora, parte de uma função de produção que não é neoclássica.
Suponha-se que a produção não vara linearmente com o capital, de tal modo que:
𝑌 = 𝐴𝐾, Com A constante.
Para um maior realismo, admita-se que K é um stock de capital em sentido amplo, que
inclui o capital humano. Podemos escrever a função de produção por trabalhador como:
y = AK.
A produtividade marginal do capital é agora constante, e igual a A.

11. POUPANÇA x INVESTIMENTO

Continuando a admitir que a propensão a poupar é constante, que a população cresce a taxa
n e que o capital se deprecia a taxa 𝛿, Tem-se agora que:
𝑑𝐾
= 𝑠𝐴𝐾 − 𝛿𝐾,
𝑑𝑡

Ou por trabalhador, que:


𝑑𝑘
= 𝑠𝐴𝑘 − (𝛿 + 𝑛)𝑘
𝑑𝑡
Na representação gráfica asseguir, a curva da poupança é agora uma reta, com expressão S/L =
sAK. Esta configuração resulta da constância da produtividade marginal do capital. Admitindo que

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sA>(𝛿 + 𝑛), a poupanca excede, qualquer que seja o stock de capital, o investimento necessário.
Consequentemente ter-se-á que o capital por trabalhador crescera sempre:
𝑑𝑘
= 𝑠𝐴𝑘 − (𝛿 + 𝑛)𝑘 = [sA − (𝛿 + 𝑛)]𝑘 > 0
𝑑𝑡
A taxa de crescimento do capital por trabalhador é portanto positiva, e igual à:
𝑑𝑘
𝑘
𝑔𝑘 = = 𝑑𝑡 = 𝑠𝐴 − (𝛿 + 𝑛)
𝑘 𝑘
Veja:
Produto,
Poupança
Investimento AK
necessário
Por trabalhar
̂
𝑑𝑘
𝑑𝑡
<0 sAK

(𝛿 + 𝑛 )k

C.por Trabalhador

12. CONVERGÊNCIA x DIVERGÊNCIA

Será que as economias mais pobres tendem a crescer mais, de modo que, com o passar do tempo,
alcancem os níveis de rendimento per capita que caracterizam as economias mas ricas? Esta e sem
dúvida uma das mas importantes questões que se colocam no âmbito da economia do crescimento.
Na resposta a ela, convém distinguir os aspetos empíricos dos aspetos teóricos. Do ponto de vista
empírico, podemos tentar avaliar o desempenho económico passado das economias mas pobres
em relação as economias mas ricas. Desse ponto de vista, tenta-se com diversas técnicas
econométricas, medir a eventual tendência de aproximação. A caxa que se segue introduz o tema
do ponto de vista empírico. Vamos analisar as implicações dos modelos apresentados, de Solow e
de crescimento endógeno, no que diz respeito a denominada convergência económica (Santos,
Pina, Braga & Aubyn, 2010, p.377).

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13. RESULTADOS DA TEORIA EM RELAÇÃO AO CRESCIMENTO ECONÓMICO
EM MOÇAMBQUE

Investimento Estrangeiro Criação de Emprego Redução da Pobreza


O investimento estrangeiro O crescimento económico em O crescimento económico em
tem sido um motor importante moçambique tem sido moçambique tem ajudado a
para o crescimento económico responsável pela criação de reduzir a pobreza no país.
em Moçambique. Empresas diversos empregos, abrindo Com o aumento da riqueza,
estrangeiras investiram em oportunidades para um grande mais pessoas tem acesso a
recursos naturas como o gás e número de pessoas e bens e serviços básicos,
o petróleo, bem como em melhorando a qualidade de incluindo comida, saúde e
indústrias como a agricultura e vida de muitos educação.
o turismo, ajudando a moçambicanos.
impulsionar a economia.

14. DISCUSSÕES

A teoria do crescimento económico tem implicações significativas para a economia em


moçambique: investir em capital humano, novação, tecnologia e infraestrutura pode ajudar a
impulsionar o crescimento económico e melhorar a qualidade de vida dos moçambicanos. Além
disso, Promover políticas económicas estáveis e instruções confiáveis pode ajudar a atrair mais
investimento estrangeiro e a impulsionar ainda mais o crescimento económico do país.

15. CONSDERAÇÕES FINAS

Neste texto, exploramos as principais teorias do crescimento econômico, as críticas às teorias


neoclássicas e as contribuições das teorias institucionais e heterodoxas. Também discutimos a
importância da educação e inovação, os desafios na implementação de políticas de crescimento e
as perspectivas futuras para o desenvolvimento econômico.

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16. CONCLUSÃO

A análise do crescimento econômico conta hoje com uma variedade de modelos teóricos que
fornecem diferentes respostas para as questões-chave que norteiam a atividade econômica. Cada
modelo teórico deve ser compreendido em seu contexto particular de aplicação, possibilitando a
seleção de elementos relevantes para os desafios contemporâneos. O desenvolvimento econômico
e o crescimento nem sempre são excludentes, é possível realizar um crescimento econômico com
distribuição de renda e bem-estar social.

Através deste método de evidências empíricas do crescimento econômico em Moçambique,


pudemos ver que o país tem potencial para um forte crescimento econômico. É necessário que esse
crescimento seja acompanhado por políticas públicas efetivas, que promovam educação,
infraestrutura e redução da desigualdade. Recomendamos que o governo e os setores privados
trabalhem juntos para alcançar esses objetivos e transformar Moçambique em uma nação mais
próspera e desenvolvida.

O interesse pelos modelos abstratos de crescimento afinal revelou-se estéril e esta foi uma das
razões que levaram o problema central do desenvolvimento econômico a uma posição secundária
na teoria econômica neoclássica. Não obstante toda essa prioridade dada socialmente ao
desenvolvimento econômico, não obstante ser ele um dos cinco objetivos políticos fundamentais
das sociedades modernas ao lado da segurança, da liberdade, da justiça social e da proteção da
natureza, no ensino da economia nas universidades ele tem um papel muito mais modesto. Se
examinarmos os cursos e os textos de teoria econômica atuais, veremos que o espaço dedicado ao
estudo do desenvolvimento econômico é pequeno. Durante um certo tempo, os economistas
neoclássicos dedicaram-se a calcular o resíduo da função de produção de Solow que foi
identificado como a medida da produtividade: a produtividade total dos fatores. Esgotados esses
exercícios que afinal eram fúteis, porque não há progresso técnico sem acumulação, esses
economistas se viram sem instrumentos para compreender os processos reais de desenvolvimento,
e acabaram por abandonar ou colocar o tema em segundo plano.

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17. REFERÊNCIAS BBLOGRÁFICAS

Santos, S., Pina, A., Braga. & Aubyn., M.St. (2010). Macroeconomia (3ª.ed.). Lisboa, Portugal:
Escolar Editora.
Dornbusch, R., Fischer, S. & Startz, R. (1998). Macroeconomia (7ª.ed.). Lisboa, Portugal:
McGraw-Hill.
Chick, V. (2004). On open systems”. Revista de Economia Política : 3-16.
Dornbusch, R., Fischer, S. & Startz, R. (2000). Macroeconomia (10ª.ed.). Lisboa, Portugal:
McGraw-Hill.
Dow, Sheila C. (1996). The Methodology of Macroeconomic Thought. Cheltenham: Elgar Press.

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