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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Discentes: LETICIA OLIVEIRA SCALIONI


LUAN CALDEIRA DE OLIVEIRA
MARIA EDUARDA DECARLI LANZA NUNES

Docente: Prof. Dr. CLÉSIO LOURENÇO XARIER

Uberlândia
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Discentes: LETICIA OLIVEIRA SCALIONI


LUAN CALDEIRA DE OLIVEIRA
MARIA EDUARDA DECARLI LANZA NUNES

Docente: Prof. Dr. CLÉSIO LOURENÇO XARIER

Trabalho final de
Macrodinâmica apresentado
ao Prof. Dr. Clésio Lourenço
Xavier referente ao artigo
“Riqueza, crescimento e
desigualdade” de André Lara
Rezende

Uberlândia
2023

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SUMÁRIO
Introdução ........................................................................................................................... 4

Crescimento da renda e demográfico: ................................................................................ 4

Progresso Tecnológico ....................................................................................................... 4

Modelo de Robert-Solow ................................................................................................... 5

PIB ...................................................................................................................................... 6

Tecnologia Contemporânea ................................................................................................ 7

Escassez Relativa................................................................................................................ 7

Piketty e o Trabalho por Capital apresentada no artigo ..................................................... 7

Conclusão ........................................................................................................................... 8

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Introdução

O artigo "Riqueza, crescimento e desigualdade" de André Lara Resende aborda a relação


entre crescimento econômico, concentração de renda e o papel do progresso tecnológico além
de discorrer sobre a questão demográfica e sua relação com o crescimento econômico. O autor
discute a tendência de desaceleração do crescimento demográfico e a consequente estabilização
da população mundial, o que impactará o crescimento da renda. Resende argumenta que, uma
vez que a população se estabilize e a fronteira tecnológica seja atingida, o crescimento da renda
dependerá principalmente do avanço tecnológico. Além disso, o autor destaca a importância do
modelo de Solow-Swan para entender o crescimento econômico e a concentração de renda. Por
fim, Resende aborda a tese de Thomas Piketty sobre a concentração da riqueza e a desigualdade,
e questiona a viabilidade das propostas do autor para reverter essa tendência.

Crescimento da renda e demográfico:


O texto menciona que a taxa de crescimento demográfico mundial nos últimos três
séculos tem sido relativamente modesta, de 0,8% ao ano. No entanto, mesmo com essa taxa
modesta, a população mundial mais do que dobrou a cada 100 anos e multiplicou por 10 a cada
300 anos. No entanto, o texto também aponta que essa tendência está se revertendo, com a
população mundial crescendo a taxas muito inferiores e com sinais de que deve se estabilizar ou
até mesmo decrescer a partir da segunda metade do século XXI.
Em relação ao crescimento da renda, o texto sugere que, uma vez que a população se
estabilize, o crescimento da renda ficará limitado às taxas observadas para a renda per capita.
Ou seja, o crescimento da renda passaria a ser mais próximo de 2% ao ano, em vez dos 4%
observados no apogeu do século XX. O texto também menciona que o crescimento da renda per
capita nos países avançados já foi bem menor nas últimas décadas, confirmando essa tendência.
Progresso Tecnológico
O progresso tecnológico é um dos principais impulsionadores do crescimento econômico
e do desenvolvimento humano. Ao longo da história, a inovação tecnológica tem sido
responsável por melhorias significativas na produtividade, na eficiência e na qualidade de vida
das pessoas. O progresso tecnológico pode ser definido como a introdução de novas ideias,
métodos, processos ou produtos que melhoram a forma como as coisas são feitas. Isso pode
envolver avanços em áreas como ciência, engenharia, medicina, comunicação, transporte,
energia, entre outros.

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Uma das principais consequências do progresso tecnológico é o aumento da
produtividade. Novas tecnologias permitem que as empresas produzam mais bens e serviços
com menos recursos, o que leva a um aumento da produção e da renda. Além disso, a tecnologia
também pode melhorar a eficiência dos processos produtivos, reduzindo custos e aumentando a
competitividade das empresas. Outro aspecto importante do progresso tecnológico é a melhoria
da qualidade de vida. Novas tecnologias podem trazer benefícios em áreas como saúde,
educação, comunicação e entretenimento. Por exemplo, avanços na medicina têm permitido o
desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e o aumento da expectativa de vida. A tecnologia
também tem facilitado o acesso à informação e a comunicação entre as pessoas, tornando o
mundo mais conectado.
No entanto, o progresso tecnológico também apresenta desafios e dilemas. Por um lado,
a tecnologia pode levar à substituição de empregos por máquinas e automação, o que pode
resultar em desemprego e desigualdade. Além disso, o rápido avanço tecnológico pode criar
disparidades entre aqueles que têm acesso à tecnologia e aqueles que não têm, aprofundando as
divisões sociais. Outro desafio é o impacto ambiental do progresso tecnológico. Muitas
tecnologias modernas têm um alto consumo de recursos naturais e podem causar danos ao meio
ambiente. Portanto, é importante que o progresso tecnológico seja acompanhado por medidas de
sustentabilidade e preservação ambiental.

Modelo de Robert-Solow
O modelo de Solow, também conhecido como modelo neoclássico de crescimento, é uma
ferramenta fundamental para entender o crescimento econômico a longo prazo. Ele foi
desenvolvido por Robert Solow e Trevor Swan na década de 1950 e se tornou uma referência na
teoria econômica.
Uma das principais contribuições do modelo de Solow é a distinção entre crescimento
econômico e desenvolvimento econômico. Enquanto o crescimento econômico se refere ao
aumento da produção e da renda ao longo do tempo, o desenvolvimento econômico envolve
melhorias na qualidade de vida, como educação, saúde e infraestrutura.
O modelo de Solow destaca que o crescimento econômico depende de três fatores
principais: capital, trabalho e progresso tecnológico. Ele argumenta que, em um primeiro
momento, o crescimento é impulsionado pelo aumento da quantidade de capital e de trabalho
disponíveis. No entanto, à medida que a economia se aproxima de seu estado estacionário, o
crescimento passa a depender principalmente do progresso tecnológico. Essa ideia é importante

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porque mostra que o crescimento econômico não pode ser sustentado apenas pelo aumento dos
fatores de produção. É necessário investir em pesquisa e desenvolvimento, inovação e educação
para impulsionar o progresso tecnológico e aumentar a produtividade.
Além disso, o modelo de Solow também destaca a importância da poupança e do
investimento na acumulação de capital. Ele mostra que taxas mais altas de poupança e
investimento levam a um maior crescimento econômico no curto prazo, mas que, a longo prazo,
o crescimento se torna independente dessas taxas e depende principalmente do progresso
tecnológico.

PIB
No artigo, o autor discute o conceito e a relevância do Produto Interno Bruto (PIB) na
medição do crescimento econômico e na aferição do bem-estar. Ele destaca que o PIB é uma
medida da atividade econômica interna em determinado período, que busca somar o valor de
tudo o que é produzido e todo serviço prestado comercialmente no país.
O autor ressalta que o PIB foi desenvolvido no século XX como uma medida da produção
agrícola e industrial, e que sua concepção e construção exigem opções metodológicas que podem
ser irrealistas. Por exemplo, o PIB não leva em conta a depreciação do capital utilizado na
produção, o uso de recursos não renováveis ou a poluição gerada pelo processo de produção.
O autor argumenta que o PIB se tornou um indicador de desempenho e de bem-estar, mas
questiona sua adequação à realidade contemporânea. Ele destaca que as economias avançadas
passaram por mudanças estruturais, com a perda de espaço da agricultura e da indústria em
relação aos serviços. O dinamismo da atividade econômica não está mais na produção, mas na
concepção. Além disso, o autor menciona que o aumento da produtividade industrial tem levado
à queda dos preços dos produtos industrializados, enquanto os serviços têm ganhado
importância.
O autor argumenta que o PIB não é mais adequado para medir a atividade econômica em
uma economia avançada e sofisticada, onde os serviços desempenham um papel cada vez mais
importante. Ele destaca que o PIB não leva em conta atividades não remuneradas, como o
trabalho doméstico, a criação dos filhos, o lazer e a criação artística. Além disso, o autor
menciona que o PIB não considera as externalidades negativas do processo de produção, como
a degradação ambiental.
O autor conclui que o conceito de PIB não faz mais sentido em seu papel de aferidor de
desempenho e de qualidade de vida. Ele argumenta que o crescimento econômico, como o

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conhecemos no século XX, não deverá continuar até o fim do século XXI, e que a renda,
associada à produção de bens, não poderá continuar a crescer indefinidamente. O autor sugere a
necessidade de rever o conceito e a métrica do PIB para melhor compreender e enfrentar os
desafios da nova realidade econômica.
Tecnologia Contemporânea
O artigo destaca que a tecnologia contemporânea tem impactos tanto positivos quanto
negativos na economia e na sociedade. Por um lado, o avanço tecnológico tem aumentado a
produtividade e reduzido a escassez de bens materiais, o que pode levar a uma melhoria na
qualidade de vida e no bem-estar da população.
No entanto, por outro lado, a tecnologia também está causando mudanças significativas
na estrutura da economia, como a redução do emprego na indústria devido à automação e à
robótica. Além disso, a revolução da informática e da internet está transformando setores como
mídia, música, cinema, educação e transporte, o que pode ter impactos negativos na distribuição
da renda e no emprego.
O autor ressalta que a tecnologia contemporânea é desorganizadora, tornando abundantes
e disponíveis a preço praticamente nulo serviços como comunicação, música e entretenimento.
Isso pode afetar negativamente a produção, o crescimento da renda e a distribuição da riqueza,
conforme os modelos econômicos tradicionais.
Escassez Relativa
O artigo menciona que a era da escassez absoluta, em que a produção de bens materiais
era limitada, chegou ao fim. Agora, estamos entrando na era da escassez relativa, em que a
produção de bens materiais está se tornando mais fácil e barata devido ao avanço tecnológico.
No entanto, o desafio econômico contemporâneo não está mais em produzir o máximo com o
mínimo de recursos, mas sim em garantir que todos tenham acesso ao que é produzido.
O autor argumenta que, mesmo com a redução da escassez de bens materiais, a questão
da desigualdade da distribuição da renda e da riqueza se torna cada vez mais relevante. A
concentração da renda e da riqueza nas mãos de poucos pode levar a uma sociedade desigual e
estratificada, o que é incompatível com a democracia.

Piketty e o Trabalho por Capital apresentada no artigo

Além disso, o autor destaca que o avanço tecnológico está reduzindo o emprego na
indústria e no comércio, o que cria novos desafios em relação ao emprego e à distribuição da
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renda. A tecnologia contemporânea está transformando a forma como vivemos, trabalhamos e
consumimos, o que tem impacto na economia e na distribuição da renda.
Portanto, o desafio da escassez relativa está relacionado à garantia de acesso igualitário
aos bens e serviços produzidos, bem como à redução da desigualdade da renda e da riqueza. Isso
requer uma revisão dos conceitos e métricas econômicas tradicionais, que foram desenvolvidos
para uma realidade diferente, e a busca por soluções que promovam uma distribuição mais
equitativa dos benefícios do crescimento econômico.
A opinião de Piketty sobre a concentração da renda e da riqueza é fundamentada em uma
extensa pesquisa empírica, que abrange vários séculos e países diferentes. Ele argumenta que,
se a taxa de retorno do capital for superior à taxa de crescimento da economia, haverá um
aumento da relação entre a riqueza e a renda, o que leva à concentração da renda nas mãos dos
extremamente ricos. Essa concentração da renda é preocupante, pois pode levar a uma sociedade
desigual e estratificada, incompatível com a democracia. Piketty propõe a implementação de
impostos mais altos sobre a renda e a criação de um imposto mundial sobre a riqueza como
forma de reverter essa tendência de concentração.
No que diz respeito ao trabalho por capital, o autor do artigo menciona que o aumento da
produtividade industrial tem levado à redução do emprego na indústria. A revolução da
informática e da robótica tem contribuído para esse processo, tornando a produção de bens cada
vez mais fácil e barata. Isso significa que a intensidade do trabalho na produção de bens está
diminuindo, enquanto a importância dos serviços, onde a tecnologia ainda não pode substituir o
ser humano, está aumentando.
Essa mudança na estrutura da economia tem impacto na distribuição da renda, pois a
parcela da renda atribuída ao capital tem crescido em relação à parcela do trabalho. Isso ocorre
porque o capital é mais concentrado do que o trabalho. O autor concorda com Piketty de que, se
a taxa de retorno do capital for superior à taxa de crescimento, a renda dos que têm capital
aumentará mais do que a renda dos que vivem do trabalho, o que contribui para a concentração
da renda.

Conclusão
Em conclusão, o artigo de André Lara Resende nos alerta para a necessidade de repensar
o modelo de crescimento econômico e a distribuição de renda diante das mudanças demográficas
e tecnológicas que estamos enfrentando. O autor destaca que o crescimento demográfico está
desacelerando e que, uma vez que a população se estabilize, o crescimento da renda dependerá

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cada vez mais do progresso tecnológico. Além disso, Resende aborda a tese de Piketty
sobre a concentração da riqueza e a desigualdade, ressaltando a importância de rever as métricas
e conceitos utilizados para compreender a nova realidade econômica. No entanto, o autor
questiona a viabilidade das propostas de Piketty para reverter a concentração de renda,
destacando a dificuldade de implementação de políticas fiscais mais progressivas. Diante disso,
é necessário buscar soluções inovadoras e inclusivas que promovam um crescimento econômico
sustentável e uma distribuição mais equitativa da riqueza. Isso exigirá uma abordagem
multidisciplinar e a colaboração entre governos, empresas e sociedade civil para enfrentar os
desafios do século XXI.

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