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Economia Politica I

CAPITULO II: CRSSCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Professor:Contantino dos Santos Malungo 2021/2021

1 - CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

A forma mais clássica e tradicional de se medir o crescimento económico de um país


é medir o crescimento de seu Produto Interno Bruto - PIB. Quando se pretende fazer
comparações internacionais o método mais eficaz é o método da Paridade do poder de
compra. Outros métodos que utilizam a taxa de câmbio geralmente sofrem
enviesamentos devido à especulação no mercado cambial ou políticas cambiais. E além
disso, a taxa de câmbio não têm em conta os produtos não transaccionaveis
internacionalmente, como os serviços (barbeiro, alimentação, hotéis, saúde, etc.).

Teorias do crescimento económico

Existem várias teorias de crescimento económico:

• A corrente clássica (Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus),

• A corrente Keynesiana (Damodar-Harrod, Kaldor),

• A corrente neo-clássica (Solow), crescimento endógeno (Lucas e Romer), entre


outras mais recentes.

• A corrente clássica, do século XVIII e XIX defendia um limite máximo ao


crescimento, imposto pelos limites da terra arável. Thomas Malthus defendia
que o crescimento das nações se assemelhava às tribos: cresciam em população
até um ponto onde se tornava insustentável (por não haver comida, espaço,
roupa para todos), onde a guerra, doença ou emigração diminuíam a população,
começando novamente o aumento da população. David Ricardo defendia que a
terra arável apresentava rendimentos marginais decrescentes, devido ao desgaste
dos nutrientes, e esse fator limitava o crescimento das nações até um ponto de
"steady state" (estado estacionário).

• A corrente keynesiana, ilustrada pelo modelo de crescimento de Damodar


(1939)-Harrod(1946), baseia-se na ideia que há uma relação direta entre o nível
de :

• Taxa de poupança; poupança de um país e o ritmo de crescimento de seu PIB

• Taxa de investimentos (em capital físico, ou formação bruta de capital fixo),

• Relação Produto/ Capital: os investidores decidem o seu nível de


investimento conforme as suas expectativas e essas expectativas vão ditar os
níveis de investimento do longo prazo.

Este modelo assume que os principais decisores da taxa de crescimento dos países
são os investidores.

 Corrente neoclássica, O Modelo de Solow cria uma relação entre o PIB per
capita, também denominado como Produto, ou Y nas fórmulas, e o capital físico.
Existem duas versões principais deste modelo: sem progresso técnico e com
progresso técnico. Nesta corrente o crescimento é explicado por uma variável
exógena (o resíduo de Solow), e assume sempre que há um limite máximo ao
crescimento, denominado de "steady-state", onde o crescimento real do PIB é
igual ao crescimento da população (o que implica que o PIB per capita se
mantenha constante). No entanto, no modelo de Solow com progresso técnico
quando o PIB está no ponto de "steady state" está a crescer à taxa de
crescimento da população somada da taxa de progresso técnico. Já o PIB per
capita cresce à taxa de progresso técnico. O crescimento econômico, quando
medido apenas pelo PIB, pode ser muito desigual de um país para outro. Isso
porque taxas de crescimento iguais de PIB escondem grandes variações na
melhoria do bem estar das pessoas e do seu IDH (que é um método padronizado
de avaliação e medida do bem-estar de uma população). Para citar um exemplo,
Sri Lanka, Trindad e Uruguai, que tiveram o mesmo declínio na taxa de
mortalidade infantil, tiveram crescimentos - medidos pelo PIB - completamente
diferentes.
principais fontes de crescimento económico
Atualmente, as principais fontes de crescimento econômico são capital físico, capital
humano e tecnologia. Cada um pode ser definido da seguinte maneira:

Capital físico: são os ativos não humanos, feitos por humanos e que são utilizados na
produção, como por exemplo as ferramentas, máquinas e estruturas físicas usadas nas
empresas e instituições. Entram nessa lista as máquinas, os prédios da companhia,
infraestrutura, como transportes, energia, comunicações e tecnologia.

Capital humano: são as atividades que resultam em um custo no período corrente e


que proporcionam um crescimento na produtividade no futuro. Em outras palavras, as
características adquiridas pelo cidadão que melhoram sua perfomance. Quanto maior for
o nível médio de habilidade e conhecimento das pessoas, mais fácil será aplicar esse
conhecimento em prol do progresso técnico, consequentemente aumentando o padrão de
vida do país.

Tecnologia: por fim, o desenvolvimento da tecnologia é outra fonte primordial, que é


considerada a força motora principal do crescimento econômico. Historicamente o
desenvolvimento tecnológico proporciona um aumento da produtividade do trabalho,
tornando-se fundamental para o crescimento econômico.

Como se calcula o crescimento econômico de um país?

O crescimento econômico é possível ser calculado por meio do PIB, que é a soma de
todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. É importante
ressaltar que entra na conta do PIB os bens e serviços finais, desta forma, a matéria-
prima utilizada na fabricação não entra no cálculo. Para deixar mais claro, o pão que
você come diariamente entra na conta, mas a farinha de trigo utilizada para fazer o pão,
não.

Diversos fatores influenciam diretamente a variação do PIB. Os principais são:


Consumo da população: quanto mais as pessoas gastam, maior será o crescimento da
economia e mais o PIB cresce. Por outro lado, quanto menor for o consumo, mais o
índice do PIB vai reduzir.

Investimentos das empresas: esse é outro fator fundamental para o crescimento


econômico. Quanto mais as empresas crescem, ou seja, gastam com máquinas,
expandem suas atividades ou contratam novos trabalhadores, mais elas ajudam a
movimentar a economia e o PIB.

Gastos do governo: as movimentações do governo também influenciam diretamente no


crescimento econômico. Neste caso, quando o estado realiza novas obras, contrata
novos funcionários e gasta com produtos.

Exportações: quanto mais dinheiro entra no país e é utilizado para gastar em


investimentos e consumo, mais o PIB cresce.

Existe uma fórmula de cálculo do PIB para chegar a um número exato

PIB= C+I+G+X-M

Sendo que:

C: consumo privado

I: total de de investimentos realizados no período

G: gastos do governo

X: volume de exportações

M: volume de importações

Como mostrado, crescimento e desenvolvimento econômico são fundamentais para


qualquer país, porém, são índices diferentes.

Enquanto o crescimento econômico é voltado para produção, consumo e


enriquecimento, o desenvolvimento está mais ligado a ideia de qualidade de vida.
Desenvolvimento económico
Desenvolvimento económico é o processo pelo qual ocorre uma variação positiva das
"variáveis qualitativas" (crescimento económico: aumento da capacidade produtiva de
uma economia medida por variáveis tais como produto interno bruto, produto nacional
bruto), acompanhado de variações positivas das "variáveis qualitativas" (melhorias nos
aspectos relacionados com a qualidade de vida, educação, saúde, infraestrutura e
profundas mudanças da estrutura socioeconômica de uma região e/ou país, medidas por
indicadores sociais como o índice de desenvolvimento humano,IDH( Educaçao e
Longevidade elem do pib) o índice de pobreza humana e o Coeficiente de Gini) .

( Criado pelo Matematico Italiano GINI, e um instrumento para medir o grau de


concentraçao de renda em determinado grupo.)

O "crescimento económico" difere do "desenvolvimento econômico" em alguns


aspectos, pois, enquanto o crescimento econômico se preocupa apenas com
questões quantitativas, como por exemplo, o produto interno bruto e o produto
nacional bruto, o desenvolvimento econômico aborda questões de caráter social,
como o bem-estar, nível de consumo, índice de desenvolvimento humano, taxa de
desemprego, analfabetismo, qualidade de vida, entre outros.

Ou seja, o desenvolvimento econômico é um processo pelo qual a renda nacional real de


uma economia aumenta durante um longo período de tempo. A renda nacional real
refere-se ao produto total de bens e serviços finais do país, expresso não em termos
monetários, mas sim em termos reais: a expressão monetária da renda nacional deve ser
corrigida por um índice apropriado de preço de bens e consumo e bens de capital. E, se
o ritmo de desenvolvimento é superior ao da população, então a renda real per capita
aumentará. O processo implica a atuação de certas forças, que operam durante um longo
período de tempo e representam modificações em determinadas variáveis. Os detalhes
do processo variam sob condições diversas no espaço e no tempo, mas, não obstante, há
algumas características comuns básicas, e o resultado geral do processo é o crescimento
do produto nacional de uma economia.

Como ocorre

O processo de desenvolvimento econômico supõe ajustes institucionais, fiscais e


jurídicos, incentivos para inovações, empreendedorismo e investimentos, assim como
condições para um sistema eficiente de produção, circulação e distribuição de bens e
serviços à população.

Uma analogia ajuda a entender o significado: quando uma semente se torna uma planta
adulta, está exercendo um potencial genético: em outras palavras, está desenvolvendo-
se. Quando qualificado pelo adjetivo "econômico", refere-se ao processo de produção
de riqueza material a partir do potencial dado pela disponibilidade de recursos humanos
e naturais e uso de tecnologia. No campo da economia, a palavra "desenvolvimento"
vem, normalmente, acompanhada da palavra "capitalista", para mostrar que o
desenvolvimento refere-se ao todo social. Esta noção está muito bem desenvolvida em
diversos capítulos do livro de COWEN, M. P. e SHENTON, R.W. (1996, Doctrines of
Development. London: Routledge). Especificamente sobre o desenvolvimento
capitalista há um verbete no Dicionário do Pensamento Marxista de Tom
BOTTOMORE (1988

Desenvolvimento sustentável

Desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico que se traduz num modelo de


desenvolvimento global que incorpora os aspectos de um sistema de consumo em massa
no qual a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-prima, é máxima.[1]
Foi usado pela primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado
pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 pela
Assembleia das Nações Unidas.

A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:


“ O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível
satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural,
fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as
espécies e os habitats naturais.

Esquema representativo dos vários componentes do desenvolvimento su

121. O Plano Anual 2021 integra os 70 Programas de Acção do PDN 2018-2022


Revisto, que serão implementados através de 8.750 Acções Prioritárias (Projectos e
Actividades), visando concretizar 345 metas de 182 objectivos.

Tabela 8 – PDN 2018-2022, Programas de Programas Actividades Objectivos Metas


Acção dos eixos para o ano 2021
Designação
Eixo 1 – Desenvolvimento Humano e Bem- 23 5 136 67 110
estar
Eixo 2 – 20 777 45 106
DesenvolvimentoeconómicoSustentavel,
Diversificado e Inclusivo
Eixo 3 – 10 941 33 63
InfraestruturasNecessáriasaoDesenvolvimen
to
Eixo 4 – Consolidação da Paz, Reforço do 8 253 18 34
Estado Democrático e de Direito, Boa
Governação, Reforma do Estado e
Descentralização
Eixo 5 –DesenvolvimentoHarmonioso do 6 1 480 11 23
Territorio
Eixo 6 – Garantia da Estabilidade e 3 163 8 9
Integridade Territorial de Angola e Reforço
do seu Papel no Contexto Internacional e
Regional
TOTAL 70 8 750 182 345

Financiamento do desenvolvimento económico

Após ampla controvérsia sobre o papel das finanças públicas no ultrapassar da profunda
crise com que há muito nos confrontamos, parece hoje generalizado o entendimento de
que, sem um crescimento do PIB mais robusto e sustentável do que o observado nos
últimos anos, dificilmente poderão ser ultrapassadas as presentes debilidades da
economia Angolana.

Nesta perspectiva, torna-se essencial identificar com clareza os factores susceptíveis de


induzir esse crescimento, bem como os seus principais bloqueamentos estruturais.

De igual modo, parece ir ganhando vencimento a ideia de que, no contexto de uma


pequena economia aberta como a nossa, o crescimento do produto deverá assentar
primordialmente na expansão do investimento e das exportações. Deste padrão de
crescimento resultará naturalmente a criação de rendimento e emprego, mas também,
diferentemente do que acontece com o crescimento predominantemente baseado no
consumo (privado ou público), outros benefícios da maior relevância para a saída da
crise actual e para o desenvolvimento sustentável do país.
Com efeito, a par do estímulo à procura, há que assinalar, no caso do investimento, o
seu contributo decisivo para a expansão da capacidade produtiva, a par do efeito indutor
na modernização do tecido económico e tecnológico do país. O consequente impacto na
produtividade e no emprego duradouro fornece a via para o desejável aumento dos
salários e pensões, aumento da base fiscal e, em última análise, para a sustentabilidade
do modelo social. No caso das exportações há a registar o seu significativo contributo
para a correcção do desequilíbrio externo. Sem este padrão de crescimento não se vê
como inverter de forma significativa e duradoura o caminho que vimos trilhando, já
que, por muito importante que a dimensão distributiva se revele, não é por simples
repartição do "bolo" existente, estagnado, que poderemos alcançar maior prosperidade e
melhor qualidade de vida ...

Do exposto emerge igualmente como prioritário o estímulo à poupança nacional e às


condições susceptíveis de atrair a poupança externa, enquanto suportes financeiros
indispensáveis ao investimento, sendo certo que no caso da poupança externa, o seu
impacto na dívida faz que este não possa deixar de ser sempre criteriosamente
ponderado e avaliada a sua efectiva contribuição para o processo de crescimento. Deste
modo, para um desenvolvimento sustentável torna-se imprescindível que as políticas
públicas não descurem, antes promovam, a poupança, e em particular a interna, quer por
via das políticas de consolidação orçamental quer por via do estímulo à poupança dos
particulares e empresas

Isto sem esquecer a via do investimento directo estrangeiro (IDE), face às


externalidades positivas (inovação e progresso tecnológico, acesso a mercados,
qualidade de gestão, etc.) que normalmente lhe estão associadas, e ao seu contributo
para maior estabilidade dos investimentos.

É neste contexto que surge como determinante e da maior relevância o papel de


intermediação financeira, e em particular da banca, enquanto instrumento privilegiado
de captação da poupança e sua canalização - por via da concessão criteriosa de crédito -
para fins produtivos.

Com efeito, subjacente a esta colaboração estará sempre presente o nosso entendimento
de que a adequada reconfiguração da banca não é um fim em si mesmo, mas um
instrumento ao serviço do desenvolvimento sustentável e inclusivo do país.
Importa, assim, que os temas a abordar sejam relevantes e de actualidade e se insiram
no âmbito das seguintes problemáticas:

- Problemas de crescimento e necessidades de financiamento: o papel da banca;

- Poupança, fiscalidade e acumulação de capital;

- Perspectivas de evolução para o sector bancário e sua articulação com o mercado de


capitais;

- Problemas decorrentes da actual União Bancária: evoluções possíveis e desejáveis;

- O papel da banca na inovação e na internacionalização da economia nacional;

- Estrutura accionista desejável para a banca nacional (BNA.) e vantagens decorrentes

de uma banca nacional capitalizada com recursos financeiros de origem diversificada.

B. Reanimação do Sector Produtivo e Diversificação da Economia


189. Com intuito de reanimar o sector privado e impulsionar a diversificação
económica, além do PDN 2018-2022 e, no âmbito do PRODESI, o Executivo desenhou
um conjunto de programas e medidas para melhorar o ambiente de negócios, em que se
destacam:

i. PAC - Programa de Apoio ao Crédito.

ii. PROPRIV - Programa de Privatizações

iii. PIIM - Plano Integrado de Intervenção nos Municípios

iv. PAPE - Plano de Acção para a Promoção da Empregabilidade (PAPE)

v. Reforço do Processo de Regularização de Atrasados


190. Juntam-se, a essas iniciativas do Executivo, os estímulos do Banco Central para o
Financiamento da Economia.

191. Em seguida, destacamos algumas das principais características de cada um dos


programas e medidas supracitadas.

192. Programa de Apoio ao Crédito (PAC). Este programa vem dar corpo às linhas
mestras do PRODESI, sendo que se aplica aos projectos de investimento que
contribuam directa ou indiretamente para a produção interna de bens essenciais. O
programa visa viabilizar o acesso ao financiamento para os investimentos
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Relatório de Fundamentação OGE 2021

privados inseridos na cadeia de produção e comercialização de 54 bens da cesta básica e


outros bens prioritários de origem nacional inscritos no PRODESI.

193. Para materialização deste programa, o Executivo assinou memorandos de


implementação com oito bancos comerciais locais. Os bancos signatários
comprometeram-sea disponibilizar Kz 141 mil milhões de crédito à economia real.

194. O PAC está disponível para apoiar um conjunto de 16 tipos de operações,


relacionadas com os 54 produtos prioritários do PRODESI.

195. Durante o primeiro semestre de 2020 foram submetidos 46 projectos à banca


comercial, totalizando Kz 90.200.857.185,93. Destes projectos, 26 foram submetidos
durante o 2º trimestre de 2020, correspondendo a Kz 50.290.174.336,93. Actualmente,
encontram-se na banca comercial cerca de 8 projectos aprovados e por desembolsar,
perfazendo Kz 16.986.625.743 distribuídos pelas províncias de Luanda, Benguela e
Namibe.

196. O PAC irá substituir o mecanismo de bonificação de juros, que correspondia a um


modelo de subsidiação, por um mecanismo de financiamento.
197. O PAC deverá continuar em 2021, considerando que o mesmo tem uma duração de
três anos (3) anos (2019-2022).

198. O BDA concederá crédito para uma parcela dos juros negociados (podendo atingir
75% da taxa acordada) com os bancos comerciais, mas pago apenas depois de ter sido
regularizado o empréstimo feito ao banco comercial, em maturidades de longo prazo e a
taxa de juro bonificada. O BDA irá também pagar uma parcela dos prémios de seguros,
com a finalidade de reduzir o risco de crédito.

199. Neste processo, o Estado irá intervir por via do Banco de Desenvolvimento de
Angola (BDA) e do Fundo de Garantia de Crédito (FGC).

200. Estímulos do Banco Central para o Financiamento da Economia. O BNA, no


âmbito do seu mandato de garantia da estabilidade de preços e da solidez do sistema
financeiro, aprovou o Aviso nº 10/20, à semelhança do que ocorreu em 2019, com
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a aprovação do Aviso nº 4/19, de 3 de Abril, com o objectivo de estimular as
instituições financeiras bancárias à concederem crédito aos produtores nacionais de bens
considerados essenciais para a cesta básica e outros passíveis de exportação a curto
prazo.

201. Aviso 10/2020 do BNA. Este instrumento aplica-se à concessão de crédito pelas
instituições financeiras bancárias, para a produção de bens essenciais que apresentam
défices de oferta de produção nacional, a matéria-prima e o investimento necessário à
sua produção, incluindo-se no investimento para aquisição de tecnologia, máquinas e
equipamentos, sendo que os termos do financiamento são:

 Montante previsto: 2,5% do activo líquido dos bancos; e

 Condições: Negociáveis com os bancos comerciais, custo all-in de 7,5% (excluída a


comissão de garantia do FGC).
202. De acordo com o BNA, os activos líquidos da banca comercial a 31 de Dezembro
de 2019 era de Kz 5,25 biliões, pelo que, ao abrigo deste instrumento financeiro, o
limite mínimo de crédito a conceder pelas instituições financeiras bancárias no corrente
ano seria equivalente a Kz 131,35 mil milhões.

203. O BNA já disponibilizou dois instrumentos financeiros anteriores ao Aviso


10/2020 e que atraíram as atenções do empresariado. Tratam-se dos Avisos 04/2019 e
07/2019, tendo resultado, em 2019, em aprovação de 15 projectos num valor de Kz
42,40 mil milhões, dos quais 13 já desembolsados no valor de Kz 38,6 mil milhões.

204. No 1º semestre do ano em curso, um conjunto de 31 projectos foram aprovados


num valor de Kz 106,59 mil milhões, dos quais 10 já beneficiaram de desembolso total
ou parcial no valor de 55,21 mil milhões, distribuídos pelas províncias de Luanda (4),
Cuando Cubango (1), Malange (1), Benguela (2), Lunda Sul (1) e Cuanza Sul (1).
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205. Programa de Privatizações (PROPRIV). O PROPRIV é um programa que está
definido nas linhas orientadores do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, no
seu “Eixo 2 - Melhoria da Gestão das Finanças Públicas”.

206. O PROPRIV deve ser conduzido com base na Lei nº 10/19 de 14 de Maio, tendo
em vista a promoção da estabilidade macroeconómica, o aumento da produtividade da
economia nacional e o alcance de uma distribuição mais equitativa do rendimento
nacional.

207. A implementação do PROPRIV com sucesso é um dos principais desafios do


processo de mudança para um novo paradigma de desenvolvimento em curso no País,
assente na presença activa do sector privado nos principais sectores da economia.

208. Neste sentido, os objectivos do programa assentam, sobretudo, na redução da


participação do Estado na economia como produtor de bens e serviços, na promoção de
condições favoráveis à iniciativa privada, ao investimento estrangeiro e aquisição de
know-how, e no aumento da qualidade e diversidade de bens e serviços para a
população.

209. O programa propõe não apenas a alienação de empresas, mas também a


reestruturação do sector empresarial público. De tal modo que, por meio deste processo,
se possa não apenas promover a iniciativa privada, como também garantir que as
empresas públicas sejam mais eficientes.

210. O PROPRIV prevê a privatização de um conjunto de 195 empresas, das quais 32


estão classificadas como empresas de referência.

211. A alienação desses activos no âmbito do programa será feita de três formas:
Privatizações em Bolsa de Valores, Privatizações por Concurso Público e Privatizações
por Concurso Limitado por Prévia Qualificação.

212. Os principais sectores em que o programa incidirá são os seguintes: financeiro;


agro-pecuária; indústria; construção civil; telecomunicações e tecnologia de
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informação; recursos minerais e petróleo; transportes; imobiliário; turismo; saúde;


energia; educação; agro-indústria; e pescas.

213. O PROPIV é um programa ambicioso e que se reveste de grande importância, por


abranger sectores estruturantes da nossa economia e por permitir que o Executivo se
foque nos aspectos essenciais que promovam o bem-estar de todos.

214. Plano de Acção para a Formação da Empregabilidade (PAPE). O PAPE é um


projecto voltado para a juventude, os empreendedores (já estabelecidos e os emergentes)
e às mulheres, sendo um dos instrumentos que se propõe a dar resposta ao problema do
desemprego que afecta várias famílias, em particular os jovens. Fá-lo-á através de
processos de geração de emprego e renda, nos mais variados sectores da economia e da
facilitação da sua inserção no mercado de trabalho.

215. O objectivo primordial do PAPE é propiciar ferramentas que possam estimular a


criação de emprego, na perspectiva de que os referidos empregos sejam criados e
absorvidos pelo sector produtivo da economia e não propriamente pela administração
pública.

216. Para implementação do PAPE o Estado aprovou um orçamento de 21 mil milhões


de Kwanzas, correspondentes a USD 65,6 milhões, para ser implementado durante três
anos, entre 2019-2021.

217. Perspectiva-se que o programa possa beneficiar de forma directa mais de 83 mil
jovens e de forma indirecta mais de 240 mil jovens.
PRIORIDADES DE DESENVOLVIMENTO
A necessidade de diversificação e de acumulação de capital
Para alcançarem o desenvolvimento sustentável, os países precisam de
transformar os recursos naturais em formas de capital mais duradouras. O
conceito de Mudança da Riqueza das Nações revela que, enquanto a liquidação de
capital natural pode aumentar o PIB à curto prazo, um país não pode desenvolver a sua
economia dependendo apenas de recursos não renováveis e ignorando a importância de
investir em capital produzido e em capital humano. Enquanto o capital natural é
responsável por 47 porcento da riqueza dos países de baixo rendimento, ele representa
menos de 3 porcento da riqueza dos países mais avançados. A importância do capital
natural baixa rapidamente à medida que um país se desenvolve porque as percentagens
de capital produzido e de capital intangível aumentam a um ritmo muito mais rápido do
que o capital natural. Muito embora a sua percentagem de riqueza nacional seja menor,
o valor do capital natural nos países de rendimento elevado é, de facto, superior à média
dos países de baixo rendimento, em termos absolutos.
Angola ainda está predominantemente centrada na exportação do capital natural,
sem criar formas de capital mais sustentáveis gerando, assim, vulnerabilidades. Em
2014, a economia de Angola dependia do capital natural, com uma percentagem de 38
porcento, por oposição a apenas 20 porcento de capital produzido e 41 porcento de
capital humano. Esta composição da riqueza é consistente com outros países de baixo
rendimento e países de rendimento médio baixo. Em 2015, o petróleo era responsável
por 95 porcento das exportações, acentuando a dependência do capital natural. A
dependência criou uma vulnerabilidade aos choques do preço do petróleo, deixando
Angola em crise em 2008 e em 2014.77
Mas ainda mais preocupante é que Angola continua a exaurir a sua riqueza. O
conceito de Mudança da Riqueza das Nações mostra que a taxa de poupanças líquidas
ajustadas (PLA) de Angola manteve-se fortemente negativa durante 25 anos, tendo à
certa altura desinvestido em média 68 porcento do RNB por ano. Considerando que as
suas limitadas reservas petrolíferas poderão estar esgotadas na próxima década, Angola
não pode continuar a consumir a sua riqueza natural desta forma. Noutros países, uma
PLA positiva tem-se revelado um forte fator de previsão de resultados de
desenvolvimento positivos. A contabilização da riqueza realça a necessidade de
diversificação económica e de acumulação de capital sustentável, através de estruturas
de governação adequadas que produzam políticas macroeconómicas robustas bem como
um ambiente estável para investimento e negócios, promovendo ao mesmo tempo a
criação de capital humano
A diversificação económica será crucial para reduzir a dependência de recursos e
fomentar o crescimento. A dependência de recursos pode ser colmatada através de
políticas monetárias e orçamentais adequadas, investimentos em capital humano e
infraestruturas, bem como por um clima de negócios favorável.78 Conforme tem
acontecido noutros países, a exploração de energias não renováveis em Angola assumiu
a forma de operações de mineração com uso intensivo de capital, que não geram muitos
empregos nem apoiam a subsistência da população em geral. Angola tem potencialidade
para desenvolver indústrias não petrolíferas, incluindo agroindústria, pescas e indústria
transformadora. Para 77 Em 2008, por exemplo, o preço do petróleo caiu 69 porcento
em seis meses de Julho a Dezembro de 2008, criando um défice orçamental de 7
porcento do PIB, ou seja, em virtude de uma redução das receitas governamentais de
quase dois terços, o crescimento do PIB baixou de 11,2 porcento em 2008 para 3,4 para
em 2009 e provocou um défice da conta corrente de 11,7 porcento, enquanto a taxa de
câmbio nominal desvalorizava 18 porcento. A queda do preço do petróleo em 2014
provocou a mesma vulnerabilidade, mas ao longo de um período prolongado de preços
do petróleo em baixa. 78 Alsharif, Bhattacharyya e Intartaglia 2016; Van Eeghen et al.
2014.
se poder aproveitar estas áreas de potencial expansão económica, as políticas
governamentais terão de criar incentivos para o crescimento da indústria, tais como um
melhor clima de negócios, aumento da competitividade, acesso a financiamento e uma
carga fiscal razoável com custos de conformidade modestos. Será preciso promover a
concorrência no mercado, e o estado deveria repensar o seu papel de regulador e de
impulsionador da atividade privada. Embora as experiências de crescimento sejam
heterogéneas, há elementos comuns de políticas bem-sucedidas que incluem o
aproveitamento dos recursos de um país e a expansão da sua capacidade subjacente,
bem como a resolução das deficiências do mercado e o aumento da integração
comercial. Uma política monetária restritiva e disciplina orçamental são fundamentais
para assegurar uma estabilidade de preços de longo prazo e diversificar a dependência
económica. O crescimento económico sustentável de longo prazo exige uma
diversificação económica com um aumento dos investimentos em capital humano e
infraestruturas.
A diversificação económica também tem de evitar riscos de dependência indireta
do carbono. Embora se preveja que as reservas de petróleo em Angola durem mais
outra década, o preço volátil do petróleo destaca a vulnerabilidade de Angola aos
choques dos preços externos. Para além do aumento da oferta que faz baixar o preço
internacional do petróleo, espera-se que ganhe dinamismo a transição mundial do
carbono, substituindo os combustíveis fósseis por energia renovável, com um impacto
potencialmente elevado e sustentado no preço do petróleo. Embora as reservas de
petróleo sejam uma vantagem comparativa para Angola, o risco de uma transição do
carbono serve de aviso ao país de que deve promover uma diversificação económica
independente das receitas petrolíferas. Além de mais, a diversificação tem de evitar o
aumento do risco de carbono proveniente de indústrias associadas à combustíveis
fósseis, competências e infraestruturas. Os países ricos em carbono devem também
procurar diversificar os seus portefólios para alternativas à ativos cujos valores possam
estar positivamente correlacionados com as suas reservas de combustíveis fósseis ou de
outros ativos públicos associados aos preços de combustíveis fósseis, tais como
empresas nacionais de recursos. Face ao risco de carbono, a diversificação é um
imperativo ainda maior para os países ricos em emissões de carbono com vista a
assegurar que a perda de receitas tributárias, de empregos e de outros benefícios da
extração de recursos se torne um fator relativamente menor para as suas economias.
A acumulação de capital será fundamental para se estabelecer uma trajetória de
crescimento sustentável que inclua os pobres. Um maior investimento em capital
produzido, incluindo energia, transportes e infraestruturas das águas, irá contribuir para
aumentar a produtividade e promover tanto o comércio interno como externo à longo
prazo. A acumulação de capital produzido iria criar um ciclo virtuoso no qual o
crescimento do sector privado leva a um maior investimento. Mais investimentos em
capital humano, designadamente ensino público, cuidados de saúde, saneamento e
serviços de proteção social mais eficazes serão igualmente essenciais para aumentar a
participação da força de trabalho e dinamizar a produtividade. A falta de investimento
nestas áreas foi uma das principais fontes de exclusão dos pobres dos benefícios do
crescimento, e a criação de capital humano iria ajudar a reduzir o fosso entre urbano e
rural. O investimento no capital humano pode ser um trampolim para a diversificação da
riqueza nacional e da economia, reduzindo a dependência de capital natural de muitos
países e os ciclos de alta e baixa impulsionados pelas matérias-primas, comuns a tantos
países de baixo e médio rendimento. A acumulação de capital humano tem sido um
fator primordial no crescimento económico, no desenvolvimento sustentável e na
redução da pobreza.79 Fornecer uma medida explícita do capital humano contribui
consideravelmente para tornar a contabilização da riqueza mais útil para efeitos de
monitorização do progresso e da análise das políticas.

Angola deveria iniciar uma nova trajetória de desenvolvimento inclusivo e


sustentável, acumulando riqueza em vez de a esgotar. Angola precisa de melhorar o
seu enquadramento de políticas com vista a incorporar o princípio de conversão das
rendas de recursos noutros ativos produtivos, a fim de que as trajetórias de
desenvolvimento estratégico sejam facultadas, e não dominadas, pelos recursos naturais.
O enquadramento de políticas tem de ser concebido de modo a dirigir-se
especificamente à população pobre, uma vez que a inclusão não foi uma característica
natural da experiência de crescimento de Angola. A pobreza persistente ainda está
generalizada, em especial nas zonas rurais. Logo, o objetivo de Angola deveria ser
converter a sua riqueza natural, com consciência ecológica, em ativos para os pobres,
consagrados em formas mais sustentáveis de riqueza (produzida, humana e social) para
promover uma sociedade inclusiva num percurso de desenvolvimento sustentável. Se
bem que, historicamente, a economia do país se tenha baseado na exploração abusiva de
mão de obra e de recursos naturais, as metas futuras podem incluir uma exploração mais
sustentável deste capital (Quadro B.1). Ao converter a riqueza em ativos para os pobres,
Angola pode, paralelamente, alcançar um desenvolvimento mais equitativo, assim como
potenciar o crescimento futuro.
Quadro E.1. Evolução da Riqueza de Angola

Quadro E.1. 1975 - 2002 - 2017 - 2030 -Pobreza erradicada


Evolução da Independênci Paz com Contrato Transição e prosperidade partilhada
Riqueza de a, guerra civil Social baseado no estrutural
Angola 1600 - e economia fim da guerra civil inclusiva com um
Colonização centralizada Contrato Social
portuguesa renovado
Riqueza Natural Inícioexploraç Exploração Exploração Transformação do capital natural em
ão exaustiva de continuada de continuada de capital intangível
diamantes e diamantes e diamantes e
petróleo petróleo petróleo
Riqueza Aumento da Destruição das Recuperação das Aumento da produtividade agrícola
Produzida produção infraestruturas e da infraestruturas e da e maior número de “bons” empregos
agrícola; produção agrícola produção produtivos
construção de económica
infraestruturas
Riqueza Início de Enorme Profundas Acumulação de riqueza humana,
Intangível contratos de deterioração do desigualdades, social e institucional através de
trabalho capital humano e baixos indicadores serviços melhorados de educação e
abusivos, social devido à de educação e saúde bem como melhor governação
deteriorando o guerra civil saúde e
capital humano dependência de um
e social sistema
presidencial
discricionário
dominante
Diagnóstico Sistemático Nacional para Angola

Estando o novo governo centrado nas reformas, existe uma oportunidade para se
iniciar um novo contrato social. A estrutura política caracterizava-se por assimetrias
de poder, estando este concentrado na presidência e num pequeno círculo de elites bem
relacionadas, deixando a população sem representação significativa. O novo presidente
eleito declarou a sua intenção de combater a corrupção e de promulgar reformas. Já deu
sinais inequívocos ao substituir pessoas em posições-chave, incluindo o
Governador do Banco Central, o presidente da empresa estatal de petróleo e o
administrador do fundo soberano de Angola, e ao lançar reformas que visam promover
maior transparência, concorrência e investimento privado. No contexto de preços do
petróleo reduzidos e de uma produção petrolífera que está a chegar ao seu fim, tais
reformas são a única opção para oferecer aos jovens um futuro melhor evitando, ao
mesmo tempo, mudanças políticas turbulentas.
Os impulsionadores estruturais subjacentes de Angola em matéria de FCV podem
ser mais bem resolvidos com uma abordagem que considere a realidade política,
económica e social em paralelo. A nova liderança de Angola, sob o comando do
Presidente João Lourenço, já mandou sinais inequívocos de que irá mudar de rumo de
forma significativa. A substituição do sistema atual por um que permita uma
concorrência política aumentada deverá conduzir a um aumento da voz, da
responsabilização, da participação dos cidadãos e a um sector privado mais sólido. Para
responder aos riscos presentes de FCV, o governo vai precisar de concretizar as tão
necessárias reformas, incluindo a descentralização, melhores serviços para os pobres,
medidas contra a corrupção e uma sociedade civil mais robusta.

Condicionalismos limitadores e uma definição de prioridades eficaz


A fraca governação é o principal condicionalismo limitador do desenvolvimento
de Angola, dando origem a constrangimentos sintomáticos responsáveis pela
instabilidade macroeconómica e desequilíbrios orçamentais, pelo débil crescimento
do sector privado e exclusão dos pobres dos benefícios do crescimento. A fraca
governação coloca Angola num baixo nível de equilíbrio e está no centro do desafio que
Angola enfrenta para alcançar os objetivos duplos de acabar com a pobreza extrema e
promover a prosperidade partilhada. A fraca governação tem contribuído para uma
situação de instabilidade macroeconómica e de desequilíbrio orçamental, já que,
atualmente, à economia falta a diversificação necessária para atuar como amortecedor
dos choques externos, designadamente as flutuações dos preços das matérias-primas. A
fraca governação também tem contribuído para o débil crescimento do sector privado,
uma vez que é dominado por empresas lideradas pelo estado e sofre de um
enquadramento regulatório ineficiente. A fraca governação também exacerbou a
exclusão dos pobres dos benefícios do crescimento, já que a desigualdade social
generalizada não foi equacionada e os pobres continuam a gozar de participação
limitada nas atividades económicas produtivas e no acesso à serviços básicos de
qualidade. Atendendo ao ponto de partida de Angola, levará tempo a passar de um
sistema discricionário para um baseado em regras. Estes condicionalismos limitadores
combinam-se para perpetuar a pobreza existente e tornar o crescimento insustentável.

Condicionalismos limitadores para se alcançar a prosperidade partilhada e a


erradicação da pobreza
O conceito Mudança da Riqueza das Nações torna mais fácil identificar os
principais condicionalismos limitadores que são bloqueios ao crescimento. Uma
abordagem mais restrita limitada ao PIB consideraria apenas o fluxo anual de receitas
nacionais. A utilização da contabilização da riqueza

ajuda a determinar quais os condicionalismos limitadores que estão a impedir uma


gestão sustentável do capital natural, investimentos à longo prazo em capital produzido
e o desenvolvimento de ativos intangíveis que irão gerar condições positivas para
crescimento no futuro. A eliminação dos quatro condicionalismos identificados iria não
apenas impulsionar o crescimento do PIB, mas, de forma crucial, iria contribuir para a
gestão melhorada da riqueza e o reinvestimento de ativos em formas de capital que irão
auxiliar no longo prazo. Mais do que meras barreiras ao crescimento equitativo do
rendimento, os condicionalismos limitadores identificados são um obstáculo à
acumulação equitativa de riqueza à longo prazo. Logo, o conceito Mudança da Riqueza
das Nações destaca áreas de intervenção que irão produzir uma alteração consequente
para os pobres em termos tanto de ativos como de indicadores de desenvolvimento.
Os quatro grandes condicionalismos limitadores de Angola podem ser resolvidos
através de três vias de desenvolvimento identificadas. Um caminho destinado a
melhorar a governação e a estabilidade macroeconómica visa criar um ambiente
propício ao crescimento à longo prazo, tanto através de uma melhor gestão económica
como capacitação de uma gama mais vasta de agentes económicos e políticos. Uma via
destinada a criar oportunidades produtivas para a diversificação económica visa
ultrapassar obstáculos estruturais à criação de postos de trabalho e de emprego de
qualidade para que os pobres possam usufruir de uma participação mais significativa e
lucrativa na economia, desbloqueando ao mesmo tempo o potencial produtivo das
indústrias não desenvolvidas. Um caminho destinado a criar capital humano utilizará
melhor o investimento público e serviços, ajudando a reduzir as desigualdades
estruturais persistentes que têm impedido o crescimento à longo prazo e aumentando,
simultaneamente, o potencial produtivo da força de trabalho. Estas três vias de
desenvolvimento irão funcionar em conjunto para eliminar os condicionalismos
limitadores e fazer Angola caminhar no sentido de uma economia mais inclusiva numa
trajetória desenvolvimento sustentável (Figura B.2).

Vias propostas para o desenvolvimento


Foram identificadas e hierarquizadas áreas potenciais de intervenção para cada
via em função do seu impacto potencial. O diagnóstico sistemático dos
condicionalismos limitadores identificados revela 30 áreas potenciais de intervenção,
que podem ser tidas em conta pelos formuladores de políticas e outros intervenientes
nacionais e internacionais para promover o desenvolvimento de Angola. As áreas de
intervenção podem ser agrupadas por vias de desenvolvimento e ordenadas de acordo
com o impacto potencial que poderiam ter na eliminação dos condicionalismos
limitadores identificados (Quadro E.2). As quatro principais áreas de intervenção para
cada uma das vias estão priorizadas e descritas com mais pormenor.
2º SEMESTRE – 2022
CAPITULO IV – A POLITICA ECONÓMICA E SUA
COMPLEXIDADE
4.1 Orçamento Público

4.2 Dívida pública

4.3 Impostos

4. Moeda (Sistema financeiro Angolano)

4.5 Politica Monetária e Cambial

CAPITULO V – ECONOMIA MUNDIAL

5.1 Relações Externas

5.2 Balança de Pagamentos


5.3 Ganhos do Comércio
Política económica e Estado
CONTEXTUALIZAÇÃO
• O papel do estado na economia
• Perceber a importância das politicas económicas na
estruturação do estado
• Quem tem o poder de desenvolver as politicas
económicas do pais.
• Quais os principais instrumentos de política económica
Política económica: objetivos e instrumentos

A política económica de um país se refere às ações governamentais que


visam a contribuição para a situação económica nacional. Dessa maneira, o intuito
da política económica é contribuir com o crescimento da nação, gerando um bem
estar social. 

Diversos instrumentos são utilizados pela política económica, dentre eles, a política
monetária, por onde se busca o controle da inflação. Para isso, algumas ferramentas são
úteis, como a taxa Selic e o controle da emissão de papel-moeda. 
Enfim, o objetivo principal da política económica é contribuir com a economia nacional.
Para isso, as metas a curto e longo prazo são estabelecidas de acordo com o governo
vigente. 

O que é política económica

A política económica é uma série de ações planejadas e realizadas pelo governo, com o
intuito de atingir determinada meta relacionada à situação econômica nacional. Em
outras palavras, a política econômica é a forma com a qual o governo opta por dirigir
economicamente a nação. 

As ações governamentais envolvem o poder Legislativo, Executivo e alguns órgãos,


como por exemplo, o Banco Central (BNA). As ações realizadas na política económica
de um país são determinantes para o desempenho económico da nação, podendo resultar
em seu crescimento ou estagnação. 

Isso porque, a política económica envolve:

1- O orçamento do governo
2- A oferta de moeda no mercado e as taxas de juros,( muito
importante por causa dos investimentos)
3- A tributação
4- O mercado de trabalho

Todas essas temáticas que são tratadas no âmbito da política econômica afeta a vida da
população no geral e caso o governo realize alguma ação mal sucedida, as
consequências podem ser graves, como por exemplo, o aumento do desemprego.
Portanto, é importante que a população em geral acompanhe as ações do governo.
Sendo que, se você é investidor, é preciso acompanhar o mercado com atenção
redobrada, já que as medidas tomadas pelo governo podem impactar diretamente suas
aplicações.
Objetivos da política económica

O objetivo máximo da política económica é contribuir para o crescimento económico do


país e gerar bem estar na população. No entanto, a maneira de realizar este objetivo
varia de acordo com as pessoas à frente do legislativo e executivo. 

Sendo assim, durante cada mandato, são estabelecidas as metas a serem alcançadas nos
cinco anos seguintes. Um partido pode ter como prioridade, por exemplo, a diminuição
da inflação e então adotar medidas de contenção. Em contrapartida, o próximo mandato
pode ser destinado à geração de empregos. 

Independente de quem for o mandato, um dos principais desafios é equilibrar a


economia do país. Isso pode ser feito por meio de ações visando a redução do
desemprego, estabilização do preço da moeda, controle da inflação e da taxa de juros.
Além disso, o governo também precisa promover o crescimento econômico de uma
maneira sustentável.

EXEMPLO DE ANGOLA: COMATE A COPRRUPÇAO

Recuperaçao de ativos, Compra de lexus

CONCENTRAÇAO DE FUNÇOES

1- Ministro da economia e planeamento


2- Secretario do presidente da republica para assuntos economicos
3- Ministro de estado para a coordenação económico
4- Classificações
A política económica pode ser classificada de acordo com o seu objetivo ou método.
Desse modo, de acordo com os objetivos, ela pode ser alocativa, distributiva,
estabilizadora ou expansiva.

1- Política econômica alocativa: Esta primeira classificação, é focada no


melhoramento da alocação dos recursos na economia, visando o aumento da eficiência. 

2- Distributiva: O objetivo da política econômica distributiva é melhorar a distribuição


de renda na sociedade visando a diminuição da desigualdade social. 

3- Estabilizadora: É voltada para a estabilização da economia por meio do controle de


indicadores, como por exemplo, a hiperinflação. 

4- Política econômica Expansionista: O objetivo é contribuir com o crescimento


econômico, por meio de incentivos na produção e consumo. 
<
Em contrapartida, em relação ao método, ela é classificada como estrutural ou
conjuntural. 

1. Estrutural: De acordo com a classificação de método, a política econômica


estrutural é focada na modificação da estrutura a longo prazo. 
2. Política económica conjuntural: Por fim, a conjuntural é voltada para a
administração de situações a curto prazo. 

Instrumentos da política económica

A política económica Angolana possui três instrumentos principais: a política


monetária, cambial e fiscal. O ideal é que haja um equilíbrio entre as três políticas.
Para verificar o equilíbrio entre as três, são usados alguns indicadores, tais como
inflação, crescimento da produção, aumento da geração de empregos e equilíbrio das
contas externas.

1- Política monetária

A política monetária realiza o controle da quantidade de moeda em circulação. Dessa


forma, o objetivo é controlar a inflação, por meio do controle da quantidade de dinheiro
circulando no mercado. Uma das principais formas de controle monetário é a taxa Selic,
porém, ela não é o único instrumento.

Na verdade, o Banco Central também utiliza as operações no open market, os


redescontos bancários e os depósitos compulsórios. Enfim, as medidas tomadas pelo
governo podem ser: expansionista ou contracionista.

Política expansionista

Quando a inflação está baixa, o governo toma medidas para estimular o consumo.
Sendo assim, ele injeta dinheiro na economia e a taxa Selic fica baixa. Essa injeção de
dinheiro pode ser por meio da impressão de dinheiro ou através da compra de títulos
públicos.

Com mais dinheiro circulando no mercado e o fácil acesso ao crédito por parte das
pessoas e empresas, a população passa a consumir mais, o que resulta no aumento da
demanda frente à oferta. O resultado é o aumento dos preços, ou seja, da inflação. A
desvantagem da inflação é que ela corrói o poder de compra da população.
Em outras palavras, as pessoas precisam de cada vez mais dinheiro para comprar os
mesmos produtos de antes. Nesse sentido, os investidores também são prejudicados, já
que a inflação come parte da rentabilidade das aplicações.

Por isso, ao investir é essencial que você acompanhe a política econômica nacional e
procure por aplicações que proporcionem retorno acima da inflação. Ou seja, prefira os
ativos que tragam ganho real e não apenas nominal.

Política contracionista

A política contracionista é menos praticada do que a expansionista. Nela, o governo


busca reduzir a inflação, por meio de medidas visando desestimular o consumo. Neste
caso, a taxa Selic é aumentada, o que faz com que os outros tipos de taxas de juros
também aumentem.

Desse modo, as pessoas passam a consumir menos e a lei da oferta e demanda entra em
ação. Ou seja, com a redução da demanda a tendência é que os preços sejam reduzidos.
A primeira vista isso parece uma coisa boa, mas é preciso considerar que para as
empresas manterem seus funcionários elas precisam ter lucros.

Portanto, se a redução dos preços continuar por muito tempo, as empresas podem
precisar reduzir a quantidade de funcionários, o que pode levar ao aumento do
desemprego. Com o desemprego o consumo é reduzido ainda mais. Por isso, o ideal é
encontrar o equilíbrio.

2- Política fiscal
A política fiscal é considerada como o instrumento mais importante da política
econômica, já que ela consiste no planejamento orçamentário do Estado. Em resumo, o
orçamento é a diferença entre as receitas e despesas do estado em determinado período.

Quando as receitas são superiores aos gastos, temos uma situação de superávit. Por
outro lado, quando os gastos são maiores do que as receitas, temos o déficit. Sendo que,
a receita é arrecadada por meio de impostos e as despesas são as mais diversas como
pagamento de funcionários, pagamento dos juros da dívida pública e construção de
escolas.

Quando o país apresenta superávit, é um sinal de que está sobrando dinheiro e o


governo por usar esse excedente, por exemplo, para reduzir a dívida pública. Enfim, a
política fiscal visa o equilíbrio das contas públicas, o que a torna muito importante,
afinal de contas, o governo arrecada trilhões em impostos, mas nunca é o suficiente para
cobrir todos os gastos. 

Apesar de tentar equilibrar os valores arrecadados com os gastos, na prática, os gastos


geralmente superam as contribuições. Logo, o governo procura meios de conseguir
arrecadar mais, seja por meio da criação de novos impostos ou aumentando a alíquota
dos já existentes.
Entretanto, essa saída faz com que os brasileiros paguem ainda mais impostos, sendo
que o Brasil já é considerado um dos países com mais impostos no mundo. Uma outra
solução seria realizar reformas administrativas com a intenção de acabar com os gastos
públicos desnecessários e estimular a economia por parte do governo.

3- Política cambial

A política cambial se relaciona às taxas de câmbio . Em Angola, nós utilizamos a taxa


de câmbio flutuante, isso significa que o valor do real varia diariamente. Para o controle
desta variação, existem algumas medidas adotadas pelo governo, como por exemplo, a
compra e venda de moedas estrangeiras. 

A política cambial é muito importante, pois ela pode gerar vários impactos em fatores
macroeconómicos, como por exemplo, as exportações e importações.

Isso porque, quando a moeda estrangeira está em um momento de alta, a tendência é


que os produtores nacionais direcionam seus produtos para as exportações. O problema
é que com muita exportação, restam menos produtos no país, o que pode acarretar a
inflação e os juros.
Objetivos Específicos
Ao final deste módulo, espera-se que você seja capaz de:
• descrever o que é orçamento público destacando suas principais
funções;
• identificar as funções econômicas do Estado (alocativa,
distributiva e estabilizadora),
estabelecendo a relação existente entre estas e o governo;
• distinguir modelos de orçamento existentes;
• identificar vantagens do modelo orçamento-programa em
relação aos métodos de
elaboração orçamentária tradicionais;
• apontar os marcos legais do ciclo orçamentário descrevendo
suas principais
características;
• definir princípios orçamentários destacando as duas categorias
existentes.
O Orçamento de Estado ou Orçamento Geral do Estado

O Orçamento do Estado (OE ou OGE) é um instrumento de gestão que contém uma


previsão discriminada das receitas e despesas do Estado, incluindo as dos fundos e
serviços autónomos e o orçamento da Segurança Social, é da iniciativa exclusiva do
Governo do país. No caso de Angola cabe ao Titular do Poder Executivo apresentar na
Assembleia Nacional a Proposta do Orçamento Geral do Estado no último quadrimestre
do ano visando, naturalmente, a sua aprovação no Parlamento e tenha validade e
actividade a partir do dia 1 de Janeiro do ano seguinte.

O Orçamento Geral do Estado tem um artigo específico na Constituição da República


de Angola (versão de 2010), e tal advém da importância que tem um OGE na gestão
económica, financeira, social e política. E citando o artigo 104 da Constituição:

“1. O Orçamento Geral do Estado constitui o plano financeiro anual ou plurianual


consolidado do Estado e deve reflectir os objectivos, as metas e as acções contidos nos
instrumentos de planeamento nacional.

2. O Orçamento Geral do Estado é unitário, estima o nível de receitas a obter e fixa os


limites de despesas autorizadas, em cada ano fiscal, para todos os serviços, institutos
públicos, fundos autónomos e segurança social, bem como para as autarquias locais e
deve ser elaborado de modo a que todas as despesas nele previstas estejam financiadas.

3. A lei define as regras da elaboração, apresentação, adopção, execução, fiscalização e


controlo do Orçamento Geral do Estado.

4. A execução do Orçamento Geral do Estado obedece ao princípio da transparência e


da boa governação e é fiscalizada pela Assembleia Nacional e pelo Tribunal de Contas,
em condições definidas por lei”.

Para a elaboração do Orçamento Geral do Estado, o Ministério das Finanças e a sua


Direcção Nacional do Orçamento e Estado devem ter em conta os seguintes diplomas
legais:

1- Lei n.º 15/10, de 14 de Julho – Lei Quadro do Orçamento Geral do Estado;

2- Lei n.º 37/20, de 30 de Outubro – Lei da Sustentabilidade das Finanças Públicas.

Qualquer OE ou OGE cumpre três conjuntos de funções: económicas (de racionalidade,


já que permite uma melhor gestão dos dinheiros públicos, e de eficácia, pois permite ao
Governo conhecer a política económica global do Estado), políticas (garante os direitos
fundamentais dos cidadãos, ao impedir que sejam tributados sem autorização dos seus
legítimos representantes, e o equilíbrio de poderes, já que, através do mecanismo de
autorização política, a Assembleia da República pode controlar o Governo) e jurídicas
(através de normas que permitem concretizar as funções de garantia que o Orçamento
pretende prosseguir).

Além disso, caros leitores, existem cinco regras orçamentais clássicas, embora nem
todas sejam actualmente seguidas com frequência:

1. Regra da anualidade: qualquer Orçamento tem um ano de vigência e, como tal, uma
execução orçamental anual.

2. Regra da plenitude: um só orçamento e tudo no orçamento. Em cada ano, o Estado


deve elaborar apenas um Orçamento (unidade), no qual todas as despesas devem estar
inscritas (universalidade).

3. Regra da discriminação orçamental, que comporta três regras relativas à forma de


inscrição orçamental das receitas e despesas: a especificação (deve ser especificada cada
receita a cada despesa), a não-compensação (os montantes devem constar no Orçamento
de uma forma bruta) e a não-consignação (todas as receitas devem servir para cobrir
todas as despesas, não se podendo afetar quaisquer receitas à cobertura de determinadas
despesas).

4. Regra da publicidade: o OGE tem que ter publicação oficial.

5. Regra do equilíbrio orçamental: o OGE deve ser elaborado de forma a que as receitas
previstas cubram na realidade as despesas previstas.

O debate político na Assembleia Nacional, desta iniciativa governamental está sujeito a


um processo legislativo especial. A Proposta de Lei do Orçamento entra na Assembleia
com o contexto macro-económico mundial, nacional, os mapas de decomposição da
Receita e da Despesa, documentos sectoriais. O OE é apresentado pelo Ministério da
Coordenação Económica e pelo Ministério das Finanças que defendem em primeira
instância o documento perante os deputados. Após debates e votação da generalidade e
as discussões na especialidade, há na primeira quinzena do mês de Dezembro, a votação
final global da proposta de lei do OGE para o ano seguinte.
Até ao momento abordou-se a questão do OE ou do OGE «convencional», isto é, como
o conhecemos, a Receita é igual à Despesa e é aplicado como votado na sua forma em
que foi votado no último debate e votação na generalidade na Assembleia Nacional.

Temos vários tipos de OE ou OGE além da caracterização acima apresentado, como o


OE por Duodécimos ou de Base Zero.

Hoje e pela particularidade de Portugal estar numa fase política complexa de que a
Proposta de OE ou OGE foi votado hoje negativamente pelos deputados da Assembleia
da República, o Chefe do Governo coloca a hipótese de haver como alternativa a esta
rejeição do OE/OGE, a existência e aplicação do OE por Duodécimos. E o que é um OE
por Duodécimos?

A execução do orçamento das despesas deve obedecer ao princípio da utilização por


duodécimos”, determina o Governo no diploma publicado, estabelecendo como
excepções ao regime duodecimal dotações como pagamentos de despesas com pessoal,
de contribuições e de quotizações para organizações internacionais, e ainda as
destinadas ao pagamento dos encargos da dívida pública e de compromissos já
assumidos e autorizados relativos a projectos de investimento não co-financiados. O
Governo, por via do seu Ministério das Finanças na supervisão e os outros ministérios a
jusante, executarão o OE por 1/12 (um doze avos) pela Receita e Despesa mensal do
ano em curso. Por outras palavras, o Governo está autorizado a executar a Despesa
Pública na medida de 1/12 avos deste ano e nada mais além disto, excepto as situações
acima mencionadas.

“O membro do Governo responsável pela área das finanças pode autorizar a antecipação
de duodécimos através da antecipação temporária de fundos disponíveis”, precisa o
executivo no decreto-lei que aprova o regime transitório de execução orçamental, hoje
publicado.
Por fim, escrevo que pelo seu papel fundamental de qualquer OE/OGE, a sua aprovação
ou rejeição deste diploma legal, tem a «força» de manter ou «derrubar» Governos. A
rejeição nos Parlamentos pode ser o início de outras soluções que não passam
necessariamente por eleições antecipadas. A negociação é sempre um caminho a seguir
para encontrar «pontes» e as melhores soluções para o colectivo, que é superior à soma
das unidades.
No nosso caso de Angola, aguardemos que seja apresentado a Proposta de OGE - versão
2022, previsivelmente, no dia 29 de Outubro de 2021.
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Prof. Constantino dos Santos Malungo - 2022

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