Você está na página 1de 22

FACULDADE METROPOLITANA DE FORTALEZA

Disciplina: Cenários Econômicos

Unidade 6 – Introdução ao Cenário Internacional

» Crescimento e Desenvolvimento Econômico

» Politicas de Promoção do Crescimento Econômico

» Teorias para a Promoção do Desenvolvimento Econômico

» Consenso de Washington

» Globalização e Regionalização do Comércio Internacional

1
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO
É de extrema importância sabermos diferenciar
crescimento econômico de desenvolvimento econômico, pois é
possível uma cidade, região ou país, crescer sem alcançar um
estágio de desenvolvimento econômico. Em síntese, crescimento
e desenvolvimento econômico são duas coisas ou situações
distintas.

 Podemos definir crescimento econômico como o aumento da


capacidade produtiva da economia (produção de bens e
serviços). É definido basicamente pelo índice de crescimento
anual do Produto Nacional Bruto (PNB), per capita.

 O crescimento de uma economia é indicado também pelo


crescimento da força de trabalho, pela receita nacional poupada
e investida e pelo grau de aperfeiçoamento tecnológico. 2
 Já o desenvolvimento econômico, podemos conceituá-lo
como sendo o crescimento econômico (aumento do PNB
per capita), acompanhado pela melhoria da qualidade de
vida da população e por alterações profundas na estrutura
econômica.

 Como se pode ver, o conceito de desenvolvimento é mais


qualitativo, pois inclui as alterações da composição do
produto e a alocação dos recursos pelos diferentes setores
da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-
estar econômico e social (pobreza, desemprego, violência,
condições de saúde, alimentação, transporte, educação,
higiene e moradia).

 Em suma, podemos afirmar que desenvolvimento


econômico é algo que combina crescimento com
distribuição de renda.
3
 O Desenvolvimento de cada país depende de suas
características próprias, tais como: situação geográfica,
extensão territorial, passado histórico, cultura, população e
riquezas naturais.

 A Organização das Nações Unidas (ONU) usa os seguintes


indicadores para classificar os países, segundo o grau de
desenvolvimento:
 índice de mortalidade infantil,
 esperança de vida média,
 nível de industrialização,
 grau de dependência externa,
 potencial científico e tecnológico,
 grau de alfabetização,
 instrução pessoal
 condições sanitárias. 4
 De maneira geral, as mudanças que caracterizam o
desenvolvimento econômico de uma cidade, região ou país,
consistem no aumento da atividade industrial em
comparação com a atividade agrícola, migração de mão-de-
obra do campo para a cidade, redução das importações de
produtos industrializados e das exportações de produtos
primários e menor dependência de auxílio externo.
Para caracterizarmos um processo de desenvolvimento
é fundamental observarmos ao longo do tempo a existência
de:
 1º crescimento do bem-estar econômico medita por
indicadores, como, por exemplo: Produto Nacional Total e
Produto, per capita;
 2º diminuição nos níveis de pobreza, desemprego e
desigualdades;
 3º elevação das condições de saúde, nutrição, educação,
moradia, entre outros.
5
 Como citamos anteriormente, é ser possível uma cidade,
região ou país crescer sem se desenvolver economicamente.

 O aspecto fundamental é que desenvolvimento econômico


não pode ser analisado, somente, por meio de indicadores
como crescimento do produto real ou crescimento do
produto real per capita.

 Desenvolvimento econômico deve ser complementado por


indicadores que representem, ainda que de forma
incompleta, a melhoria da qualidade de vida dos
indivíduos, bem como a elevação das condições de saúde,
nutrição, higiene, moradia, dentre outras variáveis sociais

6
POLITICAS DE PROMOÇÃO DO
CRESCIMENTO ECONÔMICO
 É função do Governo Federal fomentar o crescimento
econômico como forma de melhoria da qualidade de
vida da população como um todo. Por isso, todos os
Governos realizam medidas para que a Economia
cresça.

 Nos anos 50, Juscelino Kubitschek foi um presidente


famoso pelo incentivo à indústria automobilística, à
abertura de estradas e pela criação de Brasília, o que
gerou crescimento econômico no país.

7
 Posteriormente, nos anos 70, os governos militares ficaram
famosos por incentivar o desenvolvimento do país, com
diversos investimentos em infra-estrutura (abertura e
asfaltamento de milhares de quilômetros de estradas,
construção de usinas de energia como Itaipu e outras, a
Ponte Rio-Niterói, aeroportos, portos, criação do Pro-
Álcool e da Telebrás etc.).

 Em 2007, no Governo de Lula foi lançado o Programa de


Aceleração de Crescimento - PAC que é um conjunto de
medidas de políticas econômicas que visam acelerar o
crescimento econômico no Brasil. Este programa previa
investimentos de R$ 503 bilhões até 2010, com prioridade
para a infra-estrutura, como portos e rodovias.

8
Para aumentar o crescimento de uma economia , o governo
deverá adaptar as seguintes medidas:
1. Investimento em infraestruturas públicas;
2. Investimento em capital humano :
 Promoção da educação, quer a nível do ensino tradicional, quer através da
promoção de programas específicos de formação profissional .
 Promover mais e melhores cuidados de saúde preventivos, para assegurar o
aumento da assiduidade ao trabalho.
 Criar condições, para reter o capital humano existente, evitando a fuga de
quadros qualificados, para outros países.
3. Promoção de atividades geradoras de externalidades positivas, como o
desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de novas tecnologias e
promover a investigação aplicada.
4. Promoção da eficiência dos mercados:
 Políticas de promoção de concorrência;
 Fornecimento de bens públicos ;
 Eliminar externalidades negativas;
 Eliminação dos efeitos negativos, provocados pela intervenção do estado;
5. Promover a poupança nacional, através de um déficit orçamental público, os
aumentos nos níveis de poupança são necessários para financiamneto, de todos
os investimentos acima referidos.
9
TEORIAS PARA A PROMOÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
 Foram muitas as teorias voltadas para a promoção do
desenvolvimento econômico. Como alternativa à crise de 1929 o
economista inglês John Maynard Keynes formulou uma hipótese
de que o Estado deveria interferir ativamente na economia: seja
regulando o mercado de capitais, seja criando empregos e
promovendo obras de infra-estrutura e fabricando bens de
capital.

 Essa teoria foi muito popular até os anos 1970 quando - em parte
devido à crise do petróleo - o sistema monetário internacional
entrou em crise. Tornou-se então evidente a inviabilidade da
conversibilidade do dólar em ouro, ruiu o padrão dólar-ouro,
com inflação e o endividamento dos Estados por um lado, e uma
grande acumulação de excedente monetário líquido nas mãos
dos países exportadores de petróleo por outro. Em vista disso,
sobreveio uma mudança de enfoque na política económica.
10
 Surge então a escola neoliberal de pensamento econômico,
baseada na firme crença na Lei de Say), e cujos fundamentos já
tinham sido esboçados em 1940 pelo economista austríaco
Friedrich August von Hayek. Para corrigir os problemas inerentes
à crise, os neoliberais pregavam a redução dos gastos públicos e a
desregulamentação, de modo a permitir que as empresas com
recursos suficientes pudessem investir em praticamente todos os
setores de todos os mercados do planeta: tornar-se-iam empresas
multinacionais ou transnacionais.

 De 1990 até 2004, as práticas neoliberais preconizadas pelo


Consenso de Washington em 1990, e pelo FMI, durante a década
seguinte, tornaram-se um modismo quase irresistível para os
governantes, que acreditavam ter encontrado a fórmula para
alcançar um maior desenvolvimento econômico.

 Reformas foram aplicadas em vários países, notadamente nos


mais pobres, no pressuposto de que, com a liberalização dos
mercados, fosse possível atrair um maior volume de
investimentos.
11
 Entre algumas medidas consideradas necessárias para os
neoliberais, estão as privatizações de empresas estatais, a
abertura do mercado de capitais, a liberalização dos fluxos
internacionais de capitais (inclusive para os investimentos
de curto prazo, o hot-money ), o fim das reservas de
mercado e a flexibilização de leis trabalhistas.

 Uma das reações às práticas neoliberais foi a busca de


alternativas de desenvolvimento econômico local, como
forma de tentar suprir a incapacidade de promoção do
desenvolvimento pelos Estados dos países
subdesenvolvidos, nomeadamente em oposição às idéias e
práticas neoliberais.

12
CONSENSO DE WASHINGTON
 Consenso de Washington é um conjunto de medidas -
que se compõe de dez regras básicas - formulado em
novembro de 1989 por economistas de instituições
financeiras situadas em Washington D.C., como o FMI, o
Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados
Unidos, fundamentadas num texto do economista John
Williamson, do International Institute for Economy, e que
se tornou a política oficial do Fundo Monetário
Internacional em 1990, quando passou a ser "receitado"
para promover o "ajustamento macroeconômico" dos países
em desenvolvimento que passavam por dificuldades.

13
As dez regras básicas:

1. Disciplina fiscal
2. Redução dos gastos públicos
3. Reforma tributária
4. Juros de mercado
5. Câmbio de mercado
6. Abertura comercial
7. Investimento estrangeiro direto, com eliminação de
restrições
8. Privatização das estatais
9. Desregulamentação (afrouxamento das leis
econômicas e trabalhistas)
10. Direito à propriedade intelectual
14
 Segundo Dani Rodrik:
"Enquanto as lições tiradas pelos proponentes (do Consenso
de Washington) e dos céticos diferem, é legítimo dizer que
ninguém mais acredita no Consenso de Washington. A
questão agora não é saber se o Consenso de Washington ainda
vive; é saber-se o que deverá substituí-lo".

 Para o presidente de El Salvador, Mauricio Funes;


"a crise econômica e financeira que começou em 2008 nos
EUA evidenciou o esgotamento de um modelo nascido dos
Consensos de Washigton".

 E afirma que o Brasil demonstrou nos últimos anos a


"falsidade neoliberal da contradição entre o equilíbrio das
políticas macroeconômicas e o aprofundamento e
ampliação das políticas sociais de equidade e inclusão".

15
O Consenso de Washington na prática
da política econômica mundial
 Independentemente das intenções originais de seu criador,
o termo "Consenso de Washington" foi usado ao redor do
mundo para consolidar o receituário de caráter neoliberal -
na onda mundial que teve sua origem no Chile de Pinochet,
sob orientação dos Chicago Boys, que seria depois seguida
por Thatcher, na Inglaterra (thatcherismo) e pela supply
side economics de Ronald Reagan (reaganismo), nos
Estados Unidos.

 O FMI passou a recomendar a implementação dessas


medidas nos países emergentes, durante a década de 90,
como meios para acelerar seu desenvolvimento econômico.
De início essas idéias foram aceitas e adotadas por dezenas
de países sem serem muito questionadas.
16
 Só após a grave crise asiática, em 1997, da quase quebra da
Rússia, que viu seu PIB cair 30%, da "quebra" da economia
Argentina que recebia notas A+ do FMI pelo zelo com que
aplicava suas sugestões e de vários outros desajustes econômicos
ocorridos pelo mundo, o "Consenso" foi adaptado e, desde 2004,
já revisto pelo próprio FMI, que abandonou o dogmatismo
inicial.

 A popularização dessas políticas econômicas criadas, foi muito


facilitada pelo entusiasmo que gerou a queda do muro de Berlim
e foi ajudada pela decadência do socialismo soviético, numa
época em que parecia que os países que seguiam o planejamento
central estavam fadados ao fracasso econômico e político.

 Segundo, Dani Rodrik, Professor de Política Internacional da


Universidade de Harvard:
“Estabilizar, privatizar e liberalizar tornou-se o mantra de uma
geração de tecnocratas que estavam tendo sua primeira experiencia
no mundo subdesenvolvido, e dos líderes políticos por eles
aconselhados.”
17
GLOBALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
 Nos últimos anos, a economia mundial vem experimentando profundas
mudanças que vêm transformando um comércio puramente nacional em
um comércio globalizado, em que praticamente o mercado é o mundo
inteiro.

 A globalização, a crescente integração de economias e sociedades ao


redor do mundo, foi um dos temas mais candentes em economia
internacional dos últimos anos.

 Nos últimos anos, os acordos comerciais regionais (ACR) se


transformaram em um elemento muito destacado do sistema multilateral
de comércio. Estima-se que na OMC existam perto de 421 ACR
registrados.

 Esses grupos regionais ajudam ao sistema multilateral de comércio ou o


obstaculizam?
 A Globalização está dando passo à Regionalização?
18
A formação de blocos econômicos tem por objetivo criar
condições para dinamizar e intensificar a economia num mundo
globalizado. Em todas as modalidades de blocos econômicos, o
intuito é a redução e/ou eliminação das tarifas ou impostos de
importação e exportação entre os países membros.

Na tentativa de expansão do mercado consumidor, as


nações visam integrar a blocos econômicos que flexibilizem as
relações comerciais em escala internacional.

Os acordos têm o propósito de estabelecer tratados para


uniformizar as ações fiscais em termos de diminuição ou isenção
de impostos sobre as mercadorias e os serviços comercializados
entre os países membros.

Os blocos econômicos não ficam restritos apenas à redução


ou abolição de tarifas alfandegárias, podendo proporcionar a
livre circulação de pessoas entre os países membros de um
determinado bloco.
19
Conforme suas características, os blocos econômicos
podem ser classificados da seguinte forma:

 Zona de livre comércio – acordos comerciais de redução ou


eliminação das tarifas alfandegárias entre os países membros do
bloco. Exemplo: Acordo de Livre Comércio da América do Norte
(NAFTA).

 União aduaneira – além de reduzir ou eliminar as tarifas comercias


entre os países integrantes do bloco, regulamenta o comércio com
as nações que não pertencem ao bloco através da TEC (Tarifa
Externa Comum). Exemplo: Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).

 Mercado comum – proporciona ainda a livre circulação de capitais,


serviços e pessoas no interior do bloco. Exemplo: União Européia
(UE).

 União econômica e monetária – evolução do mercado comum. Os


países adotam a mesma política de desenvolvimento e uma moeda
única. É o atual estágio da União Européia.
20
21
Os principais blocos econômicos
1. ALADI – Associação Latino Americana de Integração
2. ALCA – Área de Livre Comércio das Américas
3. ANZCERTA – Acordo Comercial sobre Relações Econômicas entre
Austrália e Nova Zelândia
4. APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico.
5. ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático.
6. CARICOM – Mercado Comum e Comunidade do Caribe.
7. CEI – Comunidade dos Estados Independentes.
8. EFTA – Países que não participam da Comunidade Européia
9. MCA – Mercado Comum Árabe.
10. MERCOSUL – Mercado Comum do Sul.
11. NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte.
12. PACTO ANDINO – Comunidade Andina de Nações
13. SADC – Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento.
14. UE – União Européia.
22

Você também pode gostar