Você está na página 1de 15

MACROECONOMIA

Microeconomia como fundamento da Microeconomia


A microeconomia estuda os preços, as quantidades e os mercados individualmente. Pelo contrário, a
macroeconomia estuda o comportamento da economia como um todo. Examina o produto global de um
país, o emprego os preços e o comércio internacional.
Alguns exemplos podem ajudar a clarificar esta distinção. A microeconomia analisa como um cartel do
petróleo poderá fixar o preço para o seu petróleo; a macroeconomia questiona a razão pela qual um aumento
acentuado do preço do petróleo causa inflação e desemprego. A microeconomia analisa se estudar na
universidade é uma boa utilização do tempo; a macroeconomia examina a taxa de desemprego dos jovens.
A microeconomia examina as rubricas individuais do comércio externo, por exemplo, por que importamos
óleo e exportamos soja. A macroeconomia examina as tendências globais nas importações e exportações,
colocando questões do tipo: por que razão a taxa de câmbio do dólar aumentou em determinado período e
diminuiu noutro.
A macroeconomia diz respeito ao estudo de problemas económicos dentro de uma abordagem agregada.
Quer dizer, a teoria económica e a formulação de políticas económicas são concebidas na perspectiva de
variáveis que são tratadas de maneira agregada.
A Macroeconomia que, como dissemos, trata do comportamento de variáveis agregadas, à exemplo do
comportamento no tempo, do Produto Interno Bruto (PIB), Inflação, Desemprego, Taxa de Câmbio, Taxa
de Juros, Balanço de Pagamentos (BP) e Inflação.
Em todas as designações ou terminologias económicas devemos considerar como agregados
macroeconómicos, pois que resumem a junção de comportamentos sectoriais e individuais de todo o
sistema económico, importantes para estudos teóricos e para formulação de políticas económicas, conforme
objectivos e metas governamentais em matéria de gestão económica.
Portanto, dentro da macroeconomia estamos interessados no estudo em que observamos a economia no
plano social e agregado. Por exemplo, a inflação não caracteriza o comportamento de um preço em um
mercado isoladamente, mas o comportamento de preços gerais, de todos os n mercados de bens e serviços
que consideramos importantes para a determinação da inflação. O mesmo ocorre com a taxa de desemprego
que não reflecte somente o desemprego observado em dado sector específico da economia, mas o
desemprego que nós observamos em toda economia. Neste sentido, a macroeconomia é parte importante
do estudo da economia orientada para a formulação de políticas económicas e políticas públicas.
Através de políticas económicas, o governo poderá alterar a trajectória de crescimento económico de suas
fases desfavoráveis de geração de emprego e renda, para trajectórias de incentivo à produção e geração
dinâmica de riqueza, estimulando exportações com o uso de instrumentos comerciais e cambiais
apropriados.
Conceitos e Objectivos Macroeconómicos
Objectivos e Instrumentos em Macroeconomia
O destino politico, social e militar dos países depende fundamentalmente do sucesso económico e
depende fundamentalmente do sucesso económico e nenhuma área da economia é actualmente mais
vital do que o sucesso de um país no seu desempenho macroeconómico. Países, como o Japão, que
crescem rapidamente ao conquistar mercados de exportação para os seus produtos beneficiam de um
poder político crescente e de elevados níveis de vida.
No extremo oposto estão os países que estagnaram e sofrem com inflação crescente, grandes défices
comerciais e dívidas e externas enormes
Por exemplo, embora a União Soviética seja um pais muito grande, bem dotado de recursos naturais e
humanos, a sua estagnação económica, com os seus cidadãos a lutarem pelo pão, ameaça despromovê-
la para uma posição de potência de segundo nível.
O nível de vida de um país depende fundamentalmente das suas políticas macroeconómicas Há mais
de um século, os países conheciam mal a forma de combater as crises económicas periódicas. Mas a
teoria revolucionária de John Maynard Keynes ajudou a explicar as forças que produzem as flutuações
económicas e descobriu uma abordagem para controlar os piores efeitos dos ciclos económicos. Graças
a Keynes e aos seus modernos seguidores, sabemos que na sua escolha de políticas macroeconómicas
— as que afectam a oferta de moeda, os impostos e a despesa pública - um país pode aumentar ou
diminuir o seu crescimento económico, despoletar o aumento da inflação ou abrandar o aumento dos
preços, gerar um défice comercial e originar um excedente comercial.
Na análise da macroeconomia, encontramos sempre algumas variáveis chave — sendo as mais
importantes, o produto nacional bruto (PNB), a taxa de desemprego, a inflação e as exportações
liquidas, Estas são as medidas centrais, com as quais avaliamos o desempenho macroeconómico.

Objectivos Instrumentos

Produto: Política fiscal:


Nível elevado Despesa pública
Taxa elevada de crescimento Impostos

Emprego: Política monetária:


Nível elevado de emprego
Desemprego involuntário reduzido Controlo da oferta de moeda
Influência sobre as taxas de juro
Estabilidade dos níveis de preços em Economia das relações externas:
mercadoslivres Políticas comerciais
Intervenção na taxa de câmbio
Comércio internacional: Políticas de rendimentos:
Equilíbrio entre as exportações e as importações Desde orientações para fixação de níveis
salariais voluntários até ao controlo através
Estabilidade da taxa de câmbio da imposição do valor dos salários

Objectivos e instrumentos da politica macroeconómica

A coluna da esquerda apresenta os principais objectivos da política macroeconómica. Estes


objectivos podem ser estabelecidos nas leis do país e nas declarações dos dirigentes
políticos. A coluna da direita contem os principais instrumentos ou medidas politicas ao dispor
da economia moderna. Estas são as formas pelas quais os políticos podem influenciar o ritmo
e a direcção da actividade económica.
Objectivos
Para avaliar o sucesso do desempenho global de uma economia, os economistas analisam quatro áreas:
produto, emprego, estabilidade dos preços e o comércio internacional.
i. Produto: o objectivo final da actividade económica é produzir os bens e serviços pretendidos pela
população. O que poderia ser mais importante para uma economia do que produzir em grandes
quantidades alojamento, alimentação, educação e actividades recreativas para a sua população?
A medida mais abrangente do produto de uma economia é o produto nacional bruto (PNB).
O PNB é a medida do valor de mercado de todos os bens e serviços finais — ananases, bananas, concertos,
corridas de cavalos, programas televisivos, etc. — produzidos nuns pais durante um ano. Existem duas
formas de medir o PNB. O PNB nominal é medido a preços correntes. O PNB real é calculado a preços
constantes ou invariáveis (aos do ano 2014, por exemplo).
As variações do PNB são a melhor e mais difundida medida do nível e do crescimento do produto: servem
como controlo cuidadoso do pulsar da economia de um pais.

Um estudo dos padrões do crescimento do produto nas economias capitalistas mostra períodos de expansão
e contracção no PNB real. As flutuações na actividade económica global são conhecidas por ciclos
económicos. Durante os períodos de contracção dos ciclos económicos, milhões de pessoas perdem os seus
empregos e o país perde milhares de milhões de dólares de bens e serviço devido à redução da produção.
Apesar das flutuações de curto prazo do PNB observadas nos ciclos económicos, as economias avançadas
exibem geralmente, a longo prazo, um crescimento sustentado do PNB real e uma melhoria dos padrões de
vida; este processo é conhecido como crescimento económico.
O PNB potencial é a tendência de longo prazo do PNB real. Representa a capacidade produtiva de longo
prazo da economia, ou a quantidade máxima que a economia pode produzir mantendo simultaneamente os
preços estáveis. O produto potencial é também por vezes designado o nível de produto de emprego mais
elevado. Quando uma economia está a operar no seu potencial, o desemprego é reduzido e a produção
elevada.

ii. Emprego elevado, Desemprego reduzido


O objectivo da política macroeconómica mais importante seguinte é um emprego elevado, que é a
contrapartida de um desemprego reduzido. As pessoas querem ter possibilidade de encontrar empregos
muito bem remunerados sem ter de procurar ou esperar durante muito tempo. A taxa de desemprego é a
percentagem da população activa que está desempregada. A população activa inclui todos os empregados
e os desempregados que estão à procura de emprego. Exclui os que não têm trabalho e não estão à procura
de emprego.
A taxa de desemprego tende a variar com o ciclo económico: quando o produto se reduz, a procura de
trabalho reduz-se e a taxa de desemprego aumenta.

iii. Preços estáveis


O terceiro objectivo macroeconómico é a manutenção da estabilidade dos preços em mercados livres. O
desejo de manter a liberdade dos mercados é uma preocupação que consubstancia a ideia de que uma
economia de mercado a funcionar de forma estável é a forma mais eficiente de organizar a maior parte da
actividade económica. Num mercado livre os preços são determinados na máxima extensão possível pela
oferta e pela procura, abstendo-se os governos de controlar os preços dos bens individuais. As empresas só
podem assegurar que o mercado canalize os recursos para as suas aplicações mais efectivas através da
possibilidade da fixação livre dos preços.
A segunda parte deste objectivo é a prevenção da subida ou descida rápida do nível geral de preços. Por
que razão é desejável a estabilidade dos preços? Uma economia de mercado usa os preços como uma
unidade de referência da medida dos valores económicos e como uma forma de dirigir as empresas. Quando
a unidade económica de referência se altera rapidamente nos períodos de aumento de preços, as pessoas
ficam confundidas, cometem erros e gastam muito do seu tempo a preocupar-se com o valor do seu dinheiro.
As variações rápidas dos preços levam à ineficiência económica.
A medida mais comum do nível geral de preços é o índice de preços no consumidor, vulgarmente conhecido
como o IPC. O IPC acompanha o custo de um cabaz fixo de bens (incluindo rubricas tais como alimentação,
habitação, vestuário e cuidados médicos) comprados pelo consumidor urbano típico. O nível geral de preços
é designado frequentemente pela letra P.
Designamos as variações do nível de preços por taxa de inflação, que corresponde à taxa de crescimento
ou de redução do nível de preços de um ano para o seguinte.
A deflação ocorre quando os preços se reduzem (i. e., quando a taxa de inflação é negativa). No outro
extremo está a um aumento no nível de preços de 1000 ou de I milhão por cento ao ano. Em tais situações,
como na Alemanha de Weimar dos anos 20 e da Polónia dos anos 80, os preços perdem praticamente
significado e o sistema de preços deixa de funcionar. Muitos países procuram um instrumento eficaz para
a flexibilidade dos preços, tolerando frequentemente uma inflação suave como a melhor forma de permitir
que o sistema de preços funcione eficientemente.
iv. Comércio Internacional
Finalmente, muitos países diligenciam para participar proveitosamente no comércio internacional de forma
a aumentar o nível de vida dos seus cidadãos. Importam e exportam bens, serviços e capital. Concede ou
recebem empréstimos estrangeiros. Imitam tecnologias do estrangeiro ou vendem novos produtos ao
exterior. Os seus cidadãos viajam para todos os cantos do mundo por negócios ou lazer, etc. A longo prazo,
as nações lutam geralmente para manter em equilíbrio as importações e as exportações. A diferença
numérica entre a o valor das exportações e as importações de um país é designada por exportações líquidas,
isto é, as exportações líquidas são iguais às exportações menos as importações. Quando as exportações
líquidas são positivas verifica-se um excedente comercial. Ocorre um défice comercial quando o valor das
importações é maior do que o valor das exportações. O objectivo da expansão do comércio internacional
tem-se tornado cada vez mais importante à medida que os países do globo têm testemunhado os benefícios
do comércio internacional ao ampliar a eficiência e aumentar o crescimento económico.
Com a redução dos custos de transporte e das comunicações, estas ligações internacionais tornam-se mais
estreitas do que eram há uma geração. O comércio internacional substituiu a construção de impérios e a
conquista militar como o caminho mais seguro para a riqueza e influência nacionais.
Os países controlam apertadamente as taxas de câmbio, as quais representam o preço da sua própria moeda
em termos das moedas dos outros países.
Quando a taxa de câmbio da moeda de um país aumenta, os preços dos bens importados diminuem enquanto
as exportações se tornam mais caras para os estrangeiros. O resultado é o país tornar-se menos competitivo
nos mercados mundiais e as exportações líquidas reduzirem-se. As variações nas taxas de câmbio também
podem afectar o produto, o emprego e a inflação. Todos estes impactos tornam cada vez mais importante a
taxa de câmbio em todos os países.

Instrumentos de Política
O que pode o governo fazer para melhorar o desempenho económico? Que instrumentos de politica
económica podem ser usados para reduzir a inflação ou o desemprego ou para corrigir um desequilíbrio
comercial?
Os governos dispõem de instrumentos que podem utilizar para influenciar a actividade económica. Um
instrumento de política é uma variável económica sob controlo do governo que pode afectar um ou mais
objectivos macroeconómicos. Isto é, ao fazer variar as políticas monetária, fiscal e outras, os governos
podem dirigir a economia para uma melhor combinação de produto, estabilidade de preços, emprego e
comércio internacional. Os quatro principais conjuntos de instrumentos da política macroeconómica são
descritos a seguir:

i. Política fiscal
A política fiscal corresponde ao uso de impostos e despesa pública. A categoria de despesa pública inclui
a despesa do estado em bens e serviços – compras de armamento para defesa do país, construção de
barragens, estradas, salários dos juízes e oficiais de defesa, etc. A despesa pública determina a dimensão
relativa dos sectores público e privado, isto é, qual a parcela do PNB que é consumida colectivamente e
não de modo privado. Numa perspectiva macroeconómica, a despesa pública afecta o nível global da
despesa na economia e dessa forma influencia o nível do PNB.
A outra parte da politica fiscal, os impostos, afecta a globalidade da economia de dois modos. Para começar,
os impostos reduzem os rendimentos dos indivíduos. Ao deixar as ílias com um menor rendimento
disponível ou que podem gastar, os impostos tendem a reduzir o montante que as pessoas gastam em bens
e serviços. Isto, por sua vez, reduz a procura de bens e serviços, o que finalmente faz baixar o PNB real.
Alem disso, os impostos afectam os preços de mercado e desse modo influenciam os incentivos e o
comportamento. Por exemplo, quanto maior e a carga fiscal das empresas menor é o incentivo para as
empresas investirem em novos bens de capital.

ii. Política monetária


O segundo instrumento mais importante da politica macroeconómica e a politica monetária, pela qual o
governo dirige a gestão da moeda, do crédito e do sistema bancário do país. Já deve ter 1lido como o nosso
banco central, o Banco de Moçambique (BM), opera a regulação da oferta de moeda. Mas o que é
exactamente a oferta de moeda? A moeda consiste nos meios de troca ou método de pagamento.
Actualmente, as pessoas usam numerário, depósitos à ordem, transferências (criptomoedas - ainda sem
regulamentação em muitos países, incluindo em Moçambique), para pagamento das suas dívidas. Ao
realizar operações de banco central, o BM pode regular a quantidade de moeda disponível na economia
nacional.
Como é que uma coisa de menor importância como a oferta de moeda tem um impacto tão grande sobre a
actividade macroeconómica? Ao alterar a oferta de moeda, o BM pode influenciar muitas variáveis
financeiras e económicas, tais como taxas de juro, preços das acções, preços das habitações e taxas de
câmbio. A restrição da oferta de moeda leva a taxas de juro mais elevadas e a redução do investimento, o
que, por seu turno, origina uma redução do PNB e uma menor inflação. Se o banco central se defronta com
uma redução da actividade económica, pode aumentar a oferta de moeda e baixar as taxas de juro para
estimular a actividade económica.
A natureza exacta da política monetária - a forma pela qual o banco central controla a oferta de moeda e as
relações entre moeda, produto e inflação, é uma das mais fascinantes, importantes e controversas áreas da
macroeconomia. Uma política monetária restritiva nos E. U. A.- reduzindo a taxa de crescimento da oferta
de moeda - fez aumentar as taxas de juro, reduziu o crescimento económico e aumentou o desemprego no
período de 1979-1982. A seguir, de 1982 a 1990, a gestão cuidadosa da moeda pelo Federal Reserve (Banco
Central dos EUA) serviu de suporte ao mais longo período de expansão na história norte-americana. A
forma exacta como um banco central pode controlar a actividade económica será estudada
aprofundadamente nos capítulos sobre a politica monetária.

iii. Política económica internacional


À medida que as economias se tornam cada vez mais interligadas, os políticos prestam uma crescente
atenção à política económica internacional. Os principais instrumentos dividem-se em duas categorias.
A primeira são as politicas comerciais, que consistem em tarifas alfandegárias, quotas de importação e
outros expedientes para restringir ou incentivar as importações e as exportações. A maioria das politicas
comerciais têm um efeito pequeno sobre o desempenho macroeconómico, mas, de tempos a tempos, como
foi no caso dos anos 30, as restrições ao comercio internacional são tão severas que causam perturbações
económicas importantes, inflações ou recessões.
Um segundo conjunto de políticas especificamente viradas para o sector externo é a gestão do mercado de
câmbios. O comércio internacional de um país é influenciado pela sua taxa de câmbio que representa o
preço da Sua própria moeda em termos das moedas de outros países. Os países adoptam diferentes sistemas
para regular os seus mercados de câmbios. Alguns sistemas permitem que as taxas de câmbio sejam
determinadas exclusivamente pela oferta e pela procura; outros estabelecem uma taxa de câmbio fixa em
relação a outras moedas. Actualmente, os E. U. A. encontram-se na primeira categoria, permitindo de uma
forma geral que as taxas de câmbio do dólar sejam determinadas pelas forças de mercado.
Além disso, os bancos centrais e os dirigentes políticos tentam coordenar as suas politicas
macroeconómicas pois as políticas monetárias e fiscais de um país podem produzir externalidades sobre os
seus vizinhos. Desde 1975 que os dirigentes dos principais países industrializados se encontram anualmente
numa cimeira económica para discutir os assuntos económicos comuns e para tomar as medidas apropriadas
para alcançarem os objectivos comuns acordados. Tais reuniões têm tratado uma grande variedade de
assuntos que vão desde os aumentos dos preços do petróleo ao estudo dos problemas ambientais globais.
Servem para recordar que as economias não se podem governar a si próprias e que os governos têm de se
manter constantemente atentos à instabilidade económica.

iv. Políticas de rendimentos


Quando a inflação ameaça ficar fora de controlo, os governos tentam encontrar formas de estabilizar os
preços. A Via tradicional para abrandamento da inflação pelos governos tem sido a tomada de medidas
fiscais ou monetárias que reduzem o produto e aumentam o desemprego. Mas esta estratégia tradicional
provou ser extremamente onerosa. Exige a perda de centenas de milhares de milhões de dólares no PNB
para reduzir a inflação em poucos pontos percentuais. Defrontados com a necessidade tomar uma medida
tão desagradável, os governos têm tentado com frequência outros métodos de conter a inflação. Estas
alternativas vão desde os controlos de salários e preços (usados principalmente em tempo de guerra) a
medidas menos drásticas como orientações voluntárias quanto a salários e os preços. As políticas para
controlar os salários e os preços são conhecidas como políticas de rendimentos.
De todas as políticas macroeconómicas, as políticas de rendimentos são as mais controversas. Há uma
geração, muitos economistas advogavam as políticas de salários - preços como uma forma pouco onerosa
de redução da inflação. Dados sobre o impacto das políticas de rendimentos conjuntamente com uma atitude
mais conservadora em relação à intervenção governamental levou a um desencanto geral em relação às
politicas de preços e salários. Muitos economistas pensam agora que as mesmas são simplesmente
ineficazes. Outros pensam que pioram as coisas em vez de as melhorar - interferem nos mercados livres,
escondem as alterações dos preços relativos e falham na redução da inflação.
Figura 23-5. Qual a forma como factores diversos afecta a macroeconomia?

As variáveis de política económica (como as políticas fiscal e monetária) juntamente com as variáveis externas (as que estão
praticamente fora do controlo das forças económicas internas (como as guerras ou o produto de países estrangeiros) interactuam
para determinar o produto, os preços, o emprego e as exportações líquidas.

excesso de canacidade Sab a

ros

Oferta e Procura Agregadas


Já vimos que o produto, o emprego e os preços variam acentuadamente sob a influência tanto das politicas
económicas como dos choques externos como o as mudanças rápidas dos preços do petróleo. Mas podemos
ir, para além da descrição, até diagnóstico. Qual e o mecanismo económico que transmite o dinheiro, os
impostos ou a variação do preço do petróleo para o produto e para os preços a retalho? Como podem os
governos tomar medidas para melhorar o desempenho económico?
Começamos a nossa análise das forças que determinam a actividade económica global com a introdução de
um esquema útil, a oferta e procura agregadas. Esta análise permite-nos compreender a forma como forças
diferentes afectam a macroeconomia e ver como as políticas governamentais podem ajudar a contrariar os
altos e baixos dos choques externos. Após a explicação deste novo instrumento, concluímos com a aplicação
da oferta e procura agregadas para a compreensão de alguns acontecimentos históricos importantes.

Definições da Oferta e Procura Agregadas


Como interactuam as diferentes forças para determinar a actividade económica global? A Figura 23-6
mostra as relações entre as diferentes variáveis no interior da macroeconomia. Separa as variáveis de
política económica e as variáveis externas em duas categorias: as que afectam a oferta agregada e as que
afectam a procura agregada.
A divisão das variáveis nessas duas categorias é essencial para o nosso conhecimento do que determina o
nível do produto, os preços e o desemprego.
A parte inferior da Figura 23-6 mostra as forças que afectam a oferta agregada. A oferta agregada refere-
se à quantidade total de bens e serviços que as empresas de um país estão dispostas a produzir e a vender
num dado período A oferta agregada (frequentemente designada por AS) depende do nível de preços, da
capacidade produtiva da economia e do nível dos custos.
Em geral, as empresas desejariam produzir na capacidade máxima e vender toda a sua produção aos preços
máximos. Contudo, em certas circunstâncias, os preços e os níveis de despesa podem reduzir-se e as
empresas deparam-se com um excesso de capacidade. Sob outras condições, tais como durante um período
de guerra, as fábricas podem estar a operar na máxima capacidade enquanto as empresas são incapazes de
satisfazer todas as encomendas.
Vemos, portanto, que a oferta agregada depende do nível de preços que as empresas podem praticar, bem
como da capacidade da economia ou produto potencial. Mas o que determina o produto potencial? O
produto potencial é determinado pela disponibilidade de factores produtivos (sendo o trabalho e o capital
os mais importantes) e da eficiência com que esses factores são combinados (i. e. tecnologia existente na
sociedade).
O produto nacional e o nível geral de preços são determinados pelas duas lâminas gémeas da tesoura da
oferta e da procura agregadas. A segunda lâmina da tesoura é a procura agregada, que se refere à
quantidade total que os diferentes sectores da economia estão dispostos a gastar num dado período. A
procura agregada (muitas vezes designada por AD) é a soma da despesa pelos consumidores, empresas e
outros agentes e depende do nível de preços bem como da política monetária, da politica fiscal e de outros
factores.
Por outras palavras, a procura agregada mede a despesa total de todas as diversas entidades da economia.
Depende dos gastos dos consumidores, despesas das empresas e do governo; e das exportações líquidas.
As compras totais são afectadas pelos preços a que os bens são oferecidos pelas forças externas e pelas
políticas governamentais.
Usando ambas as lâminas da tesoura da oferta e da procura agregadas, podemos observar o equilíbrio
resultante, como é mostrado no circulo do lado direito da Figura 23-6. O produto nacional e o nível de
preços deslocar-se-á para o nível em que os consumidores estejam dispostos a comprar e as empresas
estejam dispostas a vender. O produto e o nível de preços resultantes determinam o emprego, o desemprego
e as exportações líquidas.
Figura 23-6. A oferta e a procura agregadas determinam as principais variáveis macroeconómicas

Este diagrama fundamental mostra os principais factores que afectam a actividade económica global. No lado esquerdo estão
as principais variáveis que determinam a oferta e a procura agregadas: as variáveis da política económica, como as políticas
monetária e fiscal, bem como a disponibilidade de capital e trabalho. No centro, a oferta e a procura agregadas interactuam
com o nível da procura a encontrar-se com os recursos disponíveis. Os principais resultados são apresentados nos hexágonos
do lado direito: produto, emprego, preços e exportações líquidas.
O que os Macro-economistas Estudam
Por que alguns países apresentaram rápido crescimento da renda ao longo do século passado, enquanto
outros permanecem estagnados na pobreza? Por que alguns países têm altas taxas de inflação, enquanto
outros conseguem manter preços estáveis? Por que todos os países passam por recessões e depressões —
períodos recorrentes de queda na renda e aumento do desemprego — e de que modo as políticas
governamentais podem reduzir a frequência e a gravidade desses episódios? A macroeconomia, o estudo
da economia como um conjunto, tenta responder a essas perguntas, e a muitas outras perguntas afins.
Para avaliar a importância da macroeconomia, basta ler os jornais ou escutar os noticiários.
Todos os dias, é possível que você veja manchetes como: RENDA VOLTA A CRESCER, BANCO
CENTRAL INTERVÉM PARA COMBATER A INFLAÇÃO, ou AÇÕES CAEM POR MEDO DE
RECESSÃO. Esses eventos macroeconómicos podem parecer abstractos, mas afectam a vida de todos nós.
Executivos de empresas que estejam realizando previsões de demanda para seus produtos precisam avaliar
com que rapidez a renda dos consumidores crescerá. Cidadãos idosos, que sobrevivem com uma renda fixa,
especulam sobre a rapidez de aumento dos preços. Recém-graduados em faculdades em busca de empregos
esperam que a economia se aqueça e que as empresas contratem novos profissionais.
Uma vez que a economia afecta todas as pessoas, as questões macroeconómicas desempenham um papel
fundamental nos debates políticos nacionais. Os eleitores estão atentos ao desempenho económico e sabem
que as políticas governamentais podem afectá-los consideravelmente. Resultado: a popularidade do
presidente em exercício geralmente aumenta quando a economia apresenta um bom desempenho e diminui
quando este é precário.
Questões macroeconómicas também são fundamentais para a política mundial; e os noticiários
internacionais estão repletos de questões macroeconómicas. Terá sido mesmo uma boa opção, para grande
parte da Europa, adoptar uma moeda comum? A China deve manter uma taxa de câmbio fixa em relação
ao dólar norte-americano? Qual o motivo do enorme deficit comercial dos Estados Unidos? O que os países
mais pobres podem fazer para elevar seus padrões de vida? Nas ocasiões em que os líderes das grandes
potências mundiais se reúnem esses tópicos geralmente ocupam lugar de destaque em suas agendas.
Embora a tarefa de formular políticas económicas caiba aos líderes das grandes potências mundiais, cabe
aos macro-economistas a tarefa de explicar o funcionamento da economia como um todo. Com essa
finalidade, os macroeconomistas colectam dados sobre renda, preços, desemprego e muitas outras variáveis,
originários de diferentes períodos de tempo e diferentes países. Depois disso, eles tentam formular teorias
gerais com o objectivo de explicar esses dados. Como os astrónomos, que estudam a evolução das estrelas,
ou os biólogos, que estudam a evolução das espécies, os macroeconomistas não podem conduzir
experimentos controlados dentro do laboratório.
Ao contrário, precisam fazer uso dos dados que a história lhes fornece. Os macroeconomistas observam
que as economias diferem de país para país e que mudam ao longo do tempo. Essas observações
proporcionam tanto a motivação para desenvolver teorias macroeconómicas quanto os dados para testá-las.
Com certeza, a macroeconomia é uma ciência recente e imperfeita. A capacidade dos macroeconomistas
de prever o curso futuro de eventos económicos não é maior do que a capacidade dos meteorologistas de
realizar previsões do tempo para o mês seguinte. Entretanto, como você vai ver, os macroeconomistas
conhecem bem o funcionamento das economias. Esse conhecimento é útil tanto para explicar eventos
económicos quanto para formular políticas económicas.
A história da macroeconomia não é um relato simples, mas proporciona uma valiosa motivação para a teoria
macroeconómica. Embora os princípios básicos da macroeconomia não mudem de uma década para outra,
o macroeconomista precisa aplicá-los com flexibilidade e criatividade para se adequar às mudanças nas
circunstâncias ao longo do tempo.
Os economistas usam vários tipos de dados para medir o desempenho de uma determinada economia. Três
variáveis macroeconómicas são especialmente importantes: o produto interno bruto (PIB) real, a taxa de
inflação e a taxa de desemprego. O PIB real mede a renda total de todas as pessoas na economia (ajustada
ao nível de preços). A taxa de inflação mede a taxa de aumento dos preços. A taxa de desemprego mede a
fracção da força de trabalho que está sem trabalho. Os macroeconomistas estudam como essas variáveis
são determinadas, por que elas mudam ao longo do tempo e como interagem entre si.

Como os Economistas Pensam


Os economistas, de um modo geral, estudam questões de natureza política, mas tentam abordar essas
questões com a objectividade de um cientista. Assim como qualquer outra ciência, a economia possui
conjunto próprio de ferramentas — terminologia, dados e uma maneira de raciocinar — que pode parecer
estranho e enigmático para os leigos. A melhor maneira de familiarizar-se com essas ferramentas é utilizá-
las, e esta disciplina proporcionar-lhe-á inúmeras oportunidades de fazê-lo.
Entretanto, para tornar essas ferramentas menos assustadoras, abordaremos aqui algumas delas.

A Teoria como Elaboração de Modelos


As crianças pequenas aprendem muito sobre o mundo ao seu redor brincando com brinquedos que
correspondem a versões de objectos do mundo real. Por exemplo, elas costumam montar miniaturas de
modelos de automóveis, trens ou aviões. Esses modelos estão longe de ser realistas, mas quem os monta
aprende muito com eles. O modelo ilustra a essência do objecto real que procura representar. (Além disso,
para muitas crianças, o desenvolvimento de modelos é divertido.)
Os economistas também usam modelos para compreender o mundo, mas o modelo de um economista
provavelmente será composto de símbolos e equações, e não de plástico e cola. Os economistas
desenvolvem suas “economias de brinquedo” para ajudar a explicar variáveis económicas como PIB,
inflação e desemprego. Os modelos económicos ilustram, geralmente em termos matemáticos, as relações
entre as variáveis. Os modelos são úteis porque nos ajudam a deixar de lado detalhes irrelevantes para que
nos concentremos em relações importantes. (Além disso, para muitos economistas, elaborar modelos é uma
diversão.)
Os modelos possuem dois tipos de variáveis: variáveis endógenas e variáveis exógenas. As variáveis
endógenas são as que o modelo tenta explicar. As variáveis exógenas são as que o modelo pressupõe como
dadas. O objectivo de um modelo é demonstrar como as variáveis exógenas afectam as variáveis endógenas.
Em outras palavras, as variáveis exógenas são oriundas de fora do modelo e servem como insumo para o
mesmo, enquanto as variáveis endógenas são determinadas no âmbito do modelo e correspondem ao
resultado gerado pelo mesmo.
Para tornar essas ideias mais concretas, vamos examinar o modelo económico mais conhecido de todos —
o modelo de oferta e demanda. Imagine que um economista estivesse interessado em identificar quais
factores influenciam o preço da pizza e a quantidade de pizzas vendidas. Esse economista desenvolveria
um modelo que descrevesse o comportamento dos consumidores de pizza, o comportamento dos
vendedores de pizza e a interacção entre eles no mercado de pizzas. Por exemplo, o economista pressupõe
que a quantidade de pizza demandada pelos consumidores, , depende do preço da pizza, P, e da renda
agregada, Y. Essa relação é expressa na equação:

em que D( ) representa a função demanda. O economista pressupõe também que a quantidade de pizza
fornecida pelas pizzarias, , depende do preço da pizza, P, e do preço da matéria-prima, Pm, tais como
queijo, tomate, farinha e anchovas. Essa relação é expressa sob a forma

em que S( ) representa a função oferta. Por fim, o economista pressupõe que o preço da pizza se ajusta de
modo a levar para um ponto de equilíbrio a quantidade fornecida e a quantidade demandada:

Essas três equações compõem um modelo do mercado de pizzas.


O economista ilustra o modelo com um gráfico de oferta e demanda, como apresenta a seguir:

O Modelo de Oferta e Demanda O modelo económico mais famoso é o modelo de oferta e demanda de um determinado bem ou
serviço — neste caso, pizza. A curva da demanda é um a curva descendente que relaciona o preço da pizza à quantidade de pizza
demandada pelos consumidores. A curva da oferta é um a curva ascendente que relaciona o preço da pizza à quantidade de pizza
ofertada nas pizzarias. O preço da pizza se ajusta até o ponto em que a quantidade oferecida se iguala à quantidade demandada. O
ponto no qual as duas curvas s e interceptam corres ponde ao equilíbrio de mercado, que ilustra o preço e a quantidade de equilíbrio
para pizza.

A curva da demanda mostra a relação entre a quantidade de pizza demandada e o preço da pizza, mantendo-
se constante a renda agregada. A curva da demanda é descendente, uma vez que um preço mais alto da
pizza estimula os consumidores a optarem por outros tipos de alimentos e comprarem menos pizza. A curva
da oferta mostra a relação entre a quantidade de pizza ofertada e o preço da pizza, mantendo-se constante
o preço da matéria-prima. A curva da oferta é ascendente, uma vez que um preço mais alto da pizza torna
mais rentável a venda de pizzas, o que estimula as pizzarias a produzirem mais pizzas. O equilíbrio do
mercado corresponde ao preço e à quantidade nos quais as curvas de oferta e demanda se interceptam. Ao
preço de equilíbrio, os consumidores optam por comprar a quantidade de pizza que as pizzarias optam por
produzir.
Como os Modelos Funcionam: Os modelos são teorias simplificadas que ilustram as principais relações
entre as variáveis económicas. As variáveis exógenas são aquelas oriundas de fora do modelo. As variáveis
endógenas são aquelas que o modelo explica. O modelo mostra como variações nas variáveis exógenas
afectam as variáveis endógenas.
Esse modelo do mercado de pizzas possui duas variáveis exógenas e duas variáveis endógenas.
As variáveis exógenas são a renda agregada e o preço da matéria-prima. O modelo não tenta explicá-las;
ao contrário, trata-as como um dado (talvez a serem explicadas por outro modelo). As variáveis endógenas
são o preço da pizza e a quantidade de pizza comercializada. Essas são as variáveis que o modelo tenta
explicar.
O modelo pode ser utilizado para ilustrar como uma alteração em uma das variáveis exógenas afecta ambas
as variáveis endógenas. Por exemplo, se a renda agregada aumenta, a demanda por pizzas aumenta, como
mostra o painel (a) da figura abaixo.

Mudanças no Equilíbrio No painel (a), a elevação da demanda agregada faz com que a demanda por pizza aumente: em qualquer
preço especificado, os consumidores agora desejam adquirir um a maior quantidade de pizza. Isso é representado por meio de um
deslocamento para a direita, de D1 para D2, na curva da demanda. O mercado se desloca para a nova intersecção entre oferta e
demanda. O preço de equilíbrio aumenta de P1 para P2, e a quantidade de pizza aumenta de Q1 para Q2. No painel (b), o aumento
do preço da matéria-prima faz com que a oferta de pizzas diminua, em qualquer preço especificado; as pizzarias consideram a
venda de pizzas menos lucrativa e, por conseguinte, optam por produzir menor quantidade de pizzas . Isso é representado por um
deslocamento para a esquerda, de S1 para S2, na curva de oferta. O mercado se desloca para a nova intersecção entre oferta e
demanda. O preço de equilíbrio sobe de P1 para P2, enquanto a quantidade de equilíbrio cai de Q1 para Q2.
O modelo mostra que, tanto o preço de equilíbrio quanto a quantidade de equilíbrio da pizza, aumentam.
De maneira análoga, se o preço da matéria-prima aumenta, a oferta de pizza consequentemente diminui,
como ilustra o painel (b) da figura acima. O modelo mostra que, nesse caso, o preço de equilíbrio para a
pizza aumenta e a quantidade de equilíbrio para a pizza diminui. Sendo assim, o modelo demonstra como
as variações na renda agregada ou no preço da matéria-prima afectam o preço e a quantidade no mercado
de pizzas.

O Raciocínio Microeconómico e os Modelos Macroeconómicos


A microeconomia estuda como as famílias e as empresas tomam decisões, e como os responsáveis por essas
decisões interagem no mercado. Um princípio fundamental para a microeconomia é o fato de que as famílias
e empresas optimizam-fazem o melhor que podem para si mesmos, levando em consideração seus
objectivos e as restrições que enfrentam. Nos modelos microeconómicos, as famílias escolhem o que vão
adquirir para maximizar seu nível de satisfação, o que os economistas chamam de utilidade; enquanto as
empresas tomam decisões sobre produção visando a maximizar seus lucros.
Considerando-se que eventos económicos surgem da interacção entre muitas famílias e muitas empresas, a
macroeconomia e a microeconomia estão inextricavelmente vinculadas. Quando estudamos a economia
como um todo, precisamos considerar as decisões individuais dos atores económicos. Por exemplo, para
compreender o que determina o dispêndio total do consumidor, é preciso imaginar uma família decidindo
o quanto gastar hoje e o quanto economizar para o futuro.
Para compreender o que determina o dispêndio total em termos de investimento, é preciso imaginar uma
empresa decidindo se deve construir uma nova fábrica. Uma vez que variáveis agregadas correspondem à
soma entre as variáveis que descrevem diversas decisões individuais, a teoria macroeconómica se
fundamenta em um alicerce microeconómico.
Embora as decisões microeconómicas estejam subjacentes a todos os modelos económicos, em muitos
modelos o comportamento de famílias e empresas voltado para a optimização é implícito, e não explícito.
O modelo do mercado de pizzas, que discutimos anteriormente, é um exemplo. As decisões das famílias
em relação a quantas unidades adquirir são subjacentes à demanda pelo produto, enquanto as decisões das
pizzarias sobre quantas pizzas produzir são subjacentes à oferta do produto. Presumivelmente, as famílias
tomam suas decisões visando a maximizar a utilidade, enquanto as pizzarias tomam suas decisões visando
a maximizar os lucros. O foco do modelo, porém, não é o modo pelo qual essas decisões microeconómicas
são tomadas; ao contrário, tais decisões ficam em segundo plano. De maneira análoga, embora as decisões
microeconómicas sejam subjacentes aos fenómenos macroeconómicos, os modelos macroeconómicos não
se concentram necessariamente no comportamento optimizador de famílias e empresas; ao contrário, às
vezes deixam esse tipo de comportamento em segundo plano.
Com a utilização de instrumentos macroeconómicos, podemos analisar os determinantes do comportamento
do nível da actividade económica e de como essa dinâmica pode afectar a vida social e a vida de cada um
de nós isoladamente. Por conseguinte, podemos estabelecer uma estreita relação entre decisões de escolha
de políticas e opções de políticas, pois muitas políticas macroeconómicas são resultados de opções políticas
e não meramente técnicas.
No tratamento da macroeconomia como ramo da economia, nos interessa considerar dois conceitos
importantes: o da abordagem da economia normativa e o da abordagem da economia positiva. Esses dois
conceitos dizem respeito à forma como entendemos a utilização e a realização da pesquisa científica no
âmbito da ciência económica para responder determinados anseios da sociedade em vista da existência de
recursos escassos e da necessidade de expandir a geração de riqueza.

Você também pode gostar